A Santa Inquisição do Fofão – Crônica de Elton Tavares (Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”)

Ilustração de Ronaldo Rony

Lembro-me bem, no início dos anos 90, do pânico em Macapá causado por um boato “satânico”. Espalhou-se que teria uma adaga ou punhal dentro do boneco do personagem Fofão, por conta de um suposto pacto demoníaco com o “Coisa Ruim”, feito pelo criador do personagem.

Iniciou-se uma caça, sem precedentes, aos brinquedos. Uma espécie de “Santa Inquisição”. De certa forma, parte da população embarcou na nova lenda “modinha” e os fofões foram trucidados por conta de um mero boato.

Meu irmão e eu vitimamos alguns fofões que pertenciam às nossas primas (prima sempre tinha Fofão, boneca da Xuxa ou Barbie). Na época, muitos diziam que ouviram do vizinho do “fulano”, que uma pessoa tinha sido assassinada por um dos então apavorantes bochechudos de brinquedo.

O Fofão tinha uma cara enrugada, era tosco, usava uma roupa parecida com a do Chucky (o Brinquedo Assassino), e dentro ainda tinha uma haste (punhal) de plástico, que era usado para manter o seu pescoço em pé.

Realmente os fatos estavam contra ele.

Houve até queima dos portadores do mal, em praça pública. Sim! Naquela praça que ficava em frente ao cemitério São José, que hoje abriga a Catedral, homônima ao espaço reservado aos que já passaram desta para melhor.

Na verdade, comprovou-se que o fato não passou de um golpe de marketing, pois muita gente comprou só para conferir e, em seguida, destruir o brinquedo. Coisas como o lance das músicas da Xuxa que, como se falou na mesma época, se tocadas ao contrário, continham mensagens do diabo.

Hilário!

Foi muito divertido, confesso. Ateei fogo em vários fofões, e foi muito melhor do que a época junina. A maioria dos moleques adorou e grande parte das meninas chorou a partida daquele tão querido brinquedo.

Concordo com o dramaturgo inglês, William Shakespeare, quando disse: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que explica a nossa vã filosofia”, mas não neste caso. Porém, o episódio do Fofão foi uma histeria generalizada entre a molecada e virou mais uma piada verídica da nossa linda juventude, uma espécie de Santa Inquisição dos brinquedos.

Elton Tavares

*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.

Publicitário Antonio Costa gira a roda da vida. Feliz aniversário, Tonho! @tonhocos

Com Tonho, o aniversariante gente boa.

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. É o caso do publicitário Antonio Costa, que gira a roda da vida neste vigésimo sétimo dia de março. Além de meu primo postiço, ele é gente boa e brother. E por isso, lhe rendo homenagens!

O “Tonho” é o marido apaixonado e amoroso da minha prima Jamila Tavares. E um filho, irmão, tio e dedicado aos seus afetos. Trata-se de um cara inteligente pra caramba, religioso, amante de cachorrinhos zolhudos (casal de pets Léia e Darth), além de viajante do mundo e bicolor fervoroso.

Antônio, Jamila, Bruna e eu – Macapá – 2023

Também é o maior conhecedor da saga Star Wars, de George Lucas, da qual também sou muito fã. Além de tudo, ainda toca bateria. Poucos sabem, mas descobri logo que o vi que é um Sith disfarçado de Jedi. Mas com aquele jeitão que gostamos do lado negro da Força. Em resumo, esse bicho é culto, viajado, manja de uma porrada de coisas firmes e dou muito valor em bater papo com ele, pois é.

O cara mora em Belém (PA) e, sempre que vou lá, tento sair com ele e Jamila. Todas as vezes é um encontro regado a chopp ou vinho do bom, comida legal e papo pai d’égua. Espero que façamos isso logo, pois da última vez que fui até a capital paraense, não deu a repetir essa controada firme.

Eu, Bruna, Antônio e Jamila – Belém – 2023

Tá, tudo bem que ele é gabola às vezes. Também mete umas bicudas no meio da conversa vez ou outra, ok. E ainda diz que foi um grande baterista. Tudo beleza, mas dou demais valor nesse sacana.

De um ano pra cá, sempre que precisei do amigo/primo, ele chegou como o Gandalf ao amanhecer para salvar Aragorn (piada interna, mas Tonho sabe do que falo). Serei sempre grato, mano velho!

Grande primo e brother. Saúde e felicidades, cara!

Como dito acima, além de meu primo postiço, és um amigo querido. Além disso, somos compadres, pois tive a honra de ser um dos 250 padrinhos de casamento dele e da Jamila (tô brincando, mas pensem num casal apadrinhado). Aliás, sempre digo: foi o melhor casório que fui na vida.

Em resumo, Tonho é um cara tenaz, sagaz, de humor ácido e demais inteligente. Um sith na essência, mas jedi com seus afetos. Um cara por quem tenho apreço, admiração, consideramento e respeito (claro que tiro mó onda com a cara dele, mas isso faz parte das minhas relações de amizade).

