Sobre domingos de quando eu era moleque – Por Elton Tavares

Quando eu era moleque, nas manhãs de domingo, acordava com a MPB rolando no toca-discos de vinil, meu pai já tomando uma e minha mãe cozinhava (isso quando não íamos comer fora). O cheiro porreta da broca já exalava na casa. Meu irmão ainda tava na parte de cima do beliche, desmaiado. Eu o acordava pra começarmos a brincar, azucrinar e dominar o mundo.

Papai, sempre carinhoso, nos abraçava e cheirava. Mamãe, também amorosa, mas mais comedida, dava um beijo em cada um dos moleques. Uma vida vivida no amor. É assim até hoje, mas sem o velho Zé Penha. Que saudades!

“Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez” – Trecho do poema “Filtro Solar”.

Elton Tavares

Pedro Aurélio Tavares gira a roda da vida. Feliz aniversário, tio!

Com o tio Pedro, um cara PHoda!

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Hoje, meu tio Pedro Aurélio, gira a roda da vida. Trata-se de, além do laço sanguíneo/parentesco direto, trata-se de um amigo.

Pedro Aurélio é um cara de gênio forte, super sincero, teimoso, entre outras qualidades e defeitos peculiares deste figura que hoje completa 71 anos. Sou igual a ele. Às vezes, fico muito puto com o tio e ele comigo. Mas graças a Deus, o “encaralhamento” passa e seguimos amigos. Vez ou outra, a gente discorda, de novo, mas é assim mesmo. Afinal, nos amamos.

Lúcia (esposa do tio), eu, Bruna e Pedro – Encontros felizes

Já contei e falo novamente: deixei de ser um moleque doido, nos tornamos amigos. Ele me ajudou algumas vezes. Sou grato por isso e o papo com o tio é sempre muito pai d’égua.

Pai de quatro filhos, avô de um lindo casal, marido da Lúcia, administrador de empresas, bacharel em Direito, maçom (foi venerável mestre), fazendeiro e conselheiro substituto do Tribunal de Contas do Estado (TCE/AP), Pedro Aurélio é um cara que admiro muito meu tio por ele ser quem é.

“…E a gente vai tomando que também sem a cachaça Ninguém segura esse rojão…

Se gostar de você, é um puta dum amigo. Um cara Phoda mesmo! Se não der valor em ti, é encrenca certa. Após sete décadas de existência, ele segue forte defensor de suas opiniões. Nem sempre certas, claro.

Há alguns anos, sofreu um acidente muito sério e quase embarca para outra jurisdição. Ainda bem que não fez a “subida tridimensional”, como diz nosso amigo Fernando Canto, e continua nesta jornada conosco.

Tio é um cara que me apoia, me aconselha, me defende e, se preciso, me esculhamba. Sou grato pela sua amizade. Pedro Aurélio é um cara que marca presença. Tem coragem e atitude. Ele é um homem inteligente, astuto, experiente, combativo, leal e honesto. É uma das pessoas que tenho orgulho de ter o mesmo sobrenome, o mesmo sangue, de ser do mesmo clã.

Pedro Aurélio entre eu e meu irmão, Emerson.

Pedrão, que nossos encontros sejam como sempre foram, com muito mais motivos para sorrirmos, cheios de histórias para contar e um copo pra brindar, porque nossa vida só tem sentindo se a amizade e amor estiverem em nós.

Tio, que tenhas sempre saúde, mais sucesso (se é que isso é possível), paz de espírito e paideguices que aqueçam teu coração. Que vivas mais umas décadas, pra gente seguir a brindar na jornada. Tenho sorte de ser teu sobrinho e mais ainda de te ter como amigo. Graças a Deus tua existência orbita a minha. Te amo. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Jornalista Marcelo Guido gira a roda da vida. Feliz aniversário, amigo! – @Guidohardcore

 

Com o mano Marcelo Guido, no passado.

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Quem roda a roda da vida neste décimo dia de abril é o querido Marcelo Guido e lhe rendo homenagens.

É o 44ª abril do Guido. Um cara fiel aos seus ideais e suas pessoas. Ele é pai da Lanna e Bento, jornalista e radialista, ateu (daqueles chatos) ex-blogueiro, vascaíno calejado (com muito amor por esse time e resignado pelo sofrimento), remista, colaborador deste site (onde assina a sessão “Discos que Formaram o meu caráter” e escreve crônicas sobre futebol), amante de rock and roll e futebol, fã nº 1 dos Ramones.

Eu, o escritor Fernando Canto e Marcelo Guido

De uns anos pra cá, o Guido trabalha na Rádio Difusora de Macapá como repórter, apresentador e comentarista esportivo de vários programas. Fico feliz por vê-lo feliz profissionalmente.

Marcelo vive como quer, nos seus próprios termos. Quando a gente se encontra, fazemos piada de tudo, de todos e até da gente mesmo. Aliás, podemos ficar até um tempinho sem nos encontrarmos, mas quando rola, é sempre festa.

Marcelo é um baita cara porreta. Um irmão de vida e parceiro de doidices. Apesar de ele não acreditar em Deus, se não fosse ELE, nem eu e nem Guido estaríamos vivos, de tanto que a gente aprontou nessa vida.

