Pesquisadora do Amapá é entrevistada em jornal de grande circulação internacional

Foto: Iran Lima

O Jornal Correio dos Açores, importante periódico fundado em 1920, na cidade de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, nos Açores, com circulação em todo o território português e nos demais países onde existem comunidades descendentes de açorianos, publicou neste sábado, 30 de maio de 2020, uma entrevista realizada com a professora doutora Decleoma Lobato Pereira, em comemoração ao Dia de Pentecostes.

Decleoma Lobato Pereira é membro da Associação Amapaense de Folclore e Cultura Popular, Ponto de Cultura Povo de Fé e de Festa, e defendeu recentemente tese de doutorado sobre festas e práticas religiosas tradicionais no Amapá, junto ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia, da Universidade Federal do Pará. Entre as festas estudadas duas são dedicadas ao Divino Espírito Santo, uma realizada em Mazagão Velho, município de Mazagão; e a outra, celebrada pelos índios Karipuna, na aldeia Espírito Santo, localizada no Rio Curipi, Terra Indígena Uaçá, município de Oiapoque.

A entrevista foi concedida à grande estudiosa da cultura açoriana em Santa Catarina, a escritora Lélia Nunes Pereira, correspondente e assinante de uma página de crônicas do Correio dos Açores, e trata das possíveis relações entre as festas do Divino Espírito Santo, na Amazônia amapaense, e as culturas dos naturais ou descendentes das Ilhas dos Açores transferidos para a região, no período colonial, e que iniciaram as Vilas de São José de Macapá, Vistosa da Madre de Deus e Nova Mazagão, atual Mazagão Velho.

Foto: Gabriel Penha

Em decorrência da omissão dos créditos das imagens utilizadas na matéria pertencentes ao acervo do Inventário de Folias Religiosas do Amapá, de autoria dos fotógrafos Iran Lima de Sousa e Marcelo de Sá, enviadas pela entrevistada. Bem como de uma imagem do jornalista Gabriel Penha, publicada originalmente no portal g1.globo.com, e selecionada pela responsável da matéria, foi solicitado ao Jornal a publicação, em edição próxima, de uma nota dando os devidos créditos.

As pesquisadoras lamentaram o esquecimento, pois reconhecem a importância fundamental da documentação imagética de produção dos referidos companheiros fotógrafos e do também pesquisador e jornalista Gabriel Penha, mazaganense comprometido com o registro, com a divulgação e a valorização da história e da cultura de sua terra natal.

Foto: Gabriel Penha

Decleoma Lobato Pereira considera importantíssimo falar das festas religiosas tradicionais, do ponto de vista da História, por se tratar de uma herança cultural de extrema significância para as comunidades do Amapá, e um patrimônio cultural imaterial de todo o nosso Estado. E neste momento, sobretudo, em que muitas festas e celebrações publicas estão sendo suspensas, devido à pandemia do corona vírus, ela acredita ser fundamental reforçar nossa fé no Divino, no Universo, para que possamos sair todos mais fortes e melhores quando tudo isso passar e possamos juntos celebrar nossos santos, nossas santas, nossos encantados, nossos orixás, e todos os seres divinos como faziam nossos antepassados.

A entrevista pode ser acessada em: http://correiodosacores.pt/

Associação Amapaense de Folclore e Cultura Popular

Festa do Círio de Nazaré – Lançamento será hoje (1º) na TV Nazaré e nas redes sociais

A Diocese de Macapá apresenta nesta segunda-feira, 1/6, o tema, o lema e o cartaz do Círio de Nazaré 2020. O lançamento da festa este ano acontece exclusivamente pelos meios de comunicação e redes sociais na data em que a Igreja celebra a festa litúrgica de Maria, Mãe da Igreja.

Às 11h na TV Nazaré (canal 51.1 HDTV) o bispo de Macapá, dom Pedro José Conti e o coordenador do Círio, padre Rafael Donneschi, fazem a apresentação da festa deste ano. Às 19h, através das redes sociais, a programação especial continua com uma “Live Solidária” com participação dos artistas Marcelo Dias, Patrícia Bastos, Osmar Júnior e Zé Miguel, bem como o cantor católico Tiago Moraes, autor da música “Senhora de Nazaré”.

As doações arrecadadas na Live Solidária serão destinadas a Cáritas Diocesana, o organismo eclesial responsável por iniciativas de caridade junto às famílias carentes e instituições filantrópicas.

De acordo com o coordenador da Comissão do Círio de Nazaré 2020, padre Rafael Donneschi, aspectos ligados a realização do dia do Círio ainda não serão programados devido as restrições da pandemia.

“Por enquanto, o que podemos tratar sobre a realização do Círio de Nazaré são alguns aspectos organizacionais da mensagem central que desejamos passar aos devotos. Não é possível ainda tratarmos de uma programação completa ou se Círio de Nazaré 2020 vai se realizar como estamos acostumados, pois a realidade da pandemia da Covid-19 e o distanciamento social não nos permite isso agora”, explicou.

A comissão organizadora considera atualmente algumas alternativas para a programação com possibilidades que incluem ou não a realização da grande procissão do 2º domingo de outubro, dia 11, levando em consideração a situação de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no Amapá.

Padre Rafael ressaltou que a procissão do 2º domingo é apenas um dos momentos da festividade religiosa, que envolve também outros eventos de fé e devoção do povo amapaense.

