Neste sábado (30), Naldo Maranhão apresenta show “Nos quatro Cantos dessa Feira Maluca” , no Farofa Tropical Gastrobar

O cantor, poeta, violonista e compositor Naldo Maranhão, apresenta neste sábado (30), a partir das 20h, o show “Nos quatro Cantos dessa Feira Maluca”, no Farofa Tropical Gastrobar. O artista promete uma noite porreta. E ele costuma cumprir, pois é um um dos maiores da Música Popular Amapaense.

Sobre Naldo Maranhão

No início dos anos 90, no tempo em que os jovens de Macapá despertavam de vez para a música regional, surgiu a banda Raízes Aéreas, grupo formado pelos músicos Naldo Maranhão, Helder do Espírito, Beto Oscar, Alan Yared, Helder Brandão, Black Sabbá, Hemerson Melo e Alexandre, sob a influência luxuosa de Antônio Messias.

Na época, foi o grupo de maior expressão, chegando com músicas próprias, talento e atitude – todos os elementos para o sucesso, e ainda a experiência de alguns dos integrantes em outras bandas alternativas de Macapá.

Após o fim da banda, Naldo Maranhão despontou como compositor, com sucesso dentro e fora do Amapá. Antes do Raízes Aéreas, o artista integrou a banda de rock Mizantropia.

Com mais de 20 anos de carreira e três discos gravados em sua trajetória solo (“Colheitando em mim mesmo”, “Feira Maluca” e “Várias Idades”), Naldo Maranhão possui muitos parceiros em suas composições. Entre eles estão Antônio Messias, Osmar Júnior, Rambolde Campos, Ademir Sanches, Black Sabbá, Rebecca Braga e Ademir Pedrosa.

Serviço:

Show “Nos quatro Cantos dessa Feira Maluca”, de Naldo Maranhão.
Data: 30 de abril de 2022 (também conhecido como hoje)
Hora: 20h
Local: Farofa Tropical Gastrobar, localizado na Rua São José 1024, centro.
Reservas de mesas pelo telefone: 981373130

Elton Tavares

Cantora Hanna Paulino & banda Los Coveros apresentam “Especial Evanescence”, no Amapá Garden Shopping, neste sábado (30) – @hanna_paulino

Neste sábado (30), a partir das 19h30, na Praça de alimentação Amapá Garden Shopping, a cantora Hanna Paulino & a banda Los Coveros, apresentarão o “Especial Evanescence”. Para o show, os músicos reuniram os maiores sucessos dos álbuns da banda com todos os hits, além de musicais “Lado B” e covers feitos em turnês mundiais do grupo internacional.

Com seu pop gótico, a banda Evanescence, surgida na segunda metade dos anos 90, vendeu 25 milhões de cópias de CDs e DVDs em todo o mundo e a banda ganhou dois Grammys, incluindo o de Melhor Banda Nova.

De acordo com Hanna Paulino, o show, com duração de 1h30, será emocionante, pois fará uma viagem no repertório dessa banda que marcou o rock dos anos 2000 e se mantém na ativa até hoje.

Já disse e repito: quando o assunto é Rock (e desconfio que muitos outros estilos), Hanna é imbatível. Ela é uma verdadeira estrela. A menina (que não é deste mundo) sempre arrebenta. Além disso, os caras dos Los Coveros, banda formada pelo meu amigo Rafael Costta (guitarrista dos bons), Angelo Kevin (contrabaixo), Rudi Silva (teclado) e Julian Emerson (bateria), estão afiadíssimos para botar pra quebrar.

Faremos um especial inesquecível interpretando canções de uma das bandas de rock mais icônicas dos anos 2000. Temos certeza de que será INESQUECÍVEL. Se preparem para grandes emoções, pois faremos o Fallen completo e mais alguns hits! Portanto, cheguem cedo e garantam seus lugares para curtir, bater cabeça e se emocionar com os grandes sucessos da Evanescence. Não percam!”, comentou Hanna Paulino.

Serviço:

Cantora Hanna Paulino & banda Los Coveros apresentam: Especial Evanescence
Data: 30/04/2022 (sábado)
Local: Praça de alimentação Amapá Garden Shopping
Horário: 19h30
Entrada: gratuita.
Mais informações: 96-98131-4668 (Hanna)

Apoio:

Norte Rock
Site De Rocha

Elton Tavares, com informações de Hanna Paulino.

Natura Musical e Ói Nóiz Akí apresentam Mari Marti, “Do lado de dentro”

Ao lançar o primeiro álbum, a cantora e compositora relembra a infância, fala dos desafios enfrentados e revoluções da última década

As plataformas digitais da música recebem neste sábado (30), o primeiro álbum de Mari Marti. Intitulado “Do lado de dentro” e com oito faixas autorais e produção de Hian Moreira que ao lado de Elysson Perera assina os arranjos com a participação dos músicos Edson Costa (violões), Tarciso (escaletas) e André Pinheiro (backing vocal).

As gravações realizadas nos estúdios Hian Music Room e Casa Poliphonic em Macapá resultaram no 9°. álbum lançado pela Pororoca Sound incubadora e aceleradora de carreiras artísticas no segmento da música através do Programa Natura Musical e produzido pela Companhia Ói Nóiz Akí.