Tonho, dou valor no senhor. Que teu novo ciclo seja ainda mais firmeza. Que sigas com sabedoria, com doses exageradas de equilíbrio e a coragem para seguir pisando forte em busca de seus objetivos. Fico feliz pelo seu ano novo particular, pois tu és porreta! Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. Que a Força esteja contigo. Saúde e sucesso, sempre. Parabéns pelo teu dia, primo. Feliz aniversário!

Elton Tavares (mas também falo/escrevo pela Bruna Cereja, pois ela também adora você, Tonho).

Poeta e jornalista, Thiago Soeiro, gira a roda da vida. Feliz aniversário, amigo poeta (@ThiagoSoeiro)

Com Pedro e Thiago, encontro no barzinho, em 2016.

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. É o caso do jornalista e poeta Thiago Soeiro, que gira a roda da vida neste vigésimo sexto dia de março e lhe rendo homenagens!

Além de talentoso poeteiro e competente profissional da imprensa, Thiago é um declamador brilhante e divertido (excelente artista da poesia) e um cara muito gente boa. Soeiro é também o filho amoroso da dona Raimunda, escritor de cartas, trovador do amor, produtor da TV Equinócio (Record AP), e também atua como assessor de comunicação, blogueiro e cantor. E ainda é o marido apaixonado do Pedro Stkls.

Juntamente com Pedro Stkls, Thiago forma o sensacional Poetas Azuis, que traz uma linda poesia musicada, da qual sou fã, divulgo e acompanho. Sempre digo que essa galera ainda será descoberta pelo Brasil. Eles são nossos “queridinhos cults”.

Com o amigo Thiago Soeiro, em 2022. Felicidades, mano!

Thiago possui fino trato, inteligência, talento e muita paideguice. É um figura gentil, gente boa demais e que chega aos 36 anos feliz com sua arte. O cara já me emocionou algumas vezes durante as apresentações dos Poetas Azuis, quase estraga minha imagem de bruto (risos).

Soeiro, mano velho, que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa garra, sabedoria, coragem e talento em tudo que te propões a fazer. Que a Força esteja contigo. Saúde e sucesso, sempre, amigo. Parabéns pelo teu dia, querido amigo. Feliz aniversário!

Elton Tavares

*Texto republicado por motivos de correria do trampo, mas de coração.

Como Mestre Yoda falar devemos, mas falar assim fácil não será! – Crônica de Elton Tavares (“Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”)

Yoda, o grande mestre Jedi, é uma das figuras mais marcantes da cultura pop. Mestre Yoda foi um guerreiro extraordinário da Ordem Jedi, e acima de tudo, um professor que marcou gerações de fãs da saga. Seus pensamentos filosóficos foram ensinamentos emblemáticos do cinema, transmitidos ao Luke e ao público, sobre disciplina, dedicação máxima e a Força.

Yoda falava uma versão incomum do Básico. Ele usualmente colocava os verbos (principalmente verbos auxiliares) após o objeto e do sujeito (um formato objeto-sujeito-verbo).

Cheguei à conclusão que seria muito mais prático se falássemos todos como o Yoda, colocando a ideia central – o que interessa – no início da frase e o sujeito no final. Muito mais simples seria se todos os Humanos assim falassem. Prática esta ideia irão achar. Resistentes a esta sugestão não devem ser, uma maior compreensão dos assuntos as pessoas iriam atingir.

Exemplos de fala de Yoda:

“Quando 900 anos você tem, ter aparência boa difícil é”.
“Aliada minha é a Força. E poderosa aliada ela é.”
“Por 800 anos treinei eu jedi. A mim decidir cabe quem treinado deve ser. Um Jedi precisa um profundo compromisso ter. A mente mais séria.”
“Iniciada, a Guerra dos Clones está.”
“A tempestade está piorando, temo eu.”
“Em um estado sombrio nós nos encontramos… um pouco mais de conhecimento iluminar nosso caminho pode.”
“O medo é o caminho para o Lado Escuro. O medo leva à raiva, raiva leva ao ódio; ódio leva ao sofrimento. Eu sinto muito medo em você.”
Algumas outras expressões legais colocadas na forma de falar do poderoso Mestre:
“Gelada, esta cerveja está!”
“Comigo cabreiros eles ficaram.”

Se expressar assim legal como Mestre Yoda falar devemos, mas fácil não será!

Estranheza sente vocês? Fácil é a adaptação, achar isto vocês irão em breve. Mais divertidas as conversas se tornariam, mais cedo o assunto perceberíamos e reduzida a especulação seria, muitas discussões desnecessárias evitar-se-iam assim. Pensar nisto devem vocês, mais prático, direto e interessante seria, não concordam vocês comigo?

Que a Força esteja conosco!

Elton Tavares

*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.

