O Torcer para o Fluminense – Crônica de Marcelo Guido

Crônica de Marcelo Guido

O torcedor do Fluminense é um ser astuto, leva no coração as três cores que traduzem a tradição.

Tem com ele a paz, a esperança e o vigor unido e forte, faz do branco verde e grená do pavilhão o verdadeiro sentido da vida.

O torcedor do Fluminense esta do lado dos grandes como Mario Lago,  Paulo Gustavo e Cartola levando para eternidade a honra de torcer para o clube tantas vezes campeão.

O torcedor do Fluminense é tricolor noite dia, é vencedor por merecimento, tem um time de guerreiros que honra nos 90 minutos pelos gramados as lágrimas e suor de sua torcida.

O tricolor dá elástico nos problemas como Rivelino, bate no peito como um coração valente de  Washington e leva  a vida como um sorriso de Fred.

Se revigorar com conquistas e vitórias, lembrar-se dos períodos difíceis para que nunca sejam repetidos e ver a perfeição como um passe de Conca.

É vibrar em um Maracanã lotado do mesmo jeito com a pintura de Dodô e a barriga de Renato, lembrar da máquina que tinha um certo Aldo, Dom Romeo e Branco.

O Tricolor tem a avidez de quem usa um terno feito sob medida e sabe quem tem que correr é a bola assim como já dizia o canhoto Gerson.

O tricolor vibra na humildade, com a segurança de Félix , com a rigidez de Ricardo Gomes e a elegância de Edinho , sempre visando conquistas capitaneadas pelo Super Ézio , sabe ainda vão ser muitas, pois olha para o passado e sabe que seu destino é a glória.

O Torcedor do Fluminense é um fascinado pela disciplina, sabe que quem espera sempre alcança  e com o sangue do encarnado sob as bênçãos de João de Deus faz a torcida vibrar de emoção com o tricampeão.

*Texto dedicado aos meus Tios Ênio, Evaldo e Rodolfo.
**Marcelo Guido é Jornalista, pai da Lanna e do Bento e maridão da Bia

A ordem do discurso, a Ignorância é vizinha da maldade – Crônica de Marcelo Guido

Crônica de Marcelo Guido

Em sua memorável obra “A ordem do discurso” o brilhante filósofo francês Michael Foucault levanta hipótese:

“Seleção, organização  e redistribuição da produção de discursos, a saber: os sistemas de exclusão interno e externo ao discurso, bem como as regras impostas ao sujeito”.

O discurso imposto que pode ou não conduzir nossas vidas depende e muito de quem está com a palavra, ou seja em uma sociedade as palavras importam muito por quem são ditas.

Vivemos tempos negros, onde a escuridão da ignorância simplesmente parece pairar sobre nossas cabeças, indicando as ações de muitos e validando a barbárie constante seja ela nas mais estapafúrdias teorias até a barbárie extrema do assassinato.

O poder executivo do país, está na mão de alguém que em plena pandemia de Covid 19, organizava caravanas de apoiadores, ia de encontro a ciência e teve a coragem de afirmar não ser coveiro, resultado” Mais de meio milhão de brasileiros mortos, por atraso em compra de vacina, por propaganda desenfreada de remédios ineficazes, um puro estado de ignorância.

Palavras de um Presidente da República, validam ações, “No meu governo, nem um centímetro de terras para índio”, agora quem pensa diferente ou age ao contrário de tal afirmação, correm risco.

Bruno Araújo e Dom Phillips são as mais novas vítimas dessas ações, corpos desmembrados e queimados, em uma região que deveria ser protegida e preservada para o bem da humanidade, o crime deles ? Denunciar os mandos e desmandos de quem explora de maneira criminosa terras indígenas. Os autores? Pessoas que enxergam no mandatário do Poder Executivo um exemplo, um certo Messias ou Mito.

A vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram brutalmente assassinados a quatro anos com tiros de fuzil, no centro do Rio de Janeiro por pessoas ligadas ao crime organizado da cidade que foram apoiadores, assim como a classe média de tal “novo governo” que prometia metralhar petistas, esquerdistas e tudo isso com sorrisos e “arminha” nas mãos. Seu crime? Batalhar pelas minorias, ser do Psol, ser preta, lésbica e mulher.

A ação foi validada, não via decreto, muito menos por lei claro, mais pelo discurso escroto, lascivo e canalha de quem está no poder.

A política de preços de combustíveis adotada pela Petrobras, onde os acionistas ganham bem mais e engordam seus porquinhos em prol de uma alta de combustíveis onde no final tudo aumenta, vemos pele de frango sendo vendida, fila por ossos de boi. O resultado é a fome de grande parte da população, “ Não entendo de economia, isso é com o Guedes”, bradou em alto em bom som o atual Presidente.

O que isso quer dizer?

