Professor do curso de Teatro lança livro sobre cantora Clara Nunes

Considerada uma das maiores intérpretes do país, a cantora mineira Clara Nunes faria 70 anos em 2022 se estivesse viva. Suas músicas eram recheadas de referências da cultura afro-brasileira e suas apresentações eram verdadeiras performances cênicas que traziam o diálogo entre o corpo, a música e o teatro. A análise da performance cultural da artista é tema do livro “O Corpo como Texto: Clara Nunes e a Performance da Fé”, de autoria do docente do curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Amapá (Unifap), prof. Dr. Emerson de Paula, e pode ser adquirido no link https://www2.unifap.br/eetc/publicacoes/.

A obra traz a tese de doutorado em estudos literários do prof. Dr. Emerson de Paula. A pesquisa do docente analisou a trajetória de Clara Nunes a partir do seu contato com a musicalidade afro-brasileira, especificamente o samba, que a leva às manifestações religiosas afro-brasileiras.

“A ideia [da pesquisa] surgiu porque eu sou das artes das cenas, sou cantor, então esse trabalho de teatro e música, o ato performático sempre me interessou. Como houve boa aceitação da tese e também indicação para publicação, além de ser uma forma de colaborar com os estudos sobre Clara Nunes, uma vez que estamos celebrando seus 70 anos de nascimento, resolvi publicar o livro, nos formatos e-book e impresso”, explica Emerson de Paula.

Emerson de Paula foi o primeiro discente do Doutorado interinstitucional em Estudos Literários a defender a tese. O doutorado foi uma parceria entre a Unifap, Instituto Federal do Amapá (Ifap), Universidade do Estado do Amapá (Ueap) e o Programa de Pós-graduação em Estudos Literários (PPGELI) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.

“O livro é uma contribuição para os estudos das manifestações afro-brasileiras nas artes das cenas, em específico na temática da performance cultural, uma temática que tem tudo a ver com o contexto do Amapá, de uma Amazônia negra, e coloca em evidência mais uma produção de uma docente da Unifap”, ressalta Emerson.

SINOPSE

Em seu livro, Emerson de Paula convida o seu leitor a adentrar no universo do rito, da religiosidade e da fabulação, para, a partir desses lugares de ancestralidade e memória, iluminar as formas de encontro com as corporeidades negras em suas relações com a arte, a vida e a performance. Tudo é mediado com base na obra performativa e fonográfica de Clara Nunes, que se configura como instrumento para que o autor possa discutir sobre o que denomina como encruzilhadas epistemológicas. Neste caminho de imersão na obra da cantora-performer, o autor apresenta as noções de corpo x espaço, corpo x traje (no traje que cria o corpo x o corpo que cria o traje) e o corpo x texto, que, em suas palavras, é “aquele que escreve/inscreve palavras visuais, imagens faladas, sons que dançam. É um corpo em diálogo com aquilo que constitui a corporeidade brasileira: a performatividade afro-ameríndia” (Marcos Antônio Alexandre – UFMG/CNPq).

Serviço:

Jacqueline Araújo
Assessoria Especial da Reitoria – Assesp/Unifap
(96) 98138-9124
[email protected]
Foto: Capa do livro (Divulgação)

Poema de agora: Artimanhas – Pat Andrade

Casal de poetas Marcelo Abreu e Pat Andrade – Foto: arquivo Pat Andrade

ARTIMANHAS

eu adivinho teus olhos
por trás dos livros
e escrevo mil poemas
sobre eles

ensaio sorrisos
por trás da máscara
e invento causos
pra te fazer sorrir também

misturo as cores da tarde
com as estrelas da madrugada
capto sutilezas
antes que a eterna
nostalgia nos alcance

quebro a ampulheta
arranco os ponteiros do relógio
quero parar o tempo
mesmo sabendo
ser impossível

congelo o momento
para guardar na fotografia
te distraio com flores raras
e anuncio discretamente
o meu amor

Pat Andrade

Gino Flex, o Rei dos Malucos de Macapá – Crônica de Elton Tavares (Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”)

Ilustração de Ronaldo Rony

Em novembro de 2013, dia 12, precisamente, morreu o artista, músico, inventor do Clube do Vinil, Dj oficial de encontros memoráveis e Rei dos Malucos de Macapá, Gino Flex. Não sei quantos anos ele tinha, mas acho que eram quase 60 verões.

