Sonhos de Assis e Jonielson…Leitores! – Por Angela de Carvalho

Era bem tarde, um breve piscar da lâmpada, indicou que já se aproximava a meia noite. O tom amarelado da luz, lembrava as chamas da lamparina de outros tempos. Insistente, Jonielson lutava para manter os olhos abertos, queria ler mais um capítulo de “Antes que o Mundo Acabe”1. Divagou em pensamentos… “antes que a energia acabe”. Era assim, na distante localidade em que residia, a luz elétrica tinha horários de fornecimento.

Instantes depois o barulho do livro que caía de suas mãos e o clarão de um relâmpago seguido de um trovão, juntou-se a uma cadência de tambores. Luzes e sons confundiram-se em sua cabeça… “essa roda de marabaixo, não tem hora pra acabar”. E foi em meio a sombras que sentiu a presença do personagem de um sonho de outros tempos, o “Saci Aladim de Ali Babá”!

Este, sempre muito falante e curioso, já chegou cheio de perguntas:

_Viva! Viva! Temos aqui um leitor? Varando a noite em deliciosas leituras? Está “Em Busca do Tempo Perdido”2? Estou voltando da roda de marabaixo, tens um canto para eu passar esta noite aqui? Sem entender aquela visita inesperada, Jonielson perguntou, em tom de exclamação:

_Saci Aladim! É você!?

Reconheceu o largo sorriso do amigo, mostrou a rede que estava atada no quarto e convidou-o a deitar-se ali.

O Saci acomodou-se como quem se sente em casa, apoiando a cabeça com as mãos, pronto para ouvir as respostas.

Depois de respirar fundo, Jonielson com a voz baixa para não acordar a mãe que dormia no cômodo ao lado, falou:

_ Sim, estou recuperando as leituras que não fiz quando criança, sou “ um devorador de livros”, como diz a professora. Acabei de ler: As Aventuras do Professor Pierre na Terra Tucuju”***. Nem te conto, meu exemplar foi autografado pela escritora: “Para Jonielson, um ribeirinho pescador de livros e sonhos, com carinho Maria Ester Pena Carvalho” . Agora estou lendo,“ Antes que o Mundo Acabe”. Tô só pavulagem, não?

¬ _TáPorDemais! Escute, se eu “não me perdi no tempo” estamos em outubro, isso?

Sim em outubro – amanhã é dia 29, o Dia Nacional do Livro. As coisas mudaram por aqui, sabia? Logo mais teremos uma programação muito importante, um grande encontro com as BP Municipais e Comunitárias do Estado, aqui no Município do Mazagão: O I Salão do Livro Infanto Juvenil do Amapá.

Seguiram conversando noite afora sobre as coisas acontecidas desde a inaugaração da biblioteca, sonhada em “Pescadores de Sonhos”. Dos livros e escritores que conhecera nestes anos, dos muitos poemas, contos e crônicas lidas e dos filmes assistidos em alguns finais de semana. Tinha agora consciência da importância dos livros e das possibilidades que traziam para a sua vida. Outro dia mesmo, fizera uma inscrição para um intercâmbio em um site no computador da biblioteca.

Falava de novos caminhos, luzes e portas que se abriam para ele, quando notou que uma luz entrava pela janela. Era o dia que começava a clarear. Disse então:

_Mano! Já está amanhecendo? Que conversa boa, nem notei a noite passar.

_Vamos comigo Saci? Temos meia hora de remada até a cidade, precisamos sair logo. Assis vai me esperar logo ali, na ponte do Carvão, fiquei de passar às 6h30.

Tomaram um breve café e após os rituais de despedidas de mãe, embarcaram algumas frutas em sua canoa e seguiram remando.

Logo avistaram Assis, que vigiava a curva do rio. Tinha um exemplar de “Todo Cuidade é Pouco” em suas mãos. Foi só o tempo de Jonielson encostar a canoa e Assis acomodou o livro na mochila. Em seguida, embarcou animado falando das belas ilustrações de Roger Mello. O Saci aproveitou para fazer uma provocação:

_ Rapaz! Você ainda lê apenas ilustrações?

Assis estava feliz com a presença do amigo e respondeu com outra brincadeira. Mostrando os litros de açaí que estava levando para o lanche, disse:

_ Eita! Quantas cuias de açaí vais tomar hoje Saci Aladim? Tô achando que este aqui vai ser pouco.

Com uma boa risada o Saci respondeu:

_ Já sabes que pra matar a saudade eu tomo sempre três cuias! E quero açaí do grosso…Há há há.

