O capitão é o Chacrinha da política: ele confunde e nunca explica

Chacrinha: ele veio não para explicar, mas para confundir. Igualzinho a certos presidentes. Mas Chacrinha era um mestre na comunicação. Bem ao contrário de certos presidentes.

Quando se diz que o Capitão não sabe o que fala e nem consegue alcançar as dimensões políticas de seus atos (como o de telefonar para a Petrobras e mandar suspender o aumento dos combustíveis), tais assertivas se assentam na realidade, no dia a dia deste governo despirocado.

Bolsonaro, para criar confusões, basta dar um “bom dia”.

Porque ele não fala coisa com coisa.

Aliás, no artigo que assina em O Globo desta terça-feira (21), Merval Pereira define perfeitamente o governo Bolsonaro: “O presidente torna-se o Chacrinha da política, aquele que veio não para explicar, mas para confundir”.

É isso.

Com a diferença de que Chacrinha foi um mestre da comunicação, da interação, da empatia. Ao contrário de certos presidentes.

Aliás, é de Chacrinha aquele velho bordão: “Quem não se comunica se trumbica”. Igualzinho ao que fazem certos presidentes.

Hehe.

Fonte: Espaço Aberto

Cármen Lúcia: “Todo censor é um pequeno ditador”

Brasília – A presidente do STF e do CNJ, Cármen Lúcia, participa de debate sobre a proteção integral da infância e juventude, na sede do TSE (José Cruz/Agência Brasil)

Da ministra do Supremo Cármen Lúcia, na abertura de um seminário sobre os 30 anos da Constituição e a liberdade de imprensa:

“Sem a imprensa livre, a Justiça não funciona bem, o Estado não funciona bem.”
[…]
“Todo censor é um pequeno ditador.”
[…]
“Quem não tem direito livre à própria liberdade de expressão não tem garantia de qualquer outro direito, porque palavra é a expressão da sua alma, do seu pensamento.”

Fonte: Espaço Aberto

Bolsonaro, é fato, nunca teve um Carnaval como este que passou

Na noite desta terça-feira (05), por volta das 21h, o presidente Jair Bolsonaro surpreendeu milhões de pessoas que estavam no Twitter ao fazer esta postagem.

Quem preferir não vê-la, o repórter a descreve: é um vídeo em que três foliões estão sobre uma marquise, uma laje, uma plataforma, seja o que for. Um deles, seminu, faz gestos como se estivesse apalpando o próprio ânus. Em seguida, abaixa-se para que outro rapaz faça xixi em sua cabeça.

Não se sabe onde é isso. Nem quando é. Mas o certo é que Bolsonaro escreveu o seguinte: “Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. (sic) Comentem e tirem suas conclusões.”

Bem, em obediência à ordem unida emitida pelo Capitão, vamos comentar e tirar conclusões.

Os comentários são os seguintes.

Não. Não “é isto que tem virado muitos blocos de rua do carnaval brasileiro” (sic). O Carnaval não é o oceano de depravações, devassidão e esbórnia que o presidente pretendeu nos fazer supor. É uma festa popular que, como tal, também enseja excessos, evidentemente. Inclusive excessos escatológicos como esse, mas que não foram inaugurados agora.

Excessos existem em qualquer concentração popular. No futebol, por exemplo, além de levarem xixi na cabeça, torcedores são mortos – literalmente mortos – em meio a brigas selvagens entre torcedores travestidos de bandidos – ou bandidos travestidos de torcedores. Bolsonaro quer pior excesso do que esse?

E a conclusão?

A conclusão é a seguinte.

Inquestionavelmente, indubitavelmente, indisfarçavelmente, o Capitão deve ter passado o pior Carnaval de sua vida. Isso porque, como não se desgruda do Twitter, deve ter visto, irritado, furioso e constrangido, manifestações em que seu nome foi o tempero principal de um coro de impropérios, palavrões e xingamentos declamados e proclamados, em alto e bom som, em várias grandes cidades do País.

Constrangedor? Sim.

Mas é Carnaval, Capitão. Isso é Carnaval.

Em outros Carnavais, políticos – inclusive e sobretudo presidentes – já foram também muquiados verbalmente por foliões – os nus e os seminus. Neste Carnaval, aconteceu a mesmíssima coisa.

Mas Bolsonaro, como foi alvo de hostilidades verbais, pinça uma cena – que não se sabe onde nem quando se passou – e a expõe com o propósito de chocar, digamos assim, a consciência moral dos brasileiros.

Mas isso é bobagem, presidente.

E sabe o que vai acontecer depois desse vídeo?

Nada.

Porque nem o Carnaval é um oceano de devassidões e depravações, nem deixará de ser um espaço para irreverências e excessos e muito menos deixará de ecoar esses corinhos, digamos assim, incômodos, que deixam políticos fulos da vida.

Tomara que, voltando ao trabalho, a partir desta quarta-feira (6), o Capitão esteja relaxado.

Ou será que até o final de semana vai sair uma PEC acabando com o Carnaval?

Vish!

Fonte: Espaço Aberto

Refeições em Família – Crônica porreta de Fernando Canto

  1. mtmacarrao63

Crônica de Fernando Canto

A gente fica meio besta ao tentar compreender a rapidez das mudanças comportamentais que ocorrem com a família da gente e dos amigos, por conta da forma como cada uma encara os fatos. Mas longe de mim tentar impor costumes não mais existentes ou querer mudar o rumo de coisas que necessariamente acontecem devido ao horário de trabalho, academia, escola e outros afazeres individuais. Comportamento novo, modo de vida, forma ligth de viver, liberdade total, seja o que for são conceitos que abrem caminhos diferentes e esboçam desenhos de um novo quadro de qualidade de vida por conta de valores individuais que prevalecem sobre os valores grupais.

cronica-vsp-0Só um dia destes me dei conta que almoçava só, sem companhia, sem conversa. O horário de trabalho era incompatível com o horário e a fome de todos os outros integrantes da casa. Meio chateado reclamei, mesmo sabendo que o quadro iria se repetir, porque a família nuclear hoje está tendendo mais para uma instituição fissurada, onde fatores espontâneos ou provocados liberam outras energias e a atomizam. A esses fatores dá-se o nome de estabili36946_53034-controlar-o-computador-pelo-celular-150x150dade na modernidade, na qual o dinheiro pode comprar toda uma parafernália eletrônica, quer queira quer não, nas melhores famílias, promovem até certo ponto essa atomização e a individualidade compulsória de seus membros. Apesar de todos os esforços dos pais (Conversei com vários deles.), à medida que a família cresce, dentro de cada casa, cada quarto de filho ou filha, com seus devedês, televisor, computador, games e internet, torna-se “território proibido” para os pais. Vira núcleo de acesso apenas para a empregada fazer limpeza e para os amigos(as) ou namorados(as). É uma suíte de um hotel confortável e reduto do(a) guerreiro(a).