Com Marcelo, na cobertura de pautas

O papel mais Phoda desempenhado pelo Guido é o de pai. É lindo ver como ele fala e age com seus filhos. A gente era nó-cego, mas nos tornamos caras legais. Faz tempo que não quebramos ninguém na porrada – e nem estamos com saudades disso (risos).

Volto a dizer: o Guido é uma força da natureza. Se gostar de você, é um puta de um amigo. Um cara Phoda mesmo! Se não der valor em ti, é encrenca certa. Com os parceiros, é um malandro engraçado e 100%. Além de forte defensor de suas opiniões. A gente segue a jornada da vida junto, na ajuda mútua e com muito humor ácido, paixão pelo underground e brodagem. E sem perder a ternura.

No trampo com o Guido.

Guido, obrigado por aturar minhas “eltontavarisses” (termo inventado por ele para minhas frescuras e etecéteras). Tu és um cara que posso contar para qualquer coisa. Aqui é na reciprocidade sempre, tu saaaabes. Que teu novo ciclo seja ainda mais porreta. Que tu tenhas sempre saúde e sucesso junto aos seus amores. Te amo, manão! Parabéns pelo teu dia e feliz aniversário!

Elton Tavares

Há 26 anos, morreu meu pai, Zé Penha Tavares (o meu herói)

Meu pai, Zé Penha. Um cara sensacional!

Um discurso que sempre pautou a minha vida foi o amor pela minha família. Há exatos 26 anos, em uma manhã de segunda-feira cinzenta, no Hospital São Camilo, morreu José Penha Tavares, o meu pai. O meu herói. Já que “Recordar, do latim Re-cordis, significa ‘passar pelo coração”, como li em um livro de Eduardo Galeano e dito também em outro texto pelo amigo Fernando Canto, passo pelo meu essas memórias.

Filho de João Espíndola Tavares e Perolina Penha Tavares, nasceu no município de Mazagão, em 1950, de onde veio o casal. Era o primogênito de cinco filhos.

Ele começou a trabalhar aos 14 anos, aos 20 foi morar em Belém (PA), sempre conseguiu administrar diversão e responsa, com alguns vacilos é claro, mas quem não os comete? Na verdade, papai nunca se prendeu ao dinheiro, nunca foi ambicioso. Mas isso não diminui o grande homem que ele foi.

Após o seu falecimento, li no jornal da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), onde ele trabalhava: “Feliz, brincalhão, sempre educado e querido por todos. Tinha a pavulagem de só querer menina bonita a seu lado, seja em casa ou entre amigos, mas quem se atreve a culpá-lo por este extremo defeito?”.

Zé Penha pode não ter sido um marido exemplar, mas com certeza foi um grande pai. Cansou de fazer “das tripas coração” para os filhos terem uma boa educação, as melhores roupas e bons brinquedos. Quando nos tornamos adolescentes, nos mostrou que deveríamos viver o lado bom da vida, sacar o melhor das pessoas, dizia que todos temos defeitos e virtudes, mas que devíamos aprender a dividir tais peculiaridades.

Papai e mamãe, em 1990.

Penha não gostava de se envolver em política. Ele gostava mesmo era de viver, viver tudo ao mesmo tempo. Família, amigos, noitadas, era um “bom vivant” nato. Tinha amigos em todas as classes sociais, a pessoa poderia ser rica ou pobre, inteligente ou idiota, branca ou preto, mulher ou homem, hétero ou homo, não importava, ele tratava os outros com respeito. Aquele cara era extraordinário!

Esportista, foi goleiro amador dos clubes São José e Ypiranga, dos times do Banco da Amazônia (BASA) e Companhia de eletricidade do Amapá (CEA) e tantos outros, das incontáveis peladas.

Atravessamos tempestades juntos, o divórcio, as mortes do Itacimar Simões, seu melhor amigo e do seu pai, João Espíndola, com muito apoio mútuo. Sempre com uma relação de amizade extrema. Ele nos ensinou a valorizar a vida, vivê-la intensamente sem nos preocuparmos com coisas menores a não ser com as pessoas que amamos. Sempre amigo, presente, amoroso, atencioso e brincalhão.

Com ele aprendi muito sobre cultura, comportamento, filosofia de vida, e aprendi que para ser bom, não era necessário ser religioso. “Se você não pode ajudar, não atrapalhe, não faço mal a ninguém” – Dizia ele.

Zé Penha, com as mãos nos ombros da Clara (sua namorada na época), eu (em pé com a mão no ombro do meu irmão) e Emerson. 1997.

Acredito que quem vive rápido e intensamente, acaba indo embora cedo. Ele não costumava cuidar muito da própria saúde, o câncer de pulmão (papai era fumante desde os 13 anos) o matou, em poucos meses, da descoberta ao “embarque para Cayenne”, como ele mesmo brincava.

Serei eternamente grato a todos que ajudaram de alguma forma naqueles dias difíceis, com destaque para Clara Santos, sua namorada, que segurou a onda até o fim. E, é claro, minha família. Sempre que a saudade bate mais forte, eu converso com ele, pois acredito que as pessoas morrem, mas nunca em nossos corações.

Meu pai, Zé Penha. Um cara sensacional!

José Penha Tavares foi muito mais de que pai, foi um grande amigo. Nosso amor vem das vidas passadas, atravessou esta e com certeza a próxima. Ele costumava dizer: “Elton, se eu lhe aviso sobre os perigos da vida, é porque já aconteceu comigo ou vi acontecer com alguém”.

