Amor em tempos de COVID, dualismo político, corpos perfeitos e vidas de sucesso – Crônica de Telma Miranda

Crônica de Telma Miranda

Estou sozinha em casa desde o ano passado e acho que nunca pensei tanto na vida. Claro que nem toda a programação dos seis serviços de streaming que tem aqui são suficientes para ocupar meu tempo, inclusive, tô até pensando em começar a escrever avaliações das programações, que como bem a minha filha fala: “A senhora já assistiu tudo!”, e confesso que estou preparada, Netflix!

Mas a pauta é outra e é a minha favorita: AMOR. E falo do amor romântico, que envolve paixão, desejo e toda aquela dor de cabeça deliciosa que quem já passou jura que não quer mais, mas quando vê, já tá de novo e quem nunca passou com certeza passará.

E amar em tempos de COVID, dualismo político, corpos perfeitos e vidas de sucesso é um ato quase revolucionário, pois a grande maioria das pessoas não se acha à altura de despertar o desejo de alguém por não se enquadrar nos padrões estéticos e financeiros que as redes sociais vendem, e quando consegue um chamego pra transformar em amor, ainda tem os protocolos de COVID, as diferenças político-ideológica-partidárias, sem contar com as diferenças religiosas, de origem, criação, propósito, etc. Amar e ser amado nunca foi tão difícil em toda a história da humanidade.

Ele é lindo, educado, inteligente, me trata bem, mas a religião dele não respeita a minha! Ela é maravilhosa, amo cada minuto com ela, mas ela votou no fulano pra presidente e ainda por cima compartilhou nas redes sociais! Nossa, ele é um príncipe e nossa química é perfeita, mas ele não quer se vacinar! Eita que ela defende o aborto e tá fazendo live pra incentivar outras e não se mata inocente! Poxa vida, beija tão bem mas defende o uso de armas e fala que bandido bom é bandido morto! Amo a comida dela, mas tinha que ter esses amigos maconheiros? Todos nós passamos, passaremos ou conhecemos alguém em alguma dessas situações. Ninguém mais cede ou dialoga. Estamos imersos num radicalismo em todas as modalidades sem precedentes. E os poucos que cedem são vistos como pouco inteligentes.

O mais incrível de TUDO é que tenho visto casais lindos separando, famílias divididas e um monte de gente gritando, brigando e quebrando por questões que em tese não deveriam afetar a vida íntima e particular, pois se tratam de diferenças de opinião e vivemos numa democracia.

Triste isso tudo, e o AMOR, artigo de luxo, vai se tornando cada vez mais rarefeito e confundido com acomodação por conveniência, e as borboletas que habitavam os estômagos dos amantes entraram em extinção, sendo que algumas foram contaminadas por esses vírus mutantes modernos e contaminaram alguns quase apaixonados que acabaram por desaguar esse sentimento ainda sem nome, dos que ficam cegos, surdos e obcecados em dominar, postar, parecer ser e ostentar ao invés de amar. A notícia boa é que pra COVID tem vacina. Pra ilusão tem o choque de realidade. E pra todo o resto, aceitar e respeitar nossa finitude e humanidade.

* Telma Miranda é advogada, fã de literatura, música e amiga deste editor.

Home again (De novo em casa)- Crônica de Lorena Queiroz – @LorenaadvLorena

Crônica de Lorena Queiroz

Você já se sentiu perdido? Acredito que sua resposta foi sim. Todo mundo sente-se assim em algum momento da vida. Perdido entre boletos, amores, um emprego que não te faz acordar sorrindo ou  acreditar que é tão bom no que faz. Perdido entre a transição de passado, presente e futuro. Entre o que acreditar ou desacreditar.

Entre a sua intuição e sua paranoia. Esses dias estava revendo umas  fotos para fazer um agrado de aniversário para minha sobrinha e me deparei com tantas fotos e lembranças antigas. Nas últimas semanas, havia recebido vídeos e fotos de amigos que se encontraram e lembraram de mim, e isso em tribos diferentes. E de repente estava imersa entre um choro de felicidade, sorte e gratidão. 

Sou agregadora por natureza, talvez por ser empática com a Teoria do espelho de Lacan, onde a criança, ao se reconhecer no espelho, tem noção de sua individualidade e, assim, perde a conexão com o todo, aquele papo se todos somos um. Não se sente mais parte do todo realmente. Mas o todo é tudo o que realmente deveríamos ser. 

Mas para isso, basta você abrir o arquivo do coração, ele te acolherá. O retorno ao que te ensinou a amar. Tem uma música do Michael kiwanuka, o nome é home again. Tem um trecho assim; “ Toda essa conversa vai te deixar velho. Então eu fecho os olhos e olho para trás”.

Seguindo em frente então eu não sinto medo. Eu não sentiria de jeito nenhum, meus caminhos vão  continuar retos. Em casa novamente.