Foto: Aog Rocha

“As letras são resultados de uma busca de reminiscências. Revisitei manuscritos da minha adolescência que são os pilares deste álbum. Algumas letras foram criadas recentemente, e isso fica evidente nos títulos. ‘Pandemia’ é um olhar sobre a turbulência enfrentada pela humanidade nos últimos anos, com perdas irreparáveis para muitos de nós. Já a faixa ‘Mães e filhas’, trata da realidade compartilhada por milhões de brasileiras, mães solo, inteiramente responsáveis pela criação dos seus filhos e que precisam se reinventar todos os dias para poder realizar tanto a si mesmas, quanto das crianças”, ressalta Mari.

As canções são intimistas, referendam experiências e revoluções que marcaram a vida da cantora e compositora, desafios e obstáculos enfrentados nesta década. “Faço parte de uma família muito eclética, curtimos do clássico ao hip–hop, da música popular brasileira ao psicodélico, e isso tudo me enfluencia de algum modo. Meu coração está contemplado, realizado com o lançamento do álbum. Tudo o que vier será surpresa e descoberta, assim, espero o feedback e que as pessoas sintam-se tocadas pela minha voz. Esse álbum é dedicado ao meu Deus e aos meus filhos, é uma herança de vivências, complementa a estreante do Natura Musical.

Foto: Aog Rocha

“Do Lado de Dentro”, primeiro álbum de Mari Marti, fecha um dos ciclos da Pororoca Sound, que se iniciou no lançamento de “Dentro D’água a Gente não Chora”, de Jhimmy Feiches. “Com a sonoridade adquirida, Mari Marti, apresenta-se sensível e visceral, evocando o que mais precisamos nos dias de hoje para seguir adiante, fé. Para isso, toma como suporte a música, elevando-a a um estágio transcendental. Ao ouvi-la, é possível dançar, refletir, se reencontrar, e o mais importante, voltar a acreditar na vida! Uma celebração à diversidade musical da Pororoca Sound!”, afirma Claudio Silva, Produtor da Ói Nóiz Akí.

“Nós acreditamos no impacto transformador que a música pode ter no mundo. E os artistas, bandas e projetos de fomento à cena selecionados pelo edital Natura Musical têm essa potência de mobilizar o público na construção de um mundo mais bonito, cada vez mais plural, inclusivo e sustentável”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.

 

Pororoca Sound foi selecionado pelo programa Natura Musical, através do Edital 2020, ao lado de nomes como Linn da Quebrada, Bia Ferreira, Juçara Marçal, Kunumi MC, Rico Dalasam. Ao longo de 16 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 140 projetos no âmbito nacional, como Lia de Itamaracá, Mariana Aydar, Jards Macalé e Elza Soares. Saiba mais através das redes sociais do projeto e no site www.pororocasound.com.br

Sobre Natura Musical

Natura Musical é a plataforma de cultura da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu cerca de R$ 174,5 milhões no patrocínio de mais de 518 projetos – entre trabalhos de grandes nomes da música brasileira, lançamento e consolidação de novos artistas e projetos de fomento à cenas e impacto social positivo. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do País e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais. Em 2020, o edital do Natura Musical selecionou 43 projetos em todo o Brasil e promoveu mais de 300 produtos e experiências musicais, entre lançamentos de álbuns, clipes, festivais digitais, oficinas e conferências. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente da música brasileira, com uma programação contínua de lives, performances, bate-papos e conteúdos exclusivos, agora digitalmente.

Assessoria de Imprensa | POROROCA SOUND
Contatos: Paulo Rocha: 96 98412-4600, Claudio Silva: 98114-9655
[email protected]
www.pororocasound.com.br

Assessoria de Imprensa | Natura Musical
Telefone: (11) 96446-0565
Luciana Rabassallo: [email protected]

Poesia de agora: EXÍLIO – Luiz Jorge Ferreira

EXÍLIO

Estou pronto para ir às estrelas.
Coloquei as meias sujas dos últimos passos.
Limpei com areia as lentes cinzas dos óculos.
E arrumei ideais sobre ideias, e lembranças inúteis.
Entre planos esquecidos emudeci alguns dos meus gritos.
E violentei minhas sombras projetadas na parede da sala.
Com sílabas tônicas retiradas de uma música afônica.
Saída de um rádio sobre a estante.

Estou pronto para ir às estrelas.
Rabisquei com os dedos sujos de dedos.
Rotas estranhas que vão se perder em suas axilas.
Desaparecer em suas costas largas, e embaraçarem-se entre seus cabelos.
E como anônimos Pontos Cardeais, retornarem a mim.
Eu agora, sombra pregada na parede, ando em círculos, tendo contra mim, o Tempo e o Vento.
Ambos velhos e cabisbaixos…surdos a música afônica que sai pela boca do rádio.
E escapa pela fresta da janela.

Estou pronto para ir às estrelas.
Satisfaço-me em lembrá-la como antes.
Lábios abertos, e estilhaços de risos, flutuando até mim.
Eu estou com as mãos ocupadas pelas palavras.
Livrando-as da chuva fina que enfileira pingos.

Escrevo algo como tantos outros algos que escrevi, talvez uma despedida para ninguém, ou um pequeno adeus.
E nunca os completo!

Fica difícil exilar-me nas estrelas.
Há a angustia da espera, que me enche de nódoas .
Umas nuvens vagabundas escondendo a saída.
E um barulho rouco de uma música.
Algo como um choro, que sai da boca do rádio.
No momento maravilhoso em que calo.
As mãos, e a fala.