Conheci o Gino em 1997, ainda com meus 20 e poucos e curta estrada na boemia da capital amapaense. O cara era querido por todos.

E não é porque morreu não.

O cara era do naipe do fictício Quincas Berro D’Água e do real Charles Bukowski.

O estilo de vida era “de boa”, verdadeiro ode à boemia e hedonismo. Sim, o velho Gino era “brother”. Gino Flex estava internado há dias com complicações no fígado. Chegou a ser operado, mas não resistiu. Que sua passagem para a outra vida seja como foi nessa, leve.

“A vida manda os seus sinais, basta ter o coração aberto e ser amalucado o suficiente pra entender” – Cabo Martim, personagem do livro “A morte e a morte de Quincas Berro D’água”, de Jorge Amado.

Vira e mexe, lembro do Gino Flex, o Rei dos Malucos de Macapá. Ali foi figuraça!

Até a próxima vez, Gino!


*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.

Poema de agora: Terceiro poema para João – Carla Nobre

Terceiro poema para João

Eu nem pude curtir teu aniversário, João
Tua partida repentina deixou os remédios da pneumonia inteiros
Não vai morrer por aí, João
O presidente fica falando essas besteiras
Que gripe não mata
Covid não mata
E você só pode estar acreditando, João
Quanta decepção com você
Quanto bolo não repartido
Quantos parabéns não ditos
Quanta saudade, João
Aquilo que não vivemos
Estala no meu peito
Como a flecha ancestral
Dos tupinambás


O presidente é insano
Mas eu sei o que mata
O amor mata, João
Tô morrendo devagar sem você
Eu sei que não devia
Mas todo amor tem essa agonia
Mas eu não vou dar esse gostinho ao presidente de me ver sofrendo por você
O presidente não merece minha nostalgia
Eu não vou dizer


Que vou sobreviver por você, João
Farei isso pela democracia
Vou chorar por ti mais uns dias
Te garanto que volto em outubro
Afinal o amor, João
Não pode ser maior que a revolução

Carla nobre

Rumo ao pó das estrelas – Crônica de Fernando Canto

 

Crônica de Fernando Canto

Como o silêncio é uma árvore dormindo e um oco à espera do desejo, expresso meu princípio e estratégia de beijar-te perante o fogo do amor e o som das palavras.

Não justifico esta vontade só pelo prazer de interpretar metáforas, pois tudo urge no rio em seu curso indômito, sobre o rosnar das águas que lhe arranham o dorso pétreo. É um compartilhamento perene de dons alimentados mutuamente depois de tantas estiagens e abruptas enchentes, desses vilipêndios que causamos pela nossa natureza, talvez humana.

Penso que um ciclo temporal da vida não satisfaz o beija-flor. Apesar da abundância de flores sequer ele dispensa primaveras.

O tempo abre caminhos que se estreitam ao sabor da gravidade. E os sulcos da epiderme onde outrora líquidos corriam, abrigam fótons de raios siderais e apenas lampejos de dores passadas.

O amor, então, não é fator de espanto, de risco ou substância para qualquer sobrevivência, antes é uma nítida energia que transforma as leis do tempo em furtivas estrelas.

Afirmo, pois, que o meu amor não é discurso que reduz insumos oriundos de sistemas prontos, não se mensura por linguagens de processos. Ele é fonte criadora, útil, nascida, morta e renascida da alquimia da alma, da música estelar que harmoniza a vida.

Eu beijo à reorientação do inesperado, porque o amor não colhe néctar diariamente nem se prende a primaveras ou solstícios invernais, é mais que uma tabela, uma equação, é a minha e a tua vontade em dois relógios atrasados na viagem que não planejamos ao rio, ao mar e às estrelas.

Eu conto com o cúmplice ardume do amor: a poesia. Eu trago a contemporaneidade do sonho: o pesadelo do futuro, o ambiente maltratado, a água impura. Eu vivo! Ora, eu canto a perplexidade da vida e a paradoxal ternura que há nesses caminhos que contigo andei e continuo andando, obstinado, rumo ao pó das estrelas.

Modelos amadoras fazem ensaio em pole dance sobre a Linha do Equador

Instrutora começou a ministrar as aulas durante a pandemia e hoje ensina mulheres a ‘resgatar a própria autoestima’ — Foto: Harold de Sena/Reprodução

Por Laura Machado

Poder, força e autoestima são três características marcantes na prática do pole dance. Com essa premissa, surgiu a ideia um projeto fotográfico do Amapá que registrou mulheres que nunca foram fotografadas profissionalmente antes pensando, justamente, no resgate do amor próprio.

