Amapá descobre urnas funerárias e cemitério indígena da Ilha de Marajó


Arqueólogos do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) comemoram a descoberta de urnas funerárias da cultura marajoara no sítio arqueológico da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Em uma das escavações há indícios de que os antigos habitantes do arquipélago do Marajó, no Pará, trocavam informações com comunidades do Amapá.

As 37 peças de cerâmica achadas no sítio têm estilos diferentes. Entre elas está o marajoara, típico dos povos indígenas do Pará. Com a descoberta, os arqueólogos acreditam na possível troca de experiência entre as culturas vizinhas que apesar da grandeza do rio Amazonas, superaram o isolamento e a distancia.

O que chamou mais atenção da arqueóloga Mariana Cabral é o esforço que os indígenas tiveram para cobrir uma área tão grande com pedras para a marcação do cemitério. Há sinais da existência de diferentes grupos na mesma área, o que é incomum, na avaliação da pesquisadora. Ela disse, ainda, que o Amapá recebeu influência cultural de vários lugares, até mesmo da Guiana Francesa.

A construção da universidade permitiu a descoberta de vários pequenos sítios na área que o prédio ocupa. As peças arqueológicas, em geral urnas funerárias, estão sob guarda do Iepa que trabalha na restauração dos achados. O instituto pretende mostrar à comunidade a importância dessa descoberta para a história do Amapá.

Distante apenas alguns centímetros de profundidade da escavação onde estavam as urnas funerária havia um cemitério indígena de um hectare. As escavações ocorreram em menos de 100 metros quadrados.  A hipótese dos arqueólogos é que em toda a área existam pelo menos 5 mil urnas funerárias indígenas.

Os achados ainda estão bem preservados. As urnas  foram descobertas em 1997 durante as obras do campus  marco zero da universidade na capital. Apenas em 2008 as pesquisas e escavações iniciaram.

Parte das descobertas está no núcleo do Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Amapá. O acervo conta com ossadas de mais de 900 anos e urnas funerárias indígenas com mais de mil anos.

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