Negros e negras amapaenses viram foco de exposição fotográfica

Até o dia 20 de dezembro os amapaenses amantes de fotografia podem desfrutar da exposição fotográfica “Identidade”, Preces, Louvores e Batuques do Quilombo do Curiaú revelam a identidade amapaense através dessa exposição fotográfica.

Após despertar a atenção, curiosidade e interesse de espectadores nas cidades de Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ e Fortaleza-CE, por onde circulou através do projeto Preces, Louvores e Batuques do Quilombo do Curiaú, que foi selecionado no Edital de Ocupação das Unidades da Caixa Cultural 2019-2020, o fotógrafo Paulo Rocha traz ao Amapá o projeto.

A ideia é proporcionar a sociedade amapaense um mergulho em sua própria ancestralidade. A exposição faz parte de um projeto de difusão da cultura presente no Quilombo do Curiaú, evidenciando a visualidade contida nas manifestações do Batuque e do Marabaixo, seus ritos sagrados e profanos, seus mestres e mestras, sua identidade, seu lugar.

No foco das lentes de Paulo Rocha, negras e negros amapaenses se colocam na condição de protagonistas da história do Amapá, fortalecendo narrativas acerca de sua contribuição na religiosidade, na culinária, na cultura, enfim, no modo de ser do povo daqui.

Através das artes visuais é evidenciada a fé de um povo que pela grande repressão e assédio que sofreram e ainda sofrem, até bem pouco tempo atrás não se assumia enquanto quilombola, negra e adepta de religiões de matrizes africanas. Para isso, Paulo Rocha acompanhado de suas câmeras, lentes e sensibilidade artística, imergiu por 05 (cinco) anos em festas religiosas e profanas, coletando imagens onde o Batuque e o Marabaixo, travestidos em preces, louvores e batuques, exultam a riqueza cultural presente no Quilombo do Curiaú e sua gente.

Como resultado, o artista consegue fotografias que vão além da imagem, apresentam-se impregnadas de uma poesia que faz transbordar o belo, invisível à primeira espiada. Um belo que contrasta com a própria história retratada, regada à preconceito e desvalorização.

De acordo com o fotógrafo, o desejo desta produção cultural é ressaltar a beleza e a diversidade advindas da negritude que miscigenou este país, oprimida pelas culturas de massa com o passar dos anos, transformando o projeto em um processo de autoafirmação. “Aqui, a cultura negra apresenta-se em festa, e para tanto, contaremos com o que temos de melhor, nossa fé e nosso respeito aos saberes e fazeres ancestrais. Vale ressaltar que o Curiaú foi o primeiro quilombo reconhecido no Estado do Amapá e o segundo do país.

Lá, apenas 8 quilômetros da Cidade de Macapá, cerca de 489 famílias remanescentes de quilombolas lutam para manter viva a história dos seus antepassados, seja por meio da oralidade de mestres griôs, por suas festas religiosas ou pela sonoridade do marabaixo, ritmo usado pelos escravos para amenizar o sofrimento nos porões dos navios negreiros e considerado a maior expressão cultural amapaense. Este projeto visa aumentar a autoestima dos moradores do Quilombo do Curiaú, ao reafirmar sua importância histórica para o desenvolvimento regional, que hoje influencia a produção artística local em diversos segmentos artísticos e culturais”, destaca, Paulo Rocha.

Segundo o curador, Claudio Silva, o projeto ressalta a importância do Batuque e do Marabaixo no processo de desenvolvimento social, artístico e cultural do Estado do Amapá, catalogando, divulgando e salvaguardando ritos profanos e sagrados que compõem seus ciclos, através de uma exposição fotográfica que nos possibilite imergir na identidade cultural do estado, ampliando a compreensão acerca do pensamento artístico e do gosto pela arte. “Olhando de fora para dentro, esperamos com a execução deste projeto, possibilitar um amplo conhecimento acerca das culturas populares, tradicionais e identitárias, presentes no Estado do Amapá, inserindo-a no cotidiano da sociedade amapaense, despertando nestes, o sentimento de pertencimento às causas e questões por ela levantadas. Olhando de dentro para fora, esperamos elevar a autoestima de nosso povo negro, evidenciando a beleza intrínseca a seus ritos, sagrados ou profanos. A beleza da fé expressa em cada um deles. A beleza do conhecimento e do respeito à ancestralidade. A beleza da pele negra e do cabelo crespo.”

