Cachoeira da Fumaça: uma descoberta no meio de árvores centenárias do Amapá

Por Railana Pantoja

Se você gosta de aventura, adrenalina e de ambientes isolados da cidade, com certeza precisa conhecer a Cachoeira da Fumaça. Não à toa, o nome da corredeira localizada na divisa de Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio, faz jus ao cenário que se vê: com a intensidade das águas caindo sobre as pedras, é possível visualizar uma fumaça subindo.

O acesso de carro ou moto é através do ramal do Cachaço, no município de Serra do Navio. Na entrada da comunidade é possível ver uma placa indicando distância de 16 KM até a Cachoeira.

Mais adiante, entrando à esquerda de um novo ramal, outra placa indica que faltam cerca de 5 KM para a chegada ao destino final. Este novo ramal é o de maior dificuldade para acesso, porque foi recentemente aberto e ainda está passando por serviços. Mas, é também o que mais tem árvores centenárias enormes e cantos diversos de pássaros.

Após os 5 KM, haverá uma bifurcação. E aí, você para o carro, desce e escuta o som da cachoeira lá longe se misturando aos outros sons da natureza. Em seguida, vá à esquerda e após aproximadamente 300m busque local para estacionar o seu veículo, isso porque após essa distância não é possível ainda seguir de carro ou moto. Portanto, você seguirá fazendo uma trilha em meio à mata virgem num ramal estreito, marcado por solo rochoso e com rejeitos de minério.

Depois de tanto percorrer ramais, você desce a última ladeira e já recebe a recompensa de todo o perrengue: a Cachoeira da Fumaça. Exuberante e escondida, a Cachoeira tem quedas d’água intensas e geladas, perfeitas para relaxar. E você deve estar se perguntando: quem descobriu esse lugar? E a resposta é simples: Amiraldo Barbosa, morador da região. “Ela foi encontrada há muitos anos pelo meu avô, Amiraldo Barbosa. Ele estava caçando na região, ouviu barulho de corredeira e seguiu até que encontrou a cachoeira. Naquela época, você se apossava das propriedades e ele começou a levar a família, então, passou a ser um local nosso. Quando meu avô faleceu, a propriedade ficou para minha avó e ela distribuiu entre todos os filhos”, detalhou Ana Carolina, neta de Amiraldo.

Em época de pandemia, a avó tem buscado se refugiar em uma pequena casinha que fica ao lado da cachoeira. Por isso, a família pede que os visitantes sejam cuidadosos e avisem com antecedência a ida. “Ela foi pra lá se refugiar, então quando chega gente de fora ela fica num desespero total, porque as pessoas chegam e vão para beber, deixam o local poluído. Ela fica muito triste com isso. A gente tem o cuidado de pedir para as pessoas avisarem antes a ida, pra saber se pode, se a vovó estará lá. Se ela não estiver, não tem problema algum, a gente autoriza e a pessoa se responsabiliza por deixar tudo limpinho. Gostamos que as pessoas frequentem e queremos que conheçam, tanto que estamos mandando limpar o ramal de acesso e estamos preparando mais placas, além de uma cerca, para que tenhamos um controle e cuidemos do meio ambiente”, pediu.

A família Maciel, que tem como matriarca Nazira Maciel, é bastante conhecida nos dois municípios que fazem divisa com a Cachoeira e tem bastante apego emocional com o lugar. É por isso que pedem aos visitantes bastante cuidado com o meio ambiente. “As pessoas pensam que é um lugar público, aí vão com música alta, levam latinhas e garrafas de cerveja e refrigerante, deixam sujo, e a gente tem todo cuidado. Agora que estamos tomando conta pra valer, cortamos algumas árvores com risco de queda, fizemos um estudo na área e retiramos aquelas com iminência de queda, justamente pra não machucar turistas ou alguém da família mesmo. Agora vamos fazer a limpeza e reflorestamento”, finalizou Ana.

Para avisar sobre a ida à Cachoeira da Fumaça, é possível contactar Ana Carolina através do número (96) 99130-7600.

Fonte: Diário do Amapá.

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