20 anos de stereovitrola, a melhor e mais antiga banda de rock alternativo autoral de Macapá

Matrix, Rubens, Marinho e Patrick, os caras da stereovitrola, em frente ao saudoso Liverpool Rock Bar, em 2004

A banda stereovitrola (sim, com “S” minúsculo, mas um som em caixa alta), melhor do rock autoral amapaense, completa, neste sábado (23), 20 anos de existência. O ano era 2004, antes mesmo do Liberdade ao Rock ser fundado, a stereo, na época com o propósito de fazer covers na capital onde o rock underground estava num período sombrio, começou sua trajetória.

Na época, a primeira formação era de Almir Júnior, o “Liguento” (ainda bem que ele saiu logo e as canções autorais foram feitas após a saída dele) no vocal, Ruan Patrick (guitarra), Rubens Ferro (bateria) e Marinho Pereira (baixo). Também passaram como músicos da banda: Otto e Pepeu Ramos, professor Anderson e Carlos Radion.

Os quatro discos da banda

A formação atual, e de muito tempo, é composta por Ruan Patrick (guitarra e vocais), Marinho Pereira (baixo), Rubens Ferro (bateria) e Wenderson Matrix (samplers, ligas e efeitos sintetizados).

Nessas duas décadas de trajetória, os caras gravaram quatro discos 100% autorais na carreira: “Cada Molécula é um Ser” (primeiro, em 2006), “No Espaço Líquido” (de 2009 é meu preferido),“Symptomatosys” (em 2012) e “Macacoari, Rio triste!” (lançado em 2017). Todo esse lindo trampo musical pode ser encontrado no streaming.

Ruan Patrick – Festival Se Rasgum, Belem-PA 2007

Ah, segundo o guitarrista e compositor Patrick Oliveira, a stereo lançará um quinto álbum autoral, que está em produção. Tanto o último álbum, quanto o que está no forno, tem como marca a produção, gravação e são masterizados pelo Studio Zarolho Records, do produtor Alan Flexa.

“É satisfatório chegar aos 20 anos de existência fazendo algo na música que gostamos realmente e que no decorrer do tempo foi adquirindo adeptos sonoros de todas as idades, desde nossos amigos, que viram a banda nascer de forma ‘deselegante’ e ‘desafinada’ nos shows do Liverpool, até jovens que vêm e que cantam as letras no show, interagem conosco, trocam ideias sobre influências de todas as formas e isso é muito gratificante. Nunca a stereovitrola dos primórdios poderia imaginar onde estamos e caminhamos hoje. Somos felizes de continuar levando essa Sonoridade que lembra sempre algum tipo de apego e inquietação ao mesmo tempo”, detalhou Patrick Oliveira.

São Paulo -SP 2010

Lembro bem da primeira vez que vi uma apresentação do grupo, ainda com o “liguento” nos vocais e o Anderson na guitarra base. Foi no Lago do Rock, em 2004 (movimento criado por mim, Gabriela Dias e Arley Costa) e realizado na Praça Floriano Peixoto.

Os caras são um exemplo a ser seguido por músicos mais novos, pois eles se propuseram a criar e tocar suas próprias canções. A stereo segue seu caminho há 20 anos nessa difícil estrada que é o rock autoral no extremo norte do Brasil, com uma mistura de rockquenrou de garagem, fuzz, reverb e sons sintetizados do pós-punk inglês. Eles dão vida ao alternativo macapaense.

Praça da Bandeira – 2024

Após duas décadas de viagens sonoras e dentro de nossas cabeças, fica aqui registrado nossos aplausos para a stereo. Gosto do som dos caras desde o início. Força sempre, stereovitrola!

Escreva sobre sua aldeia e você pode tornar-se universal” – Leon Tolstói

Elton Tavares

A melhor sempre: sorveteria Santa Clara vence pela nona vez consecutiva o Prêmio Melhores da Gastronomia

Na última terça-feira (19), em um salão de festas de Macapá, aconteceu, durante o 40º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a 9ª edição Prêmio Melhores da Gastronomia, promovida pela da Abrasel, com apoio do Governo do Estado e do Sebrae/AP. Como acontece desde que a premiação foi criada, a Sorveteria Santa Clara foi escolhida a melhor do Estado quando o assunto é sorvete/gelato.

O Prêmio reconhece os melhores empreendimentos amapaenses do setor alimentício fora do lar, de forma meritocrática, séria e justa os negócios gastronômicos em diversos segmentos que receberam serviços de destaque nos últimos 12 meses. Os estabelecimentos foram julgados por críticos gastronômicos.

O resultado do Prêmio valida o que já sabíamos, a Sorveteria mais icônica do meio do mundo segue no topo do ramo. Com 16 anos de tradição, a Santa Clara conquistou não somente prêmios, mas o coração de seus clientes com sabores únicos e inesquecíveis. Ela se mantém como uma escolha perfeita para quem busca uma experiência de memórias e afetividade.

