Hoje rola Favela Literária, na Expo Favela Innovation Amapá

A presidente da Central Única das Favelas Amapá (Cufa-AP), Alzira Nogueira, organizadora da Expo Favela innovation Amapá 2023, explica que a Favela Literária visa à promoção e visibilidade da produção literária dessas comunidades, destacando autores que vivem nas favelas e periferias, abordando temas relacionados ao cotidiano desses territórios.

“A gente quer que os moradores das favelas e periferias se identifiquem com histórias que se conectam com sua realidade e experiências. A proposta é envolver leitores de diferentes origens e promover um diálogo inclusivo entre as diversas vozes presentes nas favelas e periferias”, enfatiza Alzira.

A programação do Favela Literária inclui uma variedade de eventos culturais, propondo enriquecer a experiência dos visitantes. Entre os principais destaques estão saraus (momentos de compartilhamento de poesias, contos e performances literárias); lançamentos de títulos e bate-papos.

A Favela Literária é parte da programação da Expo Favela Innovation Amapá, a maior feira de negócios do mundo para esse público e representa uma oportunidade única para fortalecer a economia local, impulsionar a criatividade e a inovação, além de valorizar as culturas e identidades presentes nas comunidades periféricas do Amapá.

A Expo Favela Innovation Amapá 2023 é uma iniciativa da Favela Holding e Central Única das Favelas amapá (CUFA-AP) e conta com uma rede de parceiros interessados em fazer a diferença como o Sebrae Amapá, Governo do Amapá, Secult, CEA & CSA Equatorial, Ministério Público e Rede amazônica.

Júnior Nery – DRT 343-AP
Assessoria de Imprensa Expo Favela
(96) 98127-1559

Na 2ª Feira do Livro Artesanal da Amazônia, tem lançamento da revista Capitão Açaí de Volta a Belém

O criador do Capitão Açaí, Ronaldo Rodrigues

Em meio a uma vasta programação envolvendo música, poesia, performance e muito alto astral, a 2ª Feira do Livro Artesanal da Amazônia traz o lançamento da revista Capitão Açaí de Volta a Belém, do cartunista paraense Ronaldo Rony, que vive em Macapá/AP há 26 anos.

O Capitão Açaí nasceu em Belém num dia indeterminado no final dos anos 80, foi publicado no jornal A Província do Pará em tiras diárias em 1996 e, no ano seguinte, embarcou para Macapá com seu criador, virou revista em quadrinhos publicada de forma alternativa, reprodução xerográfica, com uma periodicidade não regular (entendam, o nosso super-herói é muito preguiçoso…).

O autor Ronaldo Rodrigues e o editor deste site, no lançamento em Macapá

O personagem é um super-herói amazônico que reforça seus poderes com uma cuia de açaí do grosso com farinha baguda. Uma combinação que dá muita força e, também, muito sono. Mas, pra acordá-lo, ele conta com seu assistente, o caranguejo Cri-Cri. E assim, atrapalhado, bem-intencionado e envolto em todos os problemas que a produção autoral independente enfrenta, o Capitão Açaí chega ao seu 11⁰ número, teve lançamento em Macapá e, agora, Belém tem a honra de recebê-lo.

Serviço:

Lançamento da revista em quadrinhos Capitão Açaí de Volta a Belém, na 2ª Feira do Livro Artesanal da Amazônia
Autor: Ronaldo Rony – Cartunista

Dia: 12 de agosto de 2023 (sábado)
Hora: 16h
Local: Mercado Municipal da Marambaia (Av. Dalva com Passagem Samaritana)

Assessoria de comunicação do Capitão Açaí

Hoje rola o lançamento do livro “Karutapera”, a nova obra do escritor (paraense criado no Amapá) Luiz Jorge Ferreira, em São Paulo

Por Alcinéa Cavalcante

Médico, poeta, escritor, autor de vários livros, meu amigo Luiz Jorge Ferreira lança neste sábado, em São Paulo, mais uma obra: Karutapera.