Quer dizer que a mais de três anos somos governados por alguém que valida seu discurso com teses ignorantes, que coloca em risco a vida de milhões e rir descaradamente de tudo o que está acontecendo. Seus apoiadores se regurgitam como toda boa manada do que acontece, mas fazer o que se “o fascismo fascinante deixa gente ignorante fascinada”.

Sem medir suas palavras, sem ter o traquejo necessário de sua posição Jair Bolsonaro continua sendo uma espécie de “mentor intelectual” dessas barbaridades,  e de muitas outras, como o parlamentar do município de Macapá que faz campanha ainda hoje contra a vacina, ou pelo fato de meu filho assistir aula ainda hoje de máscara, já que tem pais que não vão vacinar seus filhos e falam isso de peito aberto, achando que estão fazendo política por que sua opinião tem que ser respeitada, lembrando o “mito” também disse isso.

E continuamos assim, entre passeios de moto sem capacete ou com foragido da justiça de carona. Com tiradas, ou comediantes de quinta categoria para divertir as massas.

Bolsonaro chegou ao poder assim, com esse discurso, lembro da liberação das armas como meta, ou falando em Deus,  família e outras coisas que não tem nexo vide ai “Kit Gay”, “mamadeira de piroca”. E a gente burra aplaudiu e continua aplaudindo, infelizmente.

Felizmente falta pouco.

Seguimos na luta.

*Marcelo Guido é Jornalista, pai da Lanna e do Bento e maridão da Bia

A Simples Beleza – Crônica de Lorena Queiroz – @LorenaadvLorena

Crônica de Lorena Queiroz

Sim, caros amigos leitores, afetos e desafetos ( se bem que nem tenho tempo mais para tê-los) estou bêbada. Acabo de chegar em casa após um dia inteiro na companhia de meu mais sincero amigo alucinógeno. Olhei para meu PC e senti vontade de vomitar em vocês o que se passou entre meus devaneios do dia. Vocês já sabem, essa cabeça aqui anda por lugares inesperados, quase sempre e, abastecida de álcool, vai a lugares que só os fortes ou os loucos tem coragem de entrar. Então vamos lá para mais uma efeméride da vez.

Hoje, enquanto eu estava em uma feliz e apropriada bebedeira, recebi um vídeo feito por minha filha adolescente. Ela fez uma junção de várias fotos minhas com a famosa música do nosso saudoso poetinha. O trecho que ela usou foi : “ Ah, se ela soubesse que quando ela passa, o mundo inteirinho se enche de graça e fica mais lindo por causa do amor”. Ela escreveu caridosamente no vídeo: “ A mulher mais linda do mundo: Minha mãe”. Quando eu vi o vídeo, meu coração (de mãe, pois o outro desconfio que levaram quando me tiraram a vesícula) esquentou e derreteu no exato momento. Eu nunca me achei uma mulher bonita e, quem me conhece sabe, nunca achei que a beleza fosse um atributo que sustente por muito tempo.

Admirar pessoas sempre foi meu maior tesão. Não serei hipócrita ao ponto de não admitir que tal atributo não te abra o apetite, mas sustenta por pouco tempo. Meu foco sempre foram os fodedores de mente. Nós, mulheres, não somos tão visuais como os homens são desde a tenra idade, inclusive, uns dias atrás, após fazer um ensaio fotográfico, recebi elogios de uns amigos de minha filha, nada mais do que esperado vindo de pequenos punheteiros adolescentes cheios de hormônios. Homens exercendo suas características desde miúdos. Mas, no momento que eu li e maturei o agrado de minha filha, me veio na mente o conto de nosso velho safado, A mulher mais bonita da cidade. Conto que você encontra no livro Crônicas de um amor louco, de Bukowski. Cass, a mulher mais bonita da cidade, se punia pela beleza que tinha. Preferia os feios e desvalidos, e ela , dentro da visão do autor, era aquele tipo de pessoa que valia à pena estar perto. Percebem toda a metafísica da coisa? O que seria o conceito de beleza? Segundo nosso amigo dicionário, Beleza é um substantivo feminino que expressa a qualidade do que é belo ou agradável. E sendo tão subjetivo tal conceito, visto que o que é belo para mim pode simplesmente te amargar os olhos, dá para concluir que o belo, por concreto, não existe. Ao menos não dentro de um senso comum.

Então, após uma boa bebedeira e com meus sentidos alterados, fico com a visão da minha filha e, talvez com a minha. Crendo que o belo está nas coisas que te fazem vibrar, que te fazem crer que ainda há algo que nessa vida te vire o pescoço, aquilo que te dá um sorriso malandro no canto da boca, ou simplesmente refazer passos na memória pelo simples prazer da lembrança. Ou melhor, dentro da visão Socrática, sendo esse atributo não associado à aparência, mas o quão proveitoso é, pois, como dizia Sócrates : “”A beleza é uma tirania de curta duração”. Agora vou beber água, passar meu renew e dormir.

