FAF e CBF assinam ordem de serviço para obras do Centro de Desenvolvimento do Futebol no Amapá

Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), chegou ao Amapá na quinta-feira (13) para a cerimônia de assinatura da ordem de serviço que dará início ao Centro de Desenvolvimento do Futebol no estado. A solenidade foi organizada pela Federação Amapaense de Futebol (FAF) e aconteceu no Palácio do Setentrião com a presença do governador Waldez Góes, senadores Davi Alcolumbre e Lucas Barreto, e lideranças do esporte local.

“É uma conquista para o Amapá, que já fez tantos craques. Trabalhamos com compromisso e os frutos já começam a ser colhidos em prol do futebol amapaense“, ressalta o presidente da FAF, Roberto Góes

O Centro de Desenvolvimento do Futebol (CDEF) será construído no bairro Marabaixo e os recursos são provenientes de contrato firmado entre a FIFA e a CBF, chamado “Fundo de Legado da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014″. O objetivo é incentivar o futebol nos países que recebem a Copa do Mundo.

No ano de 2014, 15 estados brasileiros não receberam jogos da Copa, entre eles, o Amapá. Por isso, a destinação de recursos do Fundo de Legado para o estado e para o fomento da prática.

“Está é uma luta antiga da FAF, desde 2014 vínhamos preparando este momento e agora é realidade. Em seis meses teremos essa obra de mais de 24 mil metros quadrados, um verdadeiro presente para o esporte do Amapá”, completou Netto Góes, vice-presidente da FAF.

O projeto do centro foi apresentado ao governador e, entre outras coisas, prevê estacionamento amplo, vestiário, sala médica, campo e área verde. Com a assinatura da ordem de serviço, as obras iniciam em 30 dias e o prazo para entrega é ainda no 2º semestre de 2022. A estrutura vai abrigar as competições de base, futebol feminino da FAF e projetos sociais.

“O Amapá pode contar com a CBF para o fomento do futebol e desde já me comprometo a articular junto com a FAF para que este Centro de Desenvolvimento atue, principalmente, com projetos sociais acessíveis a todos”, concluiu o presidente Ednaldo Rodrigues.

Serviço:

Texto: Marcelle Nunes
Contato: (96) – 98106-4232
Fotos: Márcio Pinheiro
Assessoria de Comunicação FAF

1° Virada Cultural: Prefeitura de Macapá lança edital para credenciamento de artistas

Inscrições acontecem entre os dias 17 e 22 de janeiro de forma presencial e gratuita.

Com objetivo de fomentar a cultura local, a Prefeitura de Macapá, por meio da Fundação Municipal de Cultura (Fumcult), lançou nesta quinta-feira (13) o edital 001 de 2022, que busca credenciar artistas macapaenses para a 1° Virada Cultural, acontecerá em comemoração aos 264 anos da capital amapaense.

Com o edital, os artistas e grupos artísticos podem pleitear a participação na programação do aniversário da cidade – no dia 4 de fevereiro. Os eventos pensados acontecerão em vários pontos da cidade com atividades culturais e de lazer.

Inscrições

As inscrições acontecerão de forma presencial e gratuita, a partir das 9h da segunda-feira (17), e seguem até o dia 22 de janeiro, na Fundação Municipal de Cultura, situada na Rua Eliezer Levy, 1610, Centro.

Para mais detalhes entre em contato no e-mail [email protected] ou ACESSE AQUI.

Naiara Milhomem
Fundação Municipal de Cultura

Turnê Águas Claras

Unindo o teatro e a música, o ator/cantor Amapaense Ton Rodrigues (AP) comemora 7 anos de parceria com o Violonista sete cordas Carioca Pedro Messina (RJ).

Nesse projeto os artistas trazem um repertório recheado de canções que lembram das  suas trajetórias artísticas. Além das músicas autorais  o show conta com homenagens  à  grandes compositores da música  Brasileira, como Aline Castro, Bia Falcão, Dorival Caymmi, Roque Ferreira,  João Nogueira, Paulo César Pinheiro e Teçá Anambé, além de  exaltar a força das composições Amazônicas e  os mestres do Carimbó (PA) e as matriarcas  do Marabaixo (AP).