Menino criado no Laguinho, Luiz Jorge nasceu em Belém mas ainda criança mudou-se com a família para Macapá e aqui viveu a infância, adolescência e parte da juventude. Deixou os campos do Laguinho para ir cursar medicina no Pará. Formado, mudou-se para São Paulo, onde é super conceituado como médico e como escritor.

Mergulhar na história deste livro… Karutapera, cheio de magia, será uma aventura inesquecível. Luiz Jorge Ferreira é um mestre em dar novas tintas à realidade, misturando-a a vigorosas pinceladas surreais que não deixarão o leitor escapar dessas páginas sem uma incrível dose de encantamento.

Marcos Salum (in memoriam) – Editor da Rumo Editorial – São Paulo, Brasil

Poetas Fernando Canto e Luiz Jorge Ferreira (Macapá, dezembro de 1986).

Sobre esta nova obra, Luiz Jorge diz:

Nunca pensei em escrever um romance. Escrevia poemas e letras de canções e alguns contos que publicamos em Antena de arame… Mas debruçado sobre a velha máquina de escrever… agora com outra tecnologia… Fui me arrastando entre o imaginário, a sede das letras e o lembrar das estórias que muitos lançaram à minha ilharga para enriquecer meu imaginário, e fui costurando esse texto que deu à luz Karutapera. Devo o incentivo de publicá-lo a muitos… Alípio Oliveira Santos… Luiz Tadeu Magalhães… Luiz Fernando Siqueira… Arnobio. Poetas da Sobrames (SP)… Manoel Lisboa… Manoel Santana… Celso de Alencar… amigos das andanças na UBE e Centro de Oratória Ruy Barbosa (CORB)… UFPA75. Edinaldo Lobato… e outros… amigos… Parceiros musicais… e editores responsáveis… por pregar as ideias, já letras, e frases nas páginas do livro… Deveras emocionado… encerro. A primeira orelha de meu Filho… irmão de todos os outros… que amo. …Karutapera”.

Mais sobre Luiz Jorge Ferreira

Luiz Jorge Ferreira é membro fundador da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores — Sobrames, Seção São Paulo. Já publicou vários livros, dentre os quais destaco Tempos do meu tempo, Berro verde, Beco das Araras, Cão vadio, Thybum, O avesso do espantalho e O chalé.

Tem poemas publicados em diversas coletâneas no Brasil e nos EUA e até no jornal Le Monde.

Foi premiado em vários concursos literários de contos e poesia: Prêmio Canon 2009, Prêmio Bernardo de Oliveira Martins 2002-2003, Prêmio Flerts Nebó 2006-2007, International Poetry 1982 (University of Colorado Boulder), entre outros.

Meu comentário: além de poeta genial, Luiz Jorge é um baita cara porreta e também meu amigo. Gabo-me que o poetista premiado é colaborador assíduo deste site. E vocês acreditam que um figura com esse currículo me manda mensagens e diz: “mestre, segue um conto (ou poema). Veja se gosta”? Porra! Sempre adoro, pois é cheio de memória afetiva, poesia nostálgica, contos cinematográficos. A cabeça do homem é uma usina de coisas legais passadas pelas palavras. Sucesso, mestre Luiz! (Elton Tavares).

Fonte: Blog da Alcinéa.

Expo Favela Innovation Amapá dará espaço para escritores locais na Favela Literária

O evento acontece dentro da Expo Favela Amapá, a maior feira de negócios da do mundo deste segmento, que acontecerá em Macapá nos dias 12 e 13

A presidente da Central Única das Favelas Amapá (Cufa-AP), Alzira Nogueira, organizadora da Expo Favela innovation Amapá 2023, explica que a Favela Literária visa à promoção e visibilidade da produção literária dessas comunidades, destacando autores que vivem nas favelas e periferias, abordando temas relacionados ao cotidiano desses territórios.

“A gente quer que os moradores das favelas e periferias se identifiquem com histórias que se conectam com sua realidade e experiências. A proposta é envolver leitores de diferentes origens e promover um diálogo inclusivo entre as diversas vozes presentes nas favelas e periferias”, enfatiza Alzira.