Além da Galeria D’Paulo&Oliete, no Centro Comercial de Macapá, a exposição também percorrerá espaços culturais da zona norte e do Curiaú com apoio da Secretaria de Estado da Cultura, onde o projeto foi contemplado através do Edital Circula Amapá.

Serviço:

Exposição fotográfica: IDENTIDADE (14 a 20/12/2022)
Artista: Paulo Rocha
Local: GALERIA D’PAULO&OLIETE – Sala Oásis (Av. Padre Júlio Maria Lombaerd, 252. Centro – Macapá – Amapá)
Entrada gratuita – Agendamento através do telefone 96984124600

Exposição fotográfica “IDENTIDADE”, de Paulo Rocha

IDENTIDADE é um projeto de difusão da cultura presente no Quilombo do Curiaú, evidenciando a visualidade contida nas manifestações do Batuque e do Marabaixo, seus ritos sagrados e profanos, seus mestres e mestras, sua identidade, seu lugar. Ele opera na perspectiva de contribuição ao enriquecimento sociocultural da população brasileira, quando através do registro fotográfico do Batuque e do Marabaixo, legítimas manifestações culturais do povo negro, adotada enquanto referências culturais do Amapá, difundimos sua produção artística e cultural, atribuindo especial atenção às culturas populares, tradicionais e identitárias no desenvolvimento social da comunidade onde se insere.

Após despertar a atenção, curiosidade e o interesse de espectadores nas cidades de Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ e Fortaleza-CE, por onde circulou através do projeto Preces, Louvores e Batuques do Quilombo do Curiaú, selecionado no Edital de Ocupação das Unidades da Caixa Cultural 2019-2020, Paulo Rocha quer possibilitar à sociedade amapaense, um mergulho em sua própria ancestralidade.

Olhando de fora para dentro, espera-se com a execução deste possibilitar um amplo conhecimento acerca das culturas populares, tradicionais e identitárias, presentes no Estado do Amapá, inserindo-a no cotidiano da sociedade amapaense, despertando nestes, o sentimento de pertencimento às causas e questões por ela levantadas. Olhando de dentro para fora, esperamos elevar a autoestima de nosso povo negro, evidenciando a beleza intrínseca aos seus ritos, sagrados ou profanos. A beleza da fé expressa em cada um deles. A beleza do conhecimento e do respeito à ancestralidade. A beleza da pele negra e do cabelo crespo.

Serviço:

Exposição fotográfica “IDENTIDADE”, de Paulo Rocha
(14 a 22/12/2022)
Artista: Paulo Rocha
Local: GALERIA D’PAULO&OLIETE – Sala Oásis (Av. Padre Júlio Maria Lombaerd, 252. Centro – Macapá – Amapá)

Assessoria de comunicação

Torcer para o Botafogo – Crônica de Marcelo Guido

Crônica de Marcelo Guido

Torcer para o Botafogo é ter a certeza de ter sido escolhido, abençoado com uma dádiva divina pelos próprios Deuses da bola.

Torcer para o Botafogo é duvidar dos caminhos certos e sentir na pele o deslumbre complexo e sonhar com vitórias, é ter a certeza apenas no final, sendo muitas vezes a máxima correta é que “tem coisas que só acontecem com o Botafogo”.

É estar do lado de Armando Nogueira, João Saldanha e do velho lobo Zagalo. É saber que Nilton Santos, a enciclopédia , já defendeu o manto listrado , que Mauricio desafogou 22 anos de espera, que Dodô brindou com belos tentos e que Túlio sempre tinha algo a dizer.

Torcer para o Botafogo é driblar os problemas da vida, deixando para trás desnorteadas as angústias como verdadeiros “Joãos” , que nem fazia um certo Mané que encantou o mundo.

Torcer para o Botafogo é ter a alcunha sagrada de ser Botafoguense, é não desistir nunca, é sempre olhar para frente, é vislumbrar vistorias impossíveis e fazer acontecer, é gargantear feitos históricos e guardar na lembrança as conquistas sagradas que já aconteceram.

