Crônica de Marcelo Guido
Catarse imensa da vida, 90 minutos que decidem quem é herói ou vilão. A cada partida uma história de glória, tristeza ou as duas. Rivalidade imersa em um amor desigual por bandeiras, cores e símbolos, o futebol é a mágica essência da humanidade.
Os deuses da bola brincam com sentimentos humanos, que são os mais obtusos, a raiva se limita ao fulgor do alívio exacerbado de gol. Uma virada heroica no campo adversário.
Levantar um troféu e aplaudir um lance que desafia física. A perfeição de um passe que rasga o gramado verde e encontram atacantes ávidos por fazer sorrir quem torce a favor.
Desavisados, mal amados dizem ser “só um jogo”, se esquecem de que se trata do “Jogo”, não é esporte. Futebol não é exato, não é previsível, futebol é jogado.
Onze contra onze, levando nas costas a responsabilidade de fazer milhões sonharem, de construir um caminho rumo a vitórias, títulos e ao coração do torcedor, futebol é vida.
Um guarda metas que assegura com a própria existência que a pelota não vai balançar suas redes, zagueiros duros como pedra, meio campo habilidoso, laterais corredores e atacantes com faro, a receita ideal para se seguir sorrindo.
A bola, a senhora de tudo, a donzela a ser disputada, que esteja sempre a nosso favor e que não se atreva nunca a entrar na baliza errada, que os ventos sempre a levem a área adversária e que nunca seja contra a gente.
O gol, o momento sublime de todas as realizações, não se tem registro maior de uma carga de adrenalina do que tal momento a ser gritado, aplaudido, comemorado ou sonhado.
O futebol une pessoas, para guerras, transforma vidas. Desafia a lógica e desmente os fatos.
Não tem favorito, dá crédito científico a superstição e banha em fé quem está presente.
Quatro linhas que delimitam o espaço, dois tempos de 45 e uma infinidade de emoções postas a prova a cada ano, a cada rodada. Seja peleja, seja pelada seja o que for, nada é mais emocionante que uma partida de futebol.
19 de Julho é o dia nacional do Futebol.
*Marcelo Guido é Jornalista, pai da Lanna e do Bento e maridão da Bia.
1 Comentário para "Ah, o Futebol – Crônica de Marcelo Guido"
Bacana. Uma poesia do futebol.