Às vezes, é preciso “botar quente” – crônica escrita por conta de uma história de bar

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Fernando Canto, Fernando Bedran (centro) e eu – Bar da Euda – 2012.

Se tinha uma coisa que eu adorava quando bebia no Bar da Euda, era escutar as histórias do meu amigo Fernando Bedran. Fernandinho é um sábio malandro, no bom sentido, claro. Por conta de seus causos, devaneios e pontos de vista paid’éguas, meu irmão, Emerson Tavares, diz que o Bedran “é melhor que tira-gosto de charque para tomar umas cervas”.

Ver_o_Peso_antesDurante uma de nossas conversas regadas a cerveja, Fernandinho, que é contra qualquer tipo de violência, contou que, certa vez, precisou usar a força. Segundo ele, em uma fase de nossas vidas é preciso “botar quente”.

Bedran contou-me que tinha vinte e poucos anos, na década de 80, e trabalhava no Ver-o-Peso, velho centro comercial de Belém (PA), e estudava à noite. Por causa de suas atribuições profissionais, faltava muito às aulas.

Por conta disso, um professor começou a perseguir o nobre amigo, mesmo após explicar a situação ao educWHIPLASH - 2014 FILM STILL - JK Simmons as Fletcher - Photo Credit: Photo Credit: Daniel McFadden Courtesy of Sony Pictures Classicsador, que se manteve irredutível. Para completar, o tal docente da escola que Bedran estudava o ridi

 

cularizava na frente dos colegas de classe. Comportamento que, segundo Fernandinho, era comum com todos os alunos, mas acentuado em relação ao Fernando.

“O cara era um “pentelho escrotal arruinado, um verdadeiro cri-cri”, desabafou Fernandinhgoverno-opressoro.

Passados alguns meses naquela patinhagem, Bedran se aporrinhou com a maquinagem pesônica do professor em relação a ele. E foi indagar o educador, que logo lhe disse: “quer saber, você não assistirá mais minhas aulas. Fora daqui!”.

Fernando disse que tentou e tentou, sem sucesso, resolver a situação. A reprovação era certa, já que ele não frequentava mais as aulas do nojento professor. Foi quando ele foi meditar no boteco, depois de um dia de trabalho, e decidiu cancelar sua matrícula.macaranduba-claudio-manoel---vou-dar-porrada-1382737334672_956x500

Ao adentrar na escola, rumo à secretaria, Fernando Bedran passou pela sua turma e lá estava o dito cujo dando aula. Ao olhar para o professor, o debochado abriu um cínico sorriso, com um estranho ar de vitória e superioridade.

Foi quando Fernando Bedran explodiu e disse:

“Grande corno filho da puta e desconfio que és pederasta. Mete a cara que eu vou te dá-lhe é porrada!”.

Aí ele fez a merda:

“Elton, dei uma minafrangolino_cachorro de porrada no filho da puta. E tu pensas que a galera apartou? Porra nenhuma! O pessoal vibrou com a surra que dei no frescão”, vibrou Fernandinho (e eu também!).

Resultado: Bedran foi expulso da escola, mas com a alma lavada. É, como elEueFernandoBedran-300x231e mesmo disse no início da história: “é preciso “botar quente”. Boto fé!

Essa foi só uma das inúmeras aventuras do Fernandinho, figuraça que alegra nossas noites quentes, assim como as cervejas geladas.

Vida longa ao espirituoso Bedran, dono de um dos melhores papos que conheço, principalmente nos botecos da cidade.

Elton Tavares

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