É vestir preto e branco como clássico, é listrar a vida pelos caminhos mais tortuosos , quem espera moleza jamais receberá algo tão sagrado. É Esperar pelo futuro próspero e saber que ainda o melhor está sempre por vir.

É honrar a “7” mais que a “10” e nunca abandonar o time, é saber que não se explica, se sente. Como a verdadeira e mais pura paixão. É beijar a estrela como única e vibrar com Loco Abreu fazendo o tempo parar.

É sorrir como Emil, é ser lutador como Gonçalves, é derramar lágrimas contra injustiças, mas antes de tudo é sempre acreditar no impossível e ser o Glorioso.

Torcer para o Botafogo é saber que no caminho da estrada dos louros há um faixo de luz que tem a estrela solitária como guia, e saber que desde 1907 é o campeão .

Texto dedicado a Bruno Juarez, Marco Antônio, Marlon Coutinho, Alexandre João, Caio e Vinicius.

*Marcelo Guido é Jornalista , Pai da Lanna e do Bento e Maridão da Bia.

Poesia de agora: O eclipse – Bruno Muniz

Eclipse lunar ocorrido em novembro de 2015 – Foto: Elton Tavares

O eclipse

Aí o sol foi ficando moreno,
foi ficando pequeno,
e se mudou pra lua.
Aí não tinha mais o dia,
nem existia a noite;
tinha o sereno queimando na pele.
Aí são Jorge ficou nu,
a primavera dava manga,
chovia margarida.
Então eu comprei um óculos de lua
e fui à praia vazia;
conheci tanta gente legal!

Eclipse lunar ocorrido ontem, 16 de maio de 2022 – Foto: Maksuel Martins

Mas de tanto calor,
a lua se cansou:
– Você tá me sufocando.
– És tão bela, pena que acordas a cada dia numa fase diferente.
E o sol decidiu se mudar.
Então a lua fez-se cheia, minguante, crescente;
se enfeitou de estrelas,
mas o amor ja tinha se partido.
Nessa partilha,
não se sabe ao certo
quem foi mais triste ou mais alegre.
Sabe-se que esse amor eterno
se acabou na primeira manhã minguante.
Vai ver que de certo na vida,
sejam só as noites;
sejam só os dias;
mas se um eclipse te aparecer,
aproveita.
Vai ver só vai acontecer de novo daqui a cem mil anos.
Vai ver o segredo do ser-pra-sempre
possa estar escondido
entre a humildade de nos reconhecermos frágeis
e a vaidade de sermos tão fortes,
mas tão dependentes da felicidade.

Bruno Muniz

Fotógrafo Max Renê gira a roda da vida. Feliz aniversário, amigo! – @max_rene

Com o Max, em 2013.

Sempre digo que o jornalismo me deu muitos amigos. Sim, trouxe inimigos também, mas pra estes eu não ligo. Hoje, uma dessas figuras paid’éguas com quem tive a honra e o prazer de trabalhar, muda de idade. Gira a roda da vida, nesta quinta-feira (3), o excelente fotógrafo, Max Renê Santana.

Talentoso fotojornalista, pai amoroso de dois caras, marido apaixonado, vascaíno sofredor convicto e meu parceiro, Max já me ajudou incontáveis vezes e sou grato por isso. Renê é um figura discreto, trabalhador (cai dentro do trampo como poucos que conheço), sereno, bem humorado, ultra-prestativo, batalhador e muito responsável. Assim como eu, Renê cumpre as missões dadas e gosto de profissionais assim.

Conheci o brother em 2011. Trabalhamos juntos na assessoria de comunicação do Governo do Amapá e construímos uma relação recíproca de brodagem e paideguice.

O cara é tão bom como fotógrafo institucional , quanto publicitário, pois Renê é um cara que estuda a fotografia. Acompanhei seu crescimento como retratista e o amigo se tornou mestre no ofício de congelar momentos com pixels. Ele é Phoda!

Cobri pautas com o Max de 2011 até hoje

Sempre brinco com Max sobre uma vez que ele quase me matou, mas é uma história impublicável, sobre uma presepada engraçada. A gente sempre ri dessa merda (risos).