A maré estava enchendo na direção que seguiam, assim, venceram mais rápido a distância. Logo avistaram o alvoroço das outras montarias e o desembarque de meninos, meninas e jovens para participarem do grande evento.

Chegando ao local, foram cumprimentar os Pequenos Embaixadores da leitura que já ocupavam seus lugares. Logo teve início a solenidade de abertura da extensa programação prevista. Após a declamação do poema de Casimiro de Abreu “Meus Oito Anos”, feita por uma encantadora menina, houve a fala de/das autoridades presentes.

Uma grande roda se formou para apresentação dos embaixadores. Eram crianças leitoras na faixa de 8 a 12 anos, escolhidos para contar histórias do seu lugar.

Para levar as nuvens os atentos ouvintes a primeira história contada , foi a da Base Aérea do Amapá, onde, em um Museu a Céu Aberto ainda resta parte da estrutura de pouso de Zepelim, construída por volta de 1940, Um embarque perfeito para iniciar o dia.

Dali, seguiram viagem e pousaram em outro tempo e espaço: no “Sítio Megalítico Rego Grande”, nas histórias contadas pelos embaixadores de Calçoene.

Estas viagens através das histórias, deixaram maravilhadas as crianças que não sabiam da existência dos Sítios Funerários e Grutas na Região do Rio Maracá – Município de Mazagão.

Para costurar e emendar, contos de lá e de cá, com a palavra MARACÁ, passaram novamente a palavra, para as crianças do Município de Amapá, que contaram uma aventura vivida na praia Boca do Inferno. Foi um relato fantástico! De arrepiar os cabelos, do prefeito careca.

Os ânimos acalmaram-se com um inebriante cheiro de mata, que pareceu tomar conta do salão, quando foram transportados e sentiram a exuberância da flora e fauna de uma Ilha: a Estação Ecológica do Maracá. Um verdadeiro bálsamo para os ouvintes. Na imaginação dos ilustradores as tintas ganharam belas paisagens.

Uma grande escalada em trilhas pelas Montanhas do Tumucumaque foi o tema da história contada por meninos e meninas do Oiapoque. Em silêncio todos vibravam com cada suspense de mais uma aventura naquela manhã.

Encharcados da beleza do Rio Oiapoque buscaram outras águas, no rumo das corredeiras do Rio Jari passando antes pelas aldeias Wajãpi, em Pedra Branca do Amapari.

Mitos e lendas misturavam-se as histórias de descobertas de ouro, manganês e outros tesouros. Histórias acontecidas ou não, tudo era inspiração para os contos de pescadores, parteiras e também das benzedeiras residentes em várias localidades dos 16 municípios do Estado do Amapá.

Deslumbrante também, foi a entrada dos meninos, que com correntes presas/amarradas aos pés, encenaram como foi doloroso para negros e índios os 18 anos de construção da Fortaleza de São José de Macapá. E para encerrar com a alegria o relato, contaram cantando, como nasceu a dança do marabaixo. Cantando os ladrões em roda dançaram para encerrar a manhã.

Exaustos de tantos vôos, escaladas, caminhadas, embalos musicais e de canoas, vividos nas histórias, foram todos convidados para o almoço coletivo. A longa mesa, ofertava as delícias dos rios e da floresta: caldeirada de filhote, tucunaré regado ao tucupi; açaí com camarão e/ou farinha de tapioca, saborosos sucos de graviola, cupuaçu e taperebá. E ainda biscoitos de castanha do Pará, geléias e muitas outras iguarias da amazônia.

Em Contos ao redor da fogueira, no cair da noite as atividades do primeiro dia foram encerradas.

O segundo dia, foi de visita aos expositores das editoras. Cada uma trouxe ao Salão, suas melhores publicações. A coleção “Nossa capital” fez grande sucesso, principalmente o “ Macapá – a Capital do Meio do Mundo” com as belas aquarelas: do Rio Amazonas, Igreja Matriz de São José, Monumento Marco Zero do Equador, do Quilombo do Curiaú e alguns pontos turísticos da capital do estado, como o trapiche Eliezer Levy.

Um espaço para fazer fotos e postar selfies nas redes sociais estava preparado com as capas dos livros de todas as capitais do Brasil. Desde “Belém, Terra das Mangueiras” , até “Porto Alegre a Capital dos Gaúchos”.

Os estudantes, de posse de seus “vale livro”, escolhiam e retiravam seu exemplar de: Um Livro pra Chamar de Seu. A noite foi de luar, com embalos de redes e sonhos, abraçados aos livros recebidos.

Com o esperado momento de assinatura do documento: 10 anos de Promoção da leitura, foi iniciado o terceiro dia de programação.