*Lorena Queiroz é advogada, amante de literatura, devoradora compulsiva de livros e crítica literária oficial deste site, além disso é escritora contista e cronista. E, ainda, mãe de duas meninas lindas, prima/irmã amada deste editor.

Torcer para o Botafogo – Crônica de Marcelo Guido

Crônica de Marcelo Guido

Torcer para o Botafogo é ter a certeza de ter sido escolhido, abençoado com uma dádiva divina pelos próprios Deuses da bola.

Torcer para o Botafogo é duvidar dos caminhos certos e sentir na pele o deslumbre complexo e sonhar com vitórias, é ter a certeza apenas no final, sendo muitas vezes a máxima correta é que “tem coisas que só acontecem com o Botafogo”.

É estar do lado de Armando Nogueira, João Saldanha e do velho lobo Zagalo. É saber que Nilton Santos, a enciclopédia , já defendeu o manto listrado , que Mauricio desafogou 22 anos de espera, que Dodô brindou com belos tentos e que Túlio sempre tinha algo a dizer.

Torcer para o Botafogo é driblar os problemas da vida, deixando para trás desnorteadas as angústias como verdadeiros “Joãos” , que nem fazia um certo Mané que encantou o mundo.

Torcer para o Botafogo é ter a alcunha sagrada de ser Botafoguense, é não desistir nunca, é sempre olhar para frente, é vislumbrar vistorias impossíveis e fazer acontecer, é gargantear feitos históricos e guardar na lembrança as conquistas sagradas que já aconteceram.

É vestir preto e branco como clássico, é listrar a vida pelos caminhos mais tortuosos , quem espera moleza jamais receberá algo tão sagrado. É Esperar pelo futuro próspero e saber que ainda o melhor está sempre por vir.

É honrar a “7” mais que a “10” e nunca abandonar o time, é saber que não se explica, se sente. Como a verdadeira e mais pura paixão. É beijar a estrela como única e vibrar com Loco Abreu fazendo o tempo parar.

É sorrir como Emil, é ser lutador como Gonçalves, é derramar lágrimas contra injustiças, mas antes de tudo é sempre acreditar no impossível e ser o Glorioso.

Torcer para o Botafogo é saber que no caminho da estrada dos louros há um faixo de luz que tem a estrela solitária como guia, e saber que desde 1907 é o campeão .

Texto dedicado a Bruno Juarez, Marco Antônio, Marlon Coutinho, Alexandre João, Caio e Vinicius.

*Marcelo Guido é Jornalista , Pai da Lanna e do Bento e Maridão da Bia.

Giovanni : “ O Messias da Vila” – Crônica de Marcelo Guido

Quando os deuses da bola revolvem conceder talento eles geralmente não brincam sem serviço. Talvez estivessem cansados de ver o comum tomando conta do meio campo, ou queriam apenas ver alguém brincar com bola nos campos, como se estivesse no sonho e assim, magistralmente concederam o dom para Giovanni Silva de Oliveira, um dentre muitos Silvas no futebol.

Revelado pela gloriosa Tuna Luso, passou por Remo, Paysandu, São Carlense, Barcelona – ESP, Olympiacos – GRE , dentre outros, mas eternizou-se em três passagens pelo Santos.

Na Vila Belmiro fez sua morada. Inteligente conquistou a torcida com passes precisos e gols, muitos gols.

A facilidade com que deixava os companheiros na cara do gol era algo extraordinário, que deixava boquiaberto os felizardos que o viram vestir o branco da baixada santista.

Elegante, conseguia abrir o peito e matar a bola com uma envergadura ímpar de 1,90 metros. Levou o despretensioso time do Santos de 1995 à final do campeonato nacional ao lado de Robert, Jamely e Marcelo Passos. O título acabou faltando, coisas do futebol.

Inesquecível na semi- final daquele ano contra o Fluminense de Renato e Joel Santana, só não fez chover, aliás fez. Uma chuva de gols, uma atuação de gala que lhe fez render a bola de ouro, e o prêmio de melhor jogador do campeonato.

Partiu para conquistar o velho mundo, foi ídolo da torcida Catalã. No Barcelona fez dupla com Rivaldo, meio campo que fazia tremer os adversários. Em seis anos de clube, seis canecos levantados. Chega na Grécia, e a terra de Zeus conhece um semideus da bola, o penta campeonato nacional atuando cinco anos em solo helenístico.

O meio campo era uma salão de baile, onde os craques disputavam a dama “bola” para lhe ser concedida uma dança, e o Messias estava sempre de terno. A pelota sua amiga corria em seu lugar. Ela tinha que correr.