Max Renê é, sobretudo, um homem de caráter, companheiro fiel e um cara do bem. Sua amizade é preciosa pra mim. Mesmo que a gente passe tempos sem nos vermos ou nos falarmos, sempre torço pelo sucesso dele. Ah, se alguém falar mal dele, desconfie dessa pessoa, pois esse doido é demais de boa. Quem sabe um dia trabalharemos juntos novamente. Seria mesmo muito porreta!

Uso a citação de outro querido amigo, o experiente jornalista Édi Prado, sobre meu sentimento em relação a pessoas como Max Renê: “a gente não sabe quais os motivos dos nossos encontros nessa vida ou quais os motivos que nos levar a gosta de alguém. Mas acho que o que vale mesmo é o sentimento de carinho e demonstração de amor enquanto estamos vivos. Se o que temos pra lembrar são os momentos e as fotografias“.

Com o Max, em 2019.

Max, velho amigo, que tu sigas ilustrando a escrita da vida com tuas belas fotos, sempre com esse sucesso de espalhar a alegria com as pessoas que divides essa existência. Tu és um cara porreta e eu dou valor no senhor. Que teu novo ciclo seja ainda mais produtivo, rentável e paid’égua. Parabéns pelo teu dia. Saúde e sucesso sempre. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Poema de agora: Rodovia JK – Ricardo Iraguany

Rotatória do distrito da Fazendinha, entre Macapá e Santana, na Rodovia JK — Foto: Breno Melo/Bee Movie

Rodovia JK

Andando pela rodovia JK
Foi que senti vontade
De escrever um blues
Com o sol no marco zero do Equador a pico
Quase quarenta graus
Aqui parece o Missipi
Mas é Macapá
Terra de marabaixo
De umbanda e de louvor
Onde o toque da gaita
É o tum, tum, tum do tambor
Na pegada, na levada
Do Frenético afro som
Onde o toque da gaita
É o tum,tum, tum do tambor

Ricardo Iraguany

Exposição fotográfica virtual marca os 31 anos da posse dos primeiros desembargadores do TJAP

Como dizia o fotógrafo francês e considerado o pai do fotojornalismo, Henri Cartier-Bresson: “a fotografia é capaz de captar uma eternidade instantânea”, e é por meios das fotos que eternizamos momentos e criamos histórias. Com este objetivo de relembrar memórias e de conhecermos um pouco mais a história do Judiciário Amapaense, inaugura hoje (25) a exposição fotográfica virtual “Primeiros passos da Justiça do Amapá” em comemoração aos 31 anos da posse dos seis primeiros desembargadores do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), marco inicial para a instalação da Justiça Estadual. Acesse aqui o link da Exposição.

Em formato de um site produzido pelos fotógrafos da Assessoria de Comunicação do TJAP, Flávio Lacerda e João Magnus, com fotos devidamente catalogadas e selecionadas por meio da curadoria dos servidores Marcelo Jaques de Oliveira (Historiador) e Michel Duarte Ferraz (Museólogo), a exposição apresenta ao grande público fatos históricos, como por exemplo, registros da sessão solene que instalou a Justiça do Amapá, realizada na sala do Tribunal do Júri do antigo Fórum de Macapá, localizado na Rua Independência, atual sede da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção do Amapá (OAB/AP), ocorrido em 25 de janeiro de 1991.

Na ocasião tomaram posse seis desembargadores: Dôglas Evangelista Ramos, Honildo Amaral de Melo Castro, Mário Gurtyev de Queiroz, Gilberto de Paula Pinheiro, Luiz Carlos Gomes dos Santos e Benedito Leal de Mira (falecido). A Corte foi complementada em março do mesmo ano, com a nomeação do sétimo desembargador, Marco Antônio da Silva Lemos, também oriundo da magistratura.

Estes instantes mágicos da Mostra convidam todos os internautas para uma viagem no tempo, na qual poderão prestigiar como foi o início do processo da Justiça de interiorização por meio da criação das comarcas, postos avançados e juizados itinerantes e como ampliou-se a prestação jurisdicional e hodiernamente com a aplicação de recursos modernos de gerenciamento e tecnologia.

