Avatar, o filme

                                                                               Por J. Tavares, direto do ZeroZen

Como vocês sabem, adoro textos críticos e com boas doses de humor. Na semana passada, eu, Dan e Camila fomos ao cinema de Santana (por sinal, muito melhor do que os de Macapá) assistir Avatar. Fiquei fascinado pelo filme, a película tem referências indígenas e mitológicas, nos remete a idéia que a biodversidade que existe na nossa Amazônia foi multiplicaca mil vezes, enfim, o filme é muito bom.
Pesquisando na net, encontrei este texto no site ZeroZen, no endereço: http://www.zerozen.com.br/video/avatar.htm, além de muito bem escrito, ele é muito engraçado e ácido, faz o filme parecer idiota. Discordo do texto, mas vale a pena ler, é muito divertido. Aí está:

O diretor James Cameron levou quase uma década para lançar Avatar nos cinemas. Gastou mais de 400 milhões de dólares para narrar a história de seres azuis que vivem no meio de uma floresta em harmonia com a natureza. Tanto esforço, tempo e dedicação para contar uma biografia não-autorizada dos Smurfs?

Sim, Avatar se sustenta em efeitos especiais. Não tenha dúvida de que James Cameron se esmerou nesse quesito. Muitas tecnologias foram desenvolvidas para o filme como câmeras que filmam em 3D superleves. Pena que não sobrou nada do orçamento para investir no roteiro que é uma colcha de retalhos feita com todos os clichês possíveis e imagináveis.

A trama se passa em Pandora um planeta distante que atrai a ganância de uma empresa mineradora. Os executivos, entre eles o ambicioso Selfridge (Giovanni Ribisi), estão de olho no valioso unobtanium, que existe em abundância no local. Ou seja, mesmo no distante ano de 2154 o imperialismo segue firme e forte…

De qualquer maneira existe um problema. O planeta, rico em fauna e flora, é habitado pelos Na´Vi. Eles são azuis e têm três metros de altura. Apesar de os humanos oferecem tudo que a nossa cultura tem de melhor (armas de destruição em massa, bebidas alcoólicas, videogames, fast-food e reality-shows) os nativos só querem saber de curtir a natureza. Eles passam o dia cavalgando dragões alados, usando arco e flecha, e emitindo grunhidos bizarros para expressar alegria ou raiva. Sim, são uns verdadeiros ripongas que só faltam vender incenso nas esquinas (isso se houvesse esquinas em Pandora…)

Esse tipo de comportamento irrita o Coronel – e dublê de Duke’n’Nukem – Miles Quaritch (Stephen Lang). As tentativas diplomáticas se arrastam e com os interesses crescentes no planeta e a impaciência dos militares cresce exponencialmente. Somente a piloto – e garota propaganda de óculos-escuros – Trudy Chacon (Michelle Rodriguez) parece ter um pouco de compaixão pelos habitantes nativos. Então surge o Jake Sully (Sam Worthington), fuzileiro naval paraplégico. Ele viajou cinco anos da Terra até Pandora.

O sujeito foi recrutado para trabalhar projeto Avatar, que consiste na transferência temporária da mente humana para o corpo (avatar) de um Na’Vi. Por que justamente ele? Simples, foi substituir seu irmão gêmeo, que morreu acidentalmente e já tinha sido treinado para o projeto em Pandora. Logo, Jake se junta a um grupo de cientistas liderados pela Dra. Grace (Sigourney Weaver).

A doutora tenta há anos compreender a cultura Na’Vi. Ela também é uma estudiosa da flora e fauna de Pandora. Por isso, sabe que o ambiente é um dos mais hostis que possa haver para os humanos. Apesar de todo o seu esforço os avanços são pequenos. Como uma guerra parece ser iminente, o Gargamel, digo, o coronel Quaritch fica feliz em ter um soldado trabalhando no projeto Avatar. Ele quer receber informações que possam ajudá-lo a destruir os Smurfs, digo, os Na’Vi.

Jake rapidamente mostra a que veio e se torna um parceiro dos Na’Vi. Seu avatar é aceito na comunidade. É como se fosse o Orkut ou Facebook da vida real. Em pouco tempo seu perfil está lotado de amigos. Então os smurfs decidem contar todos os seus segredos a um atento fuzileiro. No meio dos ensinamentos ripongas ele passa a sentir uma atração amorosa por sua mentora entre os Na’vi, Neytiri (Zoe Saldana). Então vai chegar um momento em que – clichê dos clichês – o apaixonado soldado terá que escolher o lado que tomará no inevitável conflito.

Em tempo, James Cameron ainda sabe filmar sequências de ação. No meio caos, é possível saber exatamente o que está acontecendo e quem luta contra quem. Coisa rara de acontecer no cinema atual (os maiores exemplos de incompetência nesse quesito: Senhor dos Anéis e Transformers). Aliás, o combate final parece muito com um faroeste tecnológico. Só que o diretor torce descaradamente pelos índios…

Avatar, mesmo sendo um exemplo no uso do 3D, é um filme feito para ser superado. Claro o ambiente de Pandora é impressionante. Cada planta, cada criatura, parecem mesmo reais. O nível de detalhe chega ao ponto de a língua falada pelos Na’Vi ser criada por linguistas. Certo, mas e daí? Em pouco tempo, vai surgir algum efeito mais revolucionário que vai deixar os 10 anos de trabalho de James Cameron na lata de lixo da história. Quem mandou não investir mais de cem dólares no roteiro?

(Avatar, EUA, 2009), Direção: James Cameron, Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Michelle Rodriguez, Sigourney Weaver, Giovanni Ribisi, CCH Pounder, Stephen Lang, Joel Moore, Laz Alonso, Dileep Rao, Peter Mensah, Matt Gerald, Wes Studi, Duração: 166 min.
  • Entre cliches, analogias com a vida real, amor e natureza, o fato do cara bater recordes dos recordes, significa dizer que essa fórmula funciona e tá na cara que é isso todo mundo ainda (e talvez) sempre queira ver, só que cada vez mais tecnologicamente interessante.

    Camila Karina

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