A turnê ” Águas Claras ” vai acontecer em Macapá ( AP) , Belém (PA) e  na cidade do  Codó (MA) e Rio de Janeiro. Dia 15 de Janeiro  foi a  oportunidade que o artista teve para saudar sua ancestralidade em Macapá, voltando aos palcos em 2022 ao lado de Pedro Messina.

As águas que lavam,curam e renovam, também  se misturam com as ventanias dos tambores tocados pelo macapaense Mário Neilton, Maracas e com  encantos melódicos do violão sete cordas.

Convidamos você para pensarmos juntos com muito respeito e amor em nossas trajetórias. Já que chegamos até aqui, é tempo para refletir , agradecer pela vida, girar e se banhar nas águas, puras, escuras, barrentas, cristalinas desse Brasil.

E para unir a força da música, dança e da poesia teremos as participações de Daniela Uchôa,  Bárbara Primavera e Pepe Sastre.

PRODUÇÃO:

Macapá: Andreia Lopes/Quarta de Arte da Pleta, Hayam Chandra, Nathanael Zahlouth e Tony Silo.
Belém: Andrey Alves e Bruna Suelen
Maranhão: Ylmarana Guajajara.
FIGURINOS:
Wangleys
Foto Divulgação: Márcio Freitas.

Serviço:

Show Águas Claras
Macapá
Local SANKOFA (Av Beira Rio)
Data 15/01/2022
Hora 21h
Contato: 96981501689

Trilha, lagoa azul e clima de serra atraem turistas para acampar na floresta amazônica

Grupo de turistas contemplando paisagem em mirante da mina em Serra do Navio — Foto: Wirley Almeida/Divulgação

Por Victor Vidigal do Grupo Rede Amazônica

Um passeio para as férias de janeiro, onde o turista encontra frio e neblina pela manhã, e uma “lagoa azul” no meio da Amazônia, vem sendo descoberto por viajantes brasileiros e do exterior no município de Serra do Navio, no Centro-Oeste do Amapá.

A experiência de ecoturismo ainda incluiu trilha de 3,5 quilômetros por entre a fauna e flora amazônica, e um acampamento em um mirante numa antiga mina da região. Quem acorda cedo, pode conferir o sol nascer sobre as nuvens e a floresta.

O roteiro foi criado pelo guia turístico Wirley Almeida em 2020. Antes disso, segundo ele, o turismo na região era quase inexistente. Realidade diferente da atual, onde por mês são feitos pelo menos quatro trilhas, recebendo pessoas de diferentes locais do estado, do país e do mundo.

“De 2010 a início de 2020 o turismo aqui em Serra do Navio sempre foi fraco. Nunca teve o fluxo que está tendo hoje depois da ideia do acampamento da mina F12. Já veio gente de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Santa Catarina e turistas internacionais”, contou.

O guia, que também atua como guarda-parque e fotógrafo, compara a paisagem no mirante da mina F12 com a do Monte Roraima. Lembrou, no entanto, que a trilha em Serra do Navio tem menos dificuldades para o turista que não é acostumado com esse tipo de aventura.

“Eu recebi turistas que já fizeram a trilha do Monte Roraima, que dura 7 dias, e a paisagem é quase a mesma. A gente tem o nascer do sol, a neblina abaixo formando nuvens que dão sensação que estamos acima delas. É uma paisagem única, tão perto de Macapá, com trilha de nível médio”, disse.

A distância entre a capital e Serra do Navio é de pouco mais de 200 quilômetros, com acesso pela BR-210, passando por comunidades de Porto Grande e Pedra Branca do Amapari. A maioria da rodovia é asfaltada, mas há um longo trecho em que a estrada é de terra. Por isso, se chover, é mais um desafio para acessar a região.

No passeio, é possível conhecer o Rio Amapari e uma das lagoas azuis espalhadas por Serra do Navio, que se formaram com a inativação de minas de exploração de minério na região. A trilha leva ao mirante do acampamento e, chegando no topo, o visitante aproveita o ambiente e a paisagem da melhor forma possível.

E quem já foi até o acampamento tem só lembranças boas. É o caso da biomédica Alexia Matos, de 25 anos, que contou que todo o cansaço da viagem e da trilha foi recompensado com a vista.

“Quando chega no mirante recompensa todo o cansaço. É uma vista muito bonita mesmo, tanto do pôr do sol, quanto do nascer do sol. O tanto que fica coberto de neblina… é um passeio que recompensa muito. A gente faz uma fogueira e faz nosso ‘rolê’ por lá. É clima de aventura”, relatou.