1 a 1 a a a a vo jantarLembro quando almoçar com a família tinha horário marcado. O pai, e/ou a mãe, chegavam do trabalho, obrigavam todos a lavarem as mãos, faziam sua prece de agradecimento e só depois que o chefe se servia é que outros podiam comer. Até hoje as mães dão os melhores pedaços da galinha aos filhos. Só mais tarde é que fui descobrir porque elas “gostam” tanto do pescoço, do sobre e das asas. Depois do almoço a sesta do chefe era sagrada. Havia de descansar para voltar ao trabalho da tarde, em busca do sustento da família.

fam.tv_.50sCom o advento da televisão, as famílias que conseguiam comprar um aparelho se reuniam ao redor daquela luz azulada, na sala cheia de parentes e vizinhos, após o jantar espremido entre e o banho e a hora da novela. Esse encanto só se repetiria com a aquisição de um televisor a cores. Certa vez a luz apagou, foi embora e foi geral. Um silêncio total chegou com a escuridão na sala, até que alguém perguntou onde havia uma caixa de fósforos para acender uma vela. Ninguém mais sabia conversar, a não ser sobre a ansiedade da chegada da energia e com impropérios normais à companhia de eletricidade. Mas lembro que lá fora a lua macapaense, patrimônio dos olhos, brilhava, brilhava, e um satélite cruzava o céu do equador sobre a cidade às escuras.meteorwatch

O mundo gira no espaço, e nós como os satélites ao redor dele, às vezes brilhantes, às vezes precisando de conserto, mas sempre transmitindo mensagens e informações seguras aos filhos, tentando preservar alguns valores familiares. Quando a família está “brocada” e decide que não quer jantar, pede uma pizza gigante para comer diante da telinha do big brother, regada à maionese e ketchup. Depois vem a “facada”: – Empresta a chave e uma grana aí, velho! Mas isso não é nenhuma novidade. Só nova forma de repetir o que a maioria de nós já fez. O tempora! O mores!

VInte e quaTro cARAS – Crônica de Fernando Canto

Crônica de Fernando Canto

Vinte e quatro ladrões deidéisalheias, vinte e quatro Karaikos sem identidade, vinte e quatro alimárias, vinte e quatro fedegosos, vinte e quatro desativos, vinte e quatro legistijolos, vinte e quatro esbugalhados, vinte e quatro moscamortas, vinte e quatro sanguesugas, vinte e quatro harpias, vinte e quatro térmitas, vinte e quatro algoterríveis, vinte e quatro dãoecomis, vinte e quatro manganeses, vinte e quatro poluídos, vinte e quatro deolhonodinheiro, vinte e quatro aves de rapina, vinte e quatro cabrassafados, vinte e quatro esconjurados, vinte e quatro trajanotraidores, vinte e quatro povoenganadores, vinte e quatro zangarrilhos, vinte e quatro ligeiros, vinte e quatro enviados do Fute e uns três ou quatro separados do veneno.

Vinte e quatro pinguinsebosos, vinte e quatro festativos, vinte e quatro silvériosdosreis, vinte e quatro ferrabrases, vinte e quatro alucinados, vinte e quatro curupiras, vinte e quatro bestas do apocalipse, vinte e quatro pseudoretardados, vinte e quatro vampiros da floresta, vinte e quatro carcinomas metastásicos, vinte e quatro xixilados, vinte e quatro decadentes e uns dois ou três que ainda tem olhos.

Vinte e quatro bobovelhos, vinte e quatro morcegos hematófagos, vinte e quatro reiscaldeira, vinte e quatro bailesdemáscas, vinte e quatro ratosdeesgoto, vinte e quatro judas, vinte e quatro traíras, vinte e quatro solipsos, vinte e quatro surucucus, vinte e quatro lacraus, vinte e quatro pretensos nababos, vinte e quatro pantagruélicos, vinte e quatro onívoros, vinte e quatro lambe-sacos-e bigodes, vinte e quatro pantófagos, vinte e quatro pinóquios, vinte e quatro febres quartãs, vinte e quatro cleptomaníacos, vinte e quatro xerimbados, vinte e quatro blefadores, vinte e quatro assimdeolho, vinte e quatro oxiúros, vinte e quatro cabas-de-igreja, vinte e quatro nanicos anatematizados e um ou dois votovencidos.

Jornalismo e Servilismo, eis a questão…

Todas as profissões estão voltadas a um tipo de serviço. O jornalista, entre outras coisas, é um profissional a serviço da palavra. Vivo de palavras, pois este é o meu ofício, mas as verdadeiras. Aliás, o sonho de consumo de todos nós. Nem sempre é assim.

Então. Às vezes é preciso pisar na beira e repor verdade, pois como disse Winston Churchill: “uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir”. Pois então.

O profissional da comunicação precisa ter cuidado com essa ‘volta inteira’. Um exemplo: hoje, a promotora de Justiça do Ministério Público do Amapá (MP-AP), que atua na Promotoria do Meio Ambiente e na Secretaria-Geral do MP-AP, Ivana Cei, concedeu entrevista ao programa Luiz Melo Entrevista, na Diário FM.

A membro do MP-AP foi ao programa falar sobre sua possível agenda em Londres (ENG), onde pretende tratar sobre atuação na área ambiental e os impactos ambientais, sociais e econômicos causados pelas mineradoras ANGLO (sediada na capital inglesa) e ZAMIN, no Amapá. Até aí, tudo normal.

O problema é que no final de semana passado, um jornal, que utilizarei o nome fantasia (assim como as notícias que o vestem) de “A Casseta”, tentou macular esse objetivo e afirmou que a promotora iria até a cidade inglesa tratar de interesses particulares e que a viagem seria paga com o dinheiro público.

