Artesãos do AP e turistas reclamam do fechamento da Casa do Artesão

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Por Jéssica Alves

A Casa do Artesão, um dos principais pontos turísticos do Amapá, localizada no Centro de Macapá, está de portas fechadas desde o dia 30 de dezembro de 2015, segundo a Associação dos Artesãos do Amapá. A situação está provocando reclamações, tanto dos artesãos, que alegam prejuízos por não poderem comercializar os produtos, quanto de turistas que tentam visitar o espaço.

absurdo11De acordo com a Secretaria de Estado de Trabalho e Empreendedorismo (Sete), o fechamento do espaço ocorrerá pelo menos até o domingo (10), para a realização do balanço das atividades de 2015. Segundo a presidente da associação, Claudia Penafort, há mais de um ano o local funciona em horário reduzido. Ela diz que com a falta de visitação, os prejuízos aumentaram.

“Desde o final de 2014 a Casa do Artesão funciona somente das 9h até as 13h e, depois desse horário, muitos turistas que vêm visitar o ponto encontram as portas fechadas. Isso já era um prejuízo e agora, com este fechamento, a situação piorou para nós, que dependemos das vendas desses produtos. Assim fica difícil”, reclamou Cláudia.

A artesã Vera Lucia Carvalho, de 51 anos, diz que é a primeira vez que absurdo111viu a Casa do Artesão fechar as portas para visitação. Ela conta que, ao perceber que poderia ter prejuízos, montou um ponto para vendas em frente ao prédio turístico.

“Comercializo meu produto aqui, mesmo com as portas fechadas, e garanto minhas vendas, além de oferecer o que os turistas procuram, já que com a casa fechada, ele praticamente faz uma viagem perdida. Mas penso nos colegas que expõem na casa, amargam prejuízos. Aqui é um espaço turístico, não pode ficar fechado, principalmente em época de férias”, lamentou.

absurdo1111O professor Otavio de Brito, de 34 anos, mora na cidade de Curitiba, no Paraná, e está visitando Macapá para a realização de uma pesquisa. Ele diz que pretendia conhecer a Casa do Artesão, mas encontrou o local fechado. “A cidade perde muito com essa falta de informação e espaços para visitas”, opinou.

O turista encontrou o ponto de vendas da artesã Vera Lúcia e comprou uma lembrança do Amapá. “Pelo menos consegui garantir um produto genuinamente do Amapá. Mas é preciso que o poder público ou iniciativa privada se sensibilizem sobre o turismo local”, falou.

A estudante Joice Frank, de 32 anos, vive na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, e diz que veio ao Amapá para passeio, mas ficou decepcionada quando encontrou a Casa do Artesão fechada. “É decepcionante querer conhecer os espaços do Amapá e encontrá-los fechados. É época de férias, os turistas querem conhecer, mas encontram essa situação”, lamentou.

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Museu Sacaca

A presidente da associação também reclamou que a loja do artesão que funciona no Museu Sacaca, no bairro Trem, Zona Sul da cidade, deve encerrar as atividades, porque aluguéis passaram a ser cobrados, segundo ela, e isso inviabiliza a permanência dos artesãos no local.

“Tínhamos esse espaço cedido para os artesãos. Mas a partir de janeiro, a direção do Museu Sacaca começou a cobrar aluguel da associação no valor de R$ 300. Não temos condições financeiras para pagar. Estamos ali para valorizar os trabalhadores. O artesão produz e vende sua mercadoria por um preço simbólico de até R$ 1”, disse.

Cláudia reclamou, também, da falta de apoio do poder público aos artesãos: “Nós não temos apoio. O governo diz que o valor cobrado a título de aluguel seria um valor simbólico, mas para a associação é um valor muito alto. Nossa situação está muito difícil”, lamentou.

Em nota, a Sete informou que após a realização do balanço de atividades, que foi decidido em acordo com a associação, será planejado o calendário de atividades para 2016 e que o espaço será reaberto no dia 11 de janeiro, das 9h às 18h30. Além disso, segundo o governo, um edital de licitação para reforma do espaço foi lançado na sexta-feira (8).

A direção do Museu Sacaca e Instituto de Pesquisas do Amapá (Iepa) foram procurados pela reportagem do G1 para esclarecimentos, mas as soliticações de entrevista não foram respondidas até esta publicação.

Fonte: G1 Amapá

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