Após a assinatura do Governador e dos 16 Prefeitos, foi feito o registro fotográfico oficial. Bem à frente, com largos sorrisos, os Embaixadores Leitores!

Um sorteio, definiu o anfitrião do II Salão: o Município de Calçoene. Em seguida novos embaixadores foram empossados para que realizassem outras pesquisas e coletas de novas/velhas histórias para contar no ano seguinte.

O Saci Aladim de Ali Babá, Jonielson e Assis caminharam até a beira do rio, para apreciar o remanso. Sentaram-se à sombra de uma enorme árvore, donde viam ao longe a movimentação. O Saci mostrou aos meninos uma pequena arca em forma de barco, estavam ali alguns livros dos escritores Fernando Canto e Joca Monteiro, embalados para uma longa viagem. A correnteza a levaria ao encontro de crianças de algum lugar distante. Então o Saci falou:

_Estas crianças com idade de 8 anos representam aqueles que daqui a mais 8 anos, aos 16 anos, serão: Leitores e Eleitores! E todo este evento, é uma pequena mostra do que é a implementação da Política Pública de Promoção da Leitura. Algo improvável? Talvez sim. Mas, lembrem-se, tudo é possível, quando sonhado! E a leitura nos permite imaginar um outro mundo.

Na festa de encerramento do Salão, crianças com figurinos dos personagens, encenaram uma batalha entre Mouros e Cristãos, lembrando aqueles que atravessaram o Atlântico e vieram fundar a Cidade de Nova Mazagão, em 1770.

Uma estrondosa salva de palmas junto a algazarra das crianças, ao final da apresentação, acordou Jonielson. O som misturou-se ao rufar de tambores do Marabaixo de rua, que anunciavam o amanhecer do dia. Sentindo um cheiro de café vindo da cozinha, percebeu atordoado que havia embarcado em mais uma aventura de Sonhos. Não havia nenhum Saci em seu quarto.

Ainda meio sonolento e pensando nos acontecimentos e datas importantes do mês de outubro, lembrou que a poucos dias acontecera as eleições municipais. Repassou na memória todo o sonho do qual acordara e entendeu o novo e precioso recado que o Saci trouxera: A importância de escolher e eleger candidatos comprometidos com as Leis e Planos para a Leitura a Literatura e as Bibliotecas e claro, que valoriza as histórias do seu lugar.

A caminho da escola, encontrou com o amigo que entrou silencioso na canoa, esquecendo o habitual: “Bom dia”! Assis, parecia estar distante dali.

_ Bom dia Assis, tudo bem? O que estais matutando nesta cabeça, tá quieto.

_ Bom dia! Sim irmão. Tô pensando aqui neste livro que encontrei caído na ponte, é o mesmo do meu sonho, da noite passada. Sonhei outra vez com o Saci Aladim, ele disse: “Tudo é possível quando sonhado”!

_ Verdade! Então, vamos seguir sonhando juntos? Quem sabe realizamos o 29 de outubro dos nossos sonhos.

Entre olhares e sorrisos entenderam-se, confirmando o que havia acontecido na noite anterior.

Angela de Carvalho
Macapá 17 de fevereiro de 2020

Música amapaense: Hoje inicia o festival solidário “Live Cult Tucuju”, com show de Fineias Nelluty

Hoje (10), a partir das 21h, inicia o festival solidário “Live Cult Tucuju”, com show de Fineias Nelluty. A apresentação será transmitida pela página do Facebbok do artista: https://www.facebook.com/fineiasnelluty

Nossa intenção é de ajudar amigos músicos que estão passando por dificuldades neste momento de quarentena…queria pedir o apoio no compartilhamento de nossa live para que possamos alcançar o maior número de pessoas, e quem sabe apoiadores através do aplicativo Vakinha“,  comentou Fineias Nelluty.

Você poderá acompanhar, através deste link, quanto já foi arrecadado:

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/live-cult-tucuju-em-prol-dos-profissonais-que-vivem-exclusivamente-do-trabalho-musical

Programação completa:

– Sexta dia 10: Fineias Nelluty e Bia Nelluty
– Sábado dia 11: Osmar Junior
– Domingo dia 12: Nivito Guedes
– Segunda dia 13: Naldo Maranhão
– Terça dia 14: Brenda Melo e Alan Gomes
– Quarta dia 15: Rambolde Campos
– Quinta dia 16: Nani Rodrigues
– Sexta dia 17: Amadeu Cavalcante
– Sábado dia 18: Poetas Azuis
– Domingo dia 19: Val Milhomem
– Segunda dia 20: Joãozinho Gomes
– Terça dia 21: Enrico Di Miceli
– Quarta dia 22: Nonato Santos.

