Pense fora do inbox – Dicas da agência Cereja Marketing – @cerejamarketing

Por Bruna Cereja

Não podemos negar que ultimamente o mercado virou e derrubou tudo que estava na caixinha e que agora nós como agência e nossos clientes, temos que correr e juntar tudo novamente. Algumas coisas quebraram, outras foram descobertas, e isso faz com que novos caminhos sejam traçados. Não podemos ficar só chorando pelo leite derramado, mas pegar o pote vazio e encher de outra coisa, quem sabe…de açaí.

Estávamos muito acomodados, vivendo apenas ali entre o Facebook e instagram, vez outra no twitter e esquecemos que o mundo da internet tem muito mais a ser explorado e de maneiras sempre diferentes. A seguir, a gente pode explanar um pouco do mais do mesmo, quando se fala em explorar a internet, mas vale a pena lembrar que fora da caixinha ainda tem muita coisa com um custo-benefício ainda vantajoso:

1 – Google My Business

Deveria ser o primeiro lugar que você deveria cadastrar seu negócio, pois praticamente é o primeiro lugar que as pessoas fazem suas pesquisas. No google my Business você pode colocar todas as informações: Nome, endereço físico ou virtual, horário de atendimento e ainda pode fazer um site rápido dentro da plataforma ou fazer postagens como uma rede social. A vantagem é que tudo postado e informado lá, consegue ter um alcance melhor quando pesquisado. Então não ignore o ponto alto da internet.

2 – Site

Um pouco óbvio colocar aqui que você precisa ter um site? Não! Ainda há empresas que não possuem site e não são “achadas” como poderiam e acham que não é necessário, pois é. Um site pode ser simples, mas se bem configurado com SEO e Pixel de Facebook, por exemplo, é uma ferramenta poderosa de lucratividade. Um site não precisa ser só institucional. Nele você pode colocar notícias relativas ao seu negócio, vender por ele, informar sua audiência e o melhor: captar leads e fidelizá-los.

3 – Loja Virtual

Avançou mais uma casinha se conseguiu colocar seus produtos ou serviços a venda na internet, concentrados em um local organizado e logística adequada. Aliado a outros sites parceiros, ao marketplace, instashop, remarketing do google, você têm um diferencial imenso e já consegue ter uma visão mais ampla do que pode alcançar.

4 – Landing Pages e Email Marketing

O papel aqui é cheio de opções: desde enviar informativos aos seus clientes, trabalhar o pós-venda, enviar promoções exclusivas para banco de dados, conversar com leads captados, enviar conteúdo e fazer automação de vendas, através de plataformas como RD Station e LeadLovers, por exemplo.

5 – TikTok

Separei esse aplicativo pois ultimamente ele é o queridinho do maior nicho do mercado. Lembram quando o Instagram começou? Era um aplicativo de ostentação e proliferação exacerbada do consumo desenfreado. Hoje ele continua com esse objetivo, mas de uma maneira mais diluída e reinventada E CHEIA DE PROPAGANDA! Então a dica para usar o Tiktok é que ainda é um pequeno paraíso, um lugar “limpo” de propaganda explícita, mas que você pode usar e mostrar o seu negócio de maneira divertida e menos agressiva e claro: não gastando (até o momento) em impulsionamentos na plataforma, mas sim através de conteúdo, conversando e sendo visto diretamente pelo seu público ou até mesmo, usando perfis de pessoas que já se dedicam a plataforma e podem ajudar o seu negócio de uma maneira diferente.

6 – Aplicativos de vendas

Se o seu negócio não se encaixou em nenhuma das opções acima oferecidas, você tem o iFood, Uber Eats e o Rappi, por exemplo, para cadastrar o seu negócio, se puder entregar delivery e se for do ramo de alimentação.

7 – Criar seu próprio aplicativo

Vai colocar nele o que você quiser: atendimento personalizado, venda de produtos, serviço de entrega, etc.

8 – Espalhe seus conteúdos

Você pode publicar os mesmos materiais em diversas plataformas e sites diferentes. Um vídeo, por exemplo, que você posta no instagram, também pode ir pro YouTube e vice-versa. Isso aumenta a sua chance de ser achado! Abra uma conta no LinkedIn. Estude se o seu negócio também pode ser vendido para outros negócios e não só para o consumidor final. Abra um Pinterest, vincule seus conteúdos.

9 – Whatsapp

Se agarre nele, mas não faça besteira. Uma faca de dois gumes, deve ser bem utilizada. Se possível automatizada para atendimento externo e personalizada para pós-venda.

10 – Investir mais em impulsionamento dentro do Facebook e Instagram

A gente passou o texto todo fugindo um pouco das nossas origens, mas não podemos negar o que aprendemos com o Facebook e o Instagram e tudo o que há por trás dessas redes a favor dos negócios. Lá você realmente consegue fazer o ROI e saber a direção a investir.

A internet ainda tem muito mais do que descrevemos acima, para ajudar o seu negócio, principalmente nesse momento. Todas essas dicas podem ser mais aproveitadas e trabalhadas com o auxílio de uma agência de publicidade, de preferência especializada em Inbound Marketing, que fará a sua análise swot e planejamento estratégico.

*Bruna Cereja é publicitária, especialista em Marketing Digital e diretora criativa da agência Cereja Marketing.

“Uma Noite Me Namora”, livro da poeta Pat Andrade está disponível para aquisição em versão virtual. Compre e incentive a cultura local!