Meu mais que maravilhoso irmão, Emerson Tavares, disse: “papai nos ensinou o segredo da vida: ser gente boa e companheiro com os que nos são caros (família e amigos)”. Sempre nos espelhamos nele. Para mim é um elogio quando falam que tenho o jeito dele, pois o Zé Penha foi um homem admirável, um verdadeiro ser humano!

Quem já passou por essa vida e não viveu, Pode ser mais, mas sabe menos do que eu”. A frase é do poeta Vinícius de Moraes. Ela define bem o meu pai, que passou rápido e intensamente por essa vida.

Queria que o Zé Penha tivesse vivido pra ver a Maitê, pra sacar que consegui me encontrar e ser um bom profissional, pra ver o grande cara que o Emerson se tornou. Enfim, pra tanta coisa legal. Também faço minhas as palavras do escritor Paulo Leminski: “haja hoje para tanto ontem”.

Ao Penha, dedico este texto, minha profunda gratidão e amor eterno. Até a próxima vez, papai!

Obs: não tem um dia na vida que eu não fale ou lembre do meu pai. Este texto é adequado e republicado todo ano nesta data e assim será enquanto eu sentir saudade. E essa saudade, queridos leitores, nunca passa!

Elton Tavares

Publicitário Antonio Costa gira a roda da vida. Feliz aniversário, Tonho! @tonhocos

Com Tonho, o aniversariante gente boa.

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. É o caso do publicitário Antonio Costa, que gira a roda da vida neste vigésimo sétimo dia de março. Além de meu primo postiço, ele é gente boa e brother. E por isso, lhe rendo homenagens!

O “Tonho” é o marido apaixonado e amoroso da minha prima Jamila Tavares. E um filho, irmão, tio e dedicado aos seus afetos. Trata-se de um cara inteligente pra caramba, religioso, amante de cachorrinhos zolhudos (casal de pets Léia e Darth), além de viajante do mundo e bicolor fervoroso.

Antônio, Jamila, Bruna e eu – Macapá – 2023

Também é o maior conhecedor da saga Star Wars, de George Lucas, da qual também sou muito fã. Além de tudo, ainda toca bateria. Poucos sabem, mas descobri logo que o vi que é um Sith disfarçado de Jedi. Mas com aquele jeitão que gostamos do lado negro da Força. Em resumo, esse bicho é culto, viajado, manja de uma porrada de coisas firmes e dou muito valor em bater papo com ele, pois é.

O cara mora em Belém (PA) e, sempre que vou lá, tento sair com ele e Jamila. Todas as vezes é um encontro regado a chopp ou vinho do bom, comida legal e papo pai d’égua. Espero que façamos isso logo, pois da última vez que fui até a capital paraense, não deu a repetir essa controada firme.

Eu, Bruna, Antônio e Jamila – Belém – 2023

Tá, tudo bem que ele é gabola às vezes. Também mete umas bicudas no meio da conversa vez ou outra, ok. E ainda diz que foi um grande baterista. Tudo beleza, mas dou demais valor nesse sacana.

De um ano pra cá, sempre que precisei do amigo/primo, ele chegou como o Gandalf ao amanhecer para salvar Aragorn (piada interna, mas Tonho sabe do que falo). Serei sempre grato, mano velho!

Grande primo e brother. Saúde e felicidades, cara!

Como dito acima, além de meu primo postiço, és um amigo querido. Além disso, somos compadres, pois tive a honra de ser um dos 250 padrinhos de casamento dele e da Jamila (tô brincando, mas pensem num casal apadrinhado). Aliás, sempre digo: foi o melhor casório que fui na vida.

Em resumo, Tonho é um cara tenaz, sagaz, de humor ácido e demais inteligente. Um sith na essência, mas jedi com seus afetos. Um cara por quem tenho apreço, admiração, consideramento e respeito (claro que tiro mó onda com a cara dele, mas isso faz parte das minhas relações de amizade).

Tonho, dou valor no senhor. Que teu novo ciclo seja ainda mais firmeza. Que sigas com sabedoria, com doses exageradas de equilíbrio e a coragem para seguir pisando forte em busca de seus objetivos. Fico feliz pelo seu ano novo particular, pois tu és porreta! Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. Que a Força esteja contigo. Saúde e sucesso, sempre. Parabéns pelo teu dia, primo. Feliz aniversário!

Elton Tavares (mas também falo/escrevo pela Bruna Cereja, pois ela também adora você, Tonho).

Pedro Aurélio Júnior (DJ J Doppler) gira a roda da vida. Feliz aniversário, primo/irmão! – @P_Aureli0

Eu, Bruna e Pedro, em uma das apresentações dele.

Hoje é o dia do DJ J Doppler, que para mim sempre será o Pedro Aurélio Júnior, meu primo querido, meu irmão caçula e sempre parceiro. Pois é, sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste segundo dia de março, o cara gira a roda da vida e chega aos 29 anos. E por isso, lhe rendo homenagens.

Conhecido por muita gente como o talentoso “DJ J Doppler” (que tem se destacado tocando em festas privadas e casas noturnas de Macapá), o nosso Pedrinho é um cara porreta. Sempre digo que eu já era adulto quando ele e Ana (nossa prima de mesma idade dele) chegaram e trouxeram ainda mais alegria pra nossa família. E foi assim mesmo. Amo os dois, que são tão diferentes, mas igualmente importantes para mim.