Luiz Jorge Ferreira

* Poema do Livro Thybum – Editora Expressão & Arte – 2004 – São Paulo.

31 anos sem Gonzaguinha

Gonzaguinha – Foto encontrada no site Cultura Brasileira

Hoje (29) é aniversário da morte (estranho estes termos juntos) do cantor e compositor Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o “Gonzaguinha”, que morreu em um acidente automobilístico em 29 de abril de 1991, aos 45 anos, em Renascença (PR). Eu tinha 15 anos e lembro bem da notícia de sua morte.

São 31 anos sem o artista carioca, filho do lendário cantor e compositor Luiz Gonzaga (não biológico, mas registrado), o “Rei do Baião”, e Odaléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil. É como dizia o próprio Gonzaguinha: “Venho de Odaléia uma profissional daquelas que furam cartão e de vez em quando sobem no palco; ela cruzou com meu pai e de repente eu vim”.

A mãe morreu de tuberculose aos 22 anos de idade, quando Gonzaguinha tinha somente dois anos, e o pai, por conta dos shows Brasil afora, o deixou com o padrinho Henrique Xavier – o baiano do violão das calçadas de Copacabana, do pires na zona do mangue no morro de São Carlos – e sua esposa, a madrinha Dina. “Foram eles que me criaram e por isso eu toco violão”. (Gonzaguinha)

Do pai, recebia o nome de certidão, dinheiro para pagar os estudos e algumas visitas esporádicas. Imerso no dia-a-dia atribulado da população, Gonzaguinha ia aprendendo a dureza de uma vida marginal, a injustiça diária vivida por uma parcela da sociedade que não tinha acesso a nada.

Gonzaguinha foi um dos melhores compositores de sua geração. Ele iniciou a carreira na década de 1960, no Rio, convivendo com artistas como Ivan Lins e Aldir Blanc. Com ambos fundou o Movimento Artístico Universitário (MAU). Em 1970, começou a participar de festivais.

O seu primeiro LP foi lançado em 1973. No mesmo ano, Gonzaguinha participou do programa Flávio Cavalcanti apresentando a música Comportamento Geral num dos concursos promovidos pelo programa. Na canção, ele alfinetava a atitude complacente e medrosa daqueles que abaixam a cabeça para tudo e para todos: “Você deve lutar pela xepa da feira / e dizer que está recompensado”. O júri do programa destruiu sua música e cobriu Luiz Gonzaga Jr. de ameaças. Um dos jurados o chamou de terrorista; outro sugeriu sua deportação.

Apesar de toda a perseguição, Gonzaguinha nunca deixou de divulgar seu trabalho: quer seja em discos, onde driblava os censores com canções alegóricas, quer seja em shows onde, além de cantar as músicas que não podiam ser tocadas nas rádios, Gonzaguinha não se continha e exprimia suas opiniões e sua preocupação com os rumos que a nação tomava.

Visceral e talentosíssimo, compôs músicas lindas e doídas, de tão fieis aos amores, dissabores e dores que sentiu. Seus maiores sucessos foram: “Grito de Alerta”, “Explode Coração ou Espere por mim, morena”, “Comportamento Geral (censurada)”, ‘Começaria Tudo Outra Vez”, “Lindo Lago do Amor”, “Redescobrir” (na voz de Elis Regina), “É” e “O Que É, O Que É”, “Recado”, “Eterno Aprendiz”, entre outras.

Em 2017 Gonzaguinha foi tema do carnaval da Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, com o enredo “É! O Moleque desceu o São Carlos, pegou um sonho e partiu com a Estácio!”.

Gonzaguinha casou três vezes e teve quatro filhos. Ele gravou 19 discos e vendeu milhões de cópias. Foi um gênio da MPB e símbolo da indignação com o sistema. Parte de sua história foi retratada no filme “Gonzaga – de pai para filho”.

O cara foi um símbolo de rebeldia e talento. Este post é uma pequena homenagem ao gênio da poesia. Valeu, Gonzaguinha!

Gonzaguinha e Gonzagão 1979 – Foto: Amicucci Gallo

Elton Tavares, com informações dos sites Memória da Ditadura, Musicaria Brasil e Mais Cultura Brasileira!

Neste fim de semana, Naldo Maranhão apresenta dois shows na sexta e sábado, no Farofa Tropical Gastrobar

O cantor, violonista e compositor Naldo Maranhão, apresenta, nesta sexta-feira (29) e sábado (30), os shows “Pelos Bares do Luau” e “Nos quatro Cantos dessa Feira Maluca”, respetivamente, no Farofa Tropical Gastrobar. As duas apresentações de um dos maiores da Música Popular Amapaense acontecerão a partir das 20h

Sobre Naldo Maranhão

No início dos anos 90, no tempo em que os jovens de Macapá despertavam de vez para a música regional, surgiu a banda Raízes Aéreas, grupo formado pelos músicos Naldo Maranhão, Helder do Espírito, Beto Oscar, Alan Yared, Helder Brandão, Black Sabbá, Hemerson Melo e Alexandre, sob a influência luxuosa de Antônio Messias.

Na época, foi o grupo de maior expressão, chegando com músicas próprias, talento e atitude – todos os elementos para o sucesso, e ainda a experiência de alguns dos integrantes em outras bandas alternativas de Macapá.