A poetisa, escritora e colaboradora deste site, que assina a sessão “Caleidoscópio da Pat”, Patrícia Andrade, lançou uma versão virtual de seu 24º livro de poemas. A obra, denominada “Uma Noite Me Namora”, nesse formato, ganhou a ilustre participação do também poeta Pedro Stlks, que assina a arte do livro. A publicação contém 16 poemas da brilhante mestra da arte poética.

A iniciativa de Patrícia Andrade visa arrecadar recursos financeiros nessa época de isolamento social, por conta da epidemia de coronavírus.

Há 21 anos em Macapá, a poetisa paraense escreve belos poemas, declama e edita seus livros. Ela sempre comercializa suas obras em eventos culturais bares e da capital amapaense, o que não é possível nestes tempos de Covid-19.

Sempre compro e recomendo o trabalho de Pat Andrade, de quem sou fã e tenho a honra de ser também amigo. Aliás, já tenho o meu “Uma Noite Me Namora”. Corre, fala com a Pat, e adquire o teu exemplar virtual. A cultura agradece.

Serviço:

“Uma Noite Me Namora”, de Pat Andrade, em formato virtual
São 16 poemas . A publicação tem arte de Pedro Stlks
Pague o quanto puder e compre o seu.
(96)99188-6565 (W’app – Patrícia Andrade)

Elton Tavares

Em tempos de coronavírus, escritor realiza Campanha Solidária do Livro para comprar cestas básicas para pessoas carentes

 

Eu, editor deste site, com o amigo e maior escritor vivo do Amapá, Fernando Canto.

Nestes dias enigmáticos do novo coronavírus, o sociólogo, poeta, compositor e escritor Fernando Canto inicia a “Campanha Solidária do Livro”. A quantia arrecadada com a venda das obras “Mama Guga – Contos da Amazônia” e Tese de Doutorado “Literatura das Pedras – A Fortaleza de São José de Macapá como locus das Identidades Amapaenses”, ambas de autoria do idealizador da iniciativa, será investida na compra de cestas básicas para famílias carentes, que sofrem nestes tempos de isolamento social por não poderem trabalhar.

Ajude-nos a comprar estes alimentos para pessoas de comunidades carentes de Macapá. Adquira uma (ou as duas) publicação por excepcionalmente R$ 10,00 (dez reais).

Mama Guga – Contos da Amazônia

O livro “Mama Guga – Contos da Amazônia” (Editora Paka-Tatu, Belém – 2017, 104 pág.), O livro traz 26 contos do tipo fantástico, alguns dos quais já publicados em sites ancorados na capital amapaense. Além de impresso, com uma tiragem de dois mil exemplares, terá sua versão digital e será vendido pela maior livraria virtual do planeta, a Amazon.com , a exemplo de outros trabalhos do autor publicados pela mesma editora.

Literatura das Pedras – A Fortaleza de São José de Macapá como locus das Identidades Amapaenses

A Tese de Doutorado “Literatura das Pedras – A Fortaleza de São José de Macapá como locus das Identidades Amapaenses”, em e-book. Coleção Gapuia – Sociologia em Pesquisas e Teses – CAPES, UFC, UNIFAP, Editora da UNIFAP e Autografia, Macapá, 2017. 310 Pág.) é um estudo sociológico sobre a maior fortificação da América Latina e também a continuação de sua tese de Mestrado em Desenvolvimento Regional. A obra detalha quatro fases: a construção da Fortaleza; a instalação do governo no então Território Federal do Amapá; a Ditadura Militar por aqui e a redemocratização neste lado do Rio Amazonas.

Para adquirir qualquer um dois dois livros ou as duas obras, você pode ligar para o autor no número – 96-99183-4488 (ou mandar mensagem de WhatsApp no mesmo contato). O e-mail do autor é ([email protected]).

Nós faremos que as obras cheguem em suas mãos, limpos e desinfectados com álcool em gel. Acertaremos a forma de pagamento quando falarmos.

Por favor, usufrua de belos textos literários em casa e contribua com quem não pode comprar comida. Seja solidário.

 Fernando Canto e Elton Tavares

Cultura on-line: hoje rola Quarta de Arte da Pleta – Edição na Rede – Não é bicuda não!

Como o negócio é ficar em casa, a gente não marca bobeira e aproveita pra fazer arte, muita arte, na Quarta de Arte da Pleta especial de Quarentena. “Num é bicuda, não!”

Muita gente boa vai estar contigo hoje, dia 1 de abril, a partir das 20h, no Instagram. Aproveita. Afasta os móveis. Prepara a pipoca e avisa os vizinhos. Vai ter sonzeira e poesia no dia da mentira.

Segue no Istagram: quarta_de_arte_da_pleta

Confere a programação:

20:00 Negra Áurea e Yanna MC
20:20 Leka Denz
20:30 Hayam Chandra
20:40 Lia Borralho
21:00 Fernanda canora
21:20 Pat Andrade
21:30 Wendell Conceição
21:50 Carla Nobre
22:00 Jorginho do cavaco
22:40 Ton Rodrigues
23:00 Wendel Cordeiro
23:20 Ricardo Yraguani
23:40 Tico
00:00 Erick Pureza
00:20 Edu Gomes
00:40 Laura do Marabaixo

Pat Andrade

O SALto mortal do peixE engAsgaDOR – Conto de Fernando Canto

Conto de Fernando Canto

Todos riam sem acreditar na história que eu contava. Aí, eu tirava logo da carteira um amarelo recorte de jornal e mostrava a eles que não era mentiroso. Ainda comentava que o jornal concorrente publicara àquele dia o fato, a foto e a desgraça de um cara muito azarado que morrera de má sorte entalado por um peixe.