Se você estiver em uma encruzilhada, se não souber onde ir, entre todos os caminhos, escolha sempre aquele que te leva de volta pra casa.

*Lorena Queiroz é advogada, amante de literatura, devoradora compulsiva de livros e crítica literária oficial deste site, além disso é escritora, contista e cronista. E, ainda, mãe de duas meninas lindas, prima/irmã amada deste editor.

Estranheza – Crônica porreta de Lulih Rojanski

Crônica de Lulih Rojanski

Eu quis dar nome às estranhas sensações que me despertaram de uma longa letargia por volta do mês de setembro. Acordava mais cedo que de hábito e necessitava abrir as janelas para sentir entrar o ar fresco das primeiras horas, queria estar debaixo das árvores, ouvindo o farfalhar das folhagens, suspirava a cada minuto, ainda que uma nova paixão fosse uma possibilidade muito remota. Sentia nos pés uma energia concentrada, como se eles tivessem vida própria, e me convidavam a andar, e a andar, por caminhos onde eu pudesse perceber os odores da paisagem sem precisar esfregar uma folha no nariz.

Tinha sempre um sorriso na cara, contrariando a elegância de não expor com tanto descaro as marcas do tempo. Por que estranhar a felicidade, eu poderia apenas me perguntar, mas havia algo mais que a felicidade que eu já conhecia e que passeava meio entediada pela insipidez de minha rotina.

O psiquiatra que me ajuda a consertar meus transtornos não teve dúvidas: ansiedade. Outras cápsulas noturnas que me fariam acordar mais tarde pela manhã resolveriam tudo, e eu poderia retornar tranquila ao reino dos caramujos. Minha sorte foi falar antes com vovó, que por sinal, também andava se esgueirando por debaixo das árvores e suspirando para os lagartos que escalavam os galhos: Não é doença, minha filha – disse ela. É a síndrome da primavera. Sente-se aqui e se deixe florescer.

Corrida Maluca: um exemplo PARA A VIDA – Crônica de Marcelo Guido

Crônica de Marcelo Guido

Clássicos nunca morrem, eu costumo dizer. Por muito tempo nos acostumamos a acreditar que o passado passou e não pode ser relembrado. Discordo!

Relembrando fatos da infância, divago por coisas que marcaram para sempre a minha existência. Uma delas, com certeza, são os quadrinhos, dos quais sou fã até hoje, e os desenhos animados (disco de rock, por serem especiais demais, nunca me atrevi a deixá-los de lado).

Tive muitos heróis cujo tempo, covardemente, fez questão de colocar em segundo plano em muitas fases de minha vida. Como pude esquecer, por exemplo, dos GALAXY RANGERS?, CENTURIONS, ZONO RAIDERS?

Mas antes vieram os básicos, minhas lembranças me levam aos primórdios aonde o que interessava mesmo era a diversão. Joseph Barbera e William Hanna eram especialistas nisso.

Os caras se conheceram em 1947 e tomaram um cano do Walt Disney, que prometeu contratá-los e nunca apareceu. Talvez por isso o Mickey seja tão chato.

Dessas duas mentes privilegiadas e brilhantes saíram “Tom & Jerry”, “Zé Colmeia e Catatau”, Fred Flintstone e Barney Ribble, dentre outros.

Em 1968, os caras resolveram se basear em um filme e lançar um desenho com 11 personagens principais, isso sim merece uma menção honrosa; imagina a dificuldade para que nenhum personagem ficasse em segundo plano. E assim nasceu a “Corrida Maluca”.

Inspirado no filme “A Corrida do Século” (1965), a “Corrida Maluca” era uma espécie de campeonato de carros que tinham os mais malucos participantes possíveis.

As corridas eram disputadas por esses caras no melhor estilo “vale-tudo”, e tinha de tudo… Imagine uma corrida com um carro que é um Avião pilotado pelo Barão Vermelho (carro nº 4) no mesmo Grid de largada de híbrido de tanque com carro (carro nº6), comandado por um cara chamado Meekley e com Sargento chamado Bombarda no Canhão? Ou com um cara com um carro de F1 que atente pela alcunha de Peter Perfeito (carro nº 9) (tem uma banda legal com esse nome) – era a formalização do herói perfeito, junto do Carro Mágico (nº 3) do Prof. Aéreo (um cara com feições de cientista maluco, mas que era do bem).

Ainda tinha o “Cupê Mal-assombrado” (nº 2) guiado por Medonho e Medinho, que ainda tinha uma torre (hummm) de onde saía um dragão, uma serpente, etc.; tinha o “Carrinho pra frente” (nº5) da Penélope Charmosa, o “Carro à prova de balas” (nº7), que muitos chamam de “Chicabum” e era comandado pela Quadrilha de Morte, “Serra Móvel” (nº 10) do Rufus o Lenhador, e do Dentes de Serra, a “Carroça a Vapor” (nº7) do Tio Tomás e do urso Chorão.