“Nestes trinta e um anos, o Judiciário do Amapá passou por grandes mudanças e seguimos mirando em nossa missão dada em 1991 – de aplicar a lei, garantir direitos e promover a paz social. É um desafio grande e constante”, afirma o desembargador Gilberto Pinheiro, decano da Corte Amapaense.

Serviço:

Assessoria de Comunicação Social do Tribunal de Justiça do Amapá
Central de Atendimento ao Público do TJAP: (96) 3312.3800

Hoje é o Dia do Fotógrafo #diadofotógrafo #Macapá #amapá

Hoje (8) é comemorado o Dia do Fotógrafo e da Fotografia. Acredita-se que a data é relembrada no Brasil por conta da chegada do daguerreótipo, vindo de Paris (FRA). Segundo um artigo publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional, o aparelho de Louis Jacques Daguerre embarcou na madrugada de 25 de setembro de 1839, chegando à América do Sul em 8 de janeiro de 1840.

O fotógrafo, de acordo com o conceito da palavra, “é um profissional que elabora fotografias estáticas ou dinâmicas. Eles atuam em áreas diversas, como fotografia de filmes, fotojornalismo, fotografia de publicidade, fotografia de natureza, fotografia de moda, aerofotografia, fotografia subaquática, fotografia documental, fotografia de guerra e fotografia panorâmica”.

Viajo pelo interior do Amapá registrando a beleza da nossa floresta – Foto: José Seixas.

Até aí, nenhuma novidade; mas o lance que diferencia um fotógrafo de um reles apertador de botão é a sensibilidade, o olhar, o talento de capturar imagens. Os verdadeiros fotógrafos sacam os elementos necessários para obter uma boa foto. Por exemplo, eles percebem que tipo de luz, qual ângulo e tantos outros elementos para seus registros. É preciso muito estudo e conhecimento para se tornar grande nesta área.

Existem meros apertadores botão, como eu, que registram imagens pelo simples prazer de congelar momentos ou meramente por gostar de fotografia. Mas este post é uma homenagem aos fotógrafos de verdade, os profissionais.

Sabem aquela famosa frase: “uma imagem vale mais do que mil palavras”? Pois é, tem muita gente que faz fotos que não precisam de um grande texto ou legenda. Admiro quem é capaz de fazer fotografias deste tipo.

Já trabalhei com muitos fotógrafos, a maioria deles muito bons e uma minoria nem tanto. Admiro muitos deles. Alguns pelo talento, outros pelo profissionalismo e aqueles que são grandes amigos.

Portanto, hoje homenageio estes profissionais, que às vezes não são reconhecidos, mas que são fundamentais para o jornalismo. Minhas homenagens aos repórteres fotográficos e aos fotojornalistas que fazem fotos com maestria, muitas das vezes colocando poesia em pixels.

É por meio das lentes desses profissionais que conseguimos ver o que acontece em nossa cidade, país e mundo. Eu particularmente, me encanto com uma bela foto, seja artística ou jornalística.

Meus parabéns vão principalmente aos amigos: Maksuel Martins, Márcio Pinheiro, Aog Rocha, Adson Rodrigues, Bernadeth Farias, Gabriel Penha, Daniel Alves, Vandy Ribeiro, Regi Cavaleiro, Alexandre Brito, Jorge Junior, Sal Lima (o mais doido e brother que conheço), Alex Silveira, Kise Machado, Kurazo Okada, Geová Campos, Toninho Junior (Javali), Kitt Nascimento, Hellen Cortezolli, Sérgio, Silva, Jaciguara Cruz, Gê Paula, Chico Terra, Marcos Xis, Max Renê, Alcinéa Cavalcante, Marcelo Corrêa, Cleito Souza, Erich Matias, Rui Brandão, Flávio Cavalcante, Floriano Lima, Raimundo Fonseca, Gilberto Almeida, Juvenal Canto, Marcelo Loureiro, Nicole Cavalcante, Luciana Macedo, Ewerton França, Paulo Rocha, Kallebe Amil, Lee Amil, Halanna Sanches, Camila Karina, Rosivaldo Nascimento, Fabiano Menezes e Márcia do Carmo (a fotógrafa mais boçal do Amapá).