O pescador infortunado Natan Coelho de Tal saiu com mais dois amigos numa pequena canoa no Furo do Maguari para pescar douradas e garantir o alimento da prole faminta e doente. Aproveitaram a lua cheia para tomar umas pingas enquanto os peixes brincavam com caruanas loirinhos ali no fundo do rio.

Natan Coelho de Tal, o primeiro a se embriagar, deitou-se na canoa ressonando seu cansaço de trabalhador e pai, bocejando a toda hora com a face para o luar, sem esperar a desdita que o rio ali lhe ofertava.

Foi então, bem de repente, que um peixe prateado pulou de dentro d’água e se alojou na garganta do pescador desgraçado. Ele acordou-se sofrendo, mas nenhum dos seus amigos entendeu o que se passava.

Só depois de muito tempo quando o sangue do infeliz fugia pelos buracos é que foram compreender o que havia acontecido. Então levaram Natan para um hospital da cidade, em vão, porque no caminho o pescador já era morto. Mortinho como o tal peixe que numa noite enluarada morreu por falta de ar.

*Do livro “Equino CIO – Textuário do meio do Mundo”. Ed. Paka-Tatu, Belém, 2004.

MÚSICA POPULAR DA AMAZÔNIA PRODUZIDA POR JOVENS DAS PERIFERIAS DE BELÉM

Uma coletânea com 15 trabalhos musicais inéditos de artistas representativos da nova música urbana da Amazônia, realizada inteiramente por uma equipe de jovens produtores dos bairros do Distrito d’Água em Belém – PA, sob orientação de um grupo de técnicos em áudio e produção cultural. Essa ideia audaciosa e inédita foi posta em prática e está agora disponível em todas as plataformas digitais no álbum “Projeto MOA apresenta: Pelas Fitas”, lançado em março de 2020 pelo selo Braçal Discos, capitaneado pelos professores e músicos Giancarlo Frabetti e Rebecca Braga. Todo o processo de gravação do álbum encontra-se registrado no documentário “Pelas Fitas”, também produzido a muitas mãos pela equipe de audiovisual do Projeto MOA.

O Projeto MOA realizou, ao longo do ano de 2019, uma sequência de oficinas de Produção de Áudio e de Produção Cultural com o uso de tecnologias digitais para jovens das periferias de Belém – PA, formando um grupo de técnicos que se associaram para realizar todo o processo de produção do álbum ˜Pelas Fitas˜, desde o estabelecimento de critérios para a curadorias dos artistas, passando pelas sessões de gravação, pela criação do conceito e da identidade visual da coletânea, até o processo de mixagem, masterização e lançamento oficial das faixas nas plataformas digitais.

O álbum apresenta um caleidoscópio da música atualmente produzida nas periferias das grandes cidades amazônicas, em especial de Belém. Cada faixa introduz um estilo, uma linguagem e um conjunto de saberes vividos no cotidiano da realidade urbana paraense, trazendo novas roupagens para ritmos tradicionais como o carimbó a guitarrada, mas também ressignificando referências da música popular brasileira e mundial, como o samba e o rap. Além dos critérios de representatividade, a curadoria do álbum “Pelas Fitas” se propôs a selecionar apenas artistas que nunca tivessem lançado oficialmente uma gravação musical, trazendo à cena musical paraense e, por que não, nacional, uma longa lista de novos nomes para o público de vários segmentos passar a prestar atenção e seguir. Quer ouvir um melody gostoso, daqueles de dançar colado ao pôr do sol na ilha de Mosqueiro? Toca Samaúma. Sabe o que é Brega indie? Bota o Jambu Cósmico aí na sua playlist e descobre! Nunca ouviu falar do estilo Malacore? É por que você não conhece ainda o Juan K.

A experiência de ouvir a coletânea ˜Pelas Fitas” se propõe a ser surpreendente a cada momento, um passeio de mais de 50 minutos por uma riqueza de discursos, de pontos de vista contra-hegemônicos que só poderiam ter sido emitidos a partir da perspectiva própria das pessoas que vivem diariamente a contradição entre a aridez dos problemas urbanos e a exuberância da cultura amazônida. A voz das periferias do norte do Brasil pelas mãos das pessoas que vivem nessas mesmas cidades, uma proposta de confronto ao discurso colonizador que está habituado a falar para e pelos povos amazônidas.

Paralelamente ao lançamento do álbum musical, o Projeto MOA já disponibilizou na íntegra, por meio da plataforma YouTube, o documentário também intitulado “Pelas Fitas”, trazendo uma narrativa audiovisual sobre o processo de produção do álbum em suas sessões de pré-produção e de gravação no estúdio Casarão Floresta Sonora. O documentário completa um material que pretende mostrar ao mundo o trabalho dos produtores do MOA em ação, dando ideia de como a iniciativa pioneira do projeto foi posta em prática, e trazendo ainda os rostos, as cores e as vivências de todos os artistas apresentados no álbum. O documentário, dirigido por Giancarlo Frabetti e Rebecca Braga e produzido por produtores integrantes do Projeto MOA, como Evelyn Nunez, Raphael Castro, Sebastião Trindade e Alan Rodrigues, é dedicado à memória do Mestre Moa do Katendê e do seu legado de busca da transformação social por meio do resgate da cultura do povo preto e das populações oprimidas no Brasil.

O Projeto MOA ainda tem em vista a realização do Festival de Música das Periferias, cuja realização, inicialmente prevista para o dia 21 de março deste ano, foi adiada em virtude da necessidade das medidas de isolamento social em função da pandemia da COVID-17. Enquanto nós estivermos mantendo o resguardo na espera para completar esse ciclo de trabalhos do Projeto MOA com a volta do nosso Festival, convidamos as pessoas ao redor de todo o planeta a receber esse abraço sonoro e visual que são o álbum e o documentário “Pelas Fitas”, esperando, com isso, também fazer ecoar a voz dos povos amazônidas, especialmente daqueles que vivem nas periferias das suas cidades, mostrando a esse mesmo mundo que a verdadeira riqueza da Amazônia encontra-se nas pessoas.