Acontece que tal inverdade foi muito difícil de engolir. Explico. É que se trata de uma mentira, um papo furado pra ludibriar, como de costume. Apesar de respeitar alguns colegas do tal jornal, essa prática é o velho “jornalismo ficção-servil-canalha-mal-intencionado”, para beneficiar a quem interessa falsear a verdade e manter um sistema de desinformação, a chave-mestra da corrupção.

Aliás, a prática de manobrar os desavisados com mentiras deslavadas, sem nenhum respeito aos fatos e sim uma reles construção de factoides, com direito a ataques difamadores é comum. Mas provar mesmo, aí é outro papo. Essa prática vergonhosa, infelizmente contraria os princípios jornalísticos. Fazer o que? Repor a verdade, claro.

Aliás, foi isso que Ivana Cei fez hoje durante a entrevista. Entre outros esclarecimentos sobre vários temas perguntados, a promotora de Justiça disse: Sou promotora de Justiça e cobro pela sociedade. Se houver danos, temos sim que atuar. Por isso essa agenda internacional. O Ministério Público Estadual tem a obrigação de exigir a reparação dos danos causados ao nosso povo por essas mineradoras”.

Sobre a maldosa matéria do referido periódico, doutora Ivana enfatizou: “todos podem investigar o Ministério Público. Poder de investigação não significa mais poder, significa mais trabalho. Defendo que todos os órgãos façam o mesmo”, frisou .

Fui assessor de comunicação em diversas esferas da Administração. Já realizei matérias sobre os prejuízos ambientais e financeiros causados pelas mineradoras gringas, acompanhei a situação real e tenho conhecimento de causa: Muitas pessoas foram lesadas. A sociedade foi lesada! Ou seja, o argumento do servilismo da Casseta é pequeno, mesquinho e irresponsável.

Ah, sim. Trabalho no MP-AP, sou diretor de comunicação do órgão, mas quem lê este site (que existe há nove anos) e mesmo quem conhece minha vida, sabe que sou um profissional sério, que este espaço de comunicação é ético e não só mais um a lotear e barganhar para ganhar o pão.

Aliás, a matéria também é espontânea. Não há servilismo. Só pura indignação. Essa foi uma daquelas pequenas e raras vezes em que a vida nos pede a coragem de falar a verdade, sempre junto da nossa amiga esperança.

A vida segue, a tarde cai e, enquanto isso, “…A esperança dança na corda bamba de sombrinha e em cada passo dessa linha, pode se machucar…”.

E fim de papo.

Elton Tavares Jornalista, assessor de comunicação e editor do site De Rocha.

Família de escultor protesta contra anúncio de troca da imagem de São José na Pedra do Guindaste

Foto: Márcia do Carmo

Em depoimentos, gravado e escrito, divulgados nas redes sociais, a partir do Facebook, a família do artesão Antonio Pereira da Costa, o Português, protesta contra o anúncio de troca da imagem de São José na Pedra do Guindaste, esculpida e instalada no local por ele. No depoimento escrito por uma das netas do artista plástico, Elaine Costa, a família pede respeito à cultura do Amapá e reconhecimento à dedicação que o artesão dedicou ao estado:

“Muito triste tirarem a Estátua que meu avô Antonio Pereira da Costa o Português deu de presente à cidade de Macapá e às pessoas… (Nós) estamos toda a família, profundamente consternados, pois ela custou o suor, o amor, horas de cuidados em tornar a imagem tão linda para nos proteger. Não importa a posição da estátua, o que importa foi o gesto de honestidade de tanto amor pelo Estado do Amapá que o nosso avô fez, pois ela não custou nenhum centavo aos cofres públicos”.

Prossegue o depoimento: “O nosso avô foi um grande escultor sendo reconhecido em Portugal por suas ilustres e grandiosas obras inclusive essa estátua de São José na frente da cidade de Macapá, e foi primeiro arquiteto da cidade de Macapá, da história do Amapá; isso é uma crueldade trocar essa imagem por outra totalmente sem as mínimas memórias… histórias e cuidados com seu povo do Amapá; isso é acabar com a memória do Amapá”.

No final, o apelo: “Nos ajudem a impedir que não só a pedra mas também a imagem de São José seja substituída, pois assim estaremos acabando com a memória de um povo; nos ajudem a impedir tamanha crueldade …Sou filha e me criei nesse Estado respeitem por favor a memória de um povo e da família”.

Depoimento gravado

Muito emocionada, mas bastante firme e lúcida, com a autoridade dos seus 94 anos de idade, dona Erotildes Costa Leite, filha mais velha do artista plástico pediu a união dos macapaenses e adoção de medidas judiciais pelo Ministério Público para impedir o que chama de “atentado à história de Macapá:

“Eu me chamo Erotildes Costa Leite, tenho 94 anos e sou filha mais velha artista plástico Antonio Pereira da Costa, cidadão português radicado no Brasil desde os 13 anos de idade, onde casou e constituiu família. Meu pai foi autor de dezenas de obras expostas nos estados do Pará e Amapá, entre elas a imagem de São José, que protege a cidade de Macapá.

Foi com imensa surpresa que recebi a noticia da decisão de trocar a imgaem feita por meu pai e que já está aderida ao patrimônio histórico da cidade. Esse atentado ao povo e à cultura de Macapá não pode acontecer. Os senhores governantes sequer consultaram a população quanto a uma decisão de tal repercussão. Não me digam que a estátua precisa de restauração, pois se assim o fosse após o trabalho de restauração deveria voltar ao local onde sempre esteve.

Não se pode tratar a história dessa forma. Rogo às autoridades, especialmente ao Ministério Público que adote as medidas judiciais cabíveis para impedir esse ato ilegal. E peço ao cidadão de bem que encampe essa jornada contra esse atentado à historia de Macapá. Quem não tem passado não tem futuro. Que São José nos proteja!”

Fonte: Diário do Amapá

Pelo SEGUNDO ANO CONSECUTIVO, a meta de acabar com o Carnaval de Escolas no Amapá vai de vento em popa

É preciso que fique claro: sou do partido dos sem partido. Outra coisa, não tenho nenhum problema pessoal com alguém da Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá (LIESAP), muito menos com algum presidente ou diretor de qualquer que seja a agremiação carnavalesca. Há muito não possuímos política cultural. Mas a coisa só piora.