Acampamento no mirante da mina F12 em Serra do Navio — Foto: Wirley Almeida/Divulgação

Fauna e flora

O contato com a fauna e flora da Amazônia durante a trilha e o acampamento, segundo o guia, também proporciona avistar espécies difíceis de encontrar por quem habita no meio urbano.

“Nesse acampamento do mirante da mina F12 é possível encontrar diferentes animais, algumas vezes eu já me deparei de encontrar o sapo ‘garimpeiro’, que são sapos venenosos, muito coloridos e que chama muita atenção e também já vi o gato maracajá”, falou Almeida.

Turistas e guia turístico Wirley Almeida (ao centro) em banho na ‘lagoa azul’ em Serra do Navio — Foto: Wirley Almeida/Divulgação

Cenário para fotos

O cenário do mirante e das aventuras da região vira “cartão postal” na memória do visitante, mas também é eternizada em fotografias e vídeos.

A fisioterapeuta estética Glenda Williams, de 26 anos, e o analista de sistemas Jorge Araújo Neto, de 29 anos, se inspiraram na neblina e em todo o clima da região para o ensaio de casamento.

“Foram 4 horas de viagem e super valeu a pena. Lá tem uma neblina logo de manhã cedo, que é a coisa mais linda. A arquitetura de lá que é antiga, parece que fizemos uma viagem no tempo. Só a neblina já dá um friozinho… para a gente de Macapá já é um bom motivo para ir”, contou Glenda.

As fotos tiveram um toque de inspiração no cenário da saga Crepúsculo, que se passa na cidade de Forks, nos EUA. Comentando assim, parece que não tem nada a ver com o que vêm à mente quando se pensa em Amazônia. Mas os registros agradaram o casal, que oficializou a união em novembro.

A aventura no Mirante da Mina F12 não é privativa, mas é mais seguro fazer a trilha e o acampamento com acompanhamento de guia turístico. Para se ter uma ideia, o serviço que leva o visitante pela região até o topo da montanha é ofertado no valor de R$ 70 (individual).

Fonte: Portal Amazônia

Macapá completa 264 anos e comemora com virada cultural e programação artística em pontos turísticos

Virada cultural, música, artesanato e teatro de rua integram a programação do aniversário de 264 anos de Macapá, comemorado no dia 4 de fevereiro. A Prefeitura prepara uma grande festa para a capital banhada pelo rio Amazonas. O objetivo é atrair a comunidade para celebrar as atrações em homenagem à cidade.

O festival de Iemanjá, que visa saudar a Rainha do Mar, abre os festejos no dia 2 de fevereiro. A festividade tem como objetivo fortalecer as ritualísticas do candomblé, umbanda e tambor de mina, valorizando as manifestações tradicionais da cultura negra em Macapá.

As atrações contemplam os diversos segmentos culturais e pretendem fazer um resgate histórico da terra tucuju. Além de lazer e entretenimento, o esporte ganha notoriedade, abrindo a programação do dia 4 de fevereiro com corrida de rua.

‘’Neste primeiro momento, os grupos de Fanfarra, que contam com instrumentos de sopro e percussão, participarão do decorrer do percurso da corrida, anunciando a passagem dos atletas’’, destaca o diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Olavo Almeida.

No setor artístico, a Virada Cultural terá atrações simultâneas em toda a cidade, com ações realizadas em galerias, palcos e pontos turísticos.

Confira a programação:

2 de fevereiro

Festival de Iemanjá

4 de fevereiro

• Prefeitura de Macapá

Corrida de rua

Horário: 6h

• Araxá

Sexta da diversidade / LGBTQIA+

Horário: 16h

• CEU das artes

Artes cênicas e visuais

Horário: 12h (Início da exposição de obras de artista plásticos)

• Curiaú

Marabaixo e Batuque

Horário: 12h10min

• Fazendinha

Shows de Música: melody, brega, saudade e guitarrada

Horário: 12h10

• Mercado Central

9h – Pronunciamento oficial

10h – Audiovisual

12h10 – Shows musicais

16h – Dança (clássica, brega, salão etc.)

• Praça da Bandeira

Música instrumental, rap, shows de rock e música alternativa.

