Ato é realizado contra o ‘revogaço’ da Saúde Mental e o desmonte do SUS

Diante da tentativa do Ministério da Saúde de revogar portarias que estruturam a Política Nacional de Saúde Mental, o Movimento da Luta Antimanicomial e a sociedade civil amapaense promoveram um ato como forma de defender as políticas públicas que tornaram ao longo dos anos o atendimento psicossocial mais humanizado.

Com participação de profissionais da saúde e usuários do sistema público, o protesto aconteceu na quarta-feira, 16, em frente ao Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-AD), na zona sul de Macapá. A manifestação foi pacífica e contou com depoimentos de manifestantes e apresentações artísticas.

Segundo a Coordenação da Rede Estadual de Atenção Psicossocial/Saúde Mental, os CAPSs no Amapá, AD e Gentileza (que acolhe pessoas com crises, distúrbios ou perturbações), chegaram a somar cerca de 20 mil de atendimentos neste ano, mesmo com as restrições recomendadas para evitar o contágio do novo coronavírus.

De acordo com uma das organizadoras do ato, Anne Pariz, o “revogaço”, como ficou conhecido o anúncio do governo federal, traz um retrocesso sobre as conquistas relacionadas ao atendimento humanizado e evolução nos tratamentos de saúde mental. O ato também é contra o desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Esse ato é o pontapé inicial do nosso calendário de lutas em um momento em que o governo federal relata que vai fazer um revogaço de mais de 100 emendas relacionadas à saúde mental, e ameaça o fechamento dos CAPSs “, explicou Anne Pariz.

Há 10 anos a professora e artista Lia Borralho, de 42 anos, é atendida pelo CAPS. Ela destaca que acompanha ao longo dos anos o descaso com a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A usuária do sistema público também relata a falta de psiquiatras e distribuição de medicamentos.

“Para nós, isso é um grande ataque aos sistemas que atuam com essa demanda de saúde mental como os CAPSs. Os centros já passam por alguns anos por um processo de precarização e sucateamento, e estamos aqui para lutar por melhorias”, disse.

Movimento da Luta Antimanicomial
Texto: Jorge Abreu

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