Nossas primas Jamila, Paula e Ana. E eu e Pedro.

Bacharel em Direito e colaborador da Cunha & Tavares Consultoria, Pedro é DJ (como já dito), são-paulino sofredor persistente, amante de Rock and Roll, música eletrônica, cervejas especiais e também esportista (já foi praticante de artes marciais, jogou bola, tênis e foi corredor de rua, hoje em dia tira a cana do corpo em academias). Ele também é o filho caçula do tio Pedro e namorado da muito querida Bia Ribeiro.

Pedro Júnior é um querido amigo, pois sim, existem parentes que não são amigos. O cara é parceiro pra fazer qualquer tipo de missão chata e também para curtir as coisas boas. A gente segue junto na louca estrada de tijolos amarelos da vida, pirando junto, se ajudando mutuamente e com muito humor ácido e brodagem.

Eu, Bruna, Bia e Pedro

Como DJ J Doppler, ele tem tido notoriedade na cena de música eletrônica amapaense. O artista conquistou espaço, ganhou não apenas o coração do público, mas também os elogios de DJ’s veteranos. E isso não é à toa, pois o moleque se dedica, estuda, corre atrás. Ele dá o seu batalho. E merece se dar muito bem nessa carreira. Faço a minha parte, como seu assessor de comunicação e divulgador 0800 (mas já disse que quando ele estiver rico e famoso, terá que me levar junto, rs).

Mesmo com nossas diferenças de pensamento, comportamento ou algo do tipo, o consideramento e amor são reais. E boto fé que é recíproco.

Com o primo querido.

Pedro, que seu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que a Força esteja com você. Que sigas com essa sabedoria (sei que sabedoria não é o meu ou o teu forte, pois a gente é doido, mas torço né?) e coragem. Que Deus sempre ilumine o teu caminho. Que a gente ainda beba, ria e pire muito juntos. Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. E que tu sigas pisando forte e marcando presença ao longo da jornada. Saúde e sucesso sempre. Parabéns pelo teu dia, maninho. Te amo! Feliz aniversário!

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar” – Machado de Assis.

Elton Tavares

Arquiteta Ana Paula Tavares gira a roda da vida. Parabéns, prima! – @anaatvres

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste vigésimo quinto dia de fevereiro, a arquiteta, minha prima e amiga querida, Ana Paula Cunha Tavares gira a roda da vida. Hoje essa menina linda chega aos 29 anos (com aparência de 18) e lhe rendo homenagens.

Ana Paula, a nossa “Aninha”, competente, sócia-proprietária da Talp Arquitetura, e profissional brilhante que está em franca ascensão. É bonito de ver o sucesso dela. Fico orgulhoso, pois amigos já vieram elogiar o trampo da moleca (chamo de moleque todos os mais novos que eu, não por falta de respeito, mas por carinho mesmo).

Mas, o papel que Aninha melhor desempenha é de esposa apaixonada pelo Elder (um cara porreta), filha amorosa do Paulo e Daci, e irmã amada da Paula e Jamila, além de sobrinha zelosa da tia Maria.

Aninha sempre foi genial como estudante. É dona do próprio negócio e esposa de um cara muito paid’égua. Claro que ela teve muito apoio familiar, mas sem sua dedicação, isso não seria nada. Conheço uma porrada de gente que teve várias oportunidades e jogou tudo fora. Ana, não. Ela fez valer e faz acontecer.

Ana Paula é inteligentona, responsável, linda, estudiosa, gente fina, sem frescura, bem-humorada, politizada da forma certa, trabalhadora e amorosa.  Ah, é botafoguense resignada, palmeirense (má influência do marido), pirata da batucada, uma de minhas rivais no baralho da família,  viajante do mundo, entre outras tantas paideguices.

Ela curte música legal, literatura, cinema, baralhinho com a gente, além de tomar umas cervejas ou vinhos, de vez em quando. A moleca é safa, desencanada, e queridona/amada por todos nós.

A Ana é, além de minha prima, uma grande amiga que tenho a sorte de ter o mesmo sangue e de pertencer ao mesmo clã. Volto a dizer: eu e todos nessa família temos muito orgulho dela.

Tá, sei que às vezes ela fica bolada comigo por eu seu eu (quem me conhece sabe que não sou lá muito fácil), mas ela dá valor neste editor mesmo assim e agradeço sempre.

Aninha, que seu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que a Força esteja com você. Que sigas com essa sabedoria e coragem. Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. E que tu sigas pisando forte e marcando presença ao longo da jornada. Tenho admiração, respeito e amor por você. Saúde e sucesso sempre. Parabéns pelo teu dia, prima. Feliz aniversário!

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar” – Machado de Assis.

Maria Conceição Penha Tavares gira a roda da vida. Feliz aniversário, tia. Te amo!

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste vigésimo terceiro dia de fevereiro, uma das primeiras pessoas que me amou e uma das grandes amigas que tenho na vida, minha tia, Maria Conceição Penha Tavares, gira a roda da vida pela 72º vez, com saúde e aparência de 50 e poucos invernos amazônicos, graças a Deus!