Acompanhe

O lançamento da festividade do Círio de Nazaré poderá ser acompanhado pela TV Nazaré (canal 51.1 HDTV), pelas redes sociais, no facebook @ciriodenazaremacapa e @diocesedemacapa.

Doações

Alimentos e produtos de higiene podem ser entregues na Catedral São José, de 8h às 14h, a partir de 1 de junho. Valores em dinheiro podem ser doações através de depósito bancário no Banco Bradesco – Agência 1420-6 | Conta 131680-0 | CNPJ: 07.814.217/0001- 84 – Mitra Diocesana de Macapá

Serviço:

Lançamento Digital Círio de Nazaré 2020 – Live Solidária
Data: 1º de junho (segunda-feira)
Horário: 11h (Apresentação do Círio) | 19h Live Solidária
Local: Facebook @ciriodenazare e @diocesedemacapa
Contato: Jefferson Souza – 96 9139 0682 | Márcia Fonseca – 96 98406 1389| Pastoral da Comunicação

Pastoral da Comunicação
Diocese de Macapá

Semana Científica no programa Café com Notícia. O trabalho dos pesquisadores do Amapá no combate à pandemia – @anagirlene – Via @alcileneblog

A jornalista Ana Girlene, que pilota o programa Café com Notícia na rádio Diário FM 90.9, inicia hoje uma série de entrevistas sobre o trabalho dos pesquisadores do Amapá no combate à pandemia.

O programa Café com Notícia vai ao de 17:30 às 19:00 horas, e é também transmitido ao vivo no portal Diário do Amapá e nas páginas do facebook de Ana Girlene e do Café com Notícia.

A entrevista de hoje é com o secretário de estado de Ciência e Tecnologia, professor-Doutor, Rafael Pontes.

Fonte: Repiquete no Meio do Mundo.

Neste domingo (31), rola LIVE MARABAIXO DA MURTA

O marabaixo é a maior expressão cultural amapaense. Dança de origem africana, trazida para o Amapá pelos negros africanos que foram tirados de sua terra natal para servir o trabalho escravo na construir da Fortaleza de São José de Macapá, consigo trouxeram seus hábitos e costumes. O Marabaixo ocorre durante as Festividades Tradicionais, que consistem homenagear os Santos padroeiros das Comunidades Negras e Quilombolas do Amapá. Na capital do Estado todos os anos tradicionalmente é realizado o CICLO DO MARABAIXO, Festividade que homenageia o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade nos Bairros do Laguinho e Favela (atual Santa Rita) com missas, novenas, ladainhas (parte religiosa dos festejos) e danças de roda de marabaixo (parte cultural dos festejos) puxada pela batida de tambores chamados de “caixas de marabaixo”.

Supõe-se que o nome venha do vocábulo árabe “marabut” (louvar) ou do fato dos negros terem sido trazidos mar abaixo, da África para o Amapá.

Mistura a religiosidade da Igreja Católica Romana (pomba do Espírito Santo, coroa da Santíssima Trindade, etc…) com rituais de origem afro (levantação dos mastros, quebra da murta etc.)

O marabaixo da Murta é mais um ritual cumprido dentro da Programação tradicional do CICLO DO MARABAIXO, onde as mulheres vão cortar nas Matas do Quilombo do Curiaú ou da Comunidade do Distrito do Coração uma planta cheia de ramagem com folhinhas miúdas, que são levadas para uma casa próximo onde ocorrem a Festa, posteriormente a vão buscar em cortejo pelas ruas e avenidas do bairro até chegar no Barracão onde esta sendo realizada a festividade que segue até o amanhecer do dia com a levantação do Mastro.

A murta serve para ornamentar o mastro (tronco de árvore nativa) que erguem a bandeira do Santo padroeiro da festa.

Continue prestigiando nossa programação através das nossas Lives MARABAIXO DA MURTA, na rede social Facebook, no perfil “Berço do Marabaixo” (só clicar AQUI)

Cartas Que recebi, Mas leio agora (parte II) – Conto de Luiz Jorge Ferreira

Conto de Luiz Jorge Ferreira

19.04.1930

Eu …Fernando…e três guapos raparigos…brinco com você…Ferreira Luiz…

Aqui sentado, com a brisa vinda do Tejo, trazendo um pouco de água que embaça meus óculos…

Estou aqui a ler sua Missiva.

Ora pois…pois…embora acha que Vosmecê, errou na datação…ou a Companhia de Entrega de Correspondência, cá de Lisboa, atrapalhou-se com endereços, ou pouco me achou…

De fato é…que datas ela escrita em 2020, coisa com que me espanto, pois ao por meus olhos sobre um Calendário, que traz uma paisagem de Monet…ah!…

Precisavas conhecê-lo…sorve um Cálice de Absinto, como se bebesse pura água da mais limpa bica do escadão do Porto.

Mas nós encaminhemos para o assunto aqui tratado…olhando novamente o referido Calendário, vejo a data de 18 Abril de 1930…estou quase a fazer 42 anos.

Voltando ao assunto da Missiva em minhas mãos, estás nela a fazer um elogio ao Poema ‘A Tabacaria’…

Até o rotulas como um dos mais belos escritos em língua Portuguesa…ora pois pois…Guapo Raparigo do Brasil.

Muito me honra…apesar de que ao mostra-la para o proprietário da própria, qual foi -me o espanto, ele não lê…vi-me na obrigação de fazê -lo…ouviu…ouviu…em Silêncio…

Depois saiu a porta, foi até ao meio da rua e ficou a mira-la, certificar-se que era a mesma.