Prestigie nossa cultura!!!

Osmar Júnior anuncia duas obras literárias

Aos 14 anos decidi escrever e cantar sobre a Amazônia e o meu povo.

Sou da parcela poética do Amapá com muito orgulho.

Minha música é libertária, é uma MPB cabano, ribeirinha, cabocla… atrelada às causas do meu povo e as ciências e educação, sem deixar a música romântica e festiva de lado. Na literatura estou escrevendo sobre a vida e sua realidade sem hipocrisia, sempre a partir da minha região.

Espero lançar este ano minha biografia romanceada REVOADA A POESIA DOS CONFINS e também o livro BOCAGE, a versão proibida dos poetas.

Enfim, minha música é geo música, ajuda nas idéias político social, na preservação e identidade cultural da minha gente.

Respeito cada manifestação popular como cultura.

Se o homem não tiver sensibilidade, e desenvolver a patologia da arte fobia, ele é uma pessoa gravemente doente.

Respeite a arte e quem à faz.

OSMAR JR.

Fonte: O Canto da Amazônia

Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade busca projetos do AP que preservam patrimônio cultural

Marabaixo é a principal manifestação cultural do Amapá — Foto: Aydano Fonseca/Tambores e Bandeiras

Por Caio Coutinho

As iniciativas que cuidam e promovem os patrimônios culturais do Amapá, seja imaterial ou material, como o Marabaixo e a Fortaleza de São José, podem concorrer ao 33º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A premiação, que reúne projetos de todo o país, vai premiar 12 iniciativas com R$ 20 mil, cada.

As inscrições on-line acontecem até dia 18 de maio, no site do Iphan. Quando não houver possibilidade de se inscrever pela internet, há o cadastro presencial, que pode ser feito somente até 10 de maio, encaminhando informações via Correios para o endereço descrito no edital.

Ao se inscrever, cada iniciativa deve apresentar documentos que comprovem a concretização do projeto e resultados relevantes em 2019. Pode se inscrever qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, com ações voltadas para a preservação cultural.

Na etapa estadual são avaliadas iniciativas de excelência no campo do patrimônio cultural, que irão se dividir em duas categorias: material e imaterial. Em cada categoria há seis segmentos, com um total de 12 vagas para se classificar e disputar a premiação nacional.

O resultado desta fase está previsto para 2 de julho, com todos os projetos avaliados por uma comissão estadual, presidida pelo superintendente estadual do instituto. Em um segundo momento, em âmbito nacional, serão utilizados os mesmos segmentos para premiar um total 12 iniciativas.

O resultado da premiação definitiva está previsto para o final de agosto. O Iphan do Amapá informou que ainda não está confirmada a cerimônia, bem como o local onde aconteceria a premiação, devido à pandemia do novo coronavírus, mas o certame prossegue sem alterações.

Cerimônia do Prêmio Rodrigo Melo de Franco de 2015, em Brasília — Foto: Divulgação/Governo Federal

As duas categorias, material e imaterial, possui 6 segmentos cada:

administração direta e indireta (exceto municípios);
administração direta e indireta municipal;
universidades (Públicas e Privadas);
fundações ou empresas privadas, exceto Micro Empreendedor Individual (MEI);
cooperativas, associações formalizadas ou redes e coletivos não formalizados;
pessoas físicas ou MEI.

De acordo com o responsável pela organização da classificação estadual do prêmio, o antropólogo Daniel da Silva, o prêmio busca valorizar e incentivar projetos que enaltecem a importância dos patrimônios culturais do Amapá.

“A última edição contou com oito prêmios, visto que cada categoria tinha apenas quatro segmentos. Hoje o Iphan ampliou a premiação, para que mais iniciativas possam concorrer e serem recompensadas pelo trabalho de preservação”, finalizou Silva.

Fonte: G1 Amapá

Estamos em casa e sem se desconectar da nossa rede de amor e arte ♥️

Amigos! Em meio a essa pandemia, todos nós de algum modo mudamos hábitos. E o mais importante deles é ficar em casa pois esta é a melhor alternativa para minimizar a taxa de contágio pelo Coronavírus. Podemos estar em casa, mas não vamos ficar desconectados, e por isso o meio virtual será nosso espaço de encontro. Porque o mais importante também é não deixarmos de nos amar e cuidar da nossa rede de afeto.

Por causa das medidas de contenção, muitas pessoas tiveram suas atividades laborais interrompidas, paralisando, assim, sua fonte de renda. Nós, artistas, somos uma classe inteiramente atingida por esta ação e já têm famílias sem ter o que comer por  não poder manter nossas atividades laborais de cada dia, como dar aulas ou tocar nas casas noturnas.