Todos os carros tinham as placas iniciadas com um “HN” em alusão aos criadores.

O meu preferido era o “Carro de Pedra” (nº 1) dos Irmãos Rocha (nome também de outra boa banda), que, mais tarde, deram origem ao “Capitão Caverna”. Sem contar, é claro, com a “Máquina do Mal” (nº 00) do Dick Vigarista e seu escudeiro Muttley, a Máquina do Mal, aparentemente, era o carro mais rápido e tecnológico dentre os competidores.

Apesar de tecnologicamente superior, o carro nº 00 nunca conseguiu vencer uma corrida. Muito mais pelo caráter duvidoso do seu piloto, que perdia muitas posições com planos mirabolantes e armadilhas para prejudicar os outros competidores.

A Revista “Mundo Estranho”, de julho de 2012, atribui o seguinte ranking:

• 1º Carro de Pedra/Irmãos Rocha – 81 pontos
• 2º Carro-a-prova-de-balas/Quadrilha de Morte – 74 pontos
• 3º Cupê Mal-Assombrado/Irmãos Pavor – 69 pontos
• 4º Carroça á vapor/Tio Tomás e Chorão – 68 pontos
• 5º Carro Tronco/Rufus Lenhador e Dentes-de-serra – 67 pontos
• 6º Carro de Mil e Uma Utilidades/Professor Aérao – 65 pontos
• 7º Carrinho pra Frente/Penélope Charmosa – 64 pontos
• 8º Lata Voadora/Barão Vermelho – 63 pontos
• 9º Carrão Aerodinâmico/Peter Perfeito – 60 pontos
• 10º Carro-tanque/Sargento Bombarda e Soldado Meekley – 39 pontos
• 11º Máquina do Mal/Dick Vigarista e Muttley – 00 pontos.

Essa é a moral da história: por mais que se tenha todo um aparato, você jamais conseguirá vencer se tentar trapacear. Assim é a vida…

Que os infindáveis Dicks Vigaristas continuem se dando mal. Porque, assim como na Corrida Maluca, na vida o bem sempre vence o mal.

*Marcelo Guido é jornalista, pai do Bento e da Lanna, além de maridão da Bia

Roberto Dinamite eternizado em sua maior morada – Crônica de Marcelo Guido

Crônica de Marcelo Guido

“Todos os amores que tenho és o mais antigo, tu és minha vida, minha história meu primeiro amigo, quem não me conhece me pergunta por que eu te segui, eu levo a cruz de malta no meu peito desde que nasci”, o trecho do cântico apaixonado traduz com fidelidade ímpar meu sentimento ao escrever tais linhas, meu amor digno e fiel ao Vasco da Gama se traduz nisso e toda essa paixão tem um início.

Roberto Dinamite, foi o primeiro jogador que admirei de verdade, alto, raçudo com um verdadeiro canhão nos pés levava o Vasco para cima em todos os jogos, protagonista marcante colocava sorrisos nos rostos vascaínos e fazia tremer as defesas adversárias.
Dinamite era o dono do time, o cara do Vasco, fui apresentado ao mesmo pelo meu pai que sempre dizia:

” Hoje tem Vasco de Dinamite “.

O Vasco do Dinamite, impunha respeito, o colocava sempre ao lado de 3 marcadores, todos sabiam que ao menor vacilo era bola na rede, era explosão, era euforia.

De todos os maiores que pisaram em São Januário ele era o maior, do Maracanã era rei, e 190 vezes que a rede estufou no campeonato brasileiro ele foi o autor.

Nada mais justo que em vida tal homenagem lhe fora concedida.

Na sua casa, de frente a sua torcida, Roberto Dinamite correrá e levará a alegria para os vascaínos.

Minha paixão pela agremiação começou cedo, veio do berço e ele era o intuito, ser Vasco é ser Roberto, e ter um tiro certeiro nos pés e a categoria ímpar de se jogar por amor.

De arrebatar corações, de empolgar milhões de apaixonados pelo Vasco e pelo bom futebol.

708 vezes ele fez a torcida sorrir, fez ter assunto, fez ter orgulho.
Venceu, perdeu , chorou e sorriu eternizou o amor e fez morada em cada coração que junto dele também leva cruz.


Meu primeiro grande ídolo, o cara que me fez amar o Vasco, gostar de futebol e que já era eterno para todos nós, agora ficará para sempre em seu maior reduto.

Muito obrigado Dinamite, como diria meu Pai o ” Dinamitaço”.

Que sua estátua nos lembre sempre o quanto somos gigantes e honrados por sua singular presença.

Dia 29 de abril de 2022 o Vasco da Gama inaugurou a estátua de Roberto Dinamite, o primeiro de todos os grandes artilheiros de São Januário.

*Marcelo Guido é jornalista, pai do Bento e da Lanna, além de maridão da Bia

**Publicado em maio de 2022 e republicado hoje, por conta da morte de Roberto Dinamite, aos 68 anos, ocorrida neste domingo (8), em decorrência de um câncer. 