O Carnaval é a maior alegria do povo. E nem me venham com o lance de “pão e circo”, isso é argumento furado de quem não entende que essa é a maior festa popular do Brasil. Aliás, o Estado precisar ser o provedor do evento, pois somente assim a iniciativa privada investe junto e bem pouco. Aquele lance das escolas se manterem é estória. Já que gostam tanto de comparar o incomparável, o Carnaval do Rio de Janeiro recebe sim ajuda financeira, pois nenhuma escola de samba entra na avenida com recursos próprios. Isso lá, “alvará” aqui.

Claro que concordo que as agremiações deveriam fazer a parte delas, mas poucas escolas promovem eventos para fazer caixa para o Carnaval. Salvo engano, Piratas da Batucada, Boêmios do Laguinho, Maracatu da Favela e Piratas Estilizados são as únicas no Amapá a realizar bingos, domingueiras e festas em geral com esse objetivo.

Localizados a poucos metros do Sambódromo de Macapá, cinco galpões com 25X60m e 14 metros de altura foram construídos em 2012. Espaço suficiente para a confecção de alegorias, fantasias e adereços. Cada um deles tinha setor administrativo refrigerado, cozinha, bar, banheiros, instalações elétricas e hidráulicas, caixa d’água, exaustores e lixeiras. Na época, o objetivo era utilizar durante o ano inteiro pelas escolas e Liesap. Nos meses que antecedessem o carnaval, com a produção do que sereia apresentado na avenida, e nos demais para realização de oficinas de capacitação, eventos e promoções. “É o primeiro passo palpável para a independência do carnaval amapaense, que hoje depende de repasse dos governos”, disseram. Só papo. Ninguém fez ou faz nada lá e o espaço está entregue às baratas. E a tal “independência” está longe ser fato, se é que um dia será.

Em 29 de abril do ano passado, o novo presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá (LIESAP), a mesma que já foi Liga das Escolas de Samba do Amapá (Liesa) e agora luta para que algumas agremiações não fundem uma nova liga, foi eleito para organizar o Carnaval 2017, já que em 2016 a festa não acontecera. Em junho, presidente e vice da Liesap foram ao Rio de Janeiro buscar parcerias e deram como certa a realização da festa com apoio do empresariado local.

Logo após a eleição, em agosto, a nova diretoria da LIESAP reuniu com empresários, representantes de entidades públicas e privadas para apresentar o Plano de Negócios do Projeto de Carnaval 2017. O presidente disse que já contava com compromissos firmados. Só papo. Aí veio a cereja do bolo: o desfile das escolas de samba do Amapá neste ano poderá ser realizado no mês de setembro durante a programação do Equinócio da Primavera. Essa situação “inovadora” que muda o calendário cultural do Amapá me lembrou da história que, a mando dos militares, Benito de Paula cantou: “tudo está no seu lugar, graças a Deus, graças a Deus”.

Revoltado com o absurdo, o sambista (melhor artista e mais sábio), Paulinho da Viola, rebateu ironicamente em alto nível: “tá legal, eu aceito o argumento, mas não me altere o samba tanto assim. Olha que a rapaziada está sentindo a falta de um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim”.

A mudança no calendário cultural do Amapá é fruto da crise, que já estava instalada nos tempos de garantia da realização do evento. Eu até publiquei toda essa balela. Enganaram a gente direitinho !!!

A festa gera emprego, aquece a economia e o turismo no Estado, além de difundir a cultura amapaense e brasileira. Trata-se de uma das maiores paixões da população. Sim, a festança consome recursos altos demais, mas então que não prometessem ou garantissem. Como disse a jornalista Tica Lemos em outra oportunidade: “esse carnaval da massa, do povo, do liso, dos trabalhadores e que a burguesia adooora, é que balança, movimenta, agita, enlouquece e faz ferver o fevereiro, dia e noite. Cidade tá morta, fôlego”. Tá morta mesmo. Se não fossem as levadas do Piratão, a organização dos blocos ou o “ensaio” que rolará com algumas escolas este mês, nada teríamos em relação às agremiações.

Mesmo assim, é um absurdo pagarmos para assistir o tal ensaio, dez pilas, disque. Como bem pontuou o meu amigo Cleomar Almeida: “essa história de ensaio técnico tá bem parecido com a letra daquele famoso samba: “Ensaiei meu samba o ano inteiro, comprei surdo e tamborim… mas chegou o carnaval e ela não desfilou, eu chorei, na avenida eu chorei…”.

Não quero que esse desabafo seja usado pelas fileiras da massa de manobra que apontam erros dos outros e não admitem os próprios. Mas é como disparou Fernando Canto: “fazem carnaval o ano inteiro e na hora do povo, negam“. Difícil de entender. Mais difícil ainda é ver a passividade como isso foi aceito.

Pelo SEGUNDO ANO CONSECUTIVO, a meta de acabar com o Carnaval de Escolas no Amapá está de vento em popa. Muita gente não reclama, não dá um pio para evidenciar a dimensão paquidérmica da farsa que foi urdida contra nossas saudosas noites de folia, brilho, cores, risos e sorrisos.

Cheio de memória, arte e homenagens. Muito mais que uma disputa de agremiações em uma grande passeata festiva. O Carnaval é inspiração, vibração, talento, organização, imaginação, alegria, magia e amor. Fala de nossos costumes, história e tradições. Um contagiante evento de luz, cor e muita alegria. Sem falar na rentabilidade. Não tê-lo, é sofrer de desamor.

Sem carnaval, a dispersão chegou antes do desfile que nunca virá em 2017. Infelizmente, todos nós, amantes da festa, acabamos saindo em uma grande e unificada ala de palhaços tristes. É isso, INFELIZMENTE.

*A jornalista Gilvana Santos, que está na coordenação do evento citado (e criticado) esclareceu que a cobrança de ingresso pro evento das escolas porque não vai ter investimento de ninguém e a arrecadação é para pagar o som, segurança e outros custos do evento.

Elton Tavares, jornalista, amante do Carnaval amapaense e incentivador da cultura local.