Ouça no Spotify: open.spotify.com/album/1ysUEE5dAYVcDMK2esq622

Ouça no Youtube:

Assista o documentário ˜Pelas Fitas” no YouTube:

Acompanhe o MOA em instagram.com/moa_centromusical/ e www.facebook.com/moacentromusical/

Um salve da Equipe MOA!

Aqui representada por

Rebecca e Giancarlo,
Diretora e Coordenador Geral do Projeto MOA
Para mais informações ou contato o Projeto MOA:
[email protected]
telefone: (91) 99313-2008 ou (91) 99113-2008

Há 22 anos, morreu meu pai, Zé Penha Tavares (o meu eterno herói)

Há exatos 22 anos, em uma manhã de segunda-feira cinzenta, no Hospital São Camilo, morreu José Penha Tavares, o meu pai. O meu herói. Já que “Recordar, do latim Re-cordis, significa ‘passar pelo coração’, como li em um livro de Eduardo Galeano, passo pelo meu essas memórias.

Filho de João Espíndola Tavares e Perolina Penha Tavares, nasceu no município de Mazagão, em 1950, de onde veio o casal. Era o primogênito de cinco filhos.

Sou o moleque que engatinha na direção do pai

Ele começou a trabalhar aos 14 anos, aos 20 foi morar em Belém (PA), sempre conseguiu administrar diversão e responsa, com alguns vacilos é claro, mas quem não os comete? Na verdade, papai nunca se prendeu ao dinheiro, nunca foi ambicioso. Mas isso não diminui o grande homem que ele foi.

Aniversário do meu irmão, Emerson Tavares, nos braços o meu pai, José Penha Tavares – 10/12/1980.

Em 1975, casou-se com minha mãe, Maria Lúcia, com quem teve dois filhos, eu e Emerson. O velho não foi um marido perfeito, era boêmio, motivo que o levou se divorciar de minha mãe, em 1992.

Após o seu falecimento, li no jornal da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), onde ele trabalhava: “Feliz, brincalhão, sempre educado e querido por todos. Tinha a pavulagem de só querer menina bonita a seu lado, seja em casa ou entre amigos, mas quem se atreve a culpá-lo por este extremo defeito?”.

Eu (calção verde) com a Vó Peró, minha mãe Lúcia e meu pai Zé Penha. Em algum lugar do passado. Saudades!

Zé Penha pode não ter sido um marido exemplar, mas com certeza foi um grande pai. Cansou de fazer “das tripas coração” para os filhos terem uma boa educação, as melhores roupas e bons brinquedos. Quando nos tornamos adolescentes, nos mostrou que deveríamos viver o lado bom da vida, sacar o melhor das pessoas, dizia que todos temos defeitos e virtudes, mas que devíamos aprender a dividir tais peculiaridades.

Meu tio Paulo (em pé), papai, mamãe e tia Maria (sentados) – Família – Anos 80.

Penha não gostava de se envolver em política. Ele gostava mesmo era de viver, viver tudo ao mesmo tempo. Família, amigos, noitadas, era um “bom vivant” nato. Tinha amigos em todas as classes sociais, a pessoa poderia ser rica ou pobre, inteligente ou idiota, branca ou preto, mulher ou homem, hétero ou homo, não importava, ele tratava os outros com respeito. Aquele cara era extraordinário!

Esportista, foi goleiro amador dos clubes São José e Ypiranga, dos times do Banco da Amazônia (BASA) e Companhia de eletricidade do Amapá (CEA) e tantos outros, das incontáveis peladas.

Papai e mamãe – Anos 90

Atravessamos tempestades juntos, o divórcio, as mortes do Itacimar Simões, seu melhor amigo e do seu pai, João Espíndola, com muito apoio mútuo. Sempre com uma relação de amizade extrema. Ele nos ensinou a valorizar a vida, vivê-la intensamente sem nos preocuparmos com coisas menores a não ser com as pessoas que amamos. Sempre amigo, presente, amoroso, atencioso e brincalhão.

Zé Penha (meu pai) e Itacimar Simões (meu tio). Eles eram grandes amigos por aqui e devem tomar umas lá no Céu.

Com ele aprendi muito sobre cultura, comportamento, filosofia de vida, e aprendi que para ser bom, não era necessário ser religioso. “Se você não pode ajudar, não atrapalhe, não faço mal a ninguém” – Dizia ele.

Acredito que quem vive rápido e intensamente, acaba indo embora cedo. Ele não costumava cuidar muito da própria saúde, o câncer de pulmão (papai era fumante desde os 13 anos) o matou, em poucos meses, da descoberta ao “embarque para Cayenne”, como ele mesmo brincava.

Serei eternamente grato a todos que ajudaram de alguma forma naqueles dias difíceis, com destaque para Clara Santos, sua namorada, que segurou a onda até o fim. E, é claro, minha família. Sempre que a saudade bate mais forte, eu converso com ele, pois acredito que as pessoas morrem, mas nunca em nossos corações.

José Penha Tavares foi muito mais de que pai, foi um grande amigo. Nosso amor vem das vidas passadas, atravessou esta e com certeza a próxima. Ele costumava dizer: “Elton, se eu lhe aviso sobre os perigos da vida, é porque já aconteceu comigo ou vi acontecer com alguém”.