Hoje é o Dia do Leitor – Minha crônica sobre a data

Hoje é o Dia do Leitor. Li que a data surgiu por conta de ser o mesmo dia do aniversário do jornal cearense “O Povo”, fundado em 7 de janeiro de 1928, e foi uma sugestão do poeta e jornalista brasileiro Demócrito Rocha.

Quanto a data, vale a pena celebrar a nobre prática, pois sigo a velha máxima “ler para ser”. Sei da importância da Leitura, de devorar um livro e sorver conhecimento, mas o advento da internet enfraqueceu a prática. Atualmente, a maioria das pessoas lê somente o resumo, a sinopse, a crítica e por aí vai. Isso, quando o faz.

Nunca fui um leitor inveterado, mas aprendi muito com os livros e, sempre que posso, leio. É fundamental na minha profissão. Por meio da leitura, viajamos, aprendemos, voltamos ao passado, imaginamos o futuro, exercitamos o cérebro.

Para os que não gostam ou tem preguiça de ler, digo: já fui como vocês. Cada um com seu tempo e aptidão. Porém, acreditem, não é legal ficar calado numa roda de leitores. Ademais, é muito prazeroso, estimula nosso raciocínio e criatividade. Quando você para de ler livros, você para de pensar.

Detesto os pseudointelectuais medonhos, que pagam de safos e não leem nem bula de remédio. Também não gosto dos que são leitores crônicos, mas por conta disso são “posers” (metidos a besta que se acham mais que os outros). Porém, as pessoas do segundo caso são uma minoria.

Os malucos mais interessantes que conheço são leitores. Já dizia Cícero, “uma casa sem livros é como um corpo sem alma”. Escrever de forma correta, abrir as ideias e convencer pessoas com bons argumentos são frutos da leitura. Ler fertiliza a cachola, assim como música, filmes e viagens.

Se você não se satisfaz com explicações fajutas e sempre vai atrás de conhecimento por meio da leitura, mesmo que não seja somente nos livros, meus parabéns. A mente do leitor pode ir até as estrelas ou além delas, ao lugar onde o livro e a imaginação nos permitirem ir.

Estou em uma fase de aumento das leituras e recomendo a todos o mesmo.

Feliz Dia do Leitor a todo o leitorado que visita este site diariamente. É isso!

Elton Tavares

O dia que o Godão morreu – Crônica legal de Cíntia Souza – (@hccintia)

Ilustração de Ronaldo Rony

Crônica de Cíntia Souza

O nó na garganta deixou meu corpo mole. Acordei em luto. A tristeza é algo que nos enfraquece de dentro para fora, sem nos dar chance de reagir. “Foi de repente”, “Eu falei com ele ontem”, “Disseram que foi o coração…mas também, mano!”, “É, a boemia cobra o preço”.

Meu amigo morreu. Meu parceiro morreu e a gente nunca viajou junto, digo, ao menos não para outros lugares. Por isso, não quero ficar com as lembranças, muito menos pirar com aquela lista de tudo o que não fizemos ou me punir por não saber aproveitar melhor o nosso tempo. Só a ideia me irrita. Está certo! Tenho problemas com a morte. Invejo kardecistas. Eles são tão serenos na hora da passagem. Eu acho que eles fingem.

Godão, Godão, se você estivesse aqui com certeza iria tirar um barato. O povo chorando, contando histórias, rindo, contando histórias e chorando. Interessante, todos têm algo para contar. E agora, como eu vou saber qual parte dessa biografia é real? Vai virar lenda, hein.

Além dos amados, da família firme e forte, será que você imaginaria que fulano viria até aqui? Beltrano também veio! Vixi, foram muitos encontros e desencontros. Eu queria que você pudesse ver isso. Tenho certeza que já imaginou o próprio funeral. Afinal, quem nunca?

Não faz muito tempo, talvez dois ou três meses, você postou algo sobre a sua rotina no trabalho e eu comentei citando a letra de uma música que a gente curte: “Eu desejo que você ganhe dinheiro, pois é preciso viver também. E que você diga a ele, pelo menos uma vez, quem é mesmo o dono de quem”. E você emendou: “Eu te desejo muitos amigos, mas que em um você possa confiar”.

A gente nunca foi do tipo que compartilha frases de Caio Fernando Abreu no Facebook (Hahaha). A gente vivia na vera…e como vivia. Éramos Carpe Diem total! Não sei se pelo fato de sermos jornalistas, mas fazíamos questão de registrar tudo. Tinha quem nos considerasse exibicionistas. Comédia! É injustiça tirar a vida daqueles que tentam aproveitá-la ao máximo. É isso o que revolta! E nós sabíamos aproveitar a vida como poucos.