Os críticos de seu futebol o diziam ser “lento”, mas a inteligência e a sapiência em saber os caminhos do campo o faziam diferenciado. Defendia a tese sagrada que o futebol não podia ser comum, não pode ser feijão com arroz, futebol e ousado tem ser tentado mesmo que se perca o lance.

Chegava na hora certa, decisivo, enganava adversários que não acreditavam que ganharia o lance, era craque que além de dar o espetáculo sabia fazer gol, e foram muitos.

Pelo Santos, 3 passagens, 3 faixas no peito. Os Paulistas de 2006 e 2010 e a Copa do Brasil de 2010 e a idolatria eterna de uma torcida que não via sua 10 vestida tão bem desde Pelé.

Solto, tendo o gol como objetivo, ereto, com a cabeça erguida sabedor dos caminhos, aproveitava tal abençoada técnica e tamanho para destituir sem culpa adversários. E vestindo seus pavilhões, como um messias sabia levar seus times a o caminho das vitórias.

Felizes foram aqueles que foram Testemunhas de Giovanni, que jogou em um tempo que bom jogador e futebol brasileiro eram pleonasmos.

*Marcelo Guido é Jornalista. Pai do Bento Guido e da Lanna Guido. Maridão da Bia.

Desconfortáveis encontros casuais – Crônica de Elton Tavares – (do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”)

Ilustração de Ronaldo Rony

Encontro um velho conhecido.

Ele: “cara, você tá muito gordo!”. Eu, (em pensamento, digo eu sei caralho, vai tomar no cu!): Ah, cara, sabe comé, sem exercícios físicos, sem tempo pra muita coisa, muita cerveja e porcarias gordurosas (que amo).

Sem nenhum assunto, fico em silêncio.

Ele: virei médico e você?

Eu: sou jornalista.

Ele: ah, legal (com um ar de desdém que vi ao encontrar outros velhos conhecidos advogados, administradores, contadores, ou alguma outra profissão mais rentável).

Aí um de nós subitamente diz que está atrasado e marca uma gelada qualquer dia com nossas respectivas esposas ou namoradas e vamos embora. Com certeza, passaremos mais 10 anos sem nos falarmos, graças a Deus.

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020.

Tomei uma com Zaratustra – Crônica de Lorena Queiroz – @LorenaadvLorena

Crônica de Lorena Queiroz

Eu gosto é de paz, mas minha cabeça insiste em viver na porrada. Socos que são trocados todos os dias. Um ringue montado ao fim do dia e que se estende por horas ininterruptas. É uma merda, mas a vitamina de meus neurônios mais brigões é o álcool. É como se essa substância quase indigna fosse o Duke do Apollo. (Não é problema meu se tu não sacar de Rocky Balboa, te informa). Nos últimos tempos não estava conseguindo escrever.

Os pensamentos vinham e eu os sufocava ao invés de levá-los para dançar no papel. Não queria nada difícil. Não queria organizar a quebradeira que tomava conta da minha cabeça. Não estava bebendo e se, fosse fazê-lo, queria coisas simples. Fui beber com uma amiga que, aparentemente, tinha os pensamentos e uma vida mais organizada que a minha. Com ela seria simples, seria leve.

Mas é aí que a gente encontra o engano. Subestimamos as pessoas. Temos a péssima mania de concluir coisas pela superfície. Eu pude sentir o tapa da Clarisse Lispector no pé da minha orelha, dizendo; ‘’ Decifra-me, mas não me conclua, eu posso te surpreender”. E na realidade não é assim com tudo na vida? Uma sequência de boas e más surpresas mescladas tanto por nossa inocência quanto por nossa soberba.

Eu e minha amiga começamos a beber. Foi a primeira caixa de cerveja. Logo já estávamos trazendo a segunda e, quando chegou a terceira, foi quando eu soube mais sobre quem me fazia companhia. É engraçado como a mesa de bar se torna um divã, onde as dores aparecem e a gente percebe que cada vida tem uma boa dose de alegria e uma maior de tragédia.

Aquela mulher risonha com quem eu só falava de futilidades e os preços das coisas, me trouxe a sua história e que, para minha surpresa, havia mais desgraças do que eu poderia ter imaginado um dia. O Duke vestido de cevada então entrou em ação e eu tentava entender como ela havia se tornado a pessoa que é, mesmo tendo comido um caminhão de merda oferecida pela vida. Foi nesse momento que o inevitável paralelo e as associações começaram a surgir, eu estava bebendo com Zaratustra!

Ela havia passado pelas três transformações: foi um camelo submisso, rebaixado e humilhado. Durante as porradas da vida se transformou no leão, uma combatente. E agora, o leão se transformava na criança que é inocência, o esquecimento que recomeça. Enfrentou seus demônios e afirmou a vida. E mesmo com toda a dor, ela amou a guerra, pela consciência de que nos tornamos mais fortes com a dor. Ela entendeu que o esforço é contínuo. Me ensinou que o caminho é seguido não largando tudo, mas transformando a dor e o sofrimento em força. Não tenha pressa na hora de viver, o mundo está cheio de gente querendo te foder.