Por esse motivo estamos em campanha É de pouco que se faz um monte♡.

“Me chamo Erick Pureza e venho através dessa  pedir sua colaboração com alimentos não perecíveis; produtos de higiene pessoal;  fraldas descartáveis ou transferências. Faremos nossas prestações de conta de cada cesta ou valor arrecadado através do Facebook e nossas lives no Instagran quarta_de_arte_da_pleta (exibida toda quarta feira a partir das 20h)”

Tem Quarta de Arte da Pleta hoje, dia 08 de abril, às 20h.
Nega Aurea – Hayam Chandra – Leka Denz – Tico Sousa – Cley Lunna – Edu Gomes –
Erick Pureza – Sousa – Wendell Cordeiro – Fernanda Canora

Instagran quarta_de_arte_da_pleta

Toda ajuda é bem vinda!
♡Sua doação pode significar o almoço de uma criança♡

Contato para doação:
Fone 991246160
Endereço: Barracão da Tia Gertrudes/ Banquer Desclassificaveis
Avenida Duque de Caxias, 1203 – Centro

Banco do Brasil
Conta Poupança
Agência: 261 – 5
Conta: 107188 – 2

Texto: Lilia Chaves

Secult/AP oferece canais virtuais de acesso nesse momento de isolamento social provocado pelo COVID-19

Buscando amenizar as restrições de isolamento social em virtude da pandemia do Covid-19, a Secretaria de Estado da Cultura do Amapá (Secult-AP) oferece ao público que acessa os seus serviços, canais virtuais de comunicação. O objetivo é permitir que as demandas de artistas e produtores culturais não fiquem paralisadas nesse tempo de cuidados com a saúde pública.

Deste modo, a Secretaria disponibilizou diversos meios de contato com a sua equipe de profissionais. Ligações e WhatsApp podem ser feitos pelo número – (96) 98808-0736. O acesso também pode ser via o e-mail da Secult/AP: [email protected]. Nos casos de acesso ao protocolo de documentos está disponível o e-mail: [email protected].

Nas suas redes sociais a Secretaria de Cultura também mantém as informações sempre atualizadas para seus usuários, além de servir como instrumento para sanar dúvidas dos internautas. Para acessar as páginas do Facebook e Instagram é só buscar por @secultamapa.

A Secult tomou medidas preventivas logo após a expedição do Decreto Governamental nº 1414, de 19 de março de 2020, passando o seu funcionamento na sede administrativa para o regime de expediente interno. O afastamento de servidores que detêm problemas crônicos de saúde e os de idade mais avançada para que executem suas tarefas funcionais em teletrabalho, também foi outra providência praticada.

Eventos como a Semana Santa, Ciclo do Marabaixo e Dia Estadual dos Cultos Afro, que tradicionalmente recebem investimentos da Secult, neste ano, excepcionalmente não serão realizados, uma vez que todos os protocolos de saúde orientam que grandes agrupamentos de pessoas devem ser cancelados.

Medida de contenção

Seguindo as recomendações do Decreto Governamental nº 1414, de 19 de março de 2020, a Secult tomou a decisão de temporariamente fechar as unidades vinculadas a pasta como forma de evitar aglomerações de pessoas. A Secretaria esclarece que as reaberturas serão feitas logo que as autoridades de saúde afastarem qualquer possibilidade de risco à saúde pública.

Unidades sem atendimento ao público: Teatro das Bacabeiras, Museu Fortaleza de São José de Macapá, Centro de Difusão Cultural João Batista de Azevedo Picanço, Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda, Museu de Arqueologia e Etnologia, Museu dos Povos Indígenas do Oiapoque – KUAHÍ e Museu à Céu Aberto Base Aérea do Amapá.

andAÇO – Fernando Canto

Fernando Canto – Arquivo pessoal

andAÇO

Eu sou o andaço, a febre ávidaescura a procurar madeira forte para a estrutura da ponte rebentada

Meu rastro é apenas um produto deste passeio obstinado, onde a chuva é dádiva e o sol sermão de luz. Ah, eu me aceito condenado e nu diante do portal desta aventura até o embranquecer total da barba que absorve um tempo sem segredos.

E entre as dores colhidas no caminho: dunas/pedras/folhas e gramíneas: prefiro o tênis nos meus pés cansados.

*Do livro “Equino CIO – Textuário do meio do Mundo”, de Fernando Canto. Ed. Paka-Tatu, Belém, 2004.