Após o fim da banda, Naldo Maranhão despontou como compositor, com sucesso dentro e fora do Amapá. Antes do Raízes Aéreas, o artista integrou a banda de rock Mizantropia.

Com mais de 20 anos de carreira e três discos gravados em sua trajetória solo (“Colheitando em mim mesmo”, “Feira Maluca” e “Várias Idades”), Naldo Maranhão possui muitos parceiros em suas composições. Entre eles estão Antônio Messias, Osmar Júnior, Rambolde Campos, Ademir Sanches, Black Sabbá, Rebecca Braga e Ademir Pedrosa.

Serviço:

Shows “Pelos Bares do Luau” e “Nos quatro Cantos dessa Feira Maluca”, de Naldo Maranhão.
Data: 29 a 30 de abril de 2022 (nesta sexta-feira e sábado)
Hora: 20h (nas duas noites)
Local: Farofa Tropical Gastrobar, localizado na Rua São José 1024, centro.
Reservas de mesas pelo telefone: 981373130

Elton Tavares

Em parceria com Exército Brasileiro, docentes da Unifap e da UFG realizam grande trabalho de campo na fronteira franco-brasileira

Grupo de docentes da missão na frente da aduana francesa na Ponte Internacional. Da esquerda para direita: Jadson Porto, Camilo Pereira, Rosilene Furtado, Yurgel Caldas e Gutemberg Silva. Fonte: Trabalho de Campo, 2022.

Já não é novidade que o trabalho de campo, ou seja, aquele momento no qual discentes e docentes vivenciam realidades práticas do universo acadêmico em que convivem, é uma importante ferramenta pedagógica. Entre os dias 21 e 28 de abril do corrente ano, os docentes da Universidade Federal do Amapá (Unifap) Gutemberg Silva (coordenador da missão), Yurgel Caldas, Rosilene Furtado e Jadson Porto, em parceria com Camilo Pereira Carneiro, docente da Universidade Federal de Goiás (UFG), realizaram – em parceria com o Exército Brasileiro (EB) – duas atividades de campo na fronteira franco-brasileira. Além das atividades com os discentes, os docentes Gutemberg Silva e Camilo Pereira tinham atividades de pesquisa para realizar para projetos de pesquisa do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (CNPq) e do Observatório Homem Meio Ambiente da Guiana Francesa (OHM-Oyapock), destacando os efeitos da pandemia de COVID-19 na circulação de pessoas e produtos na fronteira franco-brasileira.

Ônibus da missão percorrendo trecho não asfaltado da BR 156. Fonte: Trabalho de Campo, 2022.
Início da missão de observação ao longo do rio Oiapoque. Fonte: Trabalho de Campo, 2022

Duas turmas de graduação em Relações Internacionais e discentes convidados dos cursos de História, Geografia e Ciência da Computação, totalizando 40 alunos, percorreram o trajeto de Macapá ao Oiapoque em ônibus da Unifap com uma caminhonete de apoio, numa trajetória que, por si só, já mereceria um relato bastante amplo. Dois relatos merecem destaque: em Calçoene, houve um problema técnico: um dos pneus estourou, ficando imprestável, o que nos rendeu duas horas de atraso e uma logística para conseguir substituir pelo estepe a fim de seguir viagem, o que ocorreu com a agilidade da Unifap em Oiapoque, resolvido através de uma chamada telefônica a partir do local do fato; segundo destaque foi o almoço para um grupo tão grande (40 alunos e cinco pesquisadores – num total de 45 pessoas) – com toda a agilidade possível, que somente se concretizou com o acordo entre o grupo e a dona Selma, proprietária do restaurante Sabor Regional, em Calçoene, que forneceu alimentação para o referido grupo.

Todo o grupo da missão com a pick-up da UNIFAP e a banner para destacar a participação da UFG. Fonte: Trabalho de Campo, 2022.

Ao chegar em Clevelândia do Norte, sede do Comando Especial de Fronteira (CEF), e onde todo o grupo foi alojado, recebemos as informações gerais de nossa programação por meio de nosso anfitrião, o capitão Silva Pinto. No dia seguinte, iniciaram-se as atividades com muitas palestras e reflexões acadêmicas em Saint-Georges, na Guiana Francesa, e em Clevelândia do Norte, no auditório do próprio CEF.

• As atividades em Saint-Georges

No dia 22 de maio, pela manhã, as atividades foram concentradas nesta cidade francesa. O grupo teve a oportunidade de cruzar, a pé, a ponte binacional e realizar vários registros fotográficos. Naquela oportunidade, reunimo-nos com vários agentes de segurança da França (Gendarmerie, Polícia de Fronteira, Aduana), os quais expuseram suas competências, as grandes demandas de combate e controle na fronteira e as proposições para a cooperação com o Brasil.

Palestras com representantes de segurança da França na Guiana Francesa. Fonte: Trabalho de Campo, 2022.

• As atividades em Clevelândia do Norte

Após a incursão na França, à tarde concentramos nossas atividades em Clevelândia do Norte. Neste momento, diversas agências de atuação brasileiras na fronteira expuseram suas competências e as questões atinentes ao trabalho na fronteira. Estiveram presentes representantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do IBAMA, do ICMBio, da Marinha do Brasil e – é claro – do Exército Brasileiro.

Palestras com instituições de segurança pública e de controle e fiscalização ambiental em Oiapoque. Fonte: Trabalho de Campo, 2022.

Representantes das instituições que palestraram em Clevelândia. Fonte: Trabalho de Campo, 2022.

