Crônica de Marcelo Biz
Hoje seria teu aniversário. Eu te ligaria para dar felicitações e dizer o que está óbvio no meu olhar: que te amo.
No final do dia, como em todas as tardes, eu correria para abrir a porta para atender ao teu chamado tão peculiar. E você daria aquele sorriso que te deixava com os olhos quase fechados; aquele sorriso que me desmoronava – e me desmoronaria hoje definitivamente. Tomaríamos cerveja e faríamos o que mais me extasiava: Conversar por horas e horas até o momento da cama.
Com tristeza parei gradualmente de ler teu horóscopo a fim de saber como seria teu dia; o meu, nunca li. Teus cantores favoritos, não os ouço mais, e a camisa da qual arrancaste os botões no momento de volúpia deixou de existir. Há alguns anos eu jamais imaginaria que, em relação a nós dois, tudo seria futuro do pretérito.