O projeto “Arte na pele”, que existe desde 2020, é uma idealização do fotógrafo Harold de Sena Tavares, que já produziu ao todo 5 edições até o momento. A última ganhou grande repercussão nas redes sociais por criar uma cena bastante inusitada: um pole dance montado no monumento Marco Zero do Equador, em Macapá.

Modelos escolhidas para o ensaio tiveram apenas 1h de aula da modalidade para participar do projeto — Foto: Harold de Sena/Reprodução

O obelisco de 30 metros é um dos locais mais visitados no estado justamente por estar posicionado sobre a Linha do Equador, que divide os hemisférios norte e sul. Macapá, conhecida como a cidade do meio do mundo, é a única capital brasileira cortada pela marca.

“Reunir esses três elementos: o monumento, o corpo, e a fotografia, reforça a ideia de que o corpo fala e conversa melhor em ambientes que o estimule. O corpo feminino, que historicamente foi instrumento de posse masculina, nos ensaios ganha emancipação e capacidade de dizer o que estava represado nele: a liberdade”, detalhou Harold de Sena.

Instrutora começou a ministrar as aulas durante a pandemia e hoje ensina mulheres a ‘resgatar a própria autoestima’ — Foto: Harold de Sena/Reprodução

O ponto turístico virou palco de um ensaio fotográfico que uniu mulheres que não tinham experiência com a modalidade do pole dance.

O casamento perfeito entre a dança e a arte de captar momentos deu origem a 5ª edição do projeto. No início, Tavares pensava em registrar mulheres que nunca haviam sido fotografadas antes.

Aos poucos, os ensaios temáticos foram ficando cada vez mais conhecidos e ganhou novas adeptas que se aventuraram sob as câmeras. Os ensaios são gratuitos, e as modelos podem escolher o melhor registro, que passa por edição e é dado como presente à fotografada.

Ensaio durou 1 hora e chamou a atenção de pessoas curiosas que visitavam o monumento durante os registros — Foto: Harold de Sena/Reprodução

A 5ª edição do projeto foi produzida em parceria com a instrutora de pole dance Luciana Oliveira, que começou a praticar a modalidade há três anos e iniciou as aulas durante a pandemia, a pedido de algumas pessoas próximas.

“Ele me fez a proposta e nós chamamos duas pessoas que nunca tiveram contato com o pole. Elas tiveram uma aula de 1 hora, apenas para conseguir fazer os movimentos”, explicou Luciana Oliveira.

O pole dance é uma junção da dança com a ginástica. A atividade é praticada em uma barra vertical usada para a realização de acrobacias. Os benefícios do exercício variam desde força, agilidade, até ao desenvolvimento de elasticidade e controle do próprio corpo.

Thawanna de Paula foi uma das modelos escolhidas para o ensaio da 5ª edição do projeto “Arte na pele” — Foto: Harold de Sena/Reprodução

Para a instrutora, a prática dá liberdade e resgata a autoestima de mulheres, principalmente as mais tímidas, já que a dança possibilita soltar o corpo e liberar a tensão.

“O resultado do ensaio foi mais do que eu esperei. Esperava fotos muito bonitas, mas quando vi no final, foi surreal. O pole já é encantador, e poder se ver em um ensaio fotográfico no pole dance, é ainda mais bonito”, completou, emocionada.

“Muitas vezes não vemos a beleza que nós temos, a nossa força, e só de colocar a perna no pole, nos transformamos e enxergamos o nosso poder” ,afirmou a instrutora, ansiosa pelo próximo ensaio.

A paisagem foi cenário para os registros das modelos que vestiam lingeries fornecidas por uma empresa parceira da iniciativa.

Registros das edições anteriores do Arte na Pele — Foto: Harold de Sena/Reprodução

Encanto e autoestima

Para quem participou da experiência, dançar sem ter nenhum contato anterior com a modalidade, foi uma prática de autoconhecimento e resgate da própria beleza.

“Foi muito emocionante. Toda pessoa deveria passar por essa experiência, me senti viva e cheia de poder. Além disso, a valorização de um ponto turístico do meu estado fez esse momento ser magnífico”, contou com alegria uma das participantes da edição, Thawanna de Paula.