Eu não sou uma pessoa de certezas, aliás, ultimamente o que mais tenho são dúvidas, mas mesmo com toda minha ignorância e imperfeição, sei que é possível descer a montanha, mesmo que esteja bêbada de álcool, verdades ou dor.

Bebemos por mais de dez horas e eu consegui entender mais coisas sobre minha própria vida do que em dez horas de terapia. Não estou desmerecendo nenhum psicólogo, apenas enaltecendo a didática desses momentos e as pessoas que podem sentar contigo em uma mesa de bar, onde o álcool e a embriaguez podem te despir da armadura que a vida e as dores te colocam. Eu sou uma pessoa torta e não seria uma surpresa que eu aprenda da maneira menos usual para os retos. E por fim, como disse Zaratustra: ‘’ Recebe ordem aquele que não sabe obedecer a si próprio”.

*Lorena Queiroz é advogada, amante de literatura, devoradora compulsiva de livros e crítica literária oficial deste site, além disso é escritora contista e cronista. E, ainda, de prima/irmã amada deste editor.

Escrotos legais, falsos bacanas e a velha conveniência – Crônica de Elton Tavares (ilustrada por Ronaldo Rony)

Um dia, durante uma conversa com uma amiga, ela disse: “existem pessoas com grandes qualidades, que abafam seus defeitos, mas ninguém está imune de ser escroto”. Concordo plenamente! Não que eu possua conhecimento amplo sobre a natureza humana. É só meu achômetro mesmo.

Não sou santo. Procuro não fazer mal a ninguém. Meu falecido pai sempre dizia: “Não faça mal a ninguém e já estará fazendo o bem”, e tento me nortear por essa filosofia. Mas muitos me acham escroto – ledo engano. Só sou autêntico e sei dizer não. Também não faço média, não me iludo ou me empolgo facilmente.

Sei que é preciso respeitar a liberdade, seja das ideias, artística, comunicação, etc. Até aí, tudo bem. Pois discordar é preciso, afinal, o debate de ideias é que formula teorias e métodos para o desenvolvimento humano. O problema é a minoria impertinente e maldosa. Esses me deixam aporrinhado.

Acredito que existem pessoas más tentando ficar boas e que figuras que foram legais a vida toda se tornam babacas, da noite para o dia, muitas vezes por conta de motivos pífios.

Como eu já citei em outro texto, em um de seus contos, o escritor alemão Franz Kafka disse uma vez: “existem bestas-feras”, que detonam tudo, ferram com a sua vida. Mas mesmo sendo feras, não deixam de ser bestas”. Cirúrgico!

Por exemplo, muitos, que não me conhecem, pensam que sou um boçal. A quantidade de amigos que tenho (e me gabo sempre disso), que são muitos, desmente tal discurso. Tudo bem, às vezes sou insolente, pois nunca fui dado a hipocrisias e acredito que, em dadas ocasiões, uma porrada é mais do que justificável.

É com coração entrecortado de tristeza que vejo pessoas queridas embarcarem na onda desses vermes numa passagem subterrânea escurecida. Um dia esse show de horrores acaba por si só. Pois esse pessoal não consegue fingir pra sempre. Esse texto é um recadinho para os que acham que não sei das coisas. Detesto meias verdades e mentiras sinceras. E isso é coisa séria. Muito séria.

Conheço muitos escrotos legais, que são turrões, geniosos e até mal educados, mas possuem boa índole e falam tudo pela frente. Mas também saco falsos bacanas, que distribuem simpatia, fazem sala, capa e demais artifícios comportamentais para algum tipo de proximidade. Estes são verdadeiros mestres em sua escrotidão.

Enfim, bondade e maldade são trabalhadas de acordo com seus respectivos interesses e conveniências. Mas fica a dica: eu sei!

Quem só tem martelo pensa que tudo é prego.” – MARK TWAIN.

Elton Tavares

A “POLARIZAÇÃO MUSICAL: acabou a mamata sertaneja – Por Nelson Motta – @siganelsonmotta

Por Nelson Motta

A polêmica entre Anitta e um tal Zé Neto, que transbordou para Gusttavo Lima e outros sertanejos bolsonaristas, deflagrou a polarização musical na campanha eleitoral.

De um lado, a MPB em peso com todos os seus orixás, os roqueiros em massa (menos Roger), sambistas, funkeiros, pessoal do axé (menos Netinho), o pop multissexual, e do outro, sertanejos raiz, universitários e sofrentes velhos e novos, perdendo de lavada para “o outro lado”, como Bolsonaro chama todos que não são seus aliados.