Não sei por que conjuguei o verbo no passado. Afinal tudo isso foi apenas um sonho. Acordei fraca, com sede e com aquela aflição entranhada na alma. Passei a manhã pensando se aquele sonho teria algum sentindo, um significado especifico. Não encontrei nada até agora.

Durante a manhã falei com você pelo Messenger e fiz você prometer que não vai morrer. Você jurou.

Com a Cíntia, no Bar da Euda, em 2014.

O fato é que as pessoas morrem. Para quê, né?! Mas acontece. E sempre foi assim desde o começo. Dizem que teve um cara que foi e voltou, rasgou o véu, desceu a mansão dos mortos, mas depois ninguém nunca mais o viu. Há quem espere seu retorno.

Diante de tudo penso se há uma solução para encararmos a morte com naturalidade, simplesmente como a fase final e derradeira desse ciclo chamado vida, ou outro meio para anestesiar a dor da partida. Mas não sei se queria ver alguém retornar do lado de lá… Creio na cruz!

*Cíntia Souza, jornalista, assessora de comunicação, cineasta, sócia proprietária da Crível comunicação e querida amiga minha.

Tanta! (ou seria Tantã?) – Crônica de Elton Tavares – Do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”

Ilustração de Ronaldo Rony

Estou sem inspiração pra escrever algo legal, por isso republico um texto velho e atual ao mesmo tempo sobre minhas divagações, devaneios, doidices e afins neste site. Como tudo na minha vida foi muito, escrevi “Tanta”, mas poderia ser tantã. Saquem:

Pra começar, foram tantas contradições, tantos temores, tantas pessoas e tantas as histórias nas últimas bem vividas três décadas! (época de moleque não conta). Como diz o tal Rei perneta: “tantas emoções”.

Tantos bons e maus momentos, muitas alegrias e poucos choros. Tantos nascimentos e alguns enterros. Tantas músicas e pouca dança. Tantas paranoias, manias, chatices e porretices. Tanto trabalho (sagrado), tanta farra, muito álcool, tantos muitos amigos (tantos ex -amigos), tantas amanhecidas, algumas brigas, poucas angústias, poucos perdões.

Tanto veneno e pouco antídoto. Tantos escritos, várias interpretações erradas, tanta crítica, tanto aplauso e tanto amor familiar. Tantas velhas e novas sensações. Tantos romances cinematográficos. Tantas falsas certezas, tantos enganos verdadeiros. Tantos parágrafos tragicômicos. Tantos sonhos possíveis e impossíveis.

Tantas expectativas, nada de limites, quantas frustrações. Tantos textos cheios de narrativas utópicas. Tantos amores surreais e paixões à bruta. Tanta coisa maligna. Tanta reprovação geral. Poucas ações a contragosto, muita liberdade!

Tantos rocks, tantos sambas, tantas trilhas. Tantas brigas, muitas vitórias e poucas derrotas. Tanta coisa inesquecível, tantas saudades!

Tantos méritos e deméritos. Tantas experiências, vivências válidas em sua maioria e algumas em vão. Tantas memórias afetivas, tantas juras, tantas pieguices e tantos desenganos. Tanto Chico Buarque na vitrola, tanta coragem e tanta falta dela. Tantos amores e tanta vida!

*Do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”.

Mais vida, menos grana – Crônica de Elton Tavares – (do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”)

Ilustração de Ronaldo Rony

Crônica hedonista de Elton Tavares

Certa noite , ao conversar com amigos e dizer que não guardo um vintém do que ganho com o meu suado trabalho, eles ficaram assombrados. Disseram que é loucura, que ‘issos’ e ‘aquilos’, especialmente sobre reservas econômicas para possíveis emergências. Eu disse que prefiro mais vida e menos grana.

Não, não é que eu não goste de dinheiro. Claro que gosto, mas tudo que ganho, no batalho e sempre honestamente, é repassado para custos operacionais e caseiros. O restante é gasto e muito bem gasto em vida. E não sobra nadica de nada para acumular.

Além da minha incorrigível falta de perspicácia financeira, nunca ganhei somas consideráveis com meus trampos, seja neste site, na assessoria de comunicação ou escritos (sim, vivo literalmente de palavras). Mas o que entrou no meu bolso, apesar de eu não conhecer essa tal de economia, jamais foi desperdiçado.

Eu bebo e não é pouco (apesar de estar temporariamente só na água). Gosto de viagens e dos momentos em que fiz um monte de merdas legais com os meus brothers. Isso tudo custa caro. Em nem todo o dinheiro do mundo poderia comprar aqueles dias de volta. Ou seja, mais vida, menos grana.

Quando não usei minha grana pra curtir a vida com amigos, ajudei pessoas. E essa é a melhor forma de torrar os trocados. Como disparou outro gordo louco no passado: “não quero dinheiro, eu só quero amar”. Grande Tim!

Falando em citações (amo usar frases de ídolos), uma vez o Belchior disse: “e no escritório em que eu trabalho e fico rico, quanto mais eu multiplico, diminui o meu amor“, na canção “Paralelas”. Boto fé nisso.