Alberto, Álvaro e Ricardo, rimos a não poder mais.

Pois acertastes, Gajo.

Quando dizes encontrar traços dos nossos jeito de escrever, dos três nesse Poema.

E eu aproveito para informar a Vossa Senhoria.

Que estamos sempre juntos…

Risos!!!!

Eliot…ias adorar essa conversa.

Eu traduzi ele, e foi pandego.

Não vou me alongar mais, pois não tarda para as Tabernas fecharem, e tenho evitado ser convidado a deixar ambiente tão agradável e acolhedor,em que eu, desculpe, nós…eles e eu…tanta coisa criamos.

E um pouco mais bebemos…

Ia cometendo um senão…

Abraços aos das Letras, inclusive soube do passamento de Castro Alves, tão jovem…

Mas infelizmente a vida nos prega essas peças.

Lisboa…

Já cá estamos em 19 de Abril de 1930.

Nos visite …Saúde…

Fernando Pessoa.

Hoje rola a Live Beneficente “Te aquieta em casa”, do cantor Mauro Cotta

Hoje, a partir das 19h, rola a Live Beneficente “Te aquieta em casa”, do cantor Mauro Cotta. O show on-line será transmitido pelos perfis da Tv Açaí e do interprete na rede social ‘Facebook’ (Tvaçai / maurocottaII). Bem como pelo Youtube (webtvaçai / maurocottaoficial)

A apresentação, que terá o apoio da produtora Meio Mundo, contará com um repleto de sucessos do cantor. Para quem quiser contribuir voluntariamente com a arte, basta transferir qualquer valor para o artista. Os dados bancários são:

Banco do Brasil
Agência: 4435-0
Conta: 31.748-9
Nome: Mauro Sérgio Amazonas Cotta
CPF: 158.336.662-87

Banco Astro Caixa 02
Agência: 0658
OP: 013
Conta PÇ: 00122113-2
Nome: Mauro Sérgio Amazonas Cotta
CPF: 158.336.662-87

Banco Bradesco
Agência: 1420-6
Conta PÇ: 0030746-7
Nome: Mauro Sérgio Amazonas Cotta
CPF: 158.336.662-87

Trata-se de uma alternativa de entretenimento na quarentena e uma maneira de valorizar um dos maiores nomes do Brega da Região Norte , já que nestes tempos de pandemia os shows presenciais estão suspensos.

Foto: Max Renê

Sobre Mauro Cotta

Intérprete de bregas românticos que estão sempre em evidência, Mauro Cotta é ídolo do Brega nortista há 40 anos. Seus sucessos Minha Amiga, Não Vou Mudar, Não Demore Tanto, entre outros, são sempre cantados em bailes e shows e regravados com novas roupagens.

Mauro Cotta estreou em programas musicais de nível nacional e deu notoriedade ao estilo brega no Brasil, levando o público para dançar suas canções cheias de sentimento e recordações.

“Fale de sua aldeia e estará falando do mundo” – Leon Tolstói.

Elton Tavares e Daniel Alves, com algumas informações da jornalista Mariléia Maciel.

Hoje rola o segundo dia do Festival “Arte na Janela” e a programação deste sábado conta com apresentação dos Poetas Azuis

Hoje (30), a partir das 16h, será realizado o segundo dia do Festival “Arte na Janela”. Ao todo, mais de 20 pessoas entre artistas e profissionais da área da saúde estão envolvidos no evento online. O grupo litero-musical Poetas Azuis está entre as atrações deste sábado.

O Festival Online Arte na Janela, idealizado pelo cantor, Vini Gonçalves em parceria com a Gabrielly Cristiny, é um movimento artístico social que tem como intuito conscientizar sobre a importância da quarentena, por meio de lives com artistas e profissionais da saúde, promovendo debates sobre saúde mental e prevenção contra a covid-19. Cada artista tem 30 minutos de live, em suas respectivas redes sociais, para conscientizar, conversar com os seguidores e claro fazer sua performance.

Ontem (29), a abertura do Festival contou com a psicóloga Carla Madeira, Nathalia Nery e Ítalo Santos, Índ’go, Fernanda Canora, Maria Lopes, Ani Karoline, Indiegentes, Vini Gonçalves, Jhimmy Feiches.

Sobre os Poetas Azuis

O grupo litero-musical surgiu em junho de 2012 na capital amapaense e foi criado pelos poetas Pedro Stkls e Thiago Soeiro em parceria com o produtor musical Igor de Oliveira. A poesia-musical dos Poetas Azuis reúne elementos diversos tendo como principais influências o Folk, MPB, MPA e o Marabaixo (dança tipicamente amapaense). Suas letras abordam temas como o amor, a saudade, a solidão e as histórias do cotidiano.

Programação completa do Festival para este sábado:

16:00 – Acadêmico e técnico de enfermagem Lucas Rodrigues – Abertura no @_artenajanela, @_lucas_rodrigues_lr)
16:30 – Natália Tupinambá – live no @natalialob0_
17:00 – Anthony Barbosa – live no @thonny_barbosa
17:30 – Jovem Carvalho – live no @carvalh0_l
18:00 – Effy Anspach – live no @effyanspachart
18:30 – Joao Roberto – live no @joao_roberto_ribeiro
19:00 – Nicole Leone – live no @leone.niki
19:30 – Poetas Azuis – live no @poetasazuis
20:00 – Jessy Abreu – live no @jessyabreuu

“Fale de sua aldeia e estará falando do mundo” – Leon Tolstói.