“Acabou a mamata”, o sórdido slogan criado e multiplicado para estigmatizar artistas anti-bolsonaristas, acusando-os de usar a Lei Rouanet para enriquecer, agora volta-se contra os sertanejos bolsonaristas, contratados a peso de ouro por prefeituras de pequenas cidades pobres e carentes com verbas destinadas à saúde e educação. E, depois de toda a vergonha que passou no 7 de setembro, Sérgio Reis volta à cena para dizer que “isso não é dinheiro público, é dinheiro do público.” Mas é claro, cumpadi, é dinheiro dos nossos impostos patrocinando a festa dos artistas, sem concorrência ou qualquer fiscalização, sem nenhum beneficio à população além de entretenimento de baixa qualidade. Essa mamata acabou, véio!

Os TCEs, os TCMs, o TCU, os MPs estaduais e municipais e outros órgãos de controle caíram em cima dos contratos milionários, que seriam pagos com verbas de extração de minérios ou de petróleo, que só podem ser usadas para saúde e educação. Ou com verbas do orçamento secreto enviadas para prefeituras promoverem, na prática, “showmícios” durante a campanha eleitoral, proibidos por lei.

A diferença é que, na Lei Rouanet, as empresas podem destinar parte do dinheiro que pagariam em impostos para financiar produções artísticas. O Estado deixa de arrecadar, mas lucra com os empregos e impostos gerados pela indústria do audiovisual. Mas na abertura da porteira aos sertanejos, bancada com os impostos pagos por pobres, remediados e ricos, só eles ganham, quem perde de verdade são todos que trabalham duro para pagar impostos, e certamente não é para financiar mamatas caipiras. A têta secou”.

*Contribuição da amiga Alcilene Cavalcante.

O Fernando de todos nós – Crônica porreta de Carlos Bezerra (*) sobre Fernando Canto

Fernando Canto, com o título de Cidadão Amapaense – Foto: Sônia Canto

Por Carlos Bezerra (**)

Sou um homem de sorte, para a tristeza dos meus inimigos, que eu os tenho e muitos., pois não aceito compactuar com a lassidão moral que devasto o mundo no geral e o Brasil no particular, recusei-me a morrer há uns anos atrás, de modo que continuo vivo, lépido e lampeiro.

Graças a isso tive o privilégio de participar do lançamento do livro “O Bálsamo e Outros Contos Insanos”, do escritor amapaense (o Pará das nossas origens que me perdoe) Fernando Canto.

Fernando Canto – Caricatura do artista plástico e ilustrador J. Márcio. Colorida pelo designer Adauto Brito.

Foi uma noite de gala para a nossa incipiente, mas nem por isso, menos viçosa Cultura. Presentes, amigos de todos os naipes. Escritores, compositores, poetas e cantadores, alguns já de renome, outros nem tanto, mas todos, ímpares nos seus campos de atuação. Uma noite de alegria, de confraternização, de fé e de esperança nos destinos da nossa tão maltratada terra. Noite de música. O Grupo Pilão, impecável como sempre, nos remete para a beleza e a angústia das nossas florestas ancestrais. A presença de Manoel Sobral, Zaide, Obdias, Jamil, Luiz Guedes, Hélio Pennafort, Bomfim Salgado, Isnard Lima, Graça Vianna, Manoel Bispo, Vitória, Hernani Guedes, Zé Miguel, entre tantos outros, nos dá ideia dos que compareceram para levar o abraço, o carinho e o incentivo ao nosso escritor do qual o Brasil ainda ouvirá falar. É possível que esteja possuído do puxa-saquismo mais deslavado mas, um dos meus credos é o de que os meus amigos não têm defeitos. Quanto aos inimigos, se não os tiverem, eu arranjo um.

Fernando Canto é uma das mais belas páginas do livro extraordinário chamado Amapá. O Amapá das ruas poeirentas, do motor de luz na praça da igreja, do Trapiche Eliezer Levy, da Doca, do Merengue, da Piscina Territorial, da nossa juventude perdida que não voltará jamais, nem ela nem as ruas seguras e casas idem, pela ausência de maldade dos macapaenses de então. Fernando torna mais verdadeira a afirmação do nosso poeta maior, Álvaro da Cunha, quase esquecido mas nem por isso menor: “A lua minguante do Amapá, brilha mais do que a lua cheia de qualquer outro lugar”.

Jornalista Carlos Bezerra – Foto: Tribuna Amapaense.

O Brasil e o mundo tiveram muitos Fernando: o Noronha, o Católico, O Lopes, o Dias, o de Magalhães, o de Melo e atualmente o Cardoso. Nós, amapaenses, tivemos mais sorte. O nosso Fernando é Bálsamo, é literalmente Canto.

(*) Crônica publicada no jornal Diário do Amapá. Macapá, sexta-feira e sábado, 18 e 19 de agosto de 1995.
(**) Jornalista e cronista amapaense, in memoriam.

