A Origem

Eu adorei o filme “A Origem”, mas esse texto, que critica o longa, é muito legal. Leiam:
A Origem
A Origem é uma daquelas obras feitas com o objetivo de provocar celeuma e discussão. É um sonho dentro de um sonho dentro de um sonho? Ou é uma metafora sobre qualquer coisa que o espectador tenha em mente? Nada disso, o diretor Christopher Nolan fez provavelmente o filme de assalto mais confuso da história do cinema…
Sim, o elogiado argumento de A Origem, escrito por Christopher Nolan não tem nada de complexo. É um filme sobre um assalto com direito a todos os clichês do gênero. Só que o furto vai ser realizado na mente da vítima. Na verdade, ao invés de roubar o grupo de larápios vai inserir uma ideia. É simples assim.
A trama começa quando Dom Cobb (Leonardo DiCaprio), um “extrator” de ideias que ainda estão dentro da mente das pessoas, tenta roubar o empresário Saito (Ken Watanabe). O plano fracassa e Dom descobre que no Japão os homens de negócio são realmente vingativos. Então precisa fazer um acordo se quiser continuar vivo para comer sushi em outro dia.
Saito quer que ele recrute um grupo de especilistas para fazer algo extremamente difícil: plantar uma ideia. O processo se chama Inception, daí o nome do filme. O objetivo é colocar uma ideia na mente de um executivo Robert Fischer (Cillian Murphy). Se tudo funcionar, esse pensamento deve destruir o império erguido pelo pai de Fischer, Maurice (Pete Postlethwaite), que está prestes a morrer.
Infelizmente, Dom parece reticente em aceitar a missão. Tudo por que essa habilidade em inserir uma ideia teria dado causa à morte de sua mulher, Mallorie (Marion Cotillard). Sim, Mal é interpretada pela mesma atriz que deu vida a Piaf. E, convenhamos, o casamento deve ter acabado por que ele não aguentava mais ouvir Je Ne Regrette Rien…
De qualquer forma, para atingir a mente do executivo, Dom Cobb continua tendo ao seu lado Arthur (Joseph Gordon-Levitt), que o ajudou em missões de extração de ideias. Porém, a dupla é incapaz de realizar sozinha uma missão tão complexa. Ele recruta então Eames (Tom Hardy), um falsário, que muda de aparência nos sonhos. Algo útil para enganar a vítima. Além disso é preciso garantir que todos estejam em um sono profundo. Por isso, Yusuf (Dileep Rao), um químico, que cria sedativos (certo, no Rio de Janeiro isso tem outro nome, mas deixa pra lá) é contratado para o projeto.
Por fim, surge Ariadne (Ellen Page). Esta é uma personagem curiosa, pois funciona como uma arquiteta de sonhos. Ela desenha na mente da vítima o sonho. E isso é que vai permitir acessar determinada área do subconsciente e plantar a ideia. Ariadne, diga-se de passagem, faz perguntas demais. Sempre interessada no passado de Cobb.
Nem é preciso dizer que o plano perfeito de Cobb vai por água abaixo e logo ele se vê obrigado a improvisar. Principalmente por que Mal está em seu subconsciente disposta a atrapalhar tudo. Com isso a equipe tenta plantar a ideia e retornar a salvo.
A Origem mostra que o Christopher Nolan sabe como reciclar clichês. Ou seja é a mesma coisa de sempre só que completamente diferente. A montagem trabalha em três níveis de sono diferente. Cada um com detalhes e problemas a serem enfrentados. Há, claro, o quarto nível de sono que é o do espectador no cinema…
P.S.1 – Muitas pessoas questionam o final do filme por ser aberto, por não haver uma explicação. Neste ponto, a ZeroZen é obrigada a concordar com o diretor. Explicação a gente dá para porteiro quando chega bêbado em casa às 5h da manhã.
(The Inception, EUA, 2010) Direção: Christopher Nolan. Elenco: Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Ken Watanabe, Cillian Murphy, Tom Berenger, Michael Caine, Lukas Haas, Tohoru Masamune, Tom Hardy. Duração: 148 minutos.

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