Horário: 16h

• Praça chico Noé

Capoeira e teatro de rua

Horário: 16h

• Praça da Prefeitura

Música Popular Amapaense (MPA)

Horário: 12h10min

• Praça Veiga Cabral

Concerto de Poesias, exposições de artes visuais, artesanato e música voz e violão

10h – Artesanato e Artes visuais

15h – Poesia e música

• Bicicleata

Horário: 16h

Concentração: início da avenida Cora de Carvalho, em frente ao prédio da Igreja Universal

Percurso: sistema binário (Avenidas Cora de Carvalho e Padre Júlio), com término no Mercado Central

Secretaria Municipal de Comunicação Social

Poesia de agora: Entre o Humano e o Divino – Lara Utzig (@cantigadeninar)

Entre o Humano e o Divino

Ciente da minha condição humana,
Não temo, pois não há razão para medo:
Desde muito cedo,
Aprendi a respeitar Deus.
E, sabendo que o amor é divino,
Nutro em mim sentimento infinito
Que, de dentro pra fora, cresce.
Meu peito se expande de leste a oeste
E, por amar com a fé de quem faz uma prece,
Sigo doando abraços que não se medem:
Assim, fico mais perto do céu.

Lara Utzig

Programa de Recuperação de Imagem (P.R.I) – Por Cleomar Almeida

Tenho dito aqui – desde fevereiro de 2018 – que meu amigo Cleomar Almeida é cômico no Facebook (e na vida). Ele, que é um competente engenheiro, é também a pavulagem, gentebonisse, presepada e boçalidade em pessoa, como poucos que conheço. Um maluco divertido, inteligente, gaiato, espirituoso e de bem com a vida. Dono de célebres frases como “ajeitando, todo mundo se dá bem” e do “ei!” mais conhecido dos botecos da cidade. Quem conhece, sabe. Hoje ele deixa um serviço de utilidade pública, o Programa de Recuperação de Imagem (P.R.I). desenvolvido por ele mesmo. Leiam, aprendam e divirtam-se:

Programa de Recuperação de Imagem (P.R.I)

Por Cleomar Almeida

Depois de alguns eventos recorrentes de mau comportamento por mim cometidos acabei sendo impelido a participar do P.R.I – Programa de Recuperação de Imagem. Este Programa essencialmente é voltado aos maridos que, por vez ou outra acabam, sem querer é claro, cometendo faltas consideradas quase imperdoáveis por suas “Conjes”, faltas essas que de forma nenhuma serão aqui listadas. Na verdade, o motivo dessa postagem é dar conhecimento aos caros colegas do Programa e de suas implicações.

O programa basicamente é um misto de punições e restrições, dentre elas a obrigatoriedade de acompanhamento de novelas, no mínimo as três que passam a noite, de preferência sem muitas perguntas no sentido de entender o enredo. Ainda no item entretenimento, futebol e modalidades esportivas nem pensar, aliás, esqueça o controle remoto durante esse período.

Quanto à alimentação, no P.R.I. você come o que lhe for oferecido, se for oferecido, o que quase nunca ocorre, então prepare-se para cozinhar. Shakes e comida japonesa são praticamente obrigatórios em uma saída pra comer fora. O Shopping será seu habitat nessa fase difícil. Igrejas também serão usadas pra exorcizar este capeta que se apossa de você de vez em quando. Perceba aí um ponto essencial no P.R.I. , se você estiver liso nem pense em participar do Programa, o gasto com comida, passeios, com coisas que inevitavelmente irão quebrar, esbandalhar ou misteriosamente sumir da sua casa lhe darão uma despesa extra.

Comportar-se bem na frente dos parentes da madame também faz parte do pacote, mas pode ter certeza que quando você for elogiado por alguém pela boa educação e prestatividade ela revelará os verdadeiros motivos de sua boa vontade com um belo “Tá assim porque fez merda, ta tentando se limpar comigo!”, nem pense em discordar dela nessa hora ou ela conta até o que não aconteceu, vai por mim.

Os filhos são sua responsabilidade absoluta, nem parece que saíram dela, você fez, você que se vire, reze pra eles já não usarem mais fraudas.

Sexo, esqueça, ninguém participa de um P.R.I e transa, é o alicerce fundamental do Programa e pode acreditar, esposas são excelentes em seguir protocolos. Concentre-se e siga na fé, talvez ao fim de tudo você seja compensado de alguma forma, não conte com isso mas milagres às vezes acontecem.