Felicitações do Fernando Bedran para o Fernando Canto – @BedranCoelho @fernando__canto

Fernando Canto, Fernando Bedran e Elton Tavares, no saudoso Bar da Euda, em 2013.

Fernando Canto, Canto dos igarapés, dos troncos secos e molhados, dos rios fundos e largos,dos estreitos e rasos…dos pássaros gitos e dos porrudos…dos batuques da floresta e da cidade semi morta…,do samba e do marabaixo,da guitarra de Carlos Santana…

Canto Fernando é daqueles que corroboram a luminosidade da vida, da imensidade do amor…A luz que irradia, em si como ser de criação, suas obras, do seu fortalecido altruísmo insólito, que desconhece as muralhas impostas pelos algozes da cultura e da vida…

Segue sagaz, intrépido em manifestar a implementação, renovação e manutenção da riqueza que é a cultura Amazônica e seus mistérios, somente decifrados com a plenitude do domínio da chave do amor…

Fernando Bedran, Fernando Canto e Elton Tavares, no Bar da Maria, em 2017.

Fernando Canto é a Presença do amor pelo todo e para o todo! Seu amor pela Amazônia, pela vida e pela cultura é infinito…

A esse amor e dedicação, o Criador lhe concede inúmeras Chaves…que descortinam os véus e deixam os solares raios de pura energia se manifestarem para o contentamento geral no presente e no futuro…

Feliz novo ciclo, feliz em mais uma jornada em torno do Sol! Que seu ser continue luminoso, cheio de graça…Vida longa & próspera! Luz , vida e Amor! Com Deus Sempre! Assim seja !

Com alegria plena por fazer parte do seu coração e mente, de sua amizade genuína! Forte Amplexo do xará Bedran!

Fernando Coelho Bedran

21 anos do gol do Petkovic (uma crônica para flamenguistas)#flamengo

Em 27 de maio de 2001, há exatos 21 anos, um gol inesquecível. Eu estava no antigo apartamento do Adriano e Silvana, meus primos. Assistíamos a final do Campeonato Carioca de Futebol daquele ano, juntamente com o amigo Aílton. Aquele dia tem um valor especial na vida dos milhões de flamenguistas no mundo.

O Vasco tinha ganhado o primeiro jogo por 2×1, o Flamengo precisaria vencer por dois gols de diferença para levar o título da competição.

Edílson abriu o placar pro nosso time e Juninho Paulista empatou pro Vasco. Acabou o primeiro tempo. Na segunda etapa da partida, o “Capetinha” meteu mais um. Mas o Mengão ainda estava em desvantagem, pois precisava vencer pela diferença de dois gols.

A torcida do Vasco já comemorava nas arquibancadas. Já eram 43 minutos do segundo tempo. Aí Edílson sofreu falta na intermediária, só que o gol de Hélton não tava tão perto. Petkovic arrumou a bola, deu três passos para trás e respirou fundo.

Bateu forte, colocado e com a precisão cirúrgica que lhe era peculiar. A batida foi perfeita. A bola pegou efeito e saiu do alcance do goleiro Helton. Aliás, o goleiro bem que tentou, saltou alto e se esticou todo, mas a defesa não foi possível. Nem dois goleiros ali embaixo daquela trave evitariam o gol quase sobrenatural. Foi lá onde “a coruja dorme”, no canto superior esquerdo da rede. Naquele momento, vibrei, quase choro, ri e me senti o cara mais feliz do mundo. Coisa de quem ama o futebol, sobretudo, o Flamengo.

Épico e eternamente na memória e coração dos torcedores dos rubro-negros, 3 a 1, porra! Era o tricampeonato carioca ao Rubro-Negro. A gente correu pra Praça Zagury, agora Beira-Rio, bebemos logo pelos três títulos consecutivos. Naquela noite, vi um amigo virar a casaca, tirou a camisa vascaína e vestiu o manto sagrado Rubro-Negro. Ele, o Frank Bitencourt, disse que tinha cansado de sofrer. Até hoje é possível vê-lo em algum bar durante as transmissões dos jogos do Flamengo.

Helton salta, mas não alcança a falta cobrada por Petkovic (Foto: Hipólito Pereira / O Globo)

Há alguns anos, Petkovic foi convidado pelo Globo Esporte para bater a falta novamente, do mesmo local. Adivinhem? O sérvio colocou a bola do mesmo jeito, no mesmo lugar. Ah, gringo foda da porra! Não à toa, é um dos maiores ídolos da era atual do Flamengo. Uma lenda viva, já que se tornou o jogador estrangeiro mais decisivo da história do clube e talvez até do futebol nacional.