No dia 23 de abril, as atividades se concentraram nas observações sobre a dinâmica da fronteira. Pela manhã, o grupo realizou missão no curso do rio Oiapoque, momento no qual se conseguiu: realizar entrevistas e conhecer um pouco da dinâmica indígena na aldeia Ariramba; percorrer – andando – a cidade de Saint-Georges; e deslocar-se para a cachoeira La Rochelle. À tarde, já cansados das intensas atividades, o grupo realizou duas visitas para conhecer um pouco da cidade de Oiapoque: a primeira foi na loja Chocolates Cassiporé, onde foi possível conhecer o processo de produção à base de cacau nativo na região do rio Cassiporé (no município de Calçoene); e a segunda na Chácara do Rona, um conhecido balneário com bar, restaurante e pousada, onde tivemos momentos de descontração.

Palestra na aldeia indígena Ariramba com as professoras Madalena e Fátima. Fonte: Trabalho de Campo, 2022.

Após percorrer as poucas ruas da pequena cidade de Saint-Georges, o grupo registrou a visita com essa imagem na praça. Fonte: Trabalho de Campo, 2022.

• Considerações do primeiro trabalho de campo

Depois de um intenso debate e de profundas reflexões ao longo desses dias, a partir das observações realizadas, o grupo retornou bastante satisfeito com o que conseguiu produzir. No dia do retorno, dia 24 de abril, houve um café da manhã com o Exército, momento em que foi feito um balanço (mais que positivo) da missão.

A discente Sarah Yolanda entrega um presente dos alunos ao Capitão Silva Pinto, momento de despedida do grupo. Fonte: Trabalho de Campo, 2022.

O segundo trabalho de campo (24 a 28 de maio de 2022)

Com o retorno do grupo para Macapá, um destacamento de oito integrantes (três docentes e os demais discentes) permaneceu em Clevelândia do Norte para realizar a segunda etapa da missão: percorrer o rio Oiapoque até Vila Brasil, um distrito de Oiapoque distante cerca de cinco horas de voadeira subindo o rio. Após uma viagem cansativa, mas prazerosa, o grupo realizou entrevistas com habitantes de Vila Brasil e de Camopi, este um município da Guiana Francesa, fundamentalmente composto de população indígena.

Na foto, o grupo que permaneceu em missão e realizou trabalho de campo em Vila Brasil. Fonte: Trabalho de Campo, 2022.

Na foto, o grupo que permaneceu em missão e realizou trabalho de campo em Vila Brasil. Fonte: Trabalho de Campo, 2022.

• Considerações sobre todas as atividades

A primeira reflexão geral que precisa ser destacada é o apoio institucional. Se não fosse todo o aparato fornecido pela Unifap (ônibus, caminhonete, van, motoristas, diárias e ajuda de custo aos discentes) e pelo Exército Brasileiro (alojamento, alimentação, organização, voadeiras, etc.), uma atividade tão complexa como esta não seria possível. A segunda reflexão é a necessidade de mencionar o apoio de todas as instituições envolvidas nas atividades, francesas e brasileiras, pois sem elas as palestras e o entendimento sobre cooperação internacional e Amazônia não seriam possíveis em nossa missão. O balanço geral é de que atividades como esta precisam ser rotineiras, considerando o volume de aprendizado, a cooperação interinstitucional e o trabalho integrado entre docentes de diferentes cursos da Unifap.

Gutemberg Silva ([email protected]), Yurgel Caldas ([email protected]), Camilo Pereira, Jadson Porto e Rosilente Furtado.

Grupo Alegria de Viver completa 30 anos de trabalho com idosos no Sesc Amapá

Há 30 anos o Grupo Alegria de Viver vem promovendo momentos de lazer para o público da terceira idade no Sesc Amapá com passeios, feiras, atividades físicas e muito mais, sempre pensando no envelhecimento ativo e saudável.

Para comemorar, nesta quinta-feira (28) acontece a festa de aniversário do grupo com música ao vivo comandada pela cantora Dani Li. Programação também conta com momento de parabéns ao grupo. O evento inicia às 18h, no Sesc Araxá.

O Grupo Alegria de Viver foi fundado pela necessidade de tornar confortável a espera das avós e dos avôs que levavam os netos para as atividades oferecidas pela instituição. Foi também uma maneira de estreitar os laços que já se formavam nos corredores.

O Sesc é pioneiro na realização do Trabalho Social com Idosos (TSI) no país, que já acontece há mais de quatro décadas. O grupo Alegria de Viver foi mais um que nasceu desse projeto, que tem o objetivo de oferecer uma melhor qualidade de vida à terceira idade.

A partir da convivência com pessoas da mesma e idade e de outras gerações, aqueles com mais de 50 anos interagem com novas formas de conhecimento e compartilham expectativas de vida, estimulando o desenvolvimento individual e coletivo do idoso na sociedade, promovendo sua autoestima e integração em diferentes ambientes.

Para alcançar os objetivos do projeto, são realizadas oficinas, exercícios físicos, bingos, passeios, palestras, rodas de conversa e atendimento individual com os participantes, que somam mais de oitenta idosos. As atividades reconstroem a autonomia do idoso, mantendo-o ativo mesmo na terceira idade.

As atividades acontecem semanalmente de acordo com um cronograma e, nas sextas-feiras, são realizadas oficinas de movimento, em que os participantes fazem aulas de dança e outros exercícios.