Elton Tavares, com informações dos Poetas Azuis.

“Só as Marcantes”: neste sábado (30), rola live do intérprete Armando Cavalcante

O intérprete Armando Cavalcante se apresentará, neste sábado (30), a partir das 20h, em show on-line denominado “Só as Marcantes”. A apresentação, que contará com repertório repleto de canções do passado, será transmitida pela página do Facebook do cantor (clique AQUI)

Armando costuma executar um repertório com as melhores canções da MPB e Bossa Nova. Mas nesta live, o músico tocará músicas que marcaram as décadas de 70 e 80, na Macapá de antigamente.

Hoje rola live do programa Conhecendo o Artista – Kássia Modesto entrevista a atriz, diretora e musicista Bárbara Vento

Hoje o Conhecendo o Artista recebe, Bárbara Vento. A Live programa que acontece todas as quintas feiras as 20h e aos sábados as 21h, com apresentação de Kássia Modesto, atriz, poetisa, radialista e produtora cultural, fala hoje sobre as experiências de uma artista super talentosa e muito profissional, que traz pra gente em sua bagagem experiências vividas no teatro, televisão, cinema, dança e outras linguagens artísticas que a atriz traz do berço.

Portanto, vale muito mencionar, essa família que traz um peso muito especial pro nosso estado. Barbara teve, por todos os lados, inspiração e apoio no fazer cultural, tendo como base principal, Chico Rocha, seu pai, que é ator, perna de pau, palhaço, poeta, roteirista, produtor cultural independente e diretor do ponto de cultura, Norteando Arte, que desenvolve um belíssimo trabalho há muitos anos, com as crianças do município de Ferreira Gomes AP; seus irmãos Wedson Castro, músico e jornalista; Geison Castro, músico na banda dezoito 21, compositor e servidor público; Aline Castro, guitarrista e compositora, com quem criou no Rio de Janeiro, o Bandalheira Pai d’egua, que em seguida ganhou nova versão no Paideguara, e também criaram o projeto Carimbaby jeitos carinhosos de levar a dança e o ritmo do norte para a Cidade Maravilhosa; e o companheiro Chico Serra, produtor cultural, diretor e cineasta. Mas é claro que se deve mencionar a mãe, Nalva de Castro, que é a maior admiradora e incentivadora da família.

Ainda sobre a nossa artista da noite, Barbara Vento é formada em Artes Cênicas pela Escola Estadual de Teatro Martins Pena (RJ) e em direção cinematográfica pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro (RJ). Barbara é atriz, diretora, musicista e arte educadora. No teatro, com o grupo Tá na Rua, atuou nos espetáculos Mambembe Canta Mambembe, no Teatro Vila Lobos em 2004, e O Castiçal, de Teatro Carlos Gomes (RJ), em 2003. Na TV Globo, participou no elenco das mini-séries Hoje é Dia de Maria, (2005), Amazônia, de Galvez a Chico Mendes (2007), Filhos da Pátria (2016), No cinema, dirigiu o documentário o Exu Rei -Abdias Nascimento (2017), lançado no Encontro Zózimo Bulbul de Cinema Negro – Brasil, África e Caribe no Cine Odeon (RJ). Desde 2011 trabalhando com educação infantil e musicalização. Em 2017 criou o projeto Carimbaby com músicas nortistas e contação de histórias para crianças e com esse mesmo trabalho, em 2019, ela participou da Feira Literária Internacional de Paraty no Rio de Janeiro.

Então, hoje às 21h no perfil do Instagram @srta.modesto, o programa Conhecendo o Artista.
Apresentadora: Kássia Modesto
Roteiro: Marcelo Luz
Produção: Wanderson Viana
Arte: Rafael Maciel
Artista Convidado: Bárbara Vento

Hoje rola a live “Chega de Saudade”, da talentosa cantora Deize Pinheiro, acompanhada do exímio violonista Beto Sete Cordas

Hoje, a partir das 21h, rola a live “Chega de Saudade”, da talentosa cantora Deize Pinheiro, acompanhada do exímio violonista Beto Sete Cordas. O show on-line será transmitido pelo perfil da artista na rede social ‘Facebook’ (https://www.facebook.com/deize.pinheiro).

A apresentação terá um repertório especial do que existe de melhor no Samba, gênero musical derivado de raízes africanas, surgido no Brasil e tido como ritmo nacional por excelência. É uma das principais manifestações culturais populares brasileiras.

Para quem quiser contribuir voluntariamente com a arte, basta transferir qualquer valor para Deize. Os dados bancários estão abaixo:

Nubank
Deize da Silva Pinheiro
Agencia 0001
Conta 55024-4
CPF 990974782-00

Banco do Brasil
José Roberto Tolosa Vaz
AG: 4544-6
CC: 51912-X
CPF: 415.321.042-00

Trata-se de uma alternativa de entretenimento na quarentena e uma maneira de valorizar os artistas da música amapaense, já que nestes tempos de pandemia os shows presenciais estão suspensos.

Foto: Jhenni Quaresma

Sobre Deize Pinheiro

Deize Pinheiro está para arte desde a infância. Começou aos 6 anos a treinar a voz na igreja, buscou aperfeiçoamento na Escola de Música Walkíria Lima, se apresentou para o público oficialmente em festivais de música, integrou orquestra e bandas, e mostrou sua versatilidade artística no teatro, em musicais e apresentações em que desfilou com elegância no canto, poesia e interpretação corporal.
Com toda esta experiência, Deize sobe nos palcos com presença e segurança, encanta com estilos variados, de MPB ao blues, passando por bolero, jazz e regional. Mas no samba, ela se destaca como uma das melhores e promissoras do Amapá.

