A situação das bibliotecas públicas no Brasil foi tema de roda de conversa promovida pelo MP-AP

Nesta quinta-feira, no Complexo Cidadão Centro, foi realizada uma roda de conversa do projeto “As Bibliotecas Públicas do Estado do Amapá: diagnóstico situacional”, que vem sendo desenvolvido pelo Ministério Público do Amapá (MP-AP), como formar de contribuir ativamente para o fortalecimento de uma rede estadual de incentivo à leitura.

Para fortalecer o diálogo com os profissionais locais, o MP-AP convidou a professora Dr. Maria Mary Ferreira, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que ministrou a palestra “Bibliotecas Públicas e Escolares no Contexto das Políticas Públicas”. Antes dos debates, teve contação de história conduzida pela socióloga e escritora Ângela Carvalho (Angelita).

Em seguida, o procurador de justiça Nicolau Crispino, representando a procuradora-geral de Justiça, Ivana Cei, e a coordenadora do Centro de Estudo e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), procuradora Socorro Milhomem Moro, fez a apresentação da palestrante e reforçou a importância do evento.

“Essa roda de conversa faz parte do projeto capitaneado pela Biblioteca do MP. Destaco a valorosa contribuição da nossa bibliotecária, Leididaina Silva, que teve a ideia e conduz – na prática – todas as atividades. Queria mais uma vez lembrar a importância que o livro tem na vida de todos nós e da necessidade de fortalecermos essa luta, que visa dar acesso à leitura a todas as pessoas, especialmente as crianças. Seja muito bem-vinda ao Amapá professora sinta-se abraçada por todos nós”, manifestou.

Dra. Mary Ferreira inicia sua palestra falando de democracia, como um horizonte em constante construção, e seguiu fazendo a distinção entre os limites da atuação estatal no liberalismo e o estado democrático de direito, onde os poderes públicos são regulados por normas e leis, que impedem o exercício arbitrário, ilegítimo e o abuso de poder.

Para a pesquisadora, é essencial fazer esse recorte para contar a história do Brasil e as marcas deixadas por todos os governos nas políticas públicas educacionais. Dra. Mary recordou, por exemplo, a contribuição dos bibliotecários na época do regime militar, quando ajudaram a salvar acervos literários preciosos.

Na sequência, a professora falou sobre cidadania e conceito de políticas públicas, até chegar a descoberta das bibliotecas escolares no processo de mudanças nas políticas de educação. “O fracasso do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) demonstra que não basta distribuir livros, é necessário qualificar essa ação pública agregando profissionais qualificados da área da leitura”, reforçou.

Acesso universal

Outro tópico importante debatido na roda de conversa foi a Lei nº12.244/2010, que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do país. “Os sistemas de ensino do Brasil deverão desenvolver esforços progressivos para que essa universalização seja efetivada no prazo máximo de dez anos (2020), respeitada a profissão do bibliotecário”, frisou a palestrante.

Ao final, a Dra. Mary também traçou o perfil ideal do bibliotecário escolar. “Deve ter capacidade de liderar e coordenar as atividades e programas; senso de observação e atuação no processo de ensino-aprendizagem”.

Participaram da abertura, ainda, o servidor do MP-AP Adalberto Nascimento Costa, representando o promotor de Justiça de Defesa da Educação, Roberto da Silva, e a presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia (CBR2), Izabel Cristina de Carvalho Mendes.

Breve apresentação da palestrante Maria Mary Ferreira:

• Professora Associada do Departamento de Biblioteconomia e do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Maranhão;
• Pós-Doutorado pela Universidade de Coimbra/Portugal (2018);
• Doutorado em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista (2006)
• Mestrado em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Maranhão (1999);
• Especialização em Metodologia do Ensino Superior (UFMA, 1995);
• Possui Especialização em Organização de Arquivos pela USP (1991);
• Graduada em Biblioteconomia (1981).

SERVIÇO:

Ana Girlene
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Estado do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

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