Violência nas escolas, inversão de valores – Por @maiarapires

Por Maiara Pires

Macapá (AP) – Um desajuste generalizado na formação do caráter de crianças e adolescentes, levou diversos órgãos que não são diretamente ligados ao campo educacional, a se mobilizarem para ‘ajudar’ as famílias e o Estado a educarem a nova geração. Foi-se o tempo em que os filhos honravam pai e mãe e que o professor era tratado com a reverência de Mestre na sala de aula. A nova geração se conflita com os valores da boa moral e dos bons costumes. Homens e mulheres educados numa época em que ainda havia respeito familiar e social, não conseguem conceber o que aconteceu de lá pra cá.

Criados há 27 anos para assegurar os direitos da criança e do adolescente, os conselhos tutelares foram estereotipados como entidades que não deixam os pais educarem os filhos. A alcunha é prontamente rebatida pela conselheira Huelma Medeiros: “O conselho tutelar não é inimigo do pai e da mãe. Ele é um parceiro na orientação das nossas crianças e adolescentes. Somos a favor do diálogo e da conversa. Quando a repressão se transforma em espancamento, violência e brutalidade, aí nós entramos em cena para assegurar um direito que está sendo violado”.

A falta de referencial de pai e mãe é um agravante apontado por órgãos como secretarias de educação, Polícia Militar, conselhos tutelares e outros, para que crianças e adolescentes sejam ‘educados pelo mundo’. “Em ações que acompanhamos do Comissariado Infância e da Juventude, encontramos crianças de 10, 11 anos de madrugada em eventos noturnos consumindo drogas e bebida alcoólica. Onde estão os pais que não sentem a falta dos filhos ou não colocam limites para eles?”, indaga a conselheira Huelma, depois de citar o histórico familiar de alguns casos atendidos, como pais separados, familiares que incentivam a ingestão de bebida alcóolica e uso de drogas, entre outros.

Desajuste social

Ainda com relação ao papel da família, o coordenador de Apoio ao Educando (CAED), departamento ligado à Secretaria de Estado da Educação (Seed), Manoel Miranda, lembra que “a educação não se faz na escola, se replica dentro da escola”. Ele destaca, ainda, que a formação de princípios e valores nunca saiu da responsabilidade da família. E faz questão de citar o Art 205 da Constituição Federal que diz: “a educação é (…) dever do Estado e da família”. A fala de Manoel Miranda demonstra a angústia dos gestores da educação que, diariamente, são cobrados e responsabilizados pela má formação dos estudantes.

A conselheira Huelma chamou a atenção para outro comportamento que, quase não se vê nos dias de hoje. “O pai e a mãe tem que estar na escola acompanhando o desempenho dos filhos. Existem situações em que os pais não sabem com quem o seu filho se relaciona”, comentou ela, antes de fazer um panorama do comportamento da nova geração de crianças a adolescentes em ambiente escolar. Segundo relatou, existe violência entre alunos; entre professores e alunos; entre gestores e alunos e; entre familiares e alunos.

O próprio atual secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Ericláudio Alencar, confirmou que a até dois anos atrás, quando atuava como delegado de Polícia Civil no Amapá, encontrava diretores de escola e professores espancados na delegacia, por diversas vezes durante o seu plantão.

O que também chamou a atenção da conselheira tutelar é que o desarranjo social independe da condição financeira da família. “Atendemos crianças e adolescentes de todas as classes sociais. O desajuste está generalizado. O que acontece é que existe um mundo preparado para receber estes adolescentes: o acesso fácil à bebida, o tráfico, as facções”, observou.

Para tentar resolver essa ‘bronca’ que pendeu mais para o seu colo, a Secretaria de Estado da Educação busca parceiros para implementar metodologias que minimizem os conflitos no ambiente escolar. É o caso das práticas restaurativas, que são meios para solucionar conflitos sociais e promoção da paz em diversos ambientes, incluindo as escolas. Trata-se de uma iniciativa que tem se expandido pelo Brasil há cerca de 10 anos incentivada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, que, chegou ao Amapá em 2015, encampada por órgãos como o Ministério Público do Estado (MP/AP) e Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap). Algumas escolas já aderiram e em 2017, a titular da Seed, Goreth Sousa, quer fortalecer as práticas restaurativas em outras instituições de Macapá e Santana.

Assim como o Ministério Público, que percebeu que o caso é sério nas escolas, o Tribunal de Justiça foi além das práticas restaurativas e lançou em agosto de 2015, o Programa de Mediação Escolar para contribuir com a cultura da paz nestas instituições. O projeto capacita profissionais da própria escola, para atuarem como mediadores de conflitos.

O coordenador de Apoio ao Educando/Seed, Manoel Miranda, fez uma análise da intervenção do Judiciário neste processo educacional: “É uma mudança de paradigma. A justiça passa a deixar de trabalhar num contexto reativo, para trabalhar num contexto proativo”, frisou ele, enaltecendo a iniciativa.

Segurança nas escolas em 2017

No planejamento da Secretaria de Estado da Educação para 2017, também consta a vigilância física patrimonial na área rural e em unidades de risco na área urbana; a volta de agentes de portaria, principalmente, durante o dia; o sistema de monitoramento eletrônico online interligado com o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes). Neste sistema de vigilância eletrônica, os professores e gestores escolares poderão ajudar no monitoramento, por meio de um aplicativo de celular. Além destes mecanismos, a Seed também quer fortalecer as parcerias com outras instituições, a exemplo da Polícia Militar.

A Major Marizete Magalhães que atua na Coordenação do Policiamento Escolar Comunitário, já antecipou que a Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública, irá promover cursos para aspirantes a oficiais e cursos de policiamento escolar para os novos militares atuarem conforme as diretrizes do Ministério da Justiça e segurança pública nacional.

Ela destacou que outros projetos sociais da Polícia Militar continuarão ao longo do ano letivo de 2017, a exemplo do Programa Educacional de Resistencia as Drogas (Proerd). Por meio desse programa, além das rondas nas escolas, os policiais ministram palestras abordando diversos temas da vivência de crianças e adolescentes.

A intervenção da polícia no ambiente escolar, tem retirado diversos objetos ilícitos do convívio dos alunos. Durante um ano do projeto de Policiamento Escolar Comunitário (2016), quatro batalhões de polícia (1º BPM, 2º BPM, 4º BPM e 6º BPM) conseguiram tirar de circulação em torno de 150 itens como arma branca, munição, simulacro, entorpecente e duas armas de fogo. Se toda essa mobilização irá diminuir a sensação de insegurança da população, principalmente a comunidade escolar que está cada vez mais assustada com as invasões aos estabelecimentos de ensino, só o final de 2017 irá dizer.