Quem vem à capital amapaense, tem que ir em uma das lojas (apesar de eu preferir a do Santa Rita mesmo, por ser a mais bonita de todas da franquia) e provar um de seus sabores, para fazer valer a viagem até aqui. Pois a sorveteria Santa Clara é um ponto de referência na cidade quando se trata de sorvetes artesanais de alta qualidade.

Com ingredientes tradicionais e diferenciados, a clientela que desfruta dos sabores únicos que a Santa Clara oferta, referenda a escolha da sorveteria como a melhor do Estado. Aliás, a franquia também faz sucesso em Belém (PA).

Todo esse sucesso é graças à competência e entrega dos sócios da Santa Clara, Lú Albuquerque e Ralph Matias, apaixonados pela Sorveteria e por tudo que ela representa.

Apesar do sorvete/gelato espetacular, a recepção e atendimento nas lojas Santa Clara são sempre calorosos. Como o próprio slogan da sorveteria diz: “feito aqui, feito a mão, feito para mundo”. É exatamente isso.

Parabéns à Santa Clara por ser nove vezes reconhecida como a melhor sorveteria daqui. Torcemos ainda mais sucesso!

Elton Tavares

Jornalista José Menezes gira a roda da vida. Feliz aniversário, brother!

Com o aniversariante do dia.

Sempre digo que o jornalismo me trouxe muitos amigos. Alguns inimigos também, mas isso faz parte. Também costumo dizer que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste vigésimo terceiro dia de março, gira a roda da vida o amigo José Menezes. O “Zé Menê” ou “JoZeca”, é um desses grandes caras que essa profissão me fez ter consideramento e por isso lhe rendo homenagens.

JoZeca é meu colega de trabalho na Secretaria de Comunicação do Tribunal de Justiça do Amapá. Ele e o também velha guarda e igualmente brother, Ricardo Medeiros, formam uma dupla imbatível na apresentação da Judicirádio, rádio web do TJAP.

Eu, Berna, Zoseca e Mamed – Trampo e amizade.

Profissional rodado, ele foi repórter, redator e apresentador de vários telejornais locais, em diversas emissoras. Também atuou em jornais impressos e assessorias de imprensa. Em 2011, trabalhei com o Zé Menê na Comunicação do Governo do Amapá.

Menezes é talentoso e experiente profissional (com décadas de carreira), mas também um pai e avô amoroso e dedicado. Ah, e amigo dos amigos, pois é um cara prestativo e uma figuraça, de tão engraçado e espirituoso.

José Menezes e Ricardo Medeiros, a melhor dupla de apresentadores do Amapá.

Em resumo, José é um amigo batalhador, trabalhador, inteligente e mestre em tirar sarro de tudo, de todos e até dele mesmo. A gente sempre ri com o cara e do cara (até quando a nossa irmã de vida e chefona, Berna, tira o nosso couro de tanto trampo).

Ah, ele é um excelente imitador. É cômico demais quando o sacana começa a “arremedar” falas e trejeitos de amigos ou figuras públicas. A gente se diverte com o “Latrel”.

Ao longo de mais de uma década após nos conhecermos, construímos uma amizade bacana, com muito respeito e parceria. Reforço que tenho respeito e muito consideramento pelo Jozeca, pois é um mano demais paidégua!

Jozeca, tenhas acima de tudo, SAÚDE, pra gente voltar a molhar a palavra. Que teu novo ciclo seja ainda mais feliz, produtivo e iluminado. Que sigas pisando firme e de cabeça erguida em busca dos teus objetivos, sempre com esse sorrisão e alto astral contagiante, além de paciência invejável, senso de solidariedade e coragem. Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. Que a Força sempre esteja contigo. E que tua vida seja longa, repleta de momentos porretas. Você merece. Parabéns pelo seu dia. Feliz aniversário!

Elton Tavares

É, eu gosto! – Crônica de Elton Tavares – (do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bençãos e Canalhices Diárias”)

Ilustração de Ronaldo Rony

Eu gosto de fotografar, de beber com os amigos e de ser jornalista (talvez, um dia, um bom). Gosto de estar com minha família, do meu trabalho e de Rock And Roll. Eu gosto de café, mas só durante o trabalho, enquanto escrevo. Gosto de sorvete de tapioca, de cerveja gelada e da comida que minha mãe faz. Também gosto de comer besteira (o que me engorda e depois dá um arrependimentozinho).

Gosto de sorrisos e de gente educada. Eu gosto de gente engraçada. Gosto de bater papo com os amigos sobre música, política e rir das loucuras que a religião (todas elas) promove. Eu gosto de chuva e de frio. Gosto de futebol. Gosto dos golaços e da vibração da torcida.

Gosto de ir ao cinema, de ler livros e de jogar videogame. Gosto de rever amigos, mas somente os de verdade e de gente maluca. E gosto de Macapá, minha cidade.

Eu gosto de ser estranho, desconfiado, briguento e muitas vezes intransigente.