EquiNO/cio – A voz dos leitores (Fernando Canto)

eu VENHO CINTILANTE e áspero calor eqüINO sobre o mundo ARAUTO que sou de um novo tempo desde a hora em que as ONDAS do Amazonas rebentaram o alúvio das encostas na primeira MANHÃ

eu VENHO CAVALGANTE no cerrado e nos estirões inebriado com o bramIDO das cachoeiras e com o ronco dos MACAréus CavALGO sim em banzeiros caudatários de uma pororoca enorme – estro sem fim – sacralizando vôos vindOUROs além desta procela que se instaura incompreensível no meu tempo

passará A VEZ do ÁZIMO pão posto bruto que agora é tempo de pousio da espera da nova fertilização da terra quando deveremos ARAR novas angústias e colher o juSTO fruto e descascá-lo e cortá-lo à lâMINA afiada na curva dos varadOUROs

*Do livro “Equino CIO – Textuário do meio do Mundo”, de Fernando Canto. Ed. Paka-Tatu, Belém, 2004.

“Uma Noite Me Namora”, livro da poeta Pat Andrade está disponível para aquisição em versão virtual. Compre e incentive a cultura local!

A poetisa, escritora e colaboradora deste site, que assina a sessão “Caleidoscópio da Pat”, Patrícia Andrade, lançou uma versão virtual de seu 24º livro de poemas. A obra, denominada “Uma Noite Me Namora”, nesse formato, ganhou a ilustre participação do também poeta Pedro Stlks, que assina a arte do livro. A publicação contém 16 poemas da brilhante mestra da arte poética.

A iniciativa de Patrícia Andrade visa arrecadar recursos financeiros nessa época de isolamento social, por conta da epidemia de coronavírus.

Há 21 anos em Macapá, a poetisa paraense escreve belos poemas, declama e edita seus livros. Ela sempre comercializa suas obras em eventos culturais bares e da capital amapaense, o que não é possível nestes tempos de Covid-19.

Sempre compro e recomendo o trabalho de Pat Andrade, de quem sou fã e tenho a honra de ser também amigo. Aliás, já tenho o meu “Uma Noite Me Namora”. Corre, fala com a Pat, e adquire o teu exemplar virtual. A cultura agradece.

Serviço:

“Uma Noite Me Namora”, de Pat Andrade, em formato virtual
São 16 poemas . A publicação tem arte de Pedro Stlks
Pague o quanto puder e compre o seu.
(96)99188-6565 (W’app – Patrícia Andrade)

Elton Tavares

Cultura on-line: hoje rola Quarta de Arte da Pleta – Edição na Rede – Não é bicuda não!

Como o negócio é ficar em casa, a gente não marca bobeira e aproveita pra fazer arte, muita arte, na Quarta de Arte da Pleta especial de Quarentena. “Num é bicuda, não!”

Muita gente boa vai estar contigo hoje, dia 1 de abril, a partir das 20h, no Instagram. Aproveita. Afasta os móveis. Prepara a pipoca e avisa os vizinhos. Vai ter sonzeira e poesia no dia da mentira.

Segue no Istagram: quarta_de_arte_da_pleta

Confere a programação:

20:00 Negra Áurea e Yanna MC
20:20 Leka Denz
20:30 Hayam Chandra
20:40 Lia Borralho
21:00 Fernanda canora
21:20 Pat Andrade
21:30 Wendell Conceição
21:50 Carla Nobre
22:00 Jorginho do cavaco
22:40 Ton Rodrigues
23:00 Wendel Cordeiro
23:20 Ricardo Yraguani
23:40 Tico
00:00 Erick Pureza
00:20 Edu Gomes
00:40 Laura do Marabaixo

Pat Andrade

MÚSICA POPULAR DA AMAZÔNIA PRODUZIDA POR JOVENS DAS PERIFERIAS DE BELÉM

Uma coletânea com 15 trabalhos musicais inéditos de artistas representativos da nova música urbana da Amazônia, realizada inteiramente por uma equipe de jovens produtores dos bairros do Distrito d’Água em Belém – PA, sob orientação de um grupo de técnicos em áudio e produção cultural. Essa ideia audaciosa e inédita foi posta em prática e está agora disponível em todas as plataformas digitais no álbum “Projeto MOA apresenta: Pelas Fitas”, lançado em março de 2020 pelo selo Braçal Discos, capitaneado pelos professores e músicos Giancarlo Frabetti e Rebecca Braga. Todo o processo de gravação do álbum encontra-se registrado no documentário “Pelas Fitas”, também produzido a muitas mãos pela equipe de audiovisual do Projeto MOA.