Simpósio

Toda essa problemática levou a Coordenadoria Estadual de Segurança Comunitária (CSC) a promover nos dias 12 e 13 de janeiro de 2017, o I Simpósio de Policiamento Escolar Comunitário. O evento buscou discutir e apresentar conclusões sobre a atuação da Polícia Militar do Amapá na segurança da escolas da rede estadual de ensino.

Temas como pacificação de conflitos no ambiente escolar, atividades desenvolvidas pelo Conselho Tutelar e práticas socioeducativas aplicadas à criança e ao adolescente, foram alguns assuntos debatidos. O Simpósio reuniu representantes do Ministério Público, Vara da Infância e Juventude, Conselho Tutelar, Polícia Militar e Secretaria de Estado da Educação, no Auditório da Sejusp, em Macapá.

Uma informação divulgada no Simpósio que intrigou o coordenador de Apoio ao Educando/Seed, Maonel Miranda, foi a destinação de R$ 44 milhões do Ministério da Justiça ao Amapá para o sistema prisional, enquanto que, em 2016, o Amapá perdeu uma cifra aproximada de R$ 41 milhões, em repasses federais para a educação. “É trágico”, resumiu o gestor ao lamentar a visão míope do poder público para o sistema educacional.

Mendigos emocionais – Por @Cortezolli

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Há tempos não escrevia nada, sequer uma linha. Cogitei a possibilidade de fazê-lo à moda antiga, papel e caneta, mas a memória remota das pontas dos meus dedos tocando o teclado nevrálgicamente, me foi mais sedutora.

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Submergi num daqueles mergulhos em mim mesma, quase suicida, não esperava por salvação, mas também não acreditava num retorno, apenas me afundava no que considerei ser uma síndrome de autoconhecimento inadiável.

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Perdi aquela certeza na hora de concatenar as ideias, porque por mais que minhas opiniões se transformem de acordo com minhas experiências mais recentes, é necessária aquela cegueira provisória na construção dos argumentos, mesmo que frágeis. Mas, isso mudou…

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Lembrei do quanto me cobro e por isso não espero menos das outras pessoas, contudo, em algum instante me veio à mente, que as pessoas não são responsáveis por nossas expectativas, mesmo que eu me recuse a baixar as minhas. Se você não abandonou o meu raciocínio até aqui, é porque se identifica com essas questões.

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Então, se torna uma sensação lancinante, análises sobre todos os tipos de relacionamentos interpessoais, e vai desde a amizade longa, amores efêmeros, paixões doentias, até o atendimento ao cliente numa farmácia ou padaria. Você ou eu, nem sempre sabemos o que queremos, mas criamos ilusões em torno do que não sabemos, criamos muralhas de medo ou, por vezes, preferimos chamar de cautela. Entretanto, surge uma vivacidade, não se sabe de onde e meio que sai pelos poros, onde cremos que somos capazes de nos jogarmos cegamente em queda livre, pelo simples prazer de sentir o vento, a velocidade, sem nos preocuparmos com a queda.

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Porém, se formos pensar friamente sobre as expectativas, devemos nos ater ao fato dessa onda comportamental, de sei lá, uns vinte anos que antecedem o agora. Essa geração da qual, fazemos parte, independentemente da idade fisiológica, onde todos estão carentes, de chapéu nas mãos.

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Façamos um exercício de fechar os olhos e nos imaginarmos como espantalhos, preenchidos com espuma ou palha, no aguardo de um coração bater no peito, pode ser remendado, não tem problema, parece patético não é? Mas, não é muito diferente de como nos comportamos.

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Talvez porque as paixões sejam elas pelo que fazemos ou por pessoas nas quais depositamos nossas esperanças ou sonhos. A verdade rasa, curta e grossa é que queremos a sensação de quando estamos apaixonados, não necessariamente por alguém real ou pelo que fazemos. Construímos isso em nossas mentes… Deveríamos pensar em nos apaixonarmos por nós mesmos, sem esperarmos por migalhas de aplausos, curtidas e comentários, todavia, esperamos. Lembre-se de que fazemos parte desse contexto imediatista, a era do mimimi e que estamos carentes de crenças, de amores, de qualquer coisa.

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Queremos sempre mais… Só não sabemos exatamente, do quê. Acredite até a dor é desejada, apenas para sabermos como é não senti-la mais.

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Com Hellen Cortezolli – 2010 – Saudades

Hellen Cortezolli – Jornalista, fotógrafa, cronista e minha amiga querida que mora no Sul, após nossa conversa sobre amores e dores. 

Nota da fotógrafa Márcia do Carmo sobre a falta de pagamento da OAB AP – REPUBLICADO POR CONTINUAR A PENDÊNCIA

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Fotógrafa Márcia do Carmo

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Seccional Amapá, afirma que, de acordo com o seu Departamento Financeiro, não constam débitos ou ordens de pagamento em abertos referentes a serviços de comunicação prestados por terceiros.

No entanto, venho por meio deste veículo dar publicidade ao fato de que prestei serviços de comunicação (fotografia) para esta entidade no mês de agosto de 2015, e em março deste ano. Até agora, não recebi nenhum pagamento dos referidos trabalhos.

A comprovação do que afirmo estão nos documentos aqui anexados, e na própria página da rede social oficial da OAB/AP, onde constam créditos das imagens em meu nome, Márcia do Carmo, no evento de entrega das carteiras e a posse do Conselho de Ética.

Gostaria de ressaltar que sou uma profissional que atua há 28 anos no mercado local e nacional, e estou buscando justiça por parte de uma entidade que, como diz a própria nota, “possui um longo histórico de lutas em favor dos direitos de Cidadania”, que é o pagamento por serviços prestados. Jamais quis tumultuar, desgastar a imagem da Ordem no Amapá ou causar danos morais aos seus representantes. Vivo do meu trabalho e os que me conhecem e à minha história, abonam o que aqui afirmo.