Sim, confesso que gosto.

Gosto de viajar, de pirar e alegrar. Gosto de dizer o que sinto. Às vezes, também gosto de provocar. Mesmo que tudo isso seja um estranho gostar.

Gosto de encontros casuais, de trilhas sonoras e de dar parabéns. Gosto de ver o Flamengo ganhar, meu irmão chegar e ver quem amo sorrir. Também gosto de Samba e do Carnaval. Gosto de ouvir o velho Chico Buarque cantar – ah, como eu gosto!

Eu gosto de explicar, empolgar, apostar, sonhar, amar, de fazer valer e de botar pra quebrar. Ah, eu gosto de tanta coisa legal e outras nem tão legais. Difícil de enumerar.

Eu gosto de ler textos bem escritos, de gols de fora da área, de riffs de guitarra bem tocados, de humor negro e do respeito dos que me cercam.

Gosto de me trancar no quarto e pensar sobre a vida. Gosto quando escrevo algo que alguém gosta. Gosto mais ainda quando dizem que gostaram.

Eu gosto também de escrever algo meio sem sentido para a maioria como este texto. Eu gosto mesmo é de ser feliz de verdade, não somente pensar em ser assim. Gosto de acreditar. Como aqui exemplifico, gosto de devanear, de exprimir, de demonstrar e extravasar.

Pois é, são coisas que gosto de gostar. É isso.

Ilustração de Ronaldo Rony

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020.

A diferença entre amigos e chegados – Crônica de Elton Tavares – (Do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”)

Aprendi a ter amigos longevos. Mas para isso, de vez em quando, é preciso dar um tempo deles. Pois mesmo os bons companheiros, precisam de uma pausa no convívio. Noutros casos, existem aqueles chegados otários que todo mundo tem, que a gente convive em um determinado grupo social, mas que a gente nem curte, só atura.

Como dizia meu avô, é preciso ser água, que passa por entre as pedras no caminho. Sim, sigo neste aprendizado. Hoje em dia, brigo menos e ignoro mais. Aliás, eu, você ou qualquer um pode ser aquele amigo antipático de alguém, na opinião de terceiros.

Quem me conhece, sabe: tenho palavra. E odeio papo furado. Tento manter uma boa relação com todos, mas não gosto de blá, blá, blá, leva e traz e coisas do tipo.

Outros, que se dizem amigos, mas não passam de parceiros de birita ou algo assim, devem ser tratados como tal. Aprendi também que parcerias de ocasião também são formas de consideração, algo menos visceral, mas não deixa de ser.

Entre estes “chegados”, tem muito nego que precisa inventar que é foda. Estes mentem e tentam diminuir os outros para se auto afirmarem. E é o pior tipo, pois se acham safos, mas são otários. Suas personalidades são mutáveis e suas palavras um risco na água.

Muitos que você pensou ser ou foram amigos no passado, tornaram-se chegados. Entre estes, no ápice da babaquice, ACHAM que fazem de você “Pateta” e elegem a si próprios como Mickeys. Ledo engano. Na maioria das vezes, só têm inveja de ti. Dá pra aturar, só não dou muita confiança.

Tenho amigos que quero sempre junto a mim, eles energizam o ambiente. Amizade é um bem precioso, portanto, cuide daqueles que lhes são caros. Mas somente os que são amigos de mão dupla, pois a reciprocidade é fundamental.

Elton Tavares

*Do livro “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, lançado em setembro de 2020.

Jornalista e engenheiro, Elder de Abreu, gira a roda da vida. Feliz aniversário, brother!

Sempre digo que o jornalismo me trouxe muitos amigos. Alguns inimigos também, mas isso faz parte. Também costumo dizer gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste vigésimo segundo dia de março, gira a roda da vida o amigo Elder de Abreu. Um desses grandes caras que essa profissão me fez ter consideramento e por isso lhe rendo homenagens.

Elder é jornalista e engenheiro, pai dedicado, irmão da Arica e da Érica, assessor de comunicação, revisor detalhista, amante de futebol e Rock and Roll, flamenguista em tempo integral e grande sacana. Muito mais que um colega de profissão, um brother querido.

Trabalhei com Elder de Abreu em 2010 e voltei a trampar com o cara em 2012. Trata-se excelente repórter, com passagens por várias redações de jornais e vasta experiência em assessoria de imprensa. Um cara que sabe escrever como poucos. Enfim, um ótimo profissional.

Ele possui uma malandragem caricata, apesar do Sal insistir que ele é prego (mas o Sal também gosta muito do Abreu), sacadas diferenciadas e paideguice peculiar. Elder é um cara porreta, inteligente, espirituoso e gente fina, apesar do seu péssimo gosto para compadres (risos). Bom mesmo é quando encontro o sacana pra tomar umas. Dono de um papo sempre da melhor qualidade, o cara alegra rodadas de birita.