Desejo a todos estes amigos o melhor ângulo, a câmera mais porrada, a melhor imagem e, é claro, ainda mais sucesso.

Ah, é preciso citar o velho fotógrafo Antônio Sena, o nosso querido “Paparazzi”, que foi fotografar no céu, há quatro anos. Papa, “in memoriam”, que fique registrado, onde estiver, você é brother!

A fotografia, cujos progressos são imensos e que está, a nosso ver, mui bem classificada entre os materiais das artes liberais, fala aos olhos e detém cativos os curiosos fatigados” – Eça de Queirós.

Elton Tavares

Poema de agora: “Mítica” – Ricardo Iraguany

Foto: Elton Tavares

“Mítica”

Rasguei o soneto
Não quero quartetos
Não quero tercetos
Eu quero os guetos
Eu quero os becos
Eu quero olhar tórpido das ruas
A lua nua e crua
Mítica musa
Para eu deleitar.

Ricardo Iraguany

Inside Out Project Mãe: Um Retrato será realizado em Macapá

Macapá é uma das cidades escolhidas para fazer parte do Inside Out Project – “Mãe: Um Retrato”, que está acontecendo em outros estados brasileiros onde mães são fotografadas em espaços públicos que expressam a identidade cultural das cidades. A fotógrafa Marcia do Carmo foi convidada para participar do projeto em Macapá, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de dezembro, em dois pontos turísticos da cidade, Mercado Central e Parque do Forte.

A ideia deste Inside Out Project é tornar visível para o mundo o trabalho invisível das mães, independente de raça, cor, gênero, orientação sexual ou origem social. A partir do tema “Mãe: Um Retrato”, a ação debaterá a saúde mental das mulheres na maternidade no Brasil, com foco nos desafios e impactos gerados pela pandemia.

As mães que participarem do projeto serão fotografadas nas cinco regiões do Brasil e terão a oportunidade de se expressar sobre o tema e de ter a fotografia do seu rosto imprensa no Rio de Janeiro, na Cidade do Samba, onde estarão mais de 2.000 retratos, em Março de 2022.

Idealizadora do Projeto é Nina Soutoul, mãe do Zion e co-diretora da Casa Amarela Providência no Morro da Providência, RJ, que depois de se tornar mãe e conhecer as “aventuras” da maternidade de primeira viagem em meio à uma pandemia, teve a ideia de realizar o projeto e dar voz às mães, buscando auxiliar outras mães a enfrentar as situações desafiadoras e diferentes realidades dentro da maternidade.

Para ajudar no projeto, Nina chamou a Veronica Linder para se juntar na produção acreditando no poder do trabalho coletivo para uma proposta dessa amplitude. Veronica Linder é mãe solo das gêmeas Alice e Bia, empreendedora de “A Mulher que Engoliu o Mundo” e Podcaster no “Senta Direito Garota”, entre outros.

Em Macapá, a fotógrafa Márcia do Carmo conta com a ajuda da jornalista Aline Brito, da social mídia Israele Façanha.

Como Participar?

As mães que queiram ser fotografadas devem ir até o Mercado Central e Parque do Forte e se dirigir à equipe do projeto, que estará com banner de identificação.

No sábado, 18 de dezembro, as fotos estarão sendo produzidas na área externa do Mercado, no horário de 9h as 12h. No domingo o cenário é o Parque do Forte, de frente, no horário de 13h às 17h.

Assessoria de Comunicação do Inside Out Project Mãe

Poema de agora: O Playground equatorial – Júlio Miragaia (@juliomiragaia)

Foto: Rafaela Bittencourt

O Playground equatorial

As crianças se desafiam
E se equilibram
Na linha do equador
Como se a queda fosse
Em direção a um precipício

Enquanto o sol se põe
Para dentro das sombras de setembro
O chão do Marco Zero amornece
Depois de ali cumprir turno
A quentura indomável do dia

Foto: Júlio Miragaia

O céu olha para as duas crianças
Equilibradas na linha do equador
E inveja a doce capacidade
De fazer playground
Na pétrea anatomia
Do meio deste mundo.