Enfim, como dito no começo, P.R.I é punição, restrição e um pouco de constrangimento pra te fazer ver o tamanho das burradas que andas fazendo. Sem tempo definido, pode ser rápido, demorado mas nunca indolor. Eu mesmo já passei por umas três experiências e lhes digo, evitem amigos, O P.R.I é terrível!!!!

A “Confraria dos Otaros” – Uma crônica barateira de Elton Tavares e Fernando Canto (ilustrada por Ronaldo Rony)

Noite dessas, durante conversa com o Fernando Canto, ele me falou que alguns poetas do Amapá estão (pasmem!) comprando diplomas de instituições literárias gringas ou títulos com padrinhos tipo William Shakespeare (exemplo genérico, pois são vários figurões da arte literária mundial). Pensei: égua-moleque-tu-é-doido! Como diria esse último monstro da Literatura citado: “Há mais coisas entre o céu e a terra tucuju do que pode imaginar nossa vã filosofia”. É ou não uma verdadeira “Confraria dos Otaros”?

Má rapá. É deslumbramento e uma necessidade de se autovenerar. E pior, pelos nomes citados pelo amigo Canto, que para mim é o maior escritor vivo deste nosso lugar no mundo, alguns dos apadrinhados/diplomados pelos vultos literários são falsos intelectuais. Sim. Daqueles que nem falam e nem escrevem direito, mas…

Não entendemos o motivo dessa pavulagem. Sério mesmo. Não que queiramos atravessar vários minutos de discussão ou encher o saco dessas figuras. É que estou admirado mesmo.

A propósito, ancorados em suas inteligências superiores, será que esses intelectuais “otaros” ficam mostrando uns aos outros seus diplomas ou títulos, meio que competindo por quem tem um padrinho ou documento com mais peso histórico/literário e pensam que isso reflete em suas mentes foscas as fazendo brilhar?

Deve ser a tal “Teoria do Medalhão” do Machado de Assis. E ainda vão dizer que nossas críticas são motivadas por inveja. Afinal, todos temos o direito inalienável de sermos considerados inteligentes do jeito que queremos nos iludir. Né, não?

Somos amigos de alguns verdadeiros gênios. Mas eles são humildes. Sem essa boçalidade típica da “Confraria dos Otaros”. É como disse Nelson Rodrigues: “dinheiro compra tudo, até amor verdadeiro”. Com certeza. Também compra um diploma de sabido ou apadrinhamento de figurão da história, falecido há séculos (risos).

Mas por que “Confraria dos Otaros”? Trata-se de parte de uma frase usada para o mesmo significado (otário), pois antes de ser atributo de pessoas de má fé, ingênuas, carrega o peso da vaidade. E toda vaidade é ilusória, fútil, jactanciosa e frívola, ainda mais no meio artístico em que muitos dos seus protagonistas se acham talentosos e dizem estar além da capacidade comum dos mortais. Muitos desses pavões se danam a produzir gestas sobre si mesmo, mas são verdadeiros valdevinos literários, estando ou não em grupos ou academias, o que, aliás, é o que não falta no Brasil. Para entrar em algumas delas basta comprar o diploma, como o fazem os falsos médicos e enganadores profissionais.

Um diploma ou uma medalha comprada não caracteriza um autor, pelo contrário, o ridiculariza perante os que não se deixam enganar pela fatuidade apresentada, tão típica dos que querem porque querem ser admirados, mesmo que não mereçam.

Não queremos com esta crônica ofender a honra de alguém ou de alguns. Entretanto, o pélago existente entre os “otaros” e os que levam a literatura a sério é maior que a Sofia do Porto de Santana e mais extenso que uma pororoca que havia no Araguari. Esses glabros de letras deviam era se esmerar para produzir uma literatura que nos faça melhor, que nos torne mais felizes e parar com essa onicofagia nervosa e permanente de autobajulação.

Ainda bem que vem uma geração com a literatura pulsante nas veias por aí. Por exemplo: os poetas Gabriel Guimarães in “Ágil Peste Celeste – Poemas Primeiros” (Portugal – Brasil – Angola – Cabo Verde), Chiado Books, 2021; Lara Utzig, in “Efêmera”, publicado pela editora Lura (2020); Rafael Massim, in “Amores, o Meio do Mundo e Outras Contemplações”, Edição do Autor, Macapá, 2020 e Gabriel Yared com o romance “Semente de Sangue”, Editora Corvus, Feira de Santana/BA, 2021. São escritores jovens, assim como muitos outros que estão revelando seu talento pós-pandemia.