O cara também me deu uma moral e foi na noite de autógrafos do meu livro, em 2020, quando a pandemia deu uma trégua. Fiquei feliz por ele ter ido. Muito feliz mesmo!

Em resumo, Elder de Abreu é um homem de bem, um jornalista foda, um cara de caráter e um amigo queridão. Tomar umas cervas com ele é certeza de leveza, diversão e risos. Este texto é somente pra registrar o apreço que tenho por ele.

Abreu (ou “Costa de Jeju”, como Sal o chama), mano velho, que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa garra, sabedoria, coragem e talento em tudo que te propões a fazer. Que a Força esteja contigo. Saúde e sucesso, sempre, amigo. Parabéns pelo teu dia, querido amigo. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Meu céu – Crônica de Elton Tavares – Do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”

Pois é. Escrevi uma crônica sobre como seria o meu “Inferno”. Hoje vou falar/escrever um pouco de como seria o meu céu. Não sei se baterei na porta do céu como Bob Dylan. Nem se vou achar o lugar igualzinho ao paraíso, como sugeriu o The Cure, mas estou atrás da “Stairway To Heaven” do Led Zeppelin. Só não vale ter “Tears In Heaven”, do Eric Clapton. Mas vamos lá:

Meu céu é em algum lugar além do arco-íris, bem lá no alto. Bom, lá, ao chegar ao meu recanto celestial, eu falaria logo com ELE, sim, Deus ou seja lá qual for o nome dele (God; Dieu; Gott; Adat; Godt; Alah; Dova; Dios; Toos; Shin; Hakk; Amon; Morgan Freeman ou simplesmente “papai do céu”) e minha hora já estaria marcada.

Ah, não seria qualquer deusinho caça-níqueis (ou dízimos) não. Seria o Deus de Spinoza, que como disse Einstein: “se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.

Após este importante papo com o manda chuva do paraíso (tá, quem manda chuva mesmo é o seu assessor, São Pedro, mas eu quis dizer mesmo é do chefão celestial), daria um rolé e encontraria todos os meus amores que já viraram saudade. Ah, como seria sensacional esse reencontro!

Bom, meu céu é todo refrigerado e chove. Chove muito, mas nunca inunda as vielas do paraíso e nem desabriga ninguém por lá. Ah, abaixo dele chove canivetes nos filhos da puta (que não são poucos) que encontrei durante a jornada pré-celestial. Óquei, pode soar meio lunático, mas é o meu céu, porra!

No meu céu não tem papo furado, como no capítulo 22, versículo 15, do livro de Apocalipse. Lá entrarão impuros sim ou seria uma baita hipocrisia EU estar neste céu. No meu céu não toca brega, pagode e sertanejo sem parar, afinal, isso é coisa do inferno. Ah, no meu céu não entra corrupto, pastor explorador, padre pedófilo ou escroques de toda ordem, esses tão lá no meu inferno e eu ainda teria o direito de cobri-los de porrada!

No meu céu as pessoas se respeitam, não tentam a todo o momento tirar vantagens do outro. No meu céu, serviços prestados são pagos na hora, chefes são justos e não rola fofoca. Lá não tem puxa-sacos, apadrinhados ou seres infetéticos desse naipe que a gente, infernalmente, convive na terra diariamente.

No meu céu tem churrasco, pizza, sanduba, entre outras comidas deliciosas e que nunca, nunca mesmo, nos engordam (pois é infernal o preconceito fitness). Lá também não sentimos ressaca. No meu céu tem show de rock o tempo todo, com todos os monstros sagrados que já embarcaram no rabo do foguete e a gente curte pela eternidade.

Lá no meu plano celestial não existe a patrulha do politicamente correto, nem gente falsa, invejosa, amarga, e, muito menos, incompetentes. Se tá no céu, se garante, pô!

Não imagino o céu como um grande gramado onde todo mundo usa branco, ou um local anuviado onde anjos tocam trombetas e harpas. Não, o céu, se é que ele existe (pois já que o inferno é aqui, o céu também é) trata-se de um local aprazível para cada visão ímpar de paraíso, de acordo com nossas percepções e escolhas. Bom, chega de ficar com a cabeça nas nuvens. Uma excelente semana para todos nós!

“Eu acho que há muitos céus, um céu para cada um. O meu céu não é igual ao seu. Porque céu é o lugar de reencontro com as coisas que a gente ama e o tempo nos roubou. No céu está guardado tudo aquilo que a memória amou…” – escritor Rubem Alves (que já foi para o céu).

Elton Tavares (que graças à Deus, tem uma sorte dos diabos).

*Do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”.

Meu inferno – Crônica de Elton Tavares – Do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”

Acho que se existir inferno, coisa que duvido muito, cada alma pecadora tem um desses locais de pagamento de dívidas de acordo com suas ojerizas. Nada como no clássico da literatura “A Divina Comédia”, o inferno do escritor italiano Dante Alighieri, que escreveu sobre os nove andares até a casa do “Coisa Ruim”.