Todo o público a partir dos 50 anos pode participar, basta se dirigir a Central de Atendimento do Sesc Araxá. Os interessados passam por uma entrevista social para conhecer a realidade do idoso, que acontece no Setor de Assistência, após é feito o cadastro para receber a carteirinha do idoso com mensalmente de R$10.

SERVIÇO:

Festa de Aniversário de 30 Anos do Grupo Alegria de Viver
DATA: 28/04/2022 HORA: 18h
LOCAL: Restaurante Sesc Araxá
*apresentação musical de Dani Li

Haynan Iago Araújo – Coordenador de Comunicação
E-mail: [email protected]
Cel/WhatsApp: (96) 98115-7855

Visitação gratuita segue até 29 de abril: Exposição “Elementos da Amazônia” no Sesc Centro chama atenção para o garimpo ilegal, a grilagem de terras indígenas e o desmatamento

Sesc Amapá realiza até o dia 29 de abril a exposição “Elementos da Amazônia”, do artista Ademir Barbosa, composta por telas e esculturas que representam os aspectos naturais e sociais da floresta. Selecionado pelo projeto Entre Artes, durante todo mês o trabalho do artista vai ficar disponível para visitação gratuita no 1º piso do Sesc Centro, de 8h às 17h.

A exposição individual de Ademir Barbosa, aberta no último dia 1ª, reverbera a preocupação do artista com os povos da Amazônia e suas futuras gerações. Em pinturas e esculturas, o artista passeia pelas exuberantes faunas e flora local, demonstrando a diversidade, costumes e crenças de quem literalmente vive à margem. Pois a margem do rio onde a vida acontece, também está à margem das políticas públicas de preservação e conservação de sua biodiversidade.

Nesta exposição, suas obras se apresentam para além das artes. Carrega forte teor documental. Ora na condição de registro de suas belezas e encantos, ora na condição de denúncia. Se por um lado a grande maioria de suas telas retratam o quão rico fomos/somos, uma outra parte, em conjunto com suas esculturas tracejam outro percurso, denunciando o garimpo ilegal, a grilagem de terras indígenas e o desmatamento da Amazônia.

No intuito de seguir para além do discurso, Ademir Barbosa na condição de artista inquieto, passou a experimentar a utilização de materiais descartados incorretamente na natureza em suas obras. Mais do que hibridismo, tem-se como resultado um diálogo profícuo entre técnicas e movimentos de vanguarda, com o modernismo e a contemporaneidade.

Composta por 15 (quinze) pinturas e 05 (cinco) esculturas, Elementos da Amazônia é um convite à reflexão. Um convite a mudança de hábitos! Transitar por entre as obras expostas, é passear pela Amazônia profunda, guiados pelas cores vibrantes, pela espontaneidade e pela dispensa ao formal na concepção e confecção das obras.

Ademir Barbosa – nascido em Calçoene, o artista retrata nas suas telas as lembranças do município cuja economia girava em torno da atividade garimpeira. A primeira exposição de sua carreira chegou à I Bienal de Artes Naturais do Estado do Amapá – Latitude Zero. Com texturas e cores vibrantes, suas pinturas têm inspirações no expressionismo, abstracionismo lírico e geométrico. Já expôs individualmente nas principais galerias do Amapá e suas obras também ganharam o mundo. Além de serem comercializadas para diversos estados brasileiros, existem obras assinadas por Ademir Barbosa no Canadá, Suécia, Estados Unidos e França.

Entre Artes – o projeto seleciona propostas de exposições artísticas, de pessoas físicas e jurídicas, para compor a programação anual do Sesc Amapá Esta seleção pública tem como objetivo garantir o acesso democrático de artistas à pauta da programação cultural do Sesc/AP, tendo em vista estimular a formação de plateias e a participação da população nas manifestações artísticas do Estado. Em 2022, o processo seletivo aconteceu entre os dias 15 de março e 14 de abril, por meio de edital disponível no site www.sescamapa.com.br.

Ascom Sesc

Poema de agora: Estética – Pat Andrade

Estética

a vida inteira
tentando desentortar

[experimentou de tudo]

aparelho nos dentes
tração cervical ortopedia
psicólogo padre pastor
alongamento quiropraxia

acupuntura artesanato
choque elétrico lobotomia
massagem missa johrei
meditação ioga terapia

[nada fez efeito]

até preencher as rugas
mudar a boca e a bochecha
e o queixo e o nariz

até olhar no espelho
e esquecer de vez
como se faz
para ser feliz

Pat Andrade

Centro de Memória da Unifap promove assinatura do Termo de Recolhimento do acervo pessoal de Ortiz Vergolino, ultimo presidente da Icomi no Amapá

Engenheiro José Luís Ortiz Vergolino | Foto: Reinaldo Nascimento

Nesta quarta-feira (27), às 9h, na Reitoria da Universidade Federal do Amapá (Unifap), será assinado o Termo de Recolhimento do acervo pessoal do senhor Ortiz Vergolino, ultimo presidente da empresa Icomi no Amapá. A ação pelo Centro de Memória da Universidade.

A documentação catalogada pelo senhor Ortiz é muito variada, fruto de seu envolvimento pela Icomi em seus mais de 50 anos a serviço da primeira empresa de mineração de grande porte na Amazônia.

Texto: Elke Rocha – Professora da Unifap.