Meu mais que maravilhoso irmão, Emerson Tavares, disse: “Papai nos ensinou o segredo da vida: ser gente boa e companheiro com os que nos são caros (família e amigos). Sempre nos espelhamos nele. Para mim é um elogio quando falam que tenho o jeito dele, pois o Zé Penha foi um homem admirável, um verdadeiro ser humano!

“Quem já passou por essa vida e não viveu, Pode ser mais, mas sabe menos do que eu”. A frase é do poeta Vinícius de Moraes. Ela define bem o meu pai, que passou rápido e intensamente por essa vida.

Papai (com as mãos nos ombros da Clara, sua namorada), eu (de pé) e meu irmão Emerson (sentado de camisa branca). 1997. Saudade!

Queria que o Zé Penha tivesse vivido pra ver a Maitê, pra sacar que consegui me encontrar e ser um bom profissional, pra ver o grande cara que o Emerson se tornou. Enfim, pra tanta coisa legal. Também faço minhas as palavras do escritor Paulo Leminski: “haja hoje para tanto ontem”.

Ao Penha, dedico este texto, minha profunda gratidão e amor eterno. Até a próxima vez, papai!

Obs: Texto republicado todo ano nesta data e assim será enquanto eu sentir saudade. E essa saudade, queridos leitores, nunca passa!

Elton Tavares

Secult/AP lança edital “Circula Amapá” para investimento de 1 milhão de reais em projetos artísticos e culturais do Estado

A Secretária de Estado da Cultura do Amapá (Secult/AP) lançou na última quarta-feira-feira (18), no Diário Oficial do Estado, o Edital “Circula Amapá”, com o objetivo de selecionar e premiar 137 projetos, programas e ações de agentes da cadeia produtiva da cultura e das artes. As inscrições são gratuitas e iniciam HOJE (30) e vão até 30 de abril, na sede da Secretaria (Avenida Pedro Lazarino, 22, Santa Inês) ou pelo site: www.secult.ap.gov.br.

Essa medida faz parte do programa de valorização e fortalecimento da cultura protagonizado pela Secult/AP e os participantes devem obrigatoriamente estar cadastrados no Sistema Estadual de Informações e Indicadores Culturais – SEIIC. A ideia da pasta é reconhecer o trabalho desenvolvido por artistas, produtores, grupos, companhias, bandas, grupos musicais e demais empreendedores da cultura do Estado que favorecem a circulação de bens, produtos e serviços artísticos e culturais em âmbito local, estadual, nacional e internacional.

Os recursos para o Edital são provenientes de emenda federal articulada pelo Senador do Amapá, Davi Alcolumbre, com o objetivo de apoiar e incentivar os segmentos artísticos e culturais do Estado. O certame irá contemplar múltiplas vertentes artísticas como a cultura popular, tradicional e identitária; teatro; arte circense; dança; artes visuais e/ou plásticas; artesanato; audiovisual; livro, leitura, literatura e biblioteca; e música.

Os participantes devem comprovar no ato da inscrição o tempo de atuação dos proponentes nos segmentos onde se inscreveram (no caso do segmento categoria popular, tradicional e identitária a comprovação ocorre por meio dos movimentos culturais, com o reconhecimento de todos os proponentes do tempo de atuação mínima). Podem participar Micro Empreendedores Individuais (MEI) e pessoas jurídicas de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, os valores das premiações variam entre 5 mil a 10 mil reais.

A Secult/AP disponibilizará em seu site vídeos explicando aos interessados sobre o funcionamento do Edital e como proceder no ato da inscrição, além disso, os técnicos da Secretaria também estarão à disposição dos artistas e produtores culturais para sanar quaisquer dúvidas sobre o certame.

Há cinco anos Interpol e Smashing Pumpkins arrebentaram no Lollapalooza Brasil 2015

Anderson, Adê, Emerson, Andresa e eu a caminho do festival. Um dia feliz e memorável!

Há exatamente cinco anos, as bandas Interpol e Smashing Pumpkins arrebentaram no Lollapalooza Brasil 2015. Assim como outras quatro vezes, fui à Sampa para assistir shows de Rock and Roll no Festival Lollapalooza Brasil.

Na verdade, o festival do ano passado contou com atrações mais dançantes do que pesadas, mas atingi meu objetivo: ver as apresentações das bandas Interpol e Smashing Pumpkins. Ambas com performances perfeitas.

Era um domingo frio e cinzento quando o Interpol subiu ao palco Skol. O grupo tocou de 15h30 às 17h debaixo da garoa dos paulistas, o nosso “chuvisco”. Logo a banda nova-iorquina aqueceu coração e alma dos fãs que estavam no autódromo de Interlagos.

Eu não sabia se pulava, fotografava ou cantava (com meu pobre inglês) as canções da banda indie. A força do Rock and Roll fez aqueles caras levantarem a multidão. Foi lindo!

O Smashing Pumpkins fechou o festival no palco Onix do Lollapalooza Brasil 2015. Billy Corgan, compositor, líder, único membro da formação original do grupo e dono da bola mandou muito bem. Ele veio acompanhado do guitarrista Jeff Schroeder (na banda desde 2007), pelo baixista Mark Stoermer (The Killers) e pelo baterista Brad Wilk (Rage Against the Machine).

Eu aguardava um show do Smashing Pumpkins desde os anos 90. Eles levaram sons como “Tonight, Tonight”, “Ava Adore, Bullet With Butterfly Wings”, “Disarm”, “Cherub Rock”, Today, 1979, e a nova “Being Beige”.