É difícil falar a respeito de pessoas que, de tanto amor e presença afetiva, fazem parte da nossa construção pessoal. É como tentar descrever um pedaço de nós. Nesse caso, de um lindo pedaço. Tia Maria é a filha mais dedicada de que tenho notícia, irmã preferida do meu pai (que já virou saudades) e foi a filha preferida da Peró e vô João (que também já seguiu para as estrelas). Aliás, para repetir mais uma vez o termo preferência, ela é minha tia predileta e amiga da vida toda.

Tia também foi uma competente bancária durante décadas, é contadora e ex-colaboradora da Cunha & Tavares Consultoria. Ela sempre foi empenhada, muito séria, responsável e dedicada em tudo que se propôs e se propõe a fazer. Com toda certeza, ela é uma mulher extraordinária.

A tia já me ajudou muito na vida. Tento ser um amigo presente na vida dela. Nem sempre consigo, por conta da correria diária, mas juro que tento. Ela foi uma das poucas pessoas que botou fé em mim, ao lado da minha mãe e da mãe dela, Maria Lúcia e Peró, nessa ordem textual e de amor aqui dentro. Afinal, este jornalista era um moleque doido e perdido na vida. Não que hoje eu seja um cidadão exemplar, é que virei um velho que pira muito menos que antes. Sim, ela mora e sempre morou no meu coração.

Maria (Conceição para alguns e Penha para outros) é, sobretudo, a mais completa tradução das palavras: decência, honestidade e dedicação. Tia sempre foi um dos faróis (assim como mamãe e vovó Peró) na tempestade que sou, sempre foi umas das luzes do meu caminho. Aliás, do meu e de muitos. Sorte da nossa família. Azar de quem não reconhece tudo que ela fez por todos.

Minha memória afetiva só dá ela (sempre ela), desde 1976, quando pintei por aqui. São quase 48 anos de amizade e amor. Sou só gratidão por ter essa tia tão querida. Já falei uma vez e vou repetir: se um dia eu for pra minha sobrinha Maitê a metade do tio que Maria foi e é pra mim, a missão estará cumprida com sucesso.

Titia sempre foi uma espécie de mãe, madrinha, amiga, apoiadora, conselheira, parceira, entre outras tantas coisas maravilhosas que essa pessoa sensacional representa na minha existência. A maturidade nos ensina que o bom da vida é o amor. Amar e ser amado é o que importa. E o meu caso de amor com Maria é exatamente assim.

Adoro sua voz alta, energia contagiante e seu grande sorriso. Faço de tudo para estar com ela toda semana. Sua presença em minha vida é um presente inestimável.

Tia, que teu novo ciclo seja ainda mais porreta, iluminado, com paz e muita saúde pra você seguir na jornada. És é um exemplo a ser seguido. Volto a dizer: graças a Deus tenho uma sorte dos diabos da tua existência orbitar a minha. Parabéns pelo teu dia, Maria. Te amo! Feliz aniversário!

“Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar” – Machado de Assis.

Elton Tavares

Arquiteta Silvana Sena gira a roda da vida. Feliz aniversário, prima querida!

Silvana, eu e Bruna

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste décimo sexto dia de fevereiro, minha muito querida prima, Silvana Sena, gira a roda da vida e lhe rendo homenagens.

Silvana é arquiteta, empresária, fazendeira, já trampou com decoração de festas, entre outras coisas (ela é virada pra trabalhar). Remista convicta, festeira, eterna motorista da rodada e viajante do mundo, essa mulher é minha amiga desde que me entendo por gente. É uma querida com quem dividi muitos momentos porretas de nossas vidas e alimentam minha memória afetiva.

Mas o melhor papel que Silvaninha realiza é de mãe do talentoso Felipe, esposa do caralísticamente gente fina, Adriano e filha dedicada da tia Sanzinha. Ah, ela conta com a ajuda essencial da nossa amiga Cila para essas funções. Todas essas pessoas são do meu coração.

Com Silvaninha, minha prima linda e querida.

Já disse e repito: Silvana é uma daquelas pessoas que posso passar meses sem ver, mas sei que posso contar com ela. Coisas de amor de primo, meio irmão. A gente sempre se deu bem demais. Tenho certeza que nosso amor e “consideramento” é recíproco. Sim, somos amigos a vida toda e isso é raro. Também já disse que ela fica chateada por minha ausência em festejos e reuniões em sua casa, mas ela sabe que o gordo aqui é estranho.

Também volto a dizer que Silvana zerou o jogo da vida. Ela tem uma bela família e é feliz. Além disso, tira onda com o tempo, pois segue tão linda quando quando tinha 20 e poucos anos. Além disso, é sempre gentil, sorridente, bem humorada, prestativa e, sobretudo, uma pessoa do bem. Ah, é é politizada do jeito certo, pois assim como eu, ela é contra o nosso perverso mandatário nacional (sim, é preciso dizer isso sempre que temos oportunidade).

Com Silvana e Adriano, vivi muita coisa bacana e inesquecível aqui em Macapá e em Belém (anos 90). Meu saudoso pai os tinha como irmãos. Eu da mesma forma.

Silvaninha, tenho orgulho de ser seu primo e amigo. Tenho sorte de tua existência orbitar a minha e de ter o mesmo sangue que você. Tu sabes, você está sempre aqui dentro deste meu coração transloucado. Que teu novo ciclo seja ainda mais iluminado, produtivo e que tudo que caiba no teu querer se concretize. Que teu novo ciclo seja ainda mais porreta. Que tu tenhas sempre saúde pra trabalhar, viajar, amar os seus e que ainda partilhemos vários momentos lindos com nossa família. Todo o amor dessa vida pra ti. Meus parabéns pelo teu dia. Feliz aniversário!