A programação do Favela Literária inclui uma variedade de eventos culturais, propondo enriquecer a experiência dos visitantes. Entre os principais destaques estão saraus (momentos de compartilhamento de poesias, contos e performances literárias); lançamentos de títulos e bate-papos.

A Favela Literária é parte da programação da Expo Favela Innovation Amapá, a maior feira de negócios do mundo para esse público e representa uma oportunidade única para fortalecer a economia local, impulsionar a criatividade e a inovação, além de valorizar as culturas e identidades presentes nas comunidades periféricas do Amapá.

A Expo Favela Innovation Amapá 2023 é uma iniciativa da Favela Holding e Central Única das Favelas amapá (CUFA-AP) e conta com uma rede de parceiros interessados em fazer a diferença como o Sebrae Amapá, Governo do Amapá, Secult, CEA & CSA Equatorial, Ministério Público e Rede amazônica.

Júnior Nery – DRT 343-AP
Assessoria de Imprensa Expo Favela
(96) 98127-1559

Poema de agora: um amor na maré cheia – Pat Andrade

um amor na maré cheia

no teu rio
eu sou catraia
barco à vela
sou navio

no teu rio
eu me atrevo
me atiro
vou a nado

te atravesso
por inteiro
e me atraco
no teu corpo

Pat Andrade

Com investimento do Governo do Amapá, Expo Favela valoriza o empreendedorismo, a arte e a cultura das periferias

O Governo do Amapá apoia a realização da Expo Favela Innovation Amapá 2023, a maior feira de negócios do mundo voltada para produção e criação de áreas periféricas. O evento começa no sábado, 12, e terá conferências sobre temas como luta antirracista, justiça climática e empreendedorismo. Nos dois dias de programação, o público também poderá participar de feira literária e de apresentações artísticas, como o show do MV Bill, no domingo, 13. Em 2023, o Amapá é o primeiro estado amazônico a sediar a feira.

A Expo Favela vai reunir 40 empreendedores amapaenses que inovam em áreas periféricas para expor e impulsionar novos negócios. O evento é uma realização do grupo Favela Holding com a Central Única das Favelas (Cufa) e tem o apoio do Governo do Estado, que investe R$ 150 mil na feira. Para participar da programação, é preciso se inscrever nas atividades. As inscrições estão disponíveis aqui.

“A Expo Favela se torna um instrumento de potencialização do que já é produzido pela comunidade dentro das áreas consideradas periféricas, uma vitrine para os empreendedores. O que o Governo do Estado busca é fortalecer esse processo para que as oportunidades sejam integradas a todos, buscando uma transformação social por meio da cultura e da economia criativa”, destaca a secretária de Cultura do Amapá, Clicia Vieira Di Miceli.

Desconstruir preconceitos

A Expo Favela terá cinco áreas de circulação e exposição, com Feira Preta, Espaço Favela Literária, Espaço Criança, Sala de Conferência, Espaço dos Expositores e Espaço Empreendedor da Favela. A coordenadora do evento, Alzira Nogueira, conta que o objetivo é desconstruir preconceitos e estigmas que existem sobre as periferias.

“Queremos contrapor isso através das potencialidades econômicas, sociais, culturais e esportivas que a periferia tem. Além disso, há a articulação entre processos, instituições, pessoas que podem contribuir para potencializar a inclusão econômica de pequenos negócios, da cultura, empreendedorismo, que são inerentes às periferias. Queremos promover transformações nos territórios periféricos, mas temos consciência que é necessário promover desenvolvimento econômico primeiro”, complementa Alzira.

Além da programação de negócios, o espaço também é de exposição cultural e educacional, com palestras, shows, workshops, mentorias, rodadas de negócios, apresentação de novas startups, debates, cursos, entre outras capacitações e iniciativas populares. Entre os empreendedores, serão selecionados os dez melhores estandes que irão expor seus trabalhos na edição nacional da feira, em São Paulo, no fim de 2023.

Espaços culturais e empreendedores

A programação cultural contará com shows de bandas e artistas locais, rappers, apresentação de grupos de Marabaixo e batalha de rap. Além disso, o Espaço Favela Literária trará a apresentação e comercialização de obras, lançamento de livros dos autores Preto Zezé e Rosane Borges, além de coletâneas. Também acontecerão bate-papos com autores, sarau e contação de histórias.