Filme “43′ – Na hora de acabar”

Cartaz do filme 43′ – Na hora de acabar

A façanha de Pet virou documentário. O filme “43′ – Na hora de acabar”, traz, além das entrevistas exclusivas, visões diferentes daquele gol. Assista o DOC aqui:

Desde então, já se passaram 21 anos. Assim como a vida, o futebol é feito de ciclos. Mas é sempre bom lembrar dos momentos felizes e foi o que ocorreu.

“Nóis” é Mengão até depois de morrer e hoje é o atual campeão brasileiro. Ou seja, o melhor time do Brasil e um dos melhores do mundo!

Ao Petkovic, autor daquela obra-prima que ficará marcada para sempre na minha memória e coração, nossos milhões de obrigados!

Elton Tavares

Um certo dia me esqueci de ficar – Texto Poético de Luiz Jorge Ferreira

Texto Poético de Luiz Jorge Ferreira

Derrubaram as casas da Vila do Seu Abdala, onde criei cães vira-latas com suas pulgas tão magras, como os moleques que junto comigo atravessavam a Rua Ernestino Borges correndo contra o vento que nos balançava as costelas…como se todas dançassem um Bolero de Bienvenido Granda…

O homem atirou ao chão a última telha deixando o Sol beijar o assoalho que ele só via entre as frestas das telhas afastadas uma das outras.
Havia vestígios da lua que namorava as pulgas escondidas nos trapos postos nos cantos.

Longe dali, mas não longe de mim , as telhas atingiram os anjos da igreja de São Benedito, ouvi seus gritos, ouvi os rangidos dos gatos do Pacoval reclamando das nuvens de chuva lhes respingando…

Escutei Deus de cima da Antena da Rádio Difusora de Macapá, me prometendo saudades. Olhei a fotografia colorida na parede da sala, não saia sala, não vire notícia nas manchetes d’alma…

Não me revire do avesso pois o avesso é vesgo, e a tudo embaraça.
Não me estenda a noite porque ela se encolhe, e me esconde entre insônias insossas.
Deixa que eu corra para socorrer os Anjos…
Limpar suas asas, pulir suas pálidas faces, desembaraçar seus cabelos, e as penas das asas destrançar, de modo que logo voem…

Eu não…volto de volta a casa onde fui Fauno e Rei de um Reino ímpar, feito de rimas pobres, moleques magros, e cães sonhadores, e lentamente é onde recolho do chão farto de Ontens, a última telha da Vila do Seu Abdala, ferida e fraturada, que em si, em um silêncio calado, começa a criar asas também.

Coxinha – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

A miss das estufas, o limiar perfeito, forma arredondada, com biquinho que chega a ser saliente, traços obscenos misturados a sabor inconfundível.

Coxinha é um símbolo nacional, iguaria brasileiríssima iguala classes sociais, todos, ricos e pobres , esquerda, direita, homem, mulher, todos se rendem ao quitute.

Clássica de frango, mas tem de camarão, já vi com queijo, de charque, jabá para os íntimos, caranguejo aí chamamos pelo apelido carinhoso de ” unha” ,  até de pato, gourmet mas igualmente  deliciosa. De carne não, aí a gente não aceita. Coxinha de carne, já diz a convenção Internacional  “Coxinha de carne é Risoles”.

A massa, de macaxeira, aipim pra quem prefira, de batata, gosto peculiar e a clássica de trigo, um sonho. Não mexa com os clássicos, mas prefira sempre o seu sabor.

A coxinha de um 1 quilo, que encontrei uma vez, adentra meu imaginário de boas lembranças, aquilo foi um verdadeiro desafio, que não ganhei, uma das derrotas mais felizes da vida.

Decepção, foi a de ovo, alguém deveria pagar muito caro, em um inferno de Dante por tal sacrilégio.

Tentaram manchar sua reputação, nomeando uma turma do mal com seu nome, como seu defensor não aceitou. Deixe essa turma do marreco e do ordinário como gado mesmo.

A coxinha define seu dia, pode se estragar um bom dia em uma mordida ruim, ou em uma que não esteja boa. Vai por mim, isso acaba com a alegria de viver.

Incautos desavisados, ou rebeldes sem causa ou apenas infelizes na vida estragam o momento, a primeira mordida e na bundinha, o bico fica para o final.

Melhor combinação, Coca cola, aceitamos Pepsi mas já disse, não mexa com clássicos, sempre um par, duas para ser mais preciso.

Experimente, sentar sem compromisso em qualquer lugar, é preciso um esforço para fazer dela algo ruim, a primeira mordida, lembranças boas de uma festa de sabor em sua boca.

Coxinha, é a dimensão ” salgadológica” do próprio amor.

Mestre, me veja essas duas…

*Marcelo Guido é pai do Bento e da Lanna, marido da Bia. Saiu hoje para comer um salgado.

**18 de maio é o Dia da Coxinha.