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Márcia do Carmo – Fotógrafa

Fonte: blog da Alcilene

Meu comentário: Márcia do Carmo é a melhor fotógrafa com quem trabalhei. E olhem que já trampei com muitos excelentes profissionais da área. Além de hiper competente, é séria e honesta. Estou com ela, pois a Marcinha é uma mulher íntegra e muito querida.

*Nota publicada há duas semanas e republicada hoje por motivos da colega AINDA NÃO TER RECEBIDO. 

Sobre a passagem da tocha, textinhos-comentários que gostaria de ter escrito

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Foto: Globo Esporte

Sobre a passagem da Tocha Olímpica em Macapá, motivo de brincadeiras, chacotas, absurdos ditos, memes nas redes sociais, emoção, digo-vos: foi sim um momento histórico para a capital amapaense. Brinquei sobre a massificação da pauta em grupos de whatssap composto por jornalistas, mas sei da importância do evento e do trabalho de informar exaustivamente o glorioso dia de ontem. Parabenizo os colegas envolvidos na divulgação e reproduzo aqui quatro comentários de jornalistas amigos meus (com muito orgulho) que gostaria de ter escrito:

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Foto: Floriano Lima

Do Renivaldo Costa

Cheguei a pensar em escrever um texto sobre o assunto, mas foram tantos comentários medíocres e imbecis sobre o fato de Patrícia Bastos conduzir a tocha no “Curiau” que resolvi não perder tempo com essa gente de ideias minúsculas.

Chamaram-na de “branca”, “de senhorinha”, “de sinhá”, e de outras coisas tão fúteis que eu sinceramente nunca esperaria de uma delegada de polícia e de um sociólogo, gente que demonstra não ter frequentado as aulas de Antropologia e não ter aprendido nada de etnia.

Em qualquer outro país, Patricia Bastos seria resguardada como patrimônio cultural. Aqui, é vilipendiada por gente que leu umas duas páginas sobre quilombo e acha que é especialista no assunto. Lamentável.

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Foto: Márcia do Carmo

Da Mariléia Maciel

Ninguém pediu, mas vou dar minha opinião.

Acho que a Comissão organizadora tinha sim que ter colocado o José Maria desde o início na programação, não precisava haver pressão para isso. Mas acredito, não tenho certeza, que acharam que o Curiaú estava bem representado com a Esmeraldina e o seu Lino.

Mas não concordo com o sentimento de “apequenamento” de um povo lutador, dá a entender que os quilombolas do Curiaú são coitadinhos, mas não os vejo assim. O local foi valorizado sim, ganhou repercussão muito positiva, mas que pode ficar mais uma vez negativada se continuarem tentando colar essa imagem de “outra vez a história do negro e do branco”, até porque pra quem conhece o que se passa, sabe que não é bem assim.

Discordo mais ainda quando tentam impor que a Patrícia Bastos é uma branca, extraterrestre, que não representa o Amapá, nem nossa cultura.

Patrícia é respeitada no Brasil inteiro, leva nossas tradições para o mundo, em seus trabalhos sempre tem o Curiaú como referência, seja nos sons, na dança, no falar ou nas roupas. Mas não é uma artista que se aproveita de um povo, ao contrário, ela “vive” esse povo, convive com sua realidade e tem muitos amigos no Curiaú.

Ela representa o Amapá, os negros, brancos, pardos, o batuque e o marabaixo, o zouk e o brega, o samba e o indígena. Acompanhem seu trabalho e digam que estou errada. Seu último disco que será lançado, Batom Bacaba, é todo Curiaú. E está lindo.

Tem momentos em que mais importante que a cor da pele e o lugar em que nasceu, é o sentimento que está dentro da alma, e o amor que floreia o coração.

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Foto: Márcia do Carmo

Conheço muitos negros que ñ gostam de dizer que são quilombolas, não gostam de batuque, nunca dançaram em uma roda de marabaixo, e muito menos entraram no Centro de Cultura Negra. Inclusive no próprio Curiaú e Laguinho.

Quando vocês falam discriminando uma “branca”, colocando nela o selo dos discursos: “elite”, eu poderia também me sentir ofendida, mas sou resolvida com relação a assim e exijo respeito com minha trajetória. Me sinto mais negra que muitos que carregam nas veias o sangue africano.

E se fosse eu no lugar da Patrícia? Seria e branca, de elite no lugar de um negro quilombola?

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Vovó Iáiá – Foto encontrada no Facebook da jornalista Rita Torrinha

Da Rita Torrinha

Depois de tantos escândalos, pautas negativas e vergonha nacional, Macapá protagoniza um momento excepcional na mídia mundial, com um evento lindo que foi a passagem da tocha por nossa cidade!! Aí, neguinho recalcado vai pras redes ofender a organização do evento e ícones da nossa história e cultura. Poderia ter dormido sem essa. Querido, mete um sorriso na cara e fica feliz pelo nosso estado. Até pra ser do contra tem que ter argumento. Vai procurar uma lavagem de roupa!

Respeita nossa gente, nossa história, nossa cultura

Respeita quem tem legado e leva nossa arte para o mundo

Respeita nossa arte

Respeita nosso momento de alegria e viva a Patricia Bastos, Vovó Iaiá, Piedade Videira, José Maria Ramos, Hernani Vitor Guedes, Bira, Esmeraldina, Francisco Lino, Alcinéa Cavalcante, e todos os demais selecionados para serem condutores da tocha no Amapá , porque eles não construíram sua história de vida em um dia. Pronto, falei!!

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Foto: Floriano Lima

Do Humberto Moreira

Meu Deus. Vivemos numa comunidade miscigenada. É assim aqui e no resto do Brasil. O problema é a dor de cotovelo. Os que participaram estavam nos representando. Até porque não dava pra contemplar a todos que mereciam carregar a tocha. O diabo é o mimimi. Amanhã todo mundo terá esquecido o assunto.

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Foto encontrada no Facebook da querida jornalista Alcinéa Cavalcante, felizona aí na imagem

É como dizem: onde a bondade imperar, a malandragem se encosta. Depois de tantas verdades ditas e escritas, coloco a foto da jornalista, poeta, escritora e também condutora da tocha, Alcinéa Cavalcante e só assino embaixo:

Elton Tavares.

Sobre a emocionante arte da música e a absurda falta de apoio (Égua-moleque-tu-é-doido)

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Abner Campos e o maestro João Carlos Martins – Foto: Elias Sampaio.