Filmes produzidos por amapaenses concorrem em duas categorias do ‘oscar’ do cinema brasileiro

Por Laura Machado e Willian Amanajás, g1 AP e Rede Amazônica

Jornadas autobiográficas e mudanças ao longo da vida. É sobre isso que tratam duas produções amapaenses que concorrem na 21ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, realizado pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais. O documentário “Utopia” e o curta-metragem animado “Solitude” disputam em duas categorias do prêmio que é considerado o “Oscar brasileiro”.

As duas obras estão concorrendo para votação dos membros da academia ainda em primeiro turno. Após essa etapa, serão escolhidos 5 selecionados de cada categoria para concorrer à final.

Sonhos preciosos

“Utopia” é um dos indicados na categoria curta-documentário do prêmio do cinema brasileiro. A obra dirigida por Rayane Penha, é um grande feito para o cinema amapaense, além de resgatar memórias da própria diretora, que é filha de garimpeiro.

O filme é traduzido em fotos, vídeos e cartas que o pai escrevia para a filha, documentando as experiências e dificuldades de quem vive no garimpo. O cenário da produção é o próprio garimpo do Vila Nova, localizado no município de Porto Grande, distante a 103 quilômetros de Macapá.

“É muito desafiador! Não esperava estar em um espaço como esse, em que normalmente a gente não se enxerga. Já notamos uma diferença, principalmente por ver mais pessoas negras nesses espaços. Mas é complicado ver que eu sou uma mulher negra, do Amapá, em um local que não costuma ter pessoas como eu”, afirmou Rayane Penha.

Com o foco no olhar humanitário para quem vai em busca do sonho de mudar de vida nos garimpos, o filme se tornou uma homenagem ao pai de Rayane Penha, que faleceu em um acidente durante o trabalho.

A cineasta morou até os 10 anos de idade no garimpo onde o documentário foi desenvolvido e deu vida às memórias através do audiovisual.

A produção, que já participou de mais de 30 festivais e amostras, foi custeada pelo 1º Edital de Produção Audiovisual do Amapá em 2017, e ganhou repercussão nacional pela qualidade e sensibilidade com que foi criada.

Autoconhecimento nas telas

A obra “Solitude”, dirigida e roteirizada pela artista Tami Martins, foi o primeiro filme de animação feito no Amapá com recursos da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

A produção, que também recebeu financiamento do 1º Edital de Produção Audiovisual, concorre à categoria ‘curta-metragem de animação’ no mesmo prêmio.

A história mostra a busca da protagonista “Sol” pelo autoconhecimento e a mudança pessoal após o término conturbado de um relacionamento amoroso.

Nos 15 minutos da animação em 2D são retratados lugares conhecidos dos macapaenses: como o Igarapé das Mulheres, no bairro Perpétuo Socorro, que também já inspirou outras obras, como a canção de Osmar Júnior, que leva o mesmo nome no trecho que fica na orla de Macapá.

“Assim como o Solitude, o Utopia é mais uma produção resultado do 1° Edital do Audiovisual do Amapá de 2017 […]. Dois filmes amapaenses, dirigidos por mulheres negras, sendo indicados pela 1ª vez a esse prêmio, mostra a potência do audiovisual do Amapá. Para mim é uma grande honra estar representando nosso estado ao lado da imensa Rayane Penha, que além de inspiração constante para mim, é também uma grande amiga”, contou Tami Martins.
Em 2021, a animação ganhou o troféu Redentor de melhor curta-metragem na 23ª edição do Festival do Rio, o maior da América Latina.

Fonte: G1 Amapá.

“Modern Love”: sobre os amores do século XXI – Por Fernanda Fonseca

Por Fernanda Fonseca

A citação de Liev Tolstoi, escritor da obra Anna Karenina, traduz bem o espirito da relativamente nova série da Amazon Prime “Modern Love”, cujos oito episódios derivam de uma famosa coluna do The New York Times com o mesmo nome.

A coluna em questão já existe faz algum tempo (mais de uma década pra falar a verdade) e se tornou um dos pontos mais populares do conhecido jornal estadunidense, que passou a carregar em suas páginas crônicas que estão longe de retratar apenas relatos românticos. No começo desse ano, a editora Rocco publicou uma coletânea das melhores histórias de Modern Love, organizada por Daniel Jones que selecionou algumas das crônicas mais interessantes e peculiares dentro dos quinze anos de existência da coluna norte-americana. Assim, Modern Love: histórias reais de amor, perda e redenção cumpre bem o seu papel de guiar o leitor por eventos bem pessoais, que longe de serem ideais e perfeitos, mostram a realidade do amor em todas as suas formas de manifestação. Um homem termina seu quarto encontro promissor numa sala de emergência. – Uma advogada com transtorno bipolar vivencia os altos e baixos do namoro. – Um homem divorciado, na casa dos 70, contempla a beleza e os escombros de antigos relacionamentos. Essas são só algumas das narrativas presentes no livro, algumas que chegaram até a ter seu próprio episódio na série, sendo personificadas por figuras ilustres como as atrizes Anne Hathaway e Tina Fey.