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar” – Machado de Assis.

Elton Tavares

Minha mais que maravilhosa mãe, Maria Lúcia, gira a roda da vida pela 70ª vez. Feliz aniversário, amor!

Maria Lúcia, minha mais que maravilhosa mãe, gira a roda da vida pela 70ª vez (com rostinho e astral de quem vive a eterna juventude) neste terceiro dia de fevereiro. Sempre escrevo textos de felicitações para meus afetos, mas para mamãe é sempre mais difícil, pois a maior responsabilidade está sempre nos nossos maiores amores… mas vamos lá. Afinal, nunca fui de economizar em declarações de amor.

Mamãe é um exemplo de perseverança, obstinação e amor que moldou sua jornada. Agradeço sempre a Deus a sorte e honra de ser seu filho. Para mim e Emerson, meu irmão, Lucinha sempre deu tudo que há de melhor nela. É difícil contar toda essa história em um só texto de aniversário.

Mamãe também é vó coruja e amorosa da pequena Maitê, esposa parceira do Enilton, amiga fiel e de quem tem a sorte de ter sua amizade.

Orientadora educacional e professora aposentada, mamãe trabalhou muito, desde bem novinha, para vencer na vida. Ela conseguiu e batalhou muito para dar o melhor para seus filhos, sua mãe e seus irmãos.

Essa senhora de 70 fevereiros, carrega o peso da vida com a graça de quem aprendeu a dançar com o tempo. Maria Lúcia desafiou o destino e esculpiu seu próprio caminho.

Esta mulher, bruta e amorosa ao mesmo tempo, carrega em si a dualidade que permeia a condição humana. Sua teimosia é como um escudo que a protegeu nas batalhas diárias, enquanto sua obstinação foi a chama que a impulsionou a ultrapassar limites. E em meio a tudo isso, seu coração, fiel e vencedor, pulsou com o ritmo da dedicação incansável.

Difícil contabilizar tudo que ela já fez por mim e pelo meu irmão. Aliás, muito mais por mim, seu filho mais velho. A nossa “Lucinha” é uma mulher espetacular e admirável. Ela personifica os amores que tem e realmente faz valer seus dias por cada um de nós.

Mamãe é íntegra, honesta, inteligente, batalhadora e decente. Lucinha sempre foi a luz do meu caminho e o amor que sempre zelou por mim. Ah, ela tem a reza mais forte que conheço e quando tenho problemas, peço suas orações. Sempre sinto que sua oração e bênção são mágicas poderosas e me protegem.

Dela, herdamos atitude e firmeza. Eu e Emerson talvez não fôssemos trabalhadores e todo o resto de coisas legais que nos tornamos, se não fosse por conta da Lucinha. Ela é meu anjo da guarda, minha conselheira e benzedeira, inteligente e sábia. Além de melhor cozinheira do mundo. Ela sempre foi e sempre será minha melhor amiga. Se tem uma coisa de que me orgulho nessa vida, é de ser seu filho.

Em resumo, completa 70 anos neste terceiro dia de fevereiro, minha amiga para todas as horas e a pessoa que mais fez por mim durante meus 47 verões. Mamãe sempre foi meu farol na tempestade, sempre me guiou com sua luz pelo labirinto da existência.

Mãe, que Deus continue a lhe dar saúde. Que os anos se dobrem à sua frente e que tua vida seja longa. Que a senhora siga com essa sabedoria, sexto sentido e alegria (e brabezas) que lhe são peculiares, pois a jornada é seguramente mais porreta porque tenho o seu amor. Nossas existências se cruzaram nesta e espero que assim seja nas próximas vidas. Te amo, Lucinha. Feliz aniversário!

Elton Tavares e Emerson Tavares (pois como irmão mais velho, posso falar pelo Merson).

Professora e cantora Rebecca Braga gira a roda da vida. Feliz aniversário, Bel! (@rebeccabraga)

Eu, Sofia, Bruna e Bem – 2023

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Também sempre me gabo que tenho muitos amigos longevos. Esses companheiros (brothers) de vida com quem mantenho uma relação de amizade e respeito, mesmo a gente com pouco contato. Neste trigésimo primeiro dia de janeiro, uma dessas pessoas gira a roda da vida. Trata-se da Rebecca Braga, a “Bel”.

Conheci a Rebecca nos “tempos de violência e rock n’ roll” da Macapá dos anos 90. Na época, a gente a gente não tinha noção ou planos. Foram tantas doideiras, amanhecidas, diversão, cercadas de boca e tudo ao mesmo tempo.

Filha mais velha do Braga e Filomena, mãe da linda Sofia, esposa do Giancarlo, cantora, compositora, instrumentista, ativista cultural, feminista atuante, cronista, professora de inglês e membro do Duo Musical Malabarista Flor, além de viajante do mundo, Rebecca Braga é uma figura única, diferente e especial.

Já escrevi alguns textos de aniversário para a Rebecca. E muito escrevi sobre suas apresentações em Macapá, que eu sempre tentava comparecer. Às vezes, até resenhava sobre seus shows. Aliás, sempre foram cheios de boas energias e alegria. A “Bel”, como a chamo, sempre foi artista em sua essência.