Foto: Jhenni Quaresma

Sobre Beto Sete Cordas

Beto Sete Cordas é funcionário público e, nos anos 80, incentivado pelo pai e irmão, se aventurou na música tocando violão, ainda na região do Araguari. Veio para a capital, se profissionalizou, passou a ser reconhecido pelo talento e ganhou do público o apelido de seu instrumento favorito. Tocou em diversas bandas, sempre com a guitarrada presente em seu repertório musical. Iniciou a carreira solo e diversificou o estilo, tocando samba e chorinho, ritmos que também domina, mas confessa que a guitarrada é uma paixão em sua vida.

Prestigie nossa cultura!!!

Fale de sua aldeia e estará falando do mundo” – Leon Tolstói.

Elton Tavares, com algumas informações da jornalista Mariléia Maciel.

Festival “Arte na Janela” promove diálogos e intervenções artísticas na internet

O Festival Online Arte na Janela é um movimento artístico social que tem como intuito conscientizar sobre a importância da quarentena, por meio de lives com artistas e profissionais da saúde, promovendo debates sobre saúde mental e prevenção contra a covid-19. O festival acontece via Instagram no dias 29 e 30 de maio.

O festival foi idealizado pelo cantor, Vini Gonçalves em parceria com a Gabrielly Almeida , para eles a ideia é fazer tudo de uma maneira bem espontânea e sem aglomerações. Uma das regras do festival é que os artistas não podem gerar aglomerações nas lives, sendo permitido apenas um representante da banda durante a transmissão, exceções quando tiver pessoas que moram juntos. “Se vamos falar de conscientização é importante darmos o exemplo”, destaca Vini.

Eles contam ainda que cada artista terá 30 minutos de live para conscientizar, conversar com os seguidores e claro fazer sua performance. “Esse encontro online é para mostrar que a arte não é só entretenimento, mas ela também é luta, resistência e critica. Uma ferramenta de mudança no mundo, onde o artista tem sua voz”, comenta, Vini

Na dinâmica das lives do festival cada pessoa fará a transmissão no seu próprio instagram em uma hora marcada pela organização tendo o tempo de meia hora para fazer sua apresentação.

Programação:

Dia 29

16:00 – Psicóloga Carla Madeira – Abertura no insta @_artenajanela, @psicarlamadeira
16:30 – Nathalia Nery e Ítalo Santos – live no @orbita.neutra
17:00 – Índ’go – live no @indigo_ap
17:30 – Fernanda Canora – live no @canorafernanda
18:00 – Maria Lopes – live no @mariadasarte
18:30 – Ani Karoline – live no @_wir3s
19:00 – Indiegentes – live no @bandaindiegentes
19:30 – Vini Gonçalves – live no @vini_gonclves
20:00 – Jhimmy Feiches – live no @jhimmyfeiches

Dia 30

16:00 – Acadêmico e técnico de enfermagem Lucas Rodrigues – Abertura no @_artenajanela, @_lucas_rodrigues_lr)
16:30 – Natália Tupinambá – live no @natalialob0_
17:00 – Anthony Barbosa – live no @thonny_barbosa
17:30 – Jovem Carvalho – live no @carvalh0_l
18:00 – Effy Anspach – live no @effyanspachart
18:30 – Joao Roberto – live no @joao_roberto_ribeiro
19:00 – Nicole Leone – live no @leone.niki
19:30 – Poetas Azuis – live no @poetasazuis
20:00 – Jessy Abreu – live no @jessyabreuu

Assessoria de comunicação

Movimento Afrologia Tucuju faz pré-laçamento de obra literária – Por @heraldocalmeida

Por Heraldo Almeida

Nesta sexta, 29, o Movimento Literário Afrologia Tucuju vai fazer o pré-lançamento (On Line) do segundo volume do livro, “Afrologia Tucuju – 300 Poesias”.

A obra vem recheada de poesias que retratam a historicidade, religiosidade, autoestima e subjetividade do negro. Uma vasta e rica agregação literária com poesias temáticas de questões relacionadas aos preconceitos étnico-raciais.

As obras que compõem o livro são dos poetas escritores amapaenses: Ivaldo Sousa, Ana Célia, Arilson Souza, Maria Áurea, Márcia Cristiane, Maria Aldair, Flávia Silva, Laura Cristina, Adelson Nunes, Marias das Graças, Odinete Silva e Manoel Bispo.

A Live acontece, às 20h, pela página da Graça Senna, no Facebook. A organização é do professor e escritor Ivaldo Sousa e Cléia Lacerda.

Fonte: Diário do Amapá

A música não pode parar! Walkíria Lima apresenta lives para aproximar alunos, professores e público externo

Por João Marcos Chaves

Foi por meio das redes sociais que o Centro de Educação Profissional de Música Walkíria Lima encontrou uma forma de aproximar alunos, professores e público externo neste período de isolamento social causado pela covid-19.

A coordenação do Centro elaborou o Projeto ‘A Música Não Pode Parar!’ A ideia é realizar lives periódicas através do perfil da instituição no Instagram que é o CEP Música Walkiria lima. O projeto já inicia com a primeira transmissão, nesta sexta-feira, 29, a partir das 18:30.