Júlio Miragaia

Ai, meu Jarí – Por Débora Venturini

Foto: Gabriel Flores

Por Débora Venturini

Quem nunca viu o Amazonas
Nunca irá entender a vida de um povo
De alma e cor brasileiras
Suas conquistas ribeiras...”

Joãozinho Gomes é mesmo um gênio. Do porte daqueles poetas que a gente aprende a gostar já na escola…e vai nos acompanhando ao longo da vida. Dos melhores. Ah, João, vc me faz chorar com tanta beleza, vc sabe disso. Vc viu. João fala como ninguém de uma cultura que pra mim, paulista, está muito distante. E pra muita gente ainda é mais longe. Mas eu digo, o Amapá é logo ali. Depois de dois voos, eu desembarquei no aeroporto de Macapá no início desse mês, mas diferente das outras vezes em que lá estive, eu fui pra Santana, pegar um barco, o João Bruno II. O destino era Laranjal do Jari e o acesso, era o próprio Rio Amazonas. O caminho não seria percorrido de uma só vez, a viagem foi como aquelas que a gente vai parando o tempo inteiro…igual ao ônibus que encosta pra pegar passageiro. Mas era um barco parando pra buscar histórias pelas comunidades ribeirinhas. O barco grande parava perto dos afluentes e então, com as voadeiras, eu seguia pelos rios, conhecendo profundamente quem de fato é que tem alma e cor brasileiras. E então eu passei a ver o Brasil mais lindo que o Brasil não conhece. Rio Preto, Rio Maracá, Rio Ajuruxi, Rio Ariramba, Rio Cajari e finalmente o Rio Jari. E junto desses rios e de matas que mais parecerem um quadro, fui visitando comunidades como as de São José, São Jorge, Santo Antônio, Maranata, Macedônia, Canaã, São Pedro, Filadelfia, Betel, Santa Ana, Paraíso e depois o Distrito de Jarilândia, Vitória do Jari e finalmente, Laranjal do Jari, meu destino final, “Ai, meu Jari”.

Foto: Gabriel Flores

E quantas histórias eu ouvi. A técnica de enfermagem que operava milagres ao socorrer os acidentados ao longo do rio; as mãos pretas do rapaz que colhia açaí de dia e de noite tocava o teclado na igreja; a menina que tinha o sonho de ser doutora; o garoto que só queria uma roça pra poder casar e ter filhos; a mãe que se orgulhava de ter o filho dono do armazém e do baile da comunidade. E tinha o almoço na panela, um jacaré, e tinha panela, quanta panela brilhante numa parede de uma casa linda. Palafitas, construções que de tempos em tempos precisam avançar pela mata porque o rio vem se aproximando. Ouvi o rei da comunidade, que mesmo casado, namorou a cunhada e a sogra; passei na rua que tem nome de…de…bem, deixa pra lá, e ah, soube que lá tinha um barco com nome parecido ao do Titanic, rs…Ai, meu Jari…me surpreendi com o senhor que achou um tesouro português no fundo da casa; entendi a realidade dos jovens através de um jovem vereador, que pouco estudou, mas teve a mãe, líder comunitária, como sua professora de luta. Conheci como funciona a plantação, o comércio do açaí, que é de lá, o melhor do Brasil, e que se come junto com o peixe e a farinha. E não vem com esse papo de granola não…isso é coisa de paulista. E ainda tem a castanha…Tomei tanto café pra ouvir tudo isso, um melhor que o outro. Um conto mais rico que o outro.

Foto: Gabriel Flores

Tinha rede no barco pra dormir, não tinha rede de internet pra se conectar, mas sai com uma rede imensa de pessoas, histórias, lembranças e que já se transformaram em saudade (obrigada equipe linda!! Que gente querida).

Foto: Gabriel Flores

A viagem foi uma imersão. Pra pesquisar, entender, construir, contribuir, conectar e emocionar. Não se faz uma viagem dessas e volta a mesma pessoa. Na verdade, eu ainda não sei se voltei. Ainda guardo aqui dentro imagens tão fortes, as vozes ribeirinhas, o cheiro do mato, a beleza do Rio Amazonas, a alegria das crianças nadando…a cultura mais rica, iluminada e perfeita que eu pude sentir, mas no sentido mais profundo que a palavra cultura nos permite entender. Lá, é onde a gente fica à flor da pele, e não se consegue segurar. Sim, eu chorei, de felicidade, de deslumbramento, de gratidão.