Com olhar crítico do mundo, Bel é artista e agente cultural. Com personalidade forte, Rebecca é inteligente, safa, malandra, tem atitude e caráter inabalável. Tenho orgulho dela. Foi assim que ela criou a Sofi, que se tornou uma moça linda e sabidona.

Rebecca sempre esteve dentro da cena. Podia ser cover, autoral, ganhando ou cantando de graça. Ela sempre correu atrás, puxou a fila, fez acontecer. Ela nunca parou. Foi servidora pública, deu aula, mas a música sempre transbordou de dentro dela. Aí ela se apaixonou pelo professor universitário Giancarlo Frabetti e foi ser feliz em Belém (PA).

Hoje em dia, Rebecca, que reside em Belém, trabalha na organização “Grupo Mais Unidos”, que implementa os Programas Access Amazon e Access Pantanal, patrocinado pela Embaixada dos Estados Unidos.

Ela atua como professora e Consultora Pedagógica nesses programas. Eles ofertam bolsas de estudo de Língua Inglesa para pessoas da Amazônia Legal e do Pantanal, especialmente pessoas indígenas.

Já disse e repito: Rebecca é talentosona, sábia, dramática, amiga, sarcástica, sensível, depressiva, efusiva, nostálgica, questionadora, perspicaz, defensora e porta voz dos malucos.

Em certos momentos, é invejavelmente politicamente incorreta, pois é capaz de atos transloucados e das mais nobres atitudes, entre outras tantas coisas.

Com Rebecca, em 2023

Não lembro quando eu e Bel nos tornamos irmãos. Tá, a gente brigou muito e ficamos putaços um com o outro em vários momentos, mas eu e Rebecca Braga nos amamos. Já vivemos muitas vidas nesta vida e sabemos que, mesmo distantes, um mora no coração do outro.

Rebecca, “tu saaaaabes, Patinhas…”.Por tudo dito/escrito acima, Bel, desejo que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa garra, coragem e alegria. Que a Força sempre esteja contigo. Que tenhas sempre saúde (muita saúde) e sucesso em sua jornada. Que tudo o que idealizas como felicidade se concretize e que tua vida seja longa. Parabéns pelo teu dia. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Hoje é o Dia da Saudade – Minha crônica sobre a data nostálgica

Hoje, 30 de janeiro, é “comemorado” o Dia da Saudade. Não encontrei o porquê de hoje ser destinado à falta de alguém ou um lugar. Só sei que todo dia é dia de sentir saudade. O conceito diz: “Saudade: Substantivo feminino – Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia”.

De origem latina, saudade é uma transformação da palavra solidão, que na língua escreve-se “solitatem”. Com o passar dos anos, assim como outras palavras se transformam de acordo com as variações da pronúncia, solitatem passou a ser solidade, depois soldade e, finalmente, saudade. Palavra que só existe na língua portuguesa.

Bom, eu sou um cara saudoso de tanta coisa. Sinto saudades absurdas do meu pai. Grande saudade do meu avô paterno, de alguns parentes e amigos que partiram para outra vida (ou plano, como quiserem) como meu tio Itacimar (Ita).

Tenho saudade diárias do meu irmão, que reside em Belém (PA) e amigos que moram longe. Também sinto falta dos antigos amigos, que marcaram minha história positivamente e hoje em dia , por algum motivo, não fazem mais parte da minha vida.

O escritor Charles Baudelaire disse: “aos olhos da saudade, como o mundo é pequeno”.

Quem dera ser tão simples. Já o poeta Paulo Leminski frisou “Haja hoje para tanto ontem”. Só que o Raul Seixas, o mais maluco dos compositores, foi mais enfático ainda ao dizer: “a saudade é um parafuso que, quando a rosca cai só entra se for torcendo, porque batendo não vai, mas quando enferruja dentro, nem distorcendo não sai”. Perfeito!

Sinto saudade da minha infância, da falta de responsabilidade e dos dengos da minha avó Peró. Saudade dos tempos do Colégio Amapaense, das memoráveis festas de rock, amanhecidas, dos bons tempos com ex amigos, da velha equipe de comunicação e até das boas brigas. É, a gente botava pra quebrar!

Sinto saudades do jornalista e amigo querido Tãgaha Luz, que nos deixou e seguiu para a redação celestial. Que saudades desse cara!

A maior saudade é da Perolina Penha Tavares, nossa linda e cheiros matriarca. Pois as saudades do papai, vovô, tio e amigos que já partiram estão calejadas pelos anos. A falta da Peró ainda não, mas com o tempo será amenizada. O amor por essas pessoas nunca passará, assim como as saudades, mas o tempo melhora o sofrimento do coração.

Deus, graças a ele, sobrevivi aos anos 90. Era tudo tão surreal, tão perfeito, tão legal, doce ilusão. Saudades daqueles anos vividos intensamente! Sinto saudades até de ter saudades de alguns que foram tão importantes e agora não passam de mais um rosto na multidão.

Saudades do tempo que era “inocente, puro e besta” como disse Raul Seixas

Sinto saudades de tanta coisa. Mas, como tudo na vida, há saudades justificáveis.

Também sinto saudades da época que era inocente, que não era tão duro, tão egoísta, tão cético e cínico. A saudade é alimentada pelas ternas lembranças guardadas na memória e no coração. E é tanta coisa que nem dá pra listar aqui. Isso acontece todos os dias e não somente hoje.