A primeira live terá o tema “Como superar o luto: um papo com a psicóloga”. O objetivo deste primeiro encontro é prestar apoio psicológico durante este momento delicado a muitos profissionais e estudantes do Walkíria Lima e também ao público externo.

A ideia é mostrar formas de superar o luto e lidar com a perda e ausência de entes queridos, reconstruindo-se e reorganizando para seguir a vida. A transmissão será ministrada pela psicóloga Juliane Azevedo Carvalho, que atua no Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPS), e é ex-aluna do centro de música.

A live terá o formato bate-papo, sendo dividida em duas etapas: primeiro a exposição do tema e, logo em seguida, haverá um momento de respostas dos questionamentos feitos nos comentários.

O Projeto ‘A Música Não Pode Parar!’ tem a coordenação dos professores do Centro, Renato Rocha e Elcilene Cativo. Eles tiveram a ideia diante do cenário de pandemia, o que deixa muitas pessoas apreensivas e ansiosas. Por isso, criaram o canal de comunicação e apoio.

As lives também servirão de canal para alunos divulgarem os materiais produzidos durante as aulas remotas, como: atividades e técnicas musicais. Um planejamento está sendo feito para a organização do crnograma de transmissões.

A coordenação do Walkíria Lima, estava com suas atividades pedagógicas suspensas. Devido à morte do professor e músico do Siney Saboia, que lecionava na instituição. O retorno das atividades – que estão acontecendo de forma online – deve ocorrer nesta segunda- feira, 1°.

Entrevista: O amapaense Loham fala sobre Igarapé Elétrico, o álbum que marca a estreia da sua carreira como cantor e compositor – Por Andreza Gil

Foto: Itamar Júnior

Por Andreza Gil

Loham. Esse é o mais novo nome da música brasileira que se apresenta para nós com o álbum Igarapé Elétrico, lançado há uma semana em todas as plataformas de música. Nascido em Macapá, na região Norte do Brasil, Loham reside há seis anos em Goiânia, a capital do estado de Goiás. Aos 31 anos, o cantor e compositor lança o seu primeiro álbum pouco mais de um ano depois de começar a compor as suas primeiras músicas. O disco de estreia é autobiográfico, todas as músicas são baseadas em histórias vividas por ele mesmo ou inspiradas em elementos que compõem a sua identidade nortista. São dez faixas ritmadas pela regionalidade amazônida e a contemporaneidade da música popular brasileira. Tem carimbó com rock, marabaixo com eletrônico, uma mistura de ritmos musicais que elaboram uma sonoridade muito interessante e original.

Na entrevista que você confere em seguida, Loham conta que quando surgiu a ideia de gravar e lançar algumas músicas, a princípio lançaria dois EPs, um de música amazônida e outro de MPB, depois refletiu melhor e percebeu que isso não fazia o menor sentido porque tudo é música brasileira. Nascido e crescido na Amazônia, quando mudou para Goiânia, acabou ironicamente indo morar na Rua Igarapé, no Parque Amazônia, foi daí que veio o insight para a primeira parte do nome do álbum. Como ele mesmo fala na entrevista: “A coisa meio que estava escrita…”. Loham, que já tinha várias músicas compostas, na hora de selecionar apenas dez que entrariam no álbum, escolheu as mais enérgicas, daí veio a segunda parte do nome do álbum e com uma referência também ao peixe elétrico da Amazônia, o puraquê, que está inclusive na letra da faixa “Igarapé Elétrico”, música que abre o álbum.

A produção musical e os arranjos do disco são dos produtores goianos Dênio de Paula e Daniel de Paula. Não poderia deixar de mencionar a participação da sua família neste trabalho. A irmã, a artista visual Beatriz Belo, produziu a capa do álbum, e a avó e a tia, Dona Bené e Niquinha, cantam no coro da música “Me Dá Pupunha”. O disco também teve a participação especial da cantora goiana Alice Galvão na faixa “Igarapé Elétrico”. O primeiro álbum de Loham é um suspiro bom em um momento tão delicado. Confere a entrevista e depois dá o play em Igarapé Elétrico!

Andreza: Loham, você nasceu e cresceu no Amapá, mas há seis anos mora em Goiás, lugar onde você se descobriu artista tem pouco mais de um ano. Como foi esse seu início com a música e como nasceu Igarapé Elétrico?

Loham: Comecei a fazer aula de canto com o Prof Romário Costa em Dezembro de 2018. Até então, a música e a aula de canto eram um hobby. Sempre gostei de música mas não me imaginava cantando, na infância cheguei a pedir para aprender a tocar violino mas a gente não tinha condições financeiras na época.

Ainda em 2018, eu comecei a escrever alguns poemas, mas guardava tudo numa espécie de diário, até que em Fevereiro de 2019 musiquei o poema “Eu me descobrir artista no Goiás”, a melodia veio, se misturando com a letra e comecei cantar em casa. Quando terminei essa música entendi que tinha algo ali, que vinha da alma.

A partir desse dia comecei a compor feito louco, as músicas vinham, uma atrás da outra, eu escrevia salvava tudo no celular pra não esquecer as melodias. As músicas tocam inteirinhas na minha cabeça, consigo imaginar os instrumentos, tudo. Até então ninguém sabia disso, nem meu professor de canto.

Em Maio de 2019, fui a Macapá para cuidar de um parente que estava doente e lá tomei coragem pra mostrar a música pra um amigo que já teve banda, ele foi enfático em dizer: – Loham, porque tu não fizesse isso antes?