O Projeto MOA realizou, ao longo do ano de 2019, uma sequência de oficinas de Produção de Áudio e de Produção Cultural com o uso de tecnologias digitais para jovens das periferias de Belém – PA, formando um grupo de técnicos que se associaram para realizar todo o processo de produção do álbum ˜Pelas Fitas˜, desde o estabelecimento de critérios para a curadorias dos artistas, passando pelas sessões de gravação, pela criação do conceito e da identidade visual da coletânea, até o processo de mixagem, masterização e lançamento oficial das faixas nas plataformas digitais.

O álbum apresenta um caleidoscópio da música atualmente produzida nas periferias das grandes cidades amazônicas, em especial de Belém. Cada faixa introduz um estilo, uma linguagem e um conjunto de saberes vividos no cotidiano da realidade urbana paraense, trazendo novas roupagens para ritmos tradicionais como o carimbó a guitarrada, mas também ressignificando referências da música popular brasileira e mundial, como o samba e o rap. Além dos critérios de representatividade, a curadoria do álbum “Pelas Fitas” se propôs a selecionar apenas artistas que nunca tivessem lançado oficialmente uma gravação musical, trazendo à cena musical paraense e, por que não, nacional, uma longa lista de novos nomes para o público de vários segmentos passar a prestar atenção e seguir. Quer ouvir um melody gostoso, daqueles de dançar colado ao pôr do sol na ilha de Mosqueiro? Toca Samaúma. Sabe o que é Brega indie? Bota o Jambu Cósmico aí na sua playlist e descobre! Nunca ouviu falar do estilo Malacore? É por que você não conhece ainda o Juan K.

A experiência de ouvir a coletânea ˜Pelas Fitas” se propõe a ser surpreendente a cada momento, um passeio de mais de 50 minutos por uma riqueza de discursos, de pontos de vista contra-hegemônicos que só poderiam ter sido emitidos a partir da perspectiva própria das pessoas que vivem diariamente a contradição entre a aridez dos problemas urbanos e a exuberância da cultura amazônida. A voz das periferias do norte do Brasil pelas mãos das pessoas que vivem nessas mesmas cidades, uma proposta de confronto ao discurso colonizador que está habituado a falar para e pelos povos amazônidas.

Paralelamente ao lançamento do álbum musical, o Projeto MOA já disponibilizou na íntegra, por meio da plataforma YouTube, o documentário também intitulado “Pelas Fitas”, trazendo uma narrativa audiovisual sobre o processo de produção do álbum em suas sessões de pré-produção e de gravação no estúdio Casarão Floresta Sonora. O documentário completa um material que pretende mostrar ao mundo o trabalho dos produtores do MOA em ação, dando ideia de como a iniciativa pioneira do projeto foi posta em prática, e trazendo ainda os rostos, as cores e as vivências de todos os artistas apresentados no álbum. O documentário, dirigido por Giancarlo Frabetti e Rebecca Braga e produzido por produtores integrantes do Projeto MOA, como Evelyn Nunez, Raphael Castro, Sebastião Trindade e Alan Rodrigues, é dedicado à memória do Mestre Moa do Katendê e do seu legado de busca da transformação social por meio do resgate da cultura do povo preto e das populações oprimidas no Brasil.

O Projeto MOA ainda tem em vista a realização do Festival de Música das Periferias, cuja realização, inicialmente prevista para o dia 21 de março deste ano, foi adiada em virtude da necessidade das medidas de isolamento social em função da pandemia da COVID-17. Enquanto nós estivermos mantendo o resguardo na espera para completar esse ciclo de trabalhos do Projeto MOA com a volta do nosso Festival, convidamos as pessoas ao redor de todo o planeta a receber esse abraço sonoro e visual que são o álbum e o documentário “Pelas Fitas”, esperando, com isso, também fazer ecoar a voz dos povos amazônidas, especialmente daqueles que vivem nas periferias das suas cidades, mostrando a esse mesmo mundo que a verdadeira riqueza da Amazônia encontra-se nas pessoas.

Ouça no Spotify: open.spotify.com/album/1ysUEE5dAYVcDMK2esq622

Ouça no Youtube:

Assista o documentário ˜Pelas Fitas” no YouTube:

Acompanhe o MOA em instagram.com/moa_centromusical/ e www.facebook.com/moacentromusical/

Um salve da Equipe MOA!

Aqui representada por

Rebecca e Giancarlo,
Diretora e Coordenador Geral do Projeto MOA
Para mais informações ou contato o Projeto MOA:
[email protected]
telefone: (91) 99313-2008 ou (91) 99113-2008

Secult/AP lança edital “Circula Amapá” para investimento de 1 milhão de reais em projetos artísticos e culturais do Estado

A Secretária de Estado da Cultura do Amapá (Secult/AP) lançou na última quarta-feira-feira (18), no Diário Oficial do Estado, o Edital “Circula Amapá”, com o objetivo de selecionar e premiar 137 projetos, programas e ações de agentes da cadeia produtiva da cultura e das artes. As inscrições são gratuitas e iniciam HOJE (30) e vão até 30 de abril, na sede da Secretaria (Avenida Pedro Lazarino, 22, Santa Inês) ou pelo site: www.secult.ap.gov.br.