Algumas pessoas que conheci no passado, amigos e até familiares, após se estribarem, ficaram um tanto pavulagem demais e com suas vidas muito menos divertidas.

E isso me recorda o bom e velho Johnny Cash, que certa vez pontuou: “às vezes eu sou duas pessoas. Johnny é o legal. O dinheiro causa todos os problemas. Eles lutam”.

Ou os Paralamas do Sucesso, na canção “Busca a vida”: “…Ele ganhou dinheiro, ele assinou contratos, e comprou um terno e trocou o carro. E desaprendeu a caminhar no céu …e foi o princípio do fim!“.

Aos que desaprenderam o caminho, deixo a canção-poema : “Desejo que você ganhe dinheiro, pois é preciso viver também. E que você diga a ele pelo menos uma vez quem é mesmo o dono de quem“.

No meu caso, sigo dando mais valor em viver do que em poupar para um futuro incerto. Menos grana, mais vida, meus amigos.

É isso!

Elton Tavares

*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.

Cai dentro, 2023. Feliz ano novo! – Crônica de ano novo de Elton Tavares

2023 está ali, dobrando a esquina. Que todos nós, eu, você e demais pessoas que estão lendo este texto, assim como nossos amores, sigamos saudáveis e sejamos felizes no ano que chegará logo. A vida boa e lôca. Só é feliz quem arrisca. Vamos com toda a força no novo ciclo. E, é claro, agradecer por termos sido felizes, apesar de tudo, em 2022.

Mesmo com todos os desafios, injustiças de toda ordem,  tristeza por conta de coisas terríveis,  vivi intensamente 2022. Sou grato aos meus companheiros de jornada, tanto os familiares, amigos e colegas de trabalho, quanto aos que me ajudaram e não estão inclusos em nenhum destes grupos citados.

Que tenhamos luz e sabedoria para encarar as adversidades e os desalmados que certamente aparecerão no novo ciclo. E que nos esforcemos para sermos pessoas melhores que em 2023. Esse “vinte, vinte e três ” será desafiador.

Que em 2023 tenhamos muito boa vontade, forças positivas, disposição e autoconfiança para corrermos atrás de tudo o que desejamos alcançar. Tenho certeza de que muita alegria nos espera no ano vindouro. Pelo menos a esperança nisso não é pouca. E, sobretudo, SAÚDE!

Viverei 2023 como se fosse o último ano de minha vida, podem apostar (sempre faço isso). O ano novo promete. Que ele se cumpra então, que seja mágico/fabuloso e sem muitas aporrinhações. E quando fraquejarmos, que haja amor e força para recomeçar.

Tomara que eu e você sigamos lutando por uma vida digna, menos ordinária, no combate a dias e noites tediosas, e mais cheias de amor. Ou paixões. Afinal, tudo depende de você. E se possível, sem muitas “fingidades”, como dizia Guimarães Rosa. E isso sempre contou pra caralho. E continuará contando sempre!

A todos os que fazem parte da minha vida e aos leitores do De Rocha, desejo um ano novo transbordante de amor e paz. Na hora em o Ano Novo chegar, desejo que vocês estejam felizes, com boa comida, boa bebida e pessoas que amam.

O escritor Rubem Alves, no livro de crônicas intitulado “Pimentas”, disse: “a gente fala as palavras sem pensar em seu sentido. ‘Benção vem de bendição’. Que vem de ‘dizer o bem ou bem dizer’. De bem dizer nasce ‘Benzer’. Quem bem diz é feiticeiro ou mágico. Vive no mundo do encantamento, onde as palavras são poderosas. Lá, basta dizer a palavra para que ela aconteça”. Então, que Deus continue nos abençoando!

Boas energias, muita saúde e prosperidade. E que as surpresas sejam felizes, que a força se movimente em seu favor nesse poderoso universo, afinal, já disse o grande Mestre Yoda: “Difícil de ver. Sempre em movimento está o futuro”.

2023, vem com tudo, cai dentro! Feliz ano novo!

Elton Tavares

BALANÇO ANUAL – Crônica de Lorena Queiroz – @LorenaadvLorena

Crônica de Lorena Queiroz

Ao fim de cada ano, geralmente na última semana, faço um balanço dos acontecimentos, de todas as efemérides vividas e passadas ao longo desses 365 dias. Este ano aprendi a aprender. Compreendi que é preciso analisar e aprender com cada sim e não dado pela vida. O resultado de meu aprendizado é que somos eternos aprendizes de nós mesmos, aqueles de poucas certezas e muitas dúvidas. A grande sorte é que uma de minhas poucas certezas é de que não é difícil viver, mas claro, se você tiver algumas armas em seu arsenal; coração leve, coragem e malandragem. Ah, a malandragem, essa característica tão incompreendida pelos que ainda não entenderam as necessidades da vida. A malandragem nos possibilita a arcar com as outras duas armas sem tomar no cu.