Andreza: A música “Eu Me descobri Artista no Goiás” conta um pouco sobre essa sua descoberta enquanto artista. Como foi tomar coragem para investir em uma carreira musical aos 31 anos?

Loham: Foi muito difícil, primeiro que eu estava passando por um ano mega complicado, em todos os aspectos, financeiro, emocional, familiar… eu estava iniciando um processo depressivo, é disso que eu falo na faixa “New Age”. A música acabou sendo a única coisa que me dava um prazer real. Eu sempre tive uma relação muito forte com música, desde pequeno, e isso voltou com toda força ano passado.

Depois de mostrar a música pro meu amigo macapaense, voltei pra Goiânia determinado a gravar o CD, comecei a mostrar a música para várias pessoas, amigos próximos e tudo mais. Muita gente olhava com desconfiança no início, até ouvir as músicas, era engraçado porque ninguém entendia bem como eu comecei a compor, nem eu mesmo.

A maior dificuldade foi eu me assumir artista pra mim mesmo, a família ou os amigos não levavam muito a sério porque nunca me viram tentar algo parecido, então, na real, eu tinha que me preocupar em conseguir me expressar e colocar minha música no mundo, independente do resultado.

Andreza: O álbum tem canções ritmadas pela regionalidade amazônida e a contemporaneidade da música popular brasileira. É um trabalho que traz a rítmica do Norte com a presença do marabaixo e do carimbó mas que igualmente se move por outras “brasilidades”. Chegar a essa concepção musical era um desejo seu?

Loham: A princípio eu lançaria dois EPs, um de música amazônica e outro de MPB, depois refleti e concluí que isso não fazia sentido. O Igarapé Elétrico é uma catarse, uma descoberta artística, e coloquei nele um pouco de toda minha história e referência sonora enquanto artista. Em determinados momentos é importante fazer um recorte sobre o que é música da amazônia, e em outros, é preciso entender que é tudo música brasileira, por isso fiz questão de fazer essa mistura. Diversos artistas clássicos da MPB usam elementos de sua região em suas músicas, e isso é entendido como MPB, porque o Igarapé Elétrico não pode ser?

Andreza: Apesar dessa mistura musical entre esses dois universos, o álbum de cara apresenta uma identidade nortista que está no nome, nas cores quentes da capa, nos ritmos e nas histórias apresentadas em algumas faixas como na que abre o álbum, a música “Igarapé Elétrico” e em “Me Dá Pupunha” e “Pega o Beco Meu irmão”. O Norte foi o teu elemento norteador dentro da concepção estética e narrativa?

Loham: Sim, eu já tinha empreendido algumas tentativas em projetos envolvendo arte, como a camiseteria Bildon, o projeto Bang Use e o site Amapá no Mapa. Em todos esses projetos eu trabalhava com arte e cultura nortista, o que faltava era eu entender que meu lugar era na música.

Também fiz questão de manter essa estética visual e sonora porque ainda vejo muita gente, ou mesmo agentes culturais, invisibilizando ou estigmatizando a expressão artística da Amazônia.

Andreza: Quais foram as inspirações e referências nesse processo?

Loham: Para as composições, a minha história de vida. A infância, as lendas da Amazônia, os sabores… Para as músicas e estética do álbum, diversos artistas, da vanguarda à nova geração: Gilberto Gil, Novos Baianos, Ney Matogrosso, Lenine, Zeca Baleiro, Patrícia Bastos, Paulo Bastos, Negro de Nós, Xênia França, Letrux, MC Tha, Jaloo, Gaby Amarantos, João Amorim, entre muitos!

Andreza: Há uma diversidade de temas, humores e histórias no álbum. As músicas falam de temas como identidade, ancestralidade, lendas folclóricas e gratidão, mas você também se posiciona falando de temas como racismo, saúde mental, aceleração da sociedade, o uso cada vez mais intenso das tecnologias, assuntos que trazem um tom mais crítico para o álbum. Você queria pautar esses temas ou eles surgiram de maneira espontânea?

Loham: Eles surgiram de maneira espontânea, eu gosto de discutir vários temas, penso sobre eles, e isso foi vindo em forma de música. É tudo muito autobiográfico também, todas as músicas são baseadas em uma história que vivi, em “Pretou, brilhou” eu falo da minha infância e da descoberta da minha ancestralidade afro-indígena, em “Gratidão” eu faço referência a uma festa, onde fui hostilizado por um grupo de pessoas que se dizem muito esclarecidas. De alguma forma busquei trazer questões pessoais mas que vejo conexão com a vivência de outra pessoas.

Além das dez faixas lançadas, eu tenho outras 30 músicas, e selecionar quais faixas entrariam pro CD foi difícil. Então o critério que utilizei foi a energia, o ritmo das canções, queria selecionar as mais enérgicas. Daí também que veio o nome do disco, Igarapé Elétrico.

Ironicamente, quando mudei pra Goiânia acabei indo parar na Rua Igarapé, no Parque Amazônia, onde resido até hoje. A coisa meio que estava escrita…

Andreza: A produção foi toda em Goiás? Como foi a produção?

Loham: Sim, eu até tentei contato com alguns artistas e produtores amapaenses, mas estávamos com a dificuldade da distância. No total eu devo ter falado com uns cinco produtores até chegar ao Dênio de Paula e Daniel de Paula da Tambor Cantante Produções. Um amigo me recomendou o Dênio e eu gostei muito da sonoridade de trabalhos que ele havia feito, então pensei: “Esse cara vai conseguir materializar o que está na minha cabeça”.