A bacharel em direito teve apenas uma aula com a instrutora para poder realizar o ensaio. “Se o 1º pole dance no meio do mundo foi com uma pessoa que nem eu, que com apenas uma aula conseguiu, qualquer pessoa pode encarar esse desafio”, finalizou.

O ensaio, com cerca de 1 hora, incluiu a montagem dos materiais e do pole dance. As edições anteriores seguiram os temas: renascença; princesas e coroas de flores; elfas nórdicas e célticas; musas da música clássica; e a última edição, sobre visibilidade feminina e arte da dança.

As inscrições para participar do projeto podem ser feitas gratuitamente através do preenchimento de um formulário de cadastro.

Fonte: G1 Amapá.

Poema de agora: O primeiro amor na Amazônia – Pat Andrade

Ilustração de Ronaldo Rony

O PRIMEIRO AMOR NA AMAZÔNIA

quero te contar
que Eliana chorou
quando viu o barco
enfeitado de luz
cortar o rio
deixando o porto

a quilha cortando
laços e promessas

cheia de espanto descobriu
que a maré faz dançar
a lua e as estrelas
enquanto embala a saudade
pendurada no punho da rede

seu coração batia oco
no casco do barco
quase despedaçando
a cada onda mais forte

na beira do rio
(agora distante) ficaram
seus olhares mais longos
e seus gestos mais doces
para o moço pescador

durante a viagem
aprendeu com as águas
como dói renunciar
ao primeiro amor

Pat Andrade

Poema de agora: Eu quero é ver – Naldo Maranhão

EU QUERO É VER

Tudo que eu quero
É estar lá
Quando a embarcação naufragar.
Ser seu bote salva vidas.
Lhe socorrer, amparar
Respiração boca a boca
Lhe trazer de volta a vida.
Transcender o amor Platônico.
Quero-te carne osso e mundanismo.
Transitar meu verbo em teu Corpo é meu ofício.
Tantas curvas e abismos
Me lançar de cabeça
E sem aviso…


Quero chegar contigo ao Êxtase.
Deixar que soem os gritos.
Entrar e sair das cavernas e Orifícios.
Ver a luz, muito além das Brechas, teu sorriso.

Meu amor vamos voar
Além desse horizonte
Que se vê.
Caminhar sobre o arco-íris
Do prazer
Uma nova aurora, amanhecer
Viver a vida e não morrer.

Naldo Maranhão

Poema de agora: Mística Gitana – Ana Anspach e Eliete Miranda

Mística Gitana

Correm em minha veias a energia cigana e ancestral,
Pulsa o misticismo das fases lunares
E me eternizo em cura vital.
Exorcizo a maldade de quem não entende meu bailado
E ao entrar na Tsara
Adornada de joias e fitas
Expresso meus sentimentos.
Cuido do corpo e da mente.
Giro graciosa, na roda sagrada.
O fogo alimenta minha alma, rogo sabedoria.
Punhal cortando o vento,
Sou toda força
Pernas em riste.
Minhas armas são poderosas,
Envolventes e preciosas.
O vinho na taça,
A chave nas mãos.
Sagaz como a coruja
Em noite de magia.
Lá fora a lua cheia
Clareia a praia e
As espumas na areia
Levam a má sorte para suas profundezas
Como as moedas afundam em represas.
Segura e abençoada,
Feliz e próspera
Rodo minha saia bordada,
Prevendo sorte e fortuna.
Trevo nos seios
E rosa vermelha nos cabelos.
A brisa afaga com amor o meu rosto,
Presságio do poder feminino.
Que o universo e o destino
Afastem para sempre
O temor e o desgosto.

Ana Anspach
Eliete Miranda

Os Prisioneiros do Lar e a Era das LIVES – Crônica de Elton Tavares (Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”)

Em conversa rápida com o velho amigo Werlen Leão, ele fez um comentário engraçado sobre estes tempos em que vivemos confinados (sim, pois ficar em casa é a única forma de seguir vivo), pois rememorou a antiga banda amapaense “Prisioneiros do Lar”. O extinto grupo da década de 80/90, formado por Jony, Guri, Jessi e Black (o “Black Sabbá”, de Sebastião, um dos amigos doidões porretas que fizemos nessa jornada), era Rock n’ Roll demais!