Certa vez assisti um vídeo que um velho malandro diz; ‘’ Malandro não é o vagabundo, o periculoso. Malandro é um artista”. E segundo Fernando Candido, o malandro é o indivíduo que vive fora das normas estabelecidas pela sociedade, situando-se entre a ordem e a desordem. E não é assim que todos nós vivemos? Entre a ordem e a desordem de tudo que não conseguimos compreender. Malandragem te faz repousar em águas tranquilas, tal qual o salmo 23. O tal Rei Davi sabia das coisas, ele nunca passaria pelo vale da sombra da morte sem coragem, coração leve e malandragem. Flexibilidade é tudo!

Compreendi ainda que o agradecimento precisa ser um costume diário. Que cada coisa que acontece, seja bom ou ruim, acontece pra que a gente se prepare para os próximos dias que estão por vir. É necessário entender que cada ser humano só entrega o que tem, e que, se alguém não te entrega aquilo que você espera ou acha que merece, não quer dizer que não entregou tudo o que podia. A liberdade de errar e acertar é uma dadiva divina e encontrar a felicidade nos erros fará parte do processo. Tudo que vem e que vai, te ensina alguma coisa e sempre agradeça pelo que veio e pelo o que se foi. Eu agradeço a tudo e a todos que se foram, pois abriram espaço para que semelhantes chegassem. Agradeço cada lágrima e cada risada que me brindaram esse ano. Pois sem elas eu não escutaria Gal cantando Vaca profana com o mesmo significado. Tampouco entenderia o que Belchior tinha razão quando dizia que a noite fria lhe ensinou a amar mais o seu dia, pois na dor se compreende o poder da alegria e que, sim, todos temos coisas novas pra dizer.

Caro leitor, espero que este ano você tenha vivido, mudado de ideia e de ideais inúmeras vezes. Espero que tenha chorado, caído e levantado. Intenciono que tenha acertado e errado por várias e incansáveis vezes. Pois disso é feita a boa vida. Torço para que compreendas que a única coisa que não muda é a eterna mudança, como diz Gilberto Gil em Tempo rei; Tempo rei, transformai as velhas formas do viver. Ensinai-me, ó pai, o que eu ainda não sei”. E por fim, se eu puder lhe dar um conselho, viva com leveza, coragem e malandragem. Divida seu amor e seu pão até com o cão.

*Lorena Queiroz é advogada, amante de literatura, devoradora compulsiva de livros e crítica literária oficial deste site, além disso é escritora, contista e cronista. E, ainda, mãe de duas meninas lindas, prima/irmã amada deste editor.

Balanço de fim de ano – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Ilustração de Ronaldo Rony

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Este senhor senta-se à mesa do café exatamente às 7h18 para um frugal desjejum. Sai às 7h20 e vai conferindo as pedras pretas e brancas do calçamento. Sua rua termina na vista pro mar, um pedaço de muro e uma trilha de terra batida que vai dar na praia. Seus pés recebem a areia com a mesma felicidade fofa com que a areia recebe seus pés. Este senhor sou eu mesmo e me reconheço nele sempre que abaixa a cabeça para fazer espelho da água e olhar seu reflexo.

Não me reconheço nele quando passa a mão na cabeça de um cão que caminha tranquilo. Não tenho amizade com cachorros, gatos, cangurus… Admiro as hienas e os elefantes, mas apenas nos documentários que passam no canal da minha madrugada. Hienas e elefantes vivem em sociedades matriarcais e isso é bom. Quando/se eu voltar, na pele de outra pessoa, tentarei ter mais afeição por animais. E seu eu vier na forma de um animal, que seja uma jubarte com sua eterna cauda mergulhando no mar.

Este senhor está se despedindo da vida (ou se despindo da vida?) ou vice-versa. Mas isso não se dará hoje ou mesmo este ano. Talvez não ocorra nenhuma ruptura nos próximos 30 anos. Quem sabe ele vai festejar sua trajetória pra muito além do tempo de seu tempo? Quem sabe expressará sua frustração por não ter feito aquela viagem maluca para os confins do Himalaia, por não ter tido a ousadia suficiente para invadir a igreja e interromper aquela cerimônia em que a mulher que amava se casava com outro homem?

Neste senhor, que o corvo, empoleirado no ombro do espantalho, disse que sou eu, está minha determinação de permanecer vivo pelo tempo que me for dado por quem maneja a ampulheta. O mesmo tempo que foi dado ao portão do quintal, à rede que ainda balança na varanda, ao peixe que comi ontem e me mantém vivo hoje. E a essa árvore, que sou eu, orvalhada nos galhos e fincada na raiz desse porto de chegada/saída que se chama… Como se chama?! Ah, sim! Diz que é a vida…

Amo bobagens. Odeio futilidades – Crônica de Elton Tavares

Ilustração de Ronaldo Rony

Crônica de Elton Tavares

Sabem, quando escrevo minhas doidices aqui é só sobre mim mesmo. Não quero (já quis e me ferrei) ser o dono da verdade ou que concordem comigo. Quem não respeita o gosto ou vontades alheias, sofre. Digo isso por experiência própria. Tipo música, detesto sertanejo, tecnobrega, entre outros estilos. Mas se você gosta dessa merda, azar o seu. E ainda bem que é SEU.