Quem nunca imaginou como seria o Inferno? Como seríamos castigados por nossos pecados? Volto a dizer, pra mim o inferno é aqui mesmo. Mas vou pontuar algumas coisas que teriam no meu, se ele está mesmo a minha espera.

Bom, meu inferno deve ser quente. Não tô falando das labaredas eternas com o Coisa Ruim me açoitando pela eternidade. Não. Esse é o inferno mitológico e ampliado da imaginação religiosa. Falo de calor mesmo, tipo Macapá de agosto a dezembro, com quase 40° de temperatura (a sensação térmica sempre ultrapassa isso no couro da gente) e sem ar-condicionado.

Neste inferno, todo mundo é fitness, come coisas saudáveis e é politicamente correto. Meu inferno tem gente falsa, invejosa, amarga, que destila veneno por trás de sorrisos. Ah, meu inferno tem incompetentes, puxa-sacos, gente de costa quente que conta do padrinho que o indicou. E pior, neste inferno sou obrigado a conviver com elas diariamente.

No meu inferno tem gente que atrasa, que me deixa esperando por horas. Ah, lá tem caloteiros e enrolões, daqueles que demoram a pagar serviço prestado por várias razões inventadas.

Neste inferno moldado a mim tem parente pedinchão, “amigo” aproveitador, filas e mais filas para tudo. Tem também muita etiqueta e formalidades hipócritas. E também todo tipo de “ajuda” com segundas intenções. De “boas intenções” o inferno tá cheio.

Neste lugar horrendo só vivo para trabalhar, estou sempre sem dinheiro, sem sexo, sem internet e sem cerveja. Nó máximo Kaiser, aquela cerva infernal de ruim. No meu inferno toca brega, pagode e sertanejo sem parar.

Eu sei, leitor, que devo agora estar lhe aborrecendo. Mas perdoe-me, esta alma é chata e sentimental. Às vezes vivemos infernos mesmo no cotidiano, pois vira e mexe essas coisas aí rolam. Por isso dizem que o inferno é aqui. Ou como explicou o filósofo francês Jean-Paul Sartre, na obra “O Ser e o nada”: o inferno são os outros. É por aí mesmo.

Ainda bem que tenho uma sorte dos diabos e Deus é meu brother, pois consegue me livrar dos perigos destes possíveis infernos cotidianos e nunca fará com que tudo isso descrito acima ocorra por toda a eternidade. No máximo, de vez em quando, para que eu pague meus pecadinhos neste plano (risos).

Este seria mais ou menos o MEU inferno. Como seria o seu?

Elton Tavares (que graças à Deus, tem uma sorte dos diabos).

*Do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”.

Hoje é o Dia do blogueiro (já fui blogueiro, hoje edito este site, mas “viva nós!”)

Hoje, 20 de março, é o Dia do Blogueiro. A data foi escolhida em 2004, pela Blogueira CarmenC do blog No Armário da Ca (a página eletrônica não existe mais), isso num tempo em que levar um blog como profissão ainda era um ofício tido como brincadeira (apesar de muitos pensarem assim ainda hoje). A escolha foi baseada na mudança de estação, como uma sugestão para que a ideia sobrevivesse com o tempo.

Quando perguntam qual a minha profissão, digo que sou jornalista, assessor de comunicação, editor deste site e escritor. E acredito mesmo ser um bom profissional. Mas fui blogueiro por anos.

Nesta página, que antes foi um blog por cinco anos, gosto de divulgar cinema, teatro, poesia, atrações musicais, arte, enfim, cultura e todas as suas vertentes. Além de informações relevantes para a sociedade onde vivo, no caso minha Macapá e meu Estado. Ou seja, serei um eterno blogueiro.

O importante é que os nós – jornalistas profissionais, editores de sites e blogueiros – agilizamos a velocidade da notícia e a divulgação da cultura. Claro que é preciso ter responsabilidade e checar sempre a veracidade da fonte, pois não faltam disseminadores de boatos e mentiras, no afã de agradar o chefe ou dar a notícia em primeira mão.

Adoro escrever sobre tudo. Aqui dou o meu pitaco, afinal, a bola é minha, mas sempre com responsa. Ser blogueiro é partilhar experiências, divulgar, elogiar, criticar e emitir opinião, dar e receber conhecimento ou até mesmo bobagens legais.

Certa vez, escutei de um colega jornalista: “no meu ponto de vista, blogueiro é uma pessoa que quer ser famosa”. Não se trata disso, esse abestado nem sabe escrever direito…

O De Rocha é um espaço para opinião, divulgação de eventos, fomentação de cultura e entretenimento. E, se possível, de uso comercial também. Aliás, sou compulsivo em atualizar minha página. Não à toa, hoje também é o Dia do Contador de Histórias. Apropriado!

Portanto, quando gostarem de algum texto ou acharem uma merda, concordarem ou discordarem, comentem, curtam, compartilhem! É isso que dá gás para escrevermos.