Há alguns que ainda não publicaram livros, mas que estão “bombando” nas redes sociais, como é o caso de Jaci Rocha, Lorena Queiroz e outras tão marcantes quanto essa. Se não caírem nas asas da presunção, podem se tornar verdadeiras pedras angulares que sustentarão nossa literatura no futuro, ainda que lidar com a personalidade de artistas seja meio complicado.

Apesar dessas otarices, temos grandes escritores e poetas, homens e mulheres como Manoel Bispo, Alcinéa Cavalcante, Maria Ester, Paulo de Tarso, Ronaldo Rodrigues, Tiago Quingosta, Lulih Rojanski, Pat Andrade, Marven Junius Franklin, entre tantos outros, que não precisam de títulos ou de medalhas adquiridas pela compra, e que já estão inscritas na história da nossa literatura com muito mérito.

É verdade que cada um tem suas próprias escolhas por isso não condeno quem quer que seja, nem posso julgar a relação desses poetas com as instituições das quais fazem parte, pois não as conheço a não ser das postagens jactantes nas redes sociais. Sobre isso creio que o patrono Shakespeare já se antecipou, referindo em “Hamlet, Príncipe da Dinamarca”: to be, or not to be, that is the question.

E, antes que nos chamem de invejosos, digo estas palavras meio chulas oriundas do tupi (te’bi): toba ou não toba, ora vão tomar. A questão não é nossa. Enfim, essa galera deve achar uma bobagem antiquada aquele papo de “ler para ser”. E, sim, resolvemos escrever esse texto só de sacanagem, para rirmos depois. É isso!

Elton Tavares e Fernando Canto

A gente já riu muito de vocês, otaros!

*Uma dica: boa parte da “Confraria dos Otaros” apoiou a rasteira na poeta Pat Andrade.

Cabuquinho, essa é pra ti – Crônica de Telma Miranda – @telmamiranda

Amo viajar, mas amo de igual modo voltar pra casa. Minhas viagens são diferentes da maioria. Não tenho aquela sanha louca de comprar, comprar, comprar, quando estou viajando. Já tive, claro, mas passou. Hoje minhas prioridades são outras. Gosto de conhecer lugares, pessoas, costumes, sabores, experimentar. Registrar. Fico que nem aquele estereótipo de turista, fotografo até pedra e mato. Mas isso é uma outra história…

Parafraseando Nelson Rodrigues, gosto de ver a vida como ela é dos lugares, não somente o belo e bom reservado ao turista, pois isso nos faz comparar com nosso lugar de origem e nos fazer sentir menores ou piores.

Todos os lugares possuem sua beleza e seus infernos, e sabê-los nos faz pesar de forma mais consciente que tudo o que é bom tem seu ruim e vice-versa, e me fez enxergar tanta coisa boa no meu lugar, que cada volta pra casa acaba sendo de descobertas locais constantes. Claro que precisamos avançar muito ainda, em vários aspectos, mas temos muita coisa boa e nossa.

Ano passado tive a honra de ser recebida pelo melhor guia turístico que poderia ter na vida em Curitiba: meu tio caçula materno, Cabuquinho, o homem mais elegante, inteligente e intenso que eu conheço e que amo de paixão que mora em Curitiba faz tempo.

Turistamos nos lugares habituais, fotos lindas, comidas, caminhos, e a cada lugar, uma história, algo que a maioria das pessoas ignora por não querer enxergar ou conhecer, mas que está ao alcance de todos, e uma minoria cheia de bastidor, essência, sentido, reservado apenas aos que viveram. Consegui fazer um cara hiperativo sentar e esperar o sol se pôr no Parque Tanguá, mais de duas horas e volta e meia ele dizia que só poderia me amar muito para estar ali parado tanto tempo, até que o sol se pôs, eu me deliciei porque sou a louca do céu e das flores e ele respirou aliviado.