Foto: Gabriel Flores

E atenção: pra cuidar daquelas bandas de lá, só mesmo alguém muito sensível. Não é pra qualquer um, há de se ter conhecimento de sobra, coragem de um herói, verdade nos olhos e amor que transborde. E ali, naquele barco, estavam pessoas que amam demais esse lugar, que respeitam, que sabem traduzir cada uma daquelas histórias e construir novas, com toda delicadeza. E com toda competência. E eu vi de perto, alguém que estava ali, vivendo cada minuto daquela expedição com vontade. Com verdade. Obrigada por essa experiência, Clécio Luis Vieira! Você como ninguém é gente de lá, e é disso que aquelas pessoas precisam! Valorizar, reforçar que aquilo tudo que eu vi é de vcs! #peloamapáinteiro, sua trilha! Vá e abrace isso tudo!

Foto: Gabriel Flores

E com o violão do grande Enrico Di Miceli, com as participações de artistas esplêndidos e amados como Fineias Nelluty, Adelson Preto, Brenda Melo, Alan Gomes, Ariel Moura e tantos outros que ali estavam, eu ouço em um coro lindo, já em terra firme, os últimos versos de Jeito Tucujú. A canção, hino perfeito e feito em parceria com Val Milhomem, Joãozinho Gomes, o gênio, diz que quem não conhece o Amazonas, “Não contará nossa história / Por não saber ou por não fazer jus / Não curtirá nossas festas tucujú / Quem avistar o Amazonas nesse momento / E souber transbordar de tanto amor / Esse terá entendido o jeito de ser do povo daqui.” João, vc disse tudo.

Foto: Gabriel Flores
Foto: Gabriel Flores

*Débora Venturini é assessora de comunicação e produtora cultural.

Exposição “Reflexões cotidianas, Amazônia aleatória” segue aberta para visitação até o dia 17 de setembro, no Sesc Centro

Foto: Aog Rocha

A exposição “Reflexões cotidianas, Amazônia aleatória”, do fotógrafo e artista visual Aog Rocha, aberta no dia 19 de agosto,  segue aberta para visitação até o dia 17 de setembro no Sesc Centro. A mostra fotográfica, que possui 20 imagens expostas, conta com curadoria do produtor cultural Cláudio Silva.

A exposição faz parte do projeto Entre Artes – 2021. Na mostra, Aog Rocha, por diversas vezes, o artista recorre literalmente ao reflexo produzido mediante o espelhamento da imagem, para tecer novos olhares acerca da condição humana, sua relação com o lugar onde se insere e algumas divagações. Nela, Aog Rocha, artista de muitas possibilidades, apresenta 20 (vinte) composições fotográficas utilizando-se dentre muitas técnicas, do espelhamento de imagem, que se apresentam acompanhadas de poemas reflexivos, especialmente criados para exposição pela poeta e escritora Pat Andrade, que conduzem o espectador a repensar outras possibilidades de conexões humanas. Condições estas que independem de recursos tecnológicos avançados, perpassam pelo sentir e pelo treinamento do olhar, capacitando-o para diagnosticar a obra de arte no dia-dia, desprovida de interesse estético-conceitual.

Foto: Aog Rocha

As temáticas são variadas e nos convidam a refletir sobre fé, moradia, educação patrimonial, agitação urbana, natureza e infância, por ora de forma aleatória, por ora extremamente conectadas e embricadas. Bricolando realidades em prol do futuro que almejamos construir. Dentre as composições fotográficas apresentadas, equipamentos distintos: câmeras DSLR e smatphones, em todos os casos, digitais, foram utilizados, apresentando resultados que se confundem, tornando impossível tal identificação.

Serviço:

Exposição “Reflexões cotidianas, Amazônia aleatória”, do fotógrafo Aog Rocha
Local: Sesc Centro, localizado na Rua Tiradentes, 998, Centro de Macapá.
Período de visitação: até 17 de setembro de 2021
Mais informações Aog Rocha (8114-4546)e Claudio Silva (96-98114-965).

Assessoria de comunicação da Exposição