Os dois produtores são muito ligados ao rock e à MPB, então fui trazendo minhas referências, sempre me preocupando em manter uma unidade sonora pro álbum, eles me ouviram com atenção e contribuíram muito com excelentes ideias.

Andreza: Você teve a liberdade de promover algumas experimentações musicais. Uma delas foi na faixa “Pega o Beco Meu Irmão”, onde você misturou o marabaixo, ritmo do Amapá, com o eletrônico. Como foi dialogar esses dois ritmos?

Loham: Sempre gostei dos dois ritmos e queria tê-los no meu CD de alguma forma, inclusive tenho algumas composições guardadas que seguirão nesse estilo. O Marabaixo é a maior expressão artística e cultura do Amapá. então eu queria, de alguma forma, tê-lo representado no disco.

Em “Pega o beco meu irmão” eu busco provocar uma reflexão, uma revisão de ideias, sobretudo, em razão do caos político e social que o Brasil vive. Há um negacionismo histórico absurdo e um desmonte cultural evidente, e eu não podia expressar minha indignação de outra forma, se não fosse por meio do Marabaixo.

Sonho em um dia poder colaborar com outros artistas Amapaenses, como a Laura do Marabaixo, o Paulo Bastos e a Patrícia Bastos, que foram uma grande referência para esse trabalho.

Andreza: O álbum traz a participação especial da cantora goiana Alice Galvão na faixa “Igarapé Elétrico”. Como surgiu a participação dela?

Loham: Eu e a Alice Galvão somos professores universitários e nos conhecemos na Faculdade Cambury, ela foi uma das pessoas que mais me incentivou, junto com os alunos, a investir na música. Quando eu estava em estúdio, o Dênio, meu produtor, sugeriu de convidar uma cantora para representar a Iara na faixa Igarapé Elétrico, convidei a Alice e ela aceitou.

O processo criativo dessa faixa foi incrível, porque foi muito natural, a Alice entrou em estúdio e ouviu a base que eu tinha gravado pra música, e foi sugerindo onde o canto poderia estar, foi muito orgânico. O Dênio tem essas sacadas impensadas que fazem toda a diferença para o resultado final.

Andreza: Outra participação muito especial é a da sua família. Sua avó e uma tia cantam na música “Me Dá Pupunha” e a sua irmã, a artista visual Beatriz Belo, foi quem produziu a capa do álbum. Como foi poder trazer a família para esse trabalho?

Loham: A participação da minha tia e avó foi mais uma ideia do Dênio, estávamos em estúdio, quase finalizando a música, e ele sugeriu de convidarmos duas senhoras pra cantar, coincidentemente, minhas tia e avó estavam passando férias comigo em Goiânia e toparam ir pro estúdio! Os produtores ficaram impressionados com a energia das duas, e eu amei o grito de energia da minha vó na música, ela dá esse grito quando vai pra academia!

A minha irmã, Beatriz Belo, é uma grande inspiração pra mim, tanto quanto minha mãe, as duas são artistas visuais e eu sempre tive vontade de aprender a fazer algo nessa linha, até me descobrir na música. Então minha irmã tem me apoiado com toda a identidade e estética desse trabalho.

Capa do álbum ilustrada por Beatriz Belo

Andreza: Você é um artista que já chegou entendendo bem como funciona atualmente o mercado da música. O álbum está disponível em todas as plataformas de streaming de música, mas você pretende lançar também no formato físico?

Loham: É um sonho, mas vai depender mais do público do que de mim, eu até pesquisei formas de fazer isso e também se o público queria, mas muita gente nem tem onde ouvir CD`s em casa. Então é algo que pretendo fazer para uma edição especial, quem sabe.

Andreza: Igarapé elétrico foi lançado na última sexta, mas oito das dez faixas já podiam ser ouvidas nas plataformas digitais bem antes do lançamento. Como você tem percebido a recepção das pessoas?

Loham: Eu realmente estou feliz e surpreso com o resultado, depois de lançar o álbum com capa, ensaio e site, as pessoas levaram mais a sério e foram ouvir todas as músicas, e tenho recebido feedbacks muito positivos! Pra quem não cantava há um ano, esse resultado está mais que perfeito.

Também fiz o meu primeiro show em SP em janeiro desse ano, e a faixa preferida do público foi Igarapé elétrico.

Andreza: Escolheu lançar o seu primeiro álbum em um momento que está sendo um dos mais difíceis e desafiadores para o mundo todo, em meio à pandemia do novo Coronavírus. Até o mês passado você ainda estava em estúdio concluindo as gravações. Há de alguma forma no Igarapé Elétrico uma mensagem para este momento?

Loham: Uma das mensagens que mais tenho recebido das pessoas que ouviram meu CD foi a de que eu discuto questões delicadas de forma leve, que dá prazer em ouvir, e fiquei muito feliz com isso. Os desafios estão aí, inclusive levando agentes fundamentais da nossa cultura, mas a música pode ser um alívio, um respiro pra um momento tão delicado.

Eu fiz esse CD pra celebrar a vida, a nossa cultura e de certa forma a minha redescoberta. Muitas pessoas estão se redescobrindo agora, revisando suas vidas, mudando planos, então espero, sinceramente, que essas músicas ajudem as pessoas a terem dias melhores. Tenho fé que eles virão.

Igarapé Elétrico está disponível em todas as plataformas. Escolha aqui onde você quer ouvir!