Essa medida faz parte do programa de valorização e fortalecimento da cultura protagonizado pela Secult/AP e os participantes devem obrigatoriamente estar cadastrados no Sistema Estadual de Informações e Indicadores Culturais – SEIIC. A ideia da pasta é reconhecer o trabalho desenvolvido por artistas, produtores, grupos, companhias, bandas, grupos musicais e demais empreendedores da cultura do Estado que favorecem a circulação de bens, produtos e serviços artísticos e culturais em âmbito local, estadual, nacional e internacional.

Os recursos para o Edital são provenientes de emenda federal articulada pelo Senador do Amapá, Davi Alcolumbre, com o objetivo de apoiar e incentivar os segmentos artísticos e culturais do Estado. O certame irá contemplar múltiplas vertentes artísticas como a cultura popular, tradicional e identitária; teatro; arte circense; dança; artes visuais e/ou plásticas; artesanato; audiovisual; livro, leitura, literatura e biblioteca; e música.

Os participantes devem comprovar no ato da inscrição o tempo de atuação dos proponentes nos segmentos onde se inscreveram (no caso do segmento categoria popular, tradicional e identitária a comprovação ocorre por meio dos movimentos culturais, com o reconhecimento de todos os proponentes do tempo de atuação mínima). Podem participar Micro Empreendedores Individuais (MEI) e pessoas jurídicas de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, os valores das premiações variam entre 5 mil a 10 mil reais.

A Secult/AP disponibilizará em seu site vídeos explicando aos interessados sobre o funcionamento do Edital e como proceder no ato da inscrição, além disso, os técnicos da Secretaria também estarão à disposição dos artistas e produtores culturais para sanar quaisquer dúvidas sobre o certame.

Com teatro, poesia e música, Festival On-Line “FicaDiBubuia” encerra neste domingo (29)

Neste domingo (29), a partir das 16h30, rolará o segundo dia do Festival On-Line “FicaDiBubuia”. Promovido pela produtora Duas Telas, o festival é totalmente independente e conta com artistas voluntários, sem nenhum tipo de remuneração.

Vai ter leitura com Rose Serrão e muita poesia com Annie Carvalho, Pat Andrade e Hayan Chandra. Em seguida, o ator Mauricio Maciel traz uma pitada de teatro. Daí pra frente, a música corre solta, com Marcia Fonseca, Rodrigo Brito, Jordanna, Mayara Braga, Zé Miguel, Ariel Moura, Pinducos, Sandra Lima, Nana e Alex, Sabrina Zahara, o sensacional Manoel Cordeiro e, pra finalizar, o espetacular Rafa Estefans. Vai ser lindo. De novo!

A programação, iniciada na última quinta-feira (26), contou com apresentações de dezenas de artistas locais de diversas vertentes. A ideia é quebrar a sensação de distância gerada pelo isolamento comunitário por conta da prevenção ao coronavírus (Covid-19), e promover cultura por meio da internet, além de manter vivo o espírito criativo dos artistas locais.

O Festival Cultural On Line será transmitido pelo perfil da Duas Telas na rede social @duastelasproducoesap, onde rolarão shows musicais e performances em formato pocket. Qualquer pessoa poderá acompanhar as programações e interagir com o evento e artistas.

Trata-se de uma alternativa de entretenimento na quarentena. Uma maneira de estarmos juntos, conectados em uma corrente de empatia.

Sobre a expressão “dibubuia”

A expressão Bubuia vem do nosso “caboclês”, virou gíria popular, e é uma forma gentil de pedir: fica de boa, fica tranquilo, fica aí parado. É desse jeito jeito que pedimos a todos que fiquem em casa para segurança dos mais vulneráveis…

Então é isso. Vamos combater essa batalha com o melhor que podemos dar, com nosso amor pela cultura e pela responsabilidade de doar o que temos de mais precioso em nosso fazer diário: Nossa produção artística! POR FAVOR FICA EM CASA! #FicaDiBubuia … Não fica mufino! Espia nossa programação! #producao #arte #bubuia #musica #literatura #poesia #artista #amazonia #norte #corona #quarentena #amapa #macapa

Sobe o som e solta o corpo. Fica DiBubuia!

Patrícia Andrade e Elton Tavares