Li em algum lugar que, “se sentimos saudades, é porque valeu a pena”. Vida que segue. E graças a Deus, segue feliz, pois não tenho do que reclamar, já que tenho uma existência porreta ao lado de pessoas que amo, mesmo com minhas saudades. É isso!

Elton Tavares

Mazagão Velho, a cidade que atravessou o oceano, completa 254 anos – Crônica/resgate de Elton Tavares

Mazagão Velho – Foto: Gabriel Penha. Ruínas de uma igreja construída no século XVIII – Foto: Hélida Penafort Mazagão Velho, no frame de vídeo (documentário em produção) cedido pelo amigo Aladim Júnior Antigo cemitério de Mazagão Velho, no frame de vídeo (documentário em produção) cedido pelo amigo Aladim Júnior Prefeitura de Mazagão – Foto: Elton Tavares

Crônica/resgate de Elton Tavares

Mazagão Velho completa 254 anos de fundação hoje (23). A minha família paterna veio do Mazagão, não do Velho, mas do “Novo” (que não tem nada de novo). Bom, vou falar um pouco da cidade e depois da relação do local com o meu povo.

O município de Mazagão tem uma história peculiar, rica em detalhes sobre o Amapá. Mazagão foi fundada porque o comerciante Francisco de Mello pretendia continuar com o comércio clandestino de escravos, mas pressionado pelo governador Ataíde Teive, resolveu cooperar, fornecendo índios para os serviços de construção da Fortaleza de São José, na capital do Amapá, Macapá.

Foto: Gabriel Penha

Em retribuição, foi anistiado e agraciado com o título de capitão e diretor do povoado de Santana; mas, por conta de uma epidemia de febre, que acometeu os silvícolas, foi transferido para a foz do Rio Manacapuru, e, pelo mesmo motivo em 1769, para a foz do Rio Mutuacá.

Em 10 de março de 1769, D. José I, Rei de Portugal (POR), desativou a cidadela de Mazagão, na então colônia do Marrocos (MAR); eram 340 famílias sitiadas pelos mouros. Elas foram transferidas para Belém (PA). Para alojar estes colonos, o governador mandou construir um povoado às margens do Rio Mutuacá. Em 7 de julho de 1770, começaram a ser transferidas 136 famílias para a Nova Mazagão, hoje cidade de Mazagão Velho, como já se denominava o lugar, pois desde o dia 23 de janeiro de 1770, havia sido elevado à categoria de Vila.

Acervo familiar.

Na verdade, meu saudoso avô paterno, João Espíndola Tavares, nasceu na região do alto Maracá, no Sítio Bom Jesus – localidade de difícil acesso. Para chegar ao local, as embarcações precisavam passar por muitas cachoeiras do município de Mazagão. E minha santa vó, Perolina Tavares, bisneta do senador do Grão Pará, Manoel Valente Flexa (que foi manda-chuva em Mazagão, no tempo em que lamparina dava choque), também nasceu naquelas bandas. Ah, meu vô foi prefeito do Mazagão (preso pelo golpe de 1964, a então “revolução”).

Lá eles namoraram, casaram e constituíram família. Meu pai, Zé Penha e meus tios Maria e Pedro, nasceram no Mazagão. Os filhos mais novos do casal, Socorro e Paulo, nasceram em Macapá, onde minha família paterna é uma das pioneiras. Meu avô partiu em 1996 e meu pai depois dele, em 1998. Mas a família Tavares preserva a dignidade, o respeito e a amizade – fundamentais para a vida – aprendidos no Mazagão e trazidos para a capital amapaense.

Eu, com vó e vô. Gratidão! – Mazagão (AP) – 1978

Quando criança, fui ao Mazagão, mas não tenho essas lembranças na cachola dessa época. Retornei ao município em 2009, quando meu avô foi homenageado na Loja Maçônica da cidade, por ter sido um de seus fundadores. Depois, em 2010,  para cobrir a Inauguração da Ponte sobre o rio Vila Nova, na divisa da cidade com a vizinha Santana. Em 2012, para a cobertura do aniversário de fundação da antiga vila e em 2022, quando nos despedimos de nossa matriarca, a vó Peró, ao jogarmos suas cinzas no Rio Mutuacá.

É, minha família paterna veio do Mazagão (na década de 50). De lá trouxe uma nobreza que admiro e muito me orgulho. Não sei explicar a sensação de ir lá, mas a senti todas as vezes. Parece um lugar em que já estive há muito, muito tempo. Quem sabe noutra passagem por aqui. Do que tenho certeza, é que tais raízes nos deram muita cultura, histórias legais e respeito às tradições. Meus parabéns, Mazagão!

Arte: Secom/TJAP

*Este texto, atualizado para hoje, é parte da monografia que escrevi para o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Comunicação. E também é um entre os 60 escritos do livro “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em 2021.

Ainda sobre Mazagão Velho, assistam a reportagem do programa “Repórter da Amazônia | Mazagão”:

Sobre Macapá, Mazagão e meu avô, João Espíndola – por Bellarmino Paraense de Barros

 *O texto é de 1997. O recorte de jornal foi um presente da minha amada tia Maria Conceição (A “Penha”). Adorei a forma que o senhor Bellarmino redigiu e contextualizou os fatos para enaltecer a pessoa do meu avô, falecido um ano antes do autor escrever esse belo registro.