O público ficou hipnotizado com a apresentação e muita gente – como eu – foi às lágrimas. Como não chorar? O careca antipático do rock cantou com o coração e a banda tocou de forma perfeita.

Essa foi mais uma aventura rocker sensacional e emocionante. Lá se vão cinco anos; mas parece que foi ontem. Entrou para a história Rock and Roll da minha vida. É isso!

Elton Tavares

Com teatro, poesia e música, Festival On-Line “FicaDiBubuia” encerra neste domingo (29)

Neste domingo (29), a partir das 16h30, rolará o segundo dia do Festival On-Line “FicaDiBubuia”. Promovido pela produtora Duas Telas, o festival é totalmente independente e conta com artistas voluntários, sem nenhum tipo de remuneração.

Vai ter leitura com Rose Serrão e muita poesia com Annie Carvalho, Pat Andrade e Hayan Chandra. Em seguida, o ator Mauricio Maciel traz uma pitada de teatro. Daí pra frente, a música corre solta, com Marcia Fonseca, Rodrigo Brito, Jordanna, Mayara Braga, Zé Miguel, Ariel Moura, Pinducos, Sandra Lima, Nana e Alex, Sabrina Zahara, o sensacional Manoel Cordeiro e, pra finalizar, o espetacular Rafa Estefans. Vai ser lindo. De novo!

A programação, iniciada na última quinta-feira (26), contou com apresentações de dezenas de artistas locais de diversas vertentes. A ideia é quebrar a sensação de distância gerada pelo isolamento comunitário por conta da prevenção ao coronavírus (Covid-19), e promover cultura por meio da internet, além de manter vivo o espírito criativo dos artistas locais.

O Festival Cultural On Line será transmitido pelo perfil da Duas Telas na rede social @duastelasproducoesap, onde rolarão shows musicais e performances em formato pocket. Qualquer pessoa poderá acompanhar as programações e interagir com o evento e artistas.

Trata-se de uma alternativa de entretenimento na quarentena. Uma maneira de estarmos juntos, conectados em uma corrente de empatia.

Sobre a expressão “dibubuia”

A expressão Bubuia vem do nosso “caboclês”, virou gíria popular, e é uma forma gentil de pedir: fica de boa, fica tranquilo, fica aí parado. É desse jeito jeito que pedimos a todos que fiquem em casa para segurança dos mais vulneráveis…

Então é isso. Vamos combater essa batalha com o melhor que podemos dar, com nosso amor pela cultura e pela responsabilidade de doar o que temos de mais precioso em nosso fazer diário: Nossa produção artística! POR FAVOR FICA EM CASA! #FicaDiBubuia … Não fica mufino! Espia nossa programação! #producao #arte #bubuia #musica #literatura #poesia #artista #amazonia #norte #corona #quarentena #amapa #macapa

Sobe o som e solta o corpo. Fica DiBubuia!

Patrícia Andrade e Elton Tavares

Discos que Formaram meu Caráter (Parte 49) – “Adiós Amigos” – Ramones (1995) – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Salve moçada!

Todos trancados em seus lares escolhendo quem matar para a economia não parar… O viajante dos sons está de volta para mais uma rodada de discos, músicas e afins.

Com a nave a toda velocidade, som na altura máxima, com orgulho apresento a vocês:

“Adiós Amigos”, o 14º álbum dos Ramones. Todos de pé!

Estamos agora em 1995, e os caras dos Ramones encaravam a velhice. Estava ou não na hora de se aposentar? A relevância da banda nunca esteve em xeque, mas os tempos eram outros.

Passando incólumes pelos tempos da discoteca, pelos anos 80, a “new wave”, o pós-punk, o grunge e outros caralhos, Joey e Jonhy já pareciam cansados da vida que escolheram.

Somando isso aos problemas de saúde de Joey (que teve em toda a sua vida adulta um constante entra e sai de hospitais), a idade e o estilo de vida começavam a cobrar um preço; Joey acabara de ser diagnosticado com um severo câncer linfático e, como bom Ramone que era, deixou a doença em segredo.

Com 13 discos de estúdio e discos ao vivo que pareciam transportar os fãs para os shows, reconhecimento formado por uma legião de fãs no mundo inteiro, sempre citados como referência por vários músicos e banda planeta afora, os caras já tinham salvado o Rock and Roll da ameaça do “Progressivo” com seus solos intermináveis e suas reflexões sem sentido de bons músicos que sabiam ler partituras. Os Ramones não deviam nada a ninguém.

A preocupação maior era não se tornar uma paródia de si mesmo e aceitar de uma vez que a estrada dos tijolos amarelos estava chegando no fim.

Os shows que nos tempos áureos chegavam a 150 no ano, tinham sido reduzidos a um terço, o acolhimento da América do Sul para os caras depois de “Mondo Bizarro” deu um gás na banda, os problemas de saúde de Joey já eram bastante latentes, ausências em parte das apresentações, máscara de oxigênio no palco, o Ramone que mais vestiu a camisa da eterna adolescência parecia realmente querer um descanso.

Os Ramones, estavam realmente em dúvidas quanto ao futuro e, talvez, as crises que todos nós temos tenham também chegado nos caras naquela época. As 13 faixas do disco trazem profundas reflexões sobre amor, dor, ódio e futuro, mas tudo muito rápido e intenso como só eles sabiam fazer e, sendo assim, por respeito a seus muitos admiradores, entraram em estúdio em fevereiro de 1995 e em junho do mesmo ano apresentaram este belo exemplar de som, anunciando que seria o derradeiro trabalho.