Os leitores deste site sabem: sempre divulguei e divulgo cultura em todas as vertentes. Além disso, elogio quem brilha neste sublime campo de atuação e também critico quando é preciso.

Amo minha terra. Sério. Mas tem cada coisa que acontece aqui.

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Abner e o maestro João Carlos Martins – Foto: Valdici Fernandes.

O violinista amapaense Abner Campos, de 13 anos, talento descoberto há anos pelo maestro Elias Sampaio no projeto social do músico, e que por conta disso chegou a conhecer a Orquestra Filarmônica de Berlim, em 2014, foi convidado para tocar em um concurso de música erudita, que será realizado na Guiana Francesa (FRA), neste mês de março.

Só que o jovem violonista amapaense, a exemplo da maioria dos talentos locais, seja na arte ou no esporte, não tem grana (sim, dinheiro, patrocínio, recursos financeiros, etc) padownload (4)ra sair do Estado. O maestro Elias fez barulho, todos nós ajudamos nas redes sociais, e pelo que sei, ainda sem sucesso na arrecadação de recursos para enviar Abner para o concurso “Les Pirogues Musicales”, na cidade Saint-Laurent-du-Maroni, na fronteira da Guiana Francesa com o Suriname.

Aliás, os custos são somente com passagens, pois estadia e alimentação serão pagos pela organização do concurso. O jovem e o maestro precisam de R$ 1,5 mil. Eu não tenho essa grana. Mas isso aí é troco pro Governo do Amapá, Prefeitura de Macapá (ou qualquer instituição que tenha verba para a Cultura) e muitos empresários locais. Então qual o motivo dessa constante falta de apoio para músicos, esportistas e seja lá qual talento amapaense ?

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Abner Campos – Foto: Marco Leal

Hoje o caso foi mostrado no programa matinal “Encontro”, da Rede Globo de Televisão. Aliás, ao tocar seu violino, Abner emocionou nada menos que João Carlos Martins, renomado maestro, um dos maiores pianistas do mundo e maior intérprete de Bach, que também participou do programa. Se faltava convencer os que mandam na cultura local, ta aí, né não?

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Maestro Elias Sampaio

Abner é um prodígio no violino. Aluno do maestro Elias Sampaio que ensina música a crianças e jovens carentes de Macapá e com eles fundou a maravilhosa Orquestra Essência, da Associação Educacional e Cultural Essência (Aece).

Em janeiro de 2014, o Fantástico mostrou a orquestra, o trabalho do maestro. Foi lindo!

Mas eles

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ainda precisam de doações e todos podem saber como fazer pelo telefone (96) 98100-2457.

E aí, um garoto com todo esse talento reconhecido por um maestro respeitado mundialmente, além de todos que amam música, ainda vai ficar sem apoio? Quem tem como ajudar tem a obrigação de fazer isso. A Cultura do Amapá agradece!

Elton Tavares

A vez que fui reprovado em História da Arte

(Fonte img: google)
Em uma noite qualquer de 2006, recebi minha nota de um trabalho do 2ª semestre de jornalismo, matéria História da Arte. A professora me deu ZERO, aquela cagona. Ela pediu para definirmos os movimentos artísticos Neoclassicismo e Romantismo. Só não sacou que os conceitos estão certos, só foram explicados de forma irreverente. Leiam:
Análise pessoal de movimentos artísticos – Por Elton Tavares

O Neoclassicismo :


O Neoclassicismo aconteceu entre o fim do século XVII e o início do século XIX, expressava os valores da burguesia endinheirada e fútil da época. No neoclassicismo era difundida a idéia de que para uma obra de arte ser perfeita, ela deveria se basear na arte grega e romana, com sua estética clássica (daí o nome: Neoclassicismo, ou seja, novo classicismo).

Pra isso, era necessário que o artista aprimorasse seu aprendizado através de técnicas e convenções da arte clássica (puro academicismo, que por sinal, é o outro nome do neoclassicismo).

Exemplos bem marcantes da arte neoclássica estão na arquitetura ocidental em grandes cidades – principalmente na Europa. Estas construções neoclássicas “coincidiam” em geral com períodos históricos importantes (tipo revoluções, ditaduras, etc), como forma de atender os anseios do “ego descontrol” de algum louco surtado.

Na pintura, a inspiração, além da arte greco-romana, vinha também da renascença italiana, com suas formas humanísticas perfeitas e acentuadas. Na pintura, o mais significativo pintor, o “foda” mesmo foi Jacques Louis David, considerado o pintor da Revolução Francesa, que depois se tornou oficialmente o pintor do império de Napoleão Bonaparte (entendeu a ligação?! Hein! Hein!).

O Romantismo:

Já o Romantismo, aconteceu no século XIX, foi uma reação ao neoclassicismo, suas características são: a liberdade de estilo/expressão do artista e a valorização dos sentimentos/imaginação como princípios da criação artística. Desligando-se assim, dos tecnicismos acadêmicos vigentes na época. Além disso, temas como a natureza (com nuances dinâmicas), o estado emocional do artista (pura viadagem) e acontecimentos contemporâneos e históricos eram comuns nas obras do romantismo – no caso de Goya (a invasão de Napoleão na Espanha) e Delacroix (a revolução de 1830 na França).
Era comum também a pintura de paisagens da natureza (principalmente na Inglaterra), com um forte realismo de imagens, principalmente a modificação das cores causada pela sombra e luz. Esse lance todo tem um “quê” de frescura, essa contemplação toda da natureza, dos sentimentos e blá blá blá. Depois não querem que falem que os ingleses são frescos, rs (não, não sou homofóbico, foi só pra tirar onda). 

Lá pelo quarto ano de faculdade, após eu ter pago a matéria, mostrei este texto para minha coordenadora de curso e alguns professores. Eles foram unânimes, afirmaram que a ideia  o conteúdo sobre os dois movimentos artísticos  foi bem explicado, apesar da brincadeira que fiz no texto.
Agora me digam, como um professor de jornalismo pode ter a cabeça fechada a ponto de não sacar o humor e sarcasmo no texto? Eu me tornei jornalista antes de me formar e acredito que aprendi mais fora do que dentro da faculdade. Sobre a “mestra” em questão, acho que ela  é melhor de Samba do que de interpretação de textos.  

Elton Tavares
*Texto repostado