Pois bem, somos todos “Prisioneiros do Lar” nestes 2020 e 2021 tristes e sombrios.

O que a vida reservou pra gente, hein?

Estamos em um aprendizado que mistura amor e dor enquanto os dias se arrastam, cheios de perdas e notícias tristes. A nossa única válvula de escape é a arte. Talvez, depois que tudo isso passar e VAI PASSAR, eu escreva sobre esse período sofrido. O título será: “Depois do Fim do Mundo – Uma crônica para sobreviventes”.

Sobre a arte, estamos vivendo a era das lives. E falando em conversas com velhos amigos, tive um excelente papo com a Clícia Vieira Di Miceli sobre isso. Ela comentava comigo, no dia seguinte do show do seu marido, Enrico Di Miceli (foi muito Phoda), sobre o encontro e reencontro dos amigos nessas apresentações musicais on-line.

Clícia, que é uma competente produtora cultural, fez uma boa contextualização. Segundo ela, quando a pandemia passar, os artistas farão grandes shows para vendas (assim como já ocorre no Youtube com filmes e outras plataformas virtuais). Por exemplo, a apresentação que custará centavos, será assistida por um grupo de amigos. Isso cobrirá custos da cadeia produtiva artística. Ou seja, uma evolução no mercado da música.

Sim. É gente aplaudindo o artista, “chegado” que não falava com outro há tempos, referências a saudades, entre outros papos porretas – como se todos estivessem em um grande bar no mundo virtual. Pura alegria cibernética!

“Estamos curtindo a ressaca de felicidade, entre trancos e barrancos, com toda a beleza do visual da live e da competência do Enrico. Aqueles atropelos que ocorreram também fazem parte do processo”, comentou a Clicia sobre pequenas “falhas” que ocorrem em todas as lives. Afinal, é uma nova modalidade de show musical.

Tem live de todo jeito e de todo tipo. Algumas são solidárias, com causas nobres, como arrecadação de alimentos ou grana para entidades assistenciais às vítimas da pandemia. Outras são, de fato, uma possibilidade para o artista levantar recursos para cobrir suas despesas, já que a classe musical precisa de público também para se prover. E, ainda, existem aquelas que só rolam pelo simples fato do músico querer tocar e alegrar nossas noites. O que também é um motivo e tanto.

Durante essas lives, sejam de artistas locais, nacionais ou gringos, interagimos, além dos comentários no próprio perfil onde o show é transmitido, também nas redes sociais e em grupos de WhatsApp.

Nestes momentos de farra virtual, esquecemos nossas tristezas, dividimos alegrias, rimos, choramos e temos breves momentos de leveza. Hora numa paulada Rock and Roll, noutras numa roda de samba, marabaixo, MPB, MPA ou intervenções poéticas. As lives proporcionam os melhores momentos nestes tempos de solidão, dureza e prisão domiciliar.

Entre sons, emoções, lembranças e “goles”, temos um pouco de prazer virtual acompanhado de desatinos porretas. Assim, a internet e os artistas nos trazem o afeto que está tão em falta no nosso cotidiano. Decerto, a live é uma forma de estarmos juntos. Essas apresentações possibilitam a empatia.

Apesar do melancólico e inimaginável período que a Covid-19 nos impôs, as lives preenchem as vidas de nós, os ‘prisioneiros do lar’ de 2020 e 2021. E trazem a felicidade aos pedaços, como partículas de alegria cibernética. Sim, a farra, por hora, é virtual. E isso ilumina esses dias cinzentos e noites obscuras.

Elton Tavares

“A arte existe para que a verdade não nos destrua” — Friedrich Nietzsche.

*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.

Hoje é o Dia Mundial do Compositor – Meu texto em homenagem

Com meu amigo compositor, Zé Miguel.

Hoje é o Dia Mundial do Compositor. Música é primordial, ela tem o poder de nos emocionar. Tenho uma inveja branca de quem toca, compõe ou canta.

Com meu amigo compositor, Helder Brandão.

Já disse o genial escritor Friedrich Nietzsche: “Sem a música, a vida seria um erro”.

Com Patrick, meu amigo compositor roquista.

O Dia Mundial do Compositor foi instituído no México em comemoração à fundação da Sociedade de Autores e Compositores do México (SACM), em 1945. No entanto, a data somente foi oficialmente celebrada no mundo a partir de 1983.

Meu amigo compositor, Val Milhomem.