Essa que é, pra mim, a beleza da obra – tanto no livro quanto na séria – a sua pluralidade. Nem todas as histórias são necessariamente divertidas de assistir (ou de ler), mas mostram como o amor não tem apenas uma definição e pode se manifestar de formas bem confusas e, às vezes, até mesmo embaraçosas. Mas é isso que torna Modern Love tão tocante, porque, de uma forma ou de outra, é familiar. Todo mundo tem uma história de amor porque todo mundo já amou alguém. E eu não estou falando só do tipo de amor que te deixa completamente apaixonado e fora de si. Amar um amigo, por exemplo, também é amar. Na série, a gente consegue ter um vislumbre dessa perspectiva no primeiro episódio intitulado “Quando o porteiro é o seu homem principal”, que traz a construção da amizade entre uma mulher grávida e o porteiro do seu prédio que, durante muitos anos, foi a figura masculina mais constante e presente em sua vida. A escolha dessa crônica para inaugurar os oito episódios da temporada é interessante, já que, por não protagonizar o amor romântico, serve como um prefácio para os telespectadores, anunciando que a série vai muito além do que seria convencional ao retratar relacionamentos.

Outro ponto interessante é como Modern Love foge da ideia do que seria um “final feliz” para cada história. Aprendi a gostar dessa abordagem porque, por mais frustrante que possa ser algumas vezes, é real. Em comédias românticas “tradicionais” nos acostumamos tanto em assistir desfechos fabulosos, com flores, corridas em aeroportos e declarações de amor profundas que esquecemos que na vida cotidiana as coisas podem não acontecer exatamente assim. É satisfatória a existência de uma obra que consiga dialogar com a realidade dos relacionamentos contemporâneos, mesmo que essa realidade não seja ideal. Em “No hospital, um interlúdio de clareza”, por exemplo, acompanhamos uma história de amor que até poderia progredir, mas no final não é isso que acontece. Nela, o primeiro encontro de Rob e Yasmine acaba na emergência, após um acidente que abre um corte consideravelmente grave no braço do rapaz e ele precisa ser socorrido e levado ao hospital. Embora seja visível no decorrer do episódio uma aproximação entre os dois (devido principalmente aos acontecimentos e circunstâncias peculiares), o desfecho não é promissor. A trama do quase casal se encerra em clima de despedida e, por mais decepcionante que seja para o telespectador que se afeiçoou à ideia dos dois juntos, o final não é necessariamente negativo, ele apenas é o que é. Assim como na história de Rob e Yasmine, na vida real nem todo primeiro encontro termina em um grande romance.

O meu episódio favorito da série acabou sendo o último. Não me entendam mal, todos os oito episódios têm o seu charme, mas “A corrida fica mais doce perto de sua volta final” para mim foi o mais tocante. A narrativa que acompanha a capacidade do amor de se reinventar e se reerguer independente do estágio da vida é algo realmente especial. A história começa com uma sensação de ausência, e mesmo que não seja verbalizada, ela é perceptível porquê de alguma maneira você como telespectador sente que falta alguém. E esse pressentimento é confirmado quando conhecemos a trajetória de Margot e Kenji, um casal de idosos que se conheceram correndo (literalmente) e, desde então, mesmo com o peso da perda de companheiros passados, criaram um amor novo e só deles. E foi verdadeiramente bonito enquanto durou, porém descobrimos mais a frente do episódio que em algum momento da vida dos dois juntos Kenji adoeceu e não resistiu, deixando Margot. Não vou falar exatamente o que acontece no final (isso fica pra quem se interessar e decidir mergulhar no universo da série), mas o que posso dizer é que a mensagem que fica é, além de gratificante, certeira, pois de uma forma confirma a escolha da série em apostar no amor como algo que se recria e que surge todos os dias e em qualquer lugar.

Modern Love está longe de ser algo perfeito, mas o saldo deixado é de um universo de narrativas tão abrangentes que é impossível não refletir sobre as múltiplas possibilidades do amor e o quão longe nós como sociedade chegamos em termos de respeito e aceitação à individualidade.

* Fernanda Fonseca é estudante do 4º semestre de jornalismo na Universidade de Brasília (UnB). É criadora do escrevi Elas, um site sobre cultura pop e que tem como objetivo discutir cinema, literatura e TV sob uma perspectiva de gênero e feminista.

Fonte: Escrevi Elas.

Visita aos Quilombos: Àreas remanescentes podem ao mesmo tempo melhorar a qualidade de vida dos moradores e receber os turistas do Amapá

Foto: Diário do Amapá

Por Cléber Barbosa

Assim como milhões de turistas estrangeiros visitam o Pelourinho, em Salvador, as áreas remanescentes de Quilombo do Amapá podem perfeitamente ter um incremento na qualidade de vida de seus moradores se tiverem implantados conceitos de sustentabilidade de abertura à cadeia produtiva do turismo.

A Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro), órgão do Governo do Amapá, iniciou um projeto para um diagnóstico oficial das comunidades quilombolas do Amapá, o que pode impulsionar essa enorme vocação.

Através de trabalho de campo (pesquisa), o objetivo é fazer um levantamento das condições em que vivem os moradores dessas regiões e ainda conversar com lideranças e moradores, para apontar as necessidades em setores como saúde, educação, transporte, comunicação, segurança pública, dentre outros.

Estrutura – “Nas ações que desenvolvemos já temos uma noção do que precisam em termos estruturais. No entanto, a ideia aqui é elaborar um estudo oficial das condições em que vivem os moradores desses lugares, para termos mais dinamismo e rapidez na elaboração de ações afirmativas e políticas públicas para elas”, Pedro Alencar.

Fonte: Diário do Amapá.