Vamos ao que interessa e dissecar essa bolacha:

O disco começa com “I Don`t Want To Grow Up”, cover do Tom Waits é desafiadora, uma franca negação do mundo real, incertezas sobre o futuro, dúvidas sobre a própria vida. “Maki Monsters For My Friends” a autocrítica feita, somos os nossos próprios monstros. “Its Not for Me to Know”, a desistência contra o que não pode ser evitado, você fez tudo o que era possível. “The Crusher”, composta por Dee Ramone, já tinha sido gravada no primeiro disco solo dele, ganhou nova roupagem na voz de Joey, mostra que ainda se tem disposição para lutar contra desafios. “Life`s a Gas”, simples, são daquelas canções que marcam pela intensidade, foi o single do disco. “Take the Pain Away”, pessoal, uma caminhada constante pelo alivio, você só quer acabar com a dor. “I Love You”, cover do Johnny Thunders , a simplicidade em falar de amor. “Cretin Family”, todos contra você uma resposta à o clássico “Pinhead”, se antes os Ramones era o lar dos desajustados, tinha agora tornado parte do Mainstrean. “Have Nice Day”, ironia nas saudações diárias, escuta se sempre um bom dia em uma derrota. “Scattergun”, a segurança que você se propõe a ter. “Got a Lot Say”, tudo a dizer, mas não sabe agora. “She Talks To Rainbows”, triste, mas verdadeira, mostra o lado desesperançoso de quem se entretém com tudo e com todos. “Born To Die in Berlin”, uma significativa ode aos entorpecentes.

Rápido, intenso e formidável que puta disco.

O respeito pelos fãs – algo que sempre foi uma marca dos caras – esteve presente neste álbum. Essencial na discografia de quem pretende gostar de Rock and Roll.

Medalha de ouro. Se tu não conheces, na moral, mereces ser deitado na porrada.

Um disco que, apesar de ter sido anunciado como último trabalho, não perdeu a “aura Ramônica” e, longe de ser um caça-níquéis, feito por caras cansados e desgostosos, soa como um verdadeiro “The best of”, de tanto esmero e vontade.

A capa, uma das mais horríveis e esdrúxulas já feitas, eram dois dinossauros com sombreiros, com o título em espanhol.

É sem dúvida alguma, um daqueles discos verdadeiramente pensados, com canções eternas; um daqueles que tu colocas pra tocar do começo ao fim sem medo.

Sim, foi o último e acabaram em grande estilo. O mundo teve que sobreviver sem os Ramones. “Não queremos nos estender além da conta”, declarou Joey Ramone.

E no final, a saída por cima; “Adiós Amigos” mostrou que máxima de Bruce Wayne é verdadeira: “Ou você morre como um herói, ou vive o bastante para se tornar um vilão”. Os Ramones foram simplesmente fodas do começo ao fim.

Este texto é dedicado a Renato Atayde, Luis “Espalha Lixo” Xavier, Fábio “Macumba” Evangelista e Alex “Skoria” Rodrigues que, assim como eu, também tiveram o caráter formado por Ramones.

Ramones Forever.

*Marcelo Guido é jornalista. Pai da Lanna Guido e do Bento Guido. Maridão da Bia.

Secult-AP sofre intervenção em Edital dedicado ajudar trabalhadores da cultura amapaense e lamenta decisão

Nos próximos dias, a Secretaria de Estado da Cultura do Amapá (Secult/AP) lançaria o projeto “Ao Vivo lá em Casa”, uma iniciativa para atender trabalhadores e trabalhadoras da cultura local, que nesse momento que o Brasil vive uma crise de saúde pública não podem exercer suas atividades artísticas. A denúncia foi aceita pelo Ministério Público Federal (MPF/AP) na última quarta-feira (25), a partir da reclamação infundada de dois advogados que pedem a suspensão do Edital, mesmo ainda sem o seu lançamento oficial.

A chamada pública tem como proposta atender 250 famílias, pessoas que vivem exclusivamente da sua produção cultural e que nesse momento, por força da imposição do isolamento provocado pela pandemia COVID-19, estão sem possibilidade de exercer as suas atividades. Por esse motivo, o Edital buscaria atender todos os segmentos culturais do Estado, sem nenhuma distinção.

Cabe destacar, que cumprindo as medidas preventivas do Decreto Governamental nº 1414, de 19 de março de 2020, além das recomendações dos órgãos de saúde pública no tocante a aglomerações, até o momento a Secult precisou cancelar eventos como a Semana Santa, Ciclo do Marabaixo e Dia Estadual dos Cultos Afro, que tradicionalmente recebem investimentos da pasta e que movimentam a economia local.

As dificuldades para produzir não são diferentes para o setor cultural, que impossibilitado de reunir pessoas é totalmente prejudicado, pois são shows, espetáculos e diversas atividades canceladas e que são as fontes de renda não apenas para artistas e técnicos, mas também para muitos profissionais, que trabalham direta ou indiretamente.

As redes sociais e as plataformas de streamings têm garantido que os artistas brasileiros possam manter o contato com seus públicos, quebrando virtualmente o isolamento. Da mesma forma, os cidadãos amapaenses precisam consumir cultura mesmo de seus lares. Por esse motivo, diversos Governos pelo mundo vêm tomando medidas paliativas, principalmente para amparar artistas locais.

“Nosso objetivo era, além de gerar renda para os artistas e fomentar a cultura por meio das redes sociais com diversas vertentes de arte, incentivar a permanência das pessoas em suas casas, com esses conteúdos culturais dos artistas locais. É uma pena, pois a cadeia produtiva da cultura também precisa de apoio neste momento de crise econômico, como todo tipo de setor autônomo que necessita de público, bem como o auxílio do poder público no esforço da não proliferação do coronavírus”, lamentou o titular da SECULT, Evandro Milhomen.