O conceito diz que: “compositor é um profissional que escreve música. Normalmente o termo se refere a alguém que utiliza um sistema de notação musical que permita a sua execução por outros músicos. Em culturas ou gêneros musicais que não utilizem um sistema de notação, o termo compositor pode-se referir ao criador original da música.

Meu amigo compositor, Naldo Maranhão.

Nesse caso, a transmissão para outros intérpretes é feita por memorização e repetição. Em geral, o compositor é o autor da música e, como tal, é o detentor dos direitos autorais. Atualmente as composições musicais são defendidas pela legislação de direitos autorais.

Minha amiga compositora, Rebecca Braga

Existem editoras especializadas em música e o compositor ou detentor dos direitos da composição recebem royalties sempre que uma nova gravação comercial ou execução pública é realizada”.

Meu amigo compositor, Enrico Di Miceli.

É. Pessoas que escrevem e compõem as trilhas sonoras de nossas vidas, principalmente os meus heróis da música local, nacional e gringa, além dos compositores meus amigos como: Fernando Canto, Ricardo Pereira, Val Milhomem, Zé Miguel, Lula Jerônimo (em memória), João Amorim, Heluana Quintas, Jj Noones, Lara Utzig e Ana Martel.

Meu amigo compositor, Fernando Canto.

E, ainda, Wendril Rodrigues, Rebecca Braga, Ruan Patrick, Raoni Holanda, Naldo Maranhão, Joãozinho Gomes, Enrico Di Miceli, Cléverson Baia, Roni Moraes, Geison Castro, Fineias Nelluty, Marcão Franco, Osmar Junior, Helder Brandão, Jean Carmo, Zezinho, entre tantos outros compositores talentosos do Amapá.

Meu amigo compositor, Osmar Júnior

Vocês são foda! Meus parabéns pelo Dia do Compositor. Desejo ainda mais sucesso a todos!

Com Wedson e Geison, os irmãos Castro, músicos e compositores.

Elton Tavares

Lançamento do livro “Amazônia – Novos Caminhos nas Relações entre Homem e Mulher”

A Paulinas Livraria e a Escola de Fé e Política Pe. Luis Carlini da Diocese de Macapá, com apoio do Grupo Cepres e a Universidade Federal do Amapá promovem no dia 15 de janeiro, o lançamento do livro “Amazônia – Novos caminhos nas relações entre homem e mulher”, de autoria do Padre Ricardo Castro, da Arquidiocese de Manaus – AM.

A Obra é resultado de sua pesquisa de doutorado realizado na PUC- Rio de Janeiro – RJ, foi premiada pela Sociedade dos Teólogos da América Latina (SOTER). É um livro sobre a igreja na Amazônia.

A cerimônia de lançamento será às 9h, na Biblioteca Pública Profª Elcy Lacerda (Rua São José, 38), e contará com a presença do autor e de convidados que debaterão o tema.

Inscrição gratuita através do link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd-UblAg2Pw-eYrkF-96lI44fR2GhIo4saUoXBX7jDDsEaANA/viewform

Poema de agora: Ventos de verão- Cláudia Almeida (Flor d’Maria)


Ventos de verão

Ouço as lembranças trazidas pelos ventos de verão,
As folhas do Norte pelo chão,
A vastidão do céu em minhas mãos,
Linhas, papagaios, rabiolas, cangulas, e o cerol na palma da minha mão,
Alvaticeee…!!!!!
Ventania, correria, varas e empurrões,
Sai pra lá, moleque, a rabiola é minha, vai encarar?
Ouço as lembranças trazidas pelos ventos de verão,
Pés descalços, sem camisa, sem nada para me preocupar.
Quem me dera ser criança para poder brincar.

Cláudia Almeida (Flor d’Maria)

 

Aniversário de Macapá: encerra nesta sexta o período de inscrição de artistas gospel

O Instituto Municipal de Turismo (MacapaTur) encerra nesta sexta-feira (14) a inscrição para credenciamento de artistas gospel para apresentações na programação do aniversário de Macapá, conforme o edital 001 de 2021.

Os interessados têm até às 23h59 do dia 14, para realizar a inscrição.

SE INSCREVA AQUI

A prefeitura disponibilizou nas suas redes sociais um passo a passo para auxiliar no processo de inscrição.

Viviane Monteiro
Instituto Municipal de Turismo