Não quero e nunca quis ser “cult” ou pagar de intelectual. Nunquinha mesmo. Aliás, amo bobagens legais, filmes com roteiros bestas, comédias nonsense, piadas ácidas, etc. Mas detesto séries e longas sobre futilidades como gente rica que e babaca, que inspira pobres que sonham em ser ricos.

Não que eu não goste de grana. Claro que gosto. O dono daquela frase de que “dinheiro não traz felicidade” nunca teve um pouco pra viajar, comer o que quis ou comprar algo bacana, entre outras tantas coisas que nos deixam felizes se tivermos uma micha no bolso.

Dia desses, entrei numa loja metida à chiquenta. Foi uma forçação de barra durante os 10 minutos que passei no estabelecimento. Fui lá somente de acompanhante. Encheram a porra do saco oferecendo suas bebidas e comidinhas palhoças, mas com aspecto de caras. A cada mulher que adentrava o seboso local, os vendedores soltavam um “maravilhoooosaaa”, com um tom tão baba ovo que, como diz uma amiga minha: “me deu 300 tipos de nojo”.

Isso vale para rodas de quem só conta vantagens sobre sucesso profissional e financeiro. Égua, esse pessoal não tem derrota não? Só vitória e pavulagem. Não que eu não curta falar sobre coisas legais, mas isso o faço com os meus amigos de verdade. E esses também escutam sobre minhas desventuras, azares, cagadas e afins. Afinal, a gente não é mocinho de filme gringo, que só vence as paradas.

Toda vez que escuto essas merdas dessas pessoas, que a maioria encontro contra minha vontade, penso: nunca duvide da previsibilidade da burrice de uma pessoa deslumbrada ou da cara de pau de alguém tentando se autoafirmar.

O mesmo pensamento tenho sobre roupas de grife ou não. Se uma camisa ficar legal, fouda-se se é da “Dion Caralion Fashion” ou do Zé Marreteiro. Mas tem gente  adora mostrar uma etiqueta e ainda dizer quanto aquilo custou. Eu hein!!

Por conta do meu jeito, às vezes sou rotulado com vários adjetivos como chato, ranzinza, etc. Pode ser. Até concordo. Mas nunca falso. Quer dizer, algumas poucas vezes sim, pois a “falsidade institucional” faz parte da jogatina da vida. Mas juro que tento ser cem por cento verdadeiro sempre.

Enfim, amo bobagens. Odeio futilidades. É isso!

Birita, música paid’égua e amizade: confraternização da Cúpula do Trovão

Sempre digo aqui que gosto de escrever sobre amor e amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Pois bem, ontem (22), na casa do casal de amigos Roberto e Amanda, rolou a confraternização da Cúpula do Trovão (grupo de adolescentes, hoje homens acima de 40 anos, que fez um catatau de merdas e se divertiu a valer nos anos 90). Mais do que uma feliz reunião etílica com trilha sonora porreta, foi reencontro de velhos afetos desse editor e uma noite memorável.

Sabem, é sempre bom reunir com estes sacanas, pois somos amigos há quase 30 anos. Eu e esse pessoal já aprontamos muito nessa vida. Além dos anfitriões, por lá estavam Paulo, Rose, Cydiclair, Patrick, Kariny, Anderson, Adê, Emerson e Andresa, eu e Bruna. Além da filharada da galera.

A Cúpula é um seleto grupo de pessoas que sei que posso contar quando a merda vai na palheta e as melhores companhias para endoidar. Na confra rolou churrasco, cerveja e caldeirada da melhor qualidade. Teve rock, dance dos anos 90, danças do pessoal (eu não danço, só dou risada) e, sobretudo, muita alegria.

Além disso, teve muita conversa boa. Papo legal sobre coisas sérias, merda engraçadas e nostalgia do nosso passado juntos. Afinal, juntos vivemos situações hilárias, emocionantes e memoráveis. Como diz o escritor Fernando Canto: “de um tempo que fomos para sermos o que somos”.

Tenho muitos deles, disso posso me gabar, graças a Deus! Muitos com quem posso contar em momentos escrotos e para também, claro, dividir momentos felizes de minha existência. Alguns deles estavam lá ontem. Sobre nossa história de amizade, também uso outra frase do sábio Fernando Canto: “Lembrar também é celebrar. E quando se celebra se rememora“. Pois ontem, criamos mais memória afetiva.

A festa cumpriu com o que prometeu. Obrigado, Cúpula!

Elton Tavares