Conheci artistas, de imagem e som, gente milionária e as putas e mendigos, que ele carinhosamente chama de povo da rua, do Largo da Ordem, famoso ponto turístico localizado em frente ao prédio onde ele reside (que todos os dias me presenteava com uma paisagem europeia por conta da arquitetura predominante lá). Fomos nas exposições, museus, parques, galerias de arte, feiras, lugares exclusivos, onde pessoas ao o virem entrar interrompiam a música que estavam cantando pra oferecer pra ele e anunciar sua presença. E as sempre maravilhosas Lina, Bina, Melina e Ya Tutty, amor e arte em formas humanas.

Em todos os lugares que me levou, ele, macapaense nato, leitor voraz e curioso que é, me contou a história de tudo, os por quês, quandos, quantos e comos, e eu, sobrinha e fã, babava a cada novo conhecimento, me tornando mais fã ainda.

Posso afirmar categoricamente que foi uma das melhores viagens que já fiz, pois além de conhecimento, me apropriei de todo amor que esse cara sente por mim, e ele se apropriou de todo orgulho que sinto de ser sobrinha dele. Gratidão, Cabuquinho, por tudo. Eu só queria que você soubesse disso vivo. É isso.

* Telma Miranda é advogada, fã de literatura, música e amiga deste editor.

‘Negro de Nós’ lança EP comemorativo aos 23 anos da banda com seis faixas e pegada dançante (Sucesso sempre, @Silcantora!)

Grupo amapaense Negro de Nós — Foto: Negro de Nós/Divulgação

Por Rita Torrinha

A banda amapaense Negro de Nós completa nesta segunda-feira (10) 23 anos de trajetória e junto com a data lança o novo EP com seis faixas dançantes, bem ao estilo do grupo.

Os ritmos caribenhos zouk, reggaeton e cacicó, e os tambores ancestrais amapaenses do marabaixo e do batuque estão entre os temperos que compõem as canções do “Negro de (todos) Nós, Parte 1”, já disponível nas plataformas digitais.

Este álbum marca a volta da banda aos estúdios de gravação, após oito anos do último lançamento, o DVD. “Negro de (todos) nós” é a primeira parte de um álbum que terá um total de 12 músicas.

O trabalho iniciou em 2017, ainda com a participação de Fábio Mont’Alverne e do Walber Silva (in memorian), ambos fundadores da banda, junto com Silmara Lobato e Odilon Taronga. Silmara e Taronga deram continuidade ao sonho que se materializou.

Show da banda Negro de Nós — Foto: Negro de Nós/Divulgação

“Esses 23 anos de história é dia de conquista, mas também de lembranças eternas de nossos companheiros. Eles fazem parte deste momento e estão com a gente. Eles eram alegria pura e é isso que vamos continuar oferecendo ao nosso publico”, expressa Silmara Lobato, vocalista.

São 2 regravações e 4 inéditas. A música de trabalho é “Quero Você”, uma versão do cancioneiro caribenho “Jamais voir ça”, cuja letra foi adaptada por Carlos Santos, nos anos 80.

Do Amapá, a dançante “Passa, Tchonga!”, composição de João Amorim e Paulinho Bastos, ganha nova roupagem na voz forte de Silmara.

Entre as inéditas, destaque para “Festa de Quilombo”, um batuque com participação do cantor Adelson Preto, filho do quilombo do Curiaú. A música retrata um domingo festivo com personagens tradicionais daquela região, que fica localizada na Zona Norte de Macapá.

Banda Negro de Nós — Foto: Negro de Nós/Divulgação

O EP foi gravado nos estúdios Zarolho Records e Tarumã e a finalização foi viabilizada através de recursos da Lei Aldir Blanc.

Onde escutar?
deezer.com/br/album/272735972
open.spotify.com/album/6JsMhoIr35AaelWoYbUjxD
music.apple.com/us/album/1595864802
music.youtube.com/channel/UC2xZf2N8CIPPNvLxcmhU4Pw
listen.tidal.com/album/205450399
tratore.com.br/smartlink/negrodenos

Fonte: G1 Amapá.

Poesia de agora: Eco (Lara Utzig) – (@cantigadeninar)

Eco

Respirar o ar da solidão
Nem sempre é um peso intranquilo,
Um penar para o coração,
Prestes a cometer algum vacilo.

Nas quatro paredes do quarto,
O eco é meu amigo.
De minha presença nunca me farto;
Apenas um bom livro comigo.

O barulho lá fora é alto.
Buzinas, ruídos das bocas falando…
O céu adquire tons de azul cobalto
E na janela observo as pessoas passando.