Dados econômicos da cultura

Em 2018, o IBGE demonstrou que cerca de 5 milhões de pessoas trabalham no setor cultural no Brasil. Eles representam 5,7% dos ocupados dos país. Segundo estimativa de 2017, parte do “Atlas Econômico da Cultural Brasileiro”, lançado pelo Ministério da Cultura, o setor foi responsável por 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

Se vivo, Renato Russo faria 60 anos hoje. Viva o maior poeta do Rock brasileiro!

Renato Manfredini Júnior não foi só mais um carioca que cresceu em Brasília (DF). Renato Manfredini Júnior nasceu em 27 de março de 1960 no Rio de Janeiro. Ele viveu parte da infância com a família em Nova York e, aos 13 anos, se mudou para Brasília. O cara foi um cantor e compositor sem igual. Liderou a Legião Urbana (composta por ele, Marcelo Bonfá, Dado Villa Lobos e Renato Rocha) e obteve um enorme sucesso de público e crítica. Se estivesse vivo, hoje o maior poeta do Rock brasileiro faria 60 anos.

A Legião foi e sempre será a maior de todas as bandas deste país. Eles venderam 20 milhões de discos durante a carreira, mais de uma década após a morte de Renato Russo, a banda ainda apresenta vendagens expressivas. O som dos caras me remete ao passado, à situações, pessoas, alegrias e perrengues; enfim, foi a trilha sonora da adolescência de minha geração. Renato foi genial, sereno e místico. Um melancólico poeta românico, quase piegas, mas visceral. Era capaz de compor canções doces, musicar a história cinematográfica do tal João do Santo Cristo, cantada na poesia pós-punk de cordel (159 versos e quase 10 minutos) intitulada Faroeste Caboclo ou melhorar Camões (desculpem a blasfêmia lírica), como em Monte Castelo.

Como disse meu sábio amigo Silvio Neto: “Renato Russo foi Poeta pós-punk, de toda uma Geração Coca-Cola. Intelectual, bissexual assumido desde os 18 anos de idade, ele foi uma espécie de Jim Morrison brasileiro, não pela sua beleza física, mas pela consistência de suas letras que poderiam muito bem ter sido publicadas em livro sem a necessidade de ser musicadas”. Cirúrgico!

Em 11 de outubro de 1996, Renato Russo morreu, vitimado pela Aids. E como ele mesmo dizia: “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, pois o para sempre não dura muito tempo. A Legião Urbana acabou oficialmente no dia 22 de outubro de 1996 e reuniu-se novamente 20 anos depois, em 2016, com outro vocalista e saiu em turnê pelo Brasil. Mas essa é outra história.

A força e universalidade das composições de Renato emocionaram toda uma geração e continuam mexendo com a gente. Acho que será sempre assim. Não sei o que Renato teria feito se tivesse mais tempo, mas com o pouco tempo que teve, fez muito. Fez demais pela música e arte nacional. O artista foi um dos nossos heróis (ainda tem quem não goste ou reconheça, mas paciência). Pena que o futuro não será mais como foi antigamente. Por tudo isso e muito mais, hoje homenageio Russo, que se eternizou pela sua música, poesia e atitude.

Valeu, Renato. Força sempre!

Elton Tavares

Cultura amapaense pela internet: hoje começa o Festival On-Line “FicaDiBubuia”

Nesta quinta-feira (26), a partir das 16h50, começa o Festival On-Line “FicaDiBubuia”. Promovido pela produtora Duas Telas, o festival é totalmente independente e conta com artistas voluntários, sem nenhum tipo de remuneração.

A ideia é quebrar a sensação de distância gerada pelo isolamento comunitário por conta da prevenção ao coronavírus (Covid-19), e promover cultura por meio da internet, além de manter vivo o espírito criativo dos artistas locais. De 26 a 29 de março serão dezenas de apresentações ao vivo.

O Festival Cultural On Line será transmitido pelo perfil da Duas Telas na rede social @duastelasproducoesap, onde rolarão shows musicais e performances em formato pocket. Qualquer pessoa poderá acompanhar as programações e interagir com o evento e artistas.

Hoje, a abertiura do Festival On-Line “FicaDiBubuia contará com as apresentações de Poetas Azuis, Joãozinho Gomes, Alan Yared, Enrico Di Miceli, Cley Lunna, Colibris, Roniel Aires, Nani Rodrigues, Laura do Marabaiaxo, Naldo Maranhão, Malabarista Flor, Grupo Guá, Rambolde Campos, João Amorim e Quarteto Casa Nova.

O festival cultural on-line é uma alternativa de entretenimento na quarentena. Uma maneira de estarmos juntos, conectados em uma corrente de empatia.

Sobre a expressão “dibubuia”

A expressão Bubuia vem do nosso “caboclês”, virou gíria popular, e é uma forma gentil de pedir: fica de boa, fica tranquilo, fica aí parado. É desse jeito jeito que pedimos a todos que fiquem em casa para segurança dos mais vulneráveis…

Então é isso. Vamos combater essa batalha com o melhor que podemos dar, com nosso amor pela cultura e pela responsabilidade de doar o que temos de mais precioso em nosso fazer diário: Nossa produção artística! POR FAVOR FICA EM CASA! #FicaDiBubuia … Não fica mufino! Espia nossa programação! #producao #arte #bubuia #musica #literatura #poesia #artista #amazonia #norte #corona #quarentena #amapa #macapa

E o melhor: é de graça! Assista e prestigie!

Patrícia Andrade e Elton Tavares