Meu muito obrigado aos três mil e tantos leitores que todos os dias acessam este site. Valeu, mesmo!

Ah, um feliz Dia do Blogueiro aos que sabem a luta que é manter uma página atualizada. Parabéns aos meus colaboradores, companheiros que ajudam o De Rocha com poemas, fotos, revisões, causos e etcétera. Obrigado e viva nós!

Elton Tavares

*Só uma coisinha, essa sessão “Datas Curiosas” deste site incomoda alguns, que chegaram a reclamar de tais registros. Ainda bem que todo dia é dia de alguma profissão, atividade ou brincadeira. Acreditem, tem gente que não gosta. Mas são somente os amarguinhos que encontramos pela vida.

 

Absurdo contra o patrimônio histórico cultural do Amapá: mais uma vez, sugerem a substituição da imagem de São José de Macapá – Por Elton Tavares

São José de Macapá, em cima da Pedra do Guindaste – Foto: Márcia do Carmo

Hoje é o Dia de São José, como já dito e redito aqui no site. Lembrei que, semana passada, ao escutar uma rádio local, o apresentador sugeriu ao Poder Público a substituição da imagem do padroeiro do Estado por uma novisca. O locutor falou na cara dura que a estátua “está velha e deteriorada”. Que, por isso, precisa ser trocada.

A falta de consciência de um comunicador com o patrimônio histórico cultural do nosso Estado seria triste se fosse obra de alguém sem estudo, mas o radialista, amapaense experiente na área, dar um papo desses é no mínimo burrice. Pois é revoltante e mostra a total falta de bom senso do cara.

São José de Macapá, em cima da Pedra do Guindaste – Foto: Manoel Raimundo Fonseca

Essa mesma merda foi sugerida em 2017, quando fizeram uma imagem porreta que hoje fica no Parque do Forte, mas ainda bem que desistiram da ideia. Como disse o amigo poeta Luiz Jorge Ferreira: “Daqui há pouco, aparece um herói com a ideia de construir uma Fortaleza de São José mais moderna” (risos).

A imagem de São José está de pé, em frente à cidade de Macapá e de costas para a capital amapaense ao lado do Trapiche Eliezer Levy, no Rio Amazonas, desde o final dos anos 60, quando foi esculpida e colocada no local. E, após um acidente, em 1973, quando uma embarcação colidiu com o Monumento Pedra do Guindaste, foi recolocada no pedestal de concreto que está até hoje. A estátua não é somente religiosa, já que o santo é padroeiro do Amapá, mas é parte da memória e história amapaense.

São José de Macapá, em cima da Pedra do Guindaste – Foto: Floriano Lima

Trata-se de uma obra de arte do escultor português Antônio Pereira da Costa e precisa sim, de restauro. Não de substituição, como sugeriu, de forma errônea, o comunicador.

As palavras do comunicador ecoaram como pedras lançadas contra a história e a sensibilidade do povo. O cara somente revelou sua ignorância atroz sobre a preservação do patrimônio histórico-cultural de um marco indelével da identidade de Macapá. Eu até tinha respeito pelo radialista, mas não depois dessa afronta à memória amapaense, prefiro manter a distância, pois em um bate-papo, lhe encheria de sebadas sobre o tema.

São José de Macapá, em cima da Pedra do Guindaste – Foto: Márcia do Carmo

A imagem de São José, com suas rachaduras, falta do nariz e demais desgastes do tempo, precisa de restauração e cuidado. Mas é fundamental preservarmos aquilo que nos conecta às nossas raízes. Sugerir sua substituição é, não apenas um ato de desrespeito, mas também uma negação da própria história que nos define como povo.

É urgente que TODOS compreendamos a importância de proteger e preservar nosso patrimônio cultural, pois ele é o fio condutor que nos liga ao passado e nos guia em direção ao futuro.

São José de Macapá, em cima da Pedra do Guindaste – Foto: Floriano Lima

Que as palavras levianas do personagem infeliz dessa crônica/crítica sirvam, não como um eco de insensatez, mas como um chamado à reflexão e à ação em prol da salvaguarda da identidade de um povo e sua concepção de ‘cultura’, primordial para a formação da sociedade.

Talvez precisemos sim de substituições, mas de alguns comunicadores, por estes estarem com suas visões de mundo, percepções do que é correto baseados em seus achismos, o que os faz disparar sandices sem nenhum conhecimento sobre os temas que abordam de forma pávula e asna.

São José de Macapá, em cima da Pedra do Guindaste – Foto: Manoel Raimundo Fonseca

Que São José, lá do alto da Pedra do Guindaste, continue a nos abençoar com sua presença silenciosa, lembrando-nos sempre da nossa responsabilidade para com a nossa história. Pois parte da construção histórica do amapaense seria descaracterizar uma parte daquilo que temos como memória, elemento agregador (fundamental!) da cultura.

Elton Tavares