Ouço meus tantos pensamentos,
Tento organizá-los de forma sistematizada.
Somente não possuo muito talento
Quando o quesito é ser amada.

Estar só é um privilégio
Em tempos que todos mascaram.
Num bar, vozes vazias recheadas de tédio
Refletem almas que se decepcionaram.

Viver só é um estado de espírito
Em tempos que todos disfarçam tal condição.
Na rua, o poeta culpa seu eu-lírico,
Enquanto, na parada, aguardo a próxima condução.

Terminei o livro e gostei do enredo.
Busco um novo alvo na vasta estante.
Do som do silêncio não tenho medo:
De mim mesma, sou ótima acompanhante.

Lara Utzig

A ARCA DE NÃO É (Crônica legal de Ronaldo Rodrigues)

Depois do temporal fiquei olhando aquele mar sem fim que a chuvarada tinha plantado.

Eu tinha ficado só no mundo, depois do dilúvio.

Minha preguiça não me permitiu concluir o grande barco que a voz tinha dito para eu construir.

Era um sonho louco que eu tinha toda vez que chovia muito.

Uma voz me dizia para eu construir um barco imenso, onde coubessem muitas espécies de animais.

Uma dessas chuvas poderia demorar muito a passar, alagar e afogar todos os que não estivessem no barco.

Até comecei.

Pedi a um amigo construtor de barcos para desenhar um esquema que eu pudesse executar.

Ele esboçou uma arquitetura naval impressionante, bem mais avançada que as loucuras de Da Vinci e sem aquelas frescuras que Niemeyer adorava inventar.

Julio Verne não teria conseguido imaginar algo tão engenhoso.

Desenhou um barco que, se estivéssemos num filme, poderíamos batizá-lo de Titanic, tal sua imponência e capacidade de navegação.

Eu fiquei de comprar o material e construir o bruto do barco, do jeito que a voz mandou.

Mas dava uma preguiça danada pensar naquilo, aliada ao fato de que a inflação crescia e o dinheiro diminuía.

Sei que se tivesse me empenhado teria conseguido juntar a grana.

E não estaria agora só, no meio do mar.

Vou dormir e tentar sonhar com a voz. Quem sabe ela me diz o que fazer.

Ronaldo Rodrigues

Poema de agora: IMO – Joãozinho Gomes

IMO

Íntimo do estímulo em ti me dei,
intimidei teu íntimo no último ato
de um beijo extinto, (imunizei
teu imo com isto) gozo de Dioniso

ao teu instinto. Absinti-me em ti
ente abissal, beijei teu corpo à cor
púrpura do recinto à cara do poente.
No bosque lembrei de Afrodite

instigando-me, ah seios em riste!
(diga-me, Quíron: alguém resiste?)
Ardi em ti intimamente em riste
e não resististe – e gozaste – e riste

Joãozinho Gomes

Poesia de agora: Ouça bem o que vou gritar no seu ouvido – Fernando Canto

Ouça bem o que vou gritar no seu ouvido

Ouça bem o que vou gritar no seu ouvido:
Este avião segrega a minha dor e sequestra meu desejo.
Mas nem assim tirarei o ranço da mochila pra te machucar nesta viagem.
Sou, bem sabes, um viajante extemporâneo hoje em dia,
Ainda que tenha te seguido em prantos
Por desertos e luas paridas sem orgulho.
Sou estratégia, luta e morte agora.
Um calcanhar de sólido e obtuso aço
A deixar pegadas órfãs de grama ao caminhar.
Por ti gestei palavras e poemas
Ensanguentado de mágoas e lâminas enferrujadas no nosso jardim de amarílis, mas não deixei que mesmo à tua voz renitente a dor fosse objeto de vindita.
Mas ouça bem, porque neste avião a manobra de valsalsa me faz surdo e um surto de angústia povoa meu ser, posta a natureza falsa do cabelo da aeromoça que passa me ofertando um tango e um sanduíche no cartão de crédito.
Tiro da cartola um coelho e um moinho de lágrimas e te digo novamente: ouça-me bem, amore, a minha biografia foi filmada em celular e num segundo milhões de acessos contemplei. Ouça -me: despertei do sonho, da prisão do pesadelo que embalava minha rede branca na varanda. Meu coração já não sofre tanto por ti. Ouça -me. Ouça -me! Você pode me ouvir, sim. O avião pousou. Desembarca. Já!

Fernando Canto