O espaço Camelódromo (Feira Preta) trará a comercialização do artesanato autoral da região, produzido por povos originários, quilombolas, mulheres da periferia, favelas e conjuntos habitacionais. Também terá desfile de moda e espaço beleza. Já o Espaço Criança contará com brincadeiras, atividades lúdicas, recreativas e educacionais.

Programação da ExpoFavela

Sábado, 12

Local: Sala 3 do Cinépolis

10h – Cerimonial de abertura (direção da Cufa e patrocinadores)

Lima e Neto Medeiros
Cortejo Marabaixo
Fala dos representantes das organizações, parceiros e autoridades
Visita sobre os espaços da Expo Favela Amapá
11h – Assinatura do termo ordem de serviço da reforma da sede da Central Única das Favelas (Cufa)

Conferência: A Defesa das Favelas e Respeito à Cidadania dos seus Moradores

Preto Zezé – Conselheiro da Cufa Brasil
Senador Randolfe Rodrigues
Ivana Cei – Procuradora de Justiça
Iris Moraes – representante do Ministério dos Direitos Humanos
Mediador: Rede Amazônica
12h30 – Comunidades Tradicionais, Biodiversidade e Negócios Sustentáveis

Ana Euler – diretora executiva de negócios da Embrapa;
Mãe Carmem do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana;
Yuri Silva – Instituto Mapinguari;
Sebrae Amapá
Mediadora: Maria Carolina
14h – Conferência Justiça Climática e Desenvolvimento das Periferias Amazônicas

Marcelo Moreira – promotor de Justiça do Meio Ambiente
Hannah Balieiro – ativista por justiça climática
Nelis Leão – jornalista e ativista indígena
Laura do Marabaixo – Fundação Marabaixo
Mediador: Arilson Freire – TV AP
15h – Conferência Educação, Ciência e Tecnologia na Luta Antirracista

Kátia Paulino – doutora em Educação, Reitora da Universidade do Estado do Amapá;
Yuri Silva – Ministério da Igualdade Racial;
Nelma Nunes – superintendente de Ações Afirmativa da Universidade Federal do Amapá;
Rosana Tomazi – professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá.
Mediação: Arilson Freire
16h – Conferência Tecnologia e Criatividade em Favor do Desenvolvimento Econômico da Juventude da Favela

Nyl Barbosa – designer
Vinicius Silva – designer
Cléo Santana – Escola de Negócios da Favela
17h – Conferência Criar, produzir e emancipar: Narrativas Negras e Formas de Reinvenção das/nas Periferias do Mundo

Rosane Borges – Jornalista, doutora em Ciências da Comunicação;
Mariana Gonçalves – mestre em História pela Unicamp, Equede do Candomblé ketu e professora da Unifap;
Janilson Barbosa – doutor em Educação, consultor em organismos internacionais.
Mediador: Neto Medeiros – mestre em Ensino e Ciências, especialista da Educação Inclusiva, pesquisador da educação para as relações étnico-raciais; professor do Ifap e membro da Cufa-AP.
19h – Conferência Imagens e Representações: o Papel da Mídia Antirracista na Geração de Oportunidades de Negócios.

Kalyne Lima – Cufa
Rayane Penha – Cineasta
Luene Karipuna – ativista indígena
Domingo, 13

14h – Exibição do documentário ‘Descontrole’

Jurema Werneck – Anistia Internacional
Renan Almeida – Ifap
Alzira Nogueira – Cufa Amapá
Roda de conversa – Corpos Negros, Estigmas e Enfrentamento das Violências

Jurema Werneck – Anistia Internacional
Renan Almeida – Ifap
Alzira Nogueira – Cufa Amapá
Josilana Santos – Fundação Marabaixo do Governo do Amapá
Mediadora: advogada Ana Carolina Magalhães
15h – Startups e Empreendedorismo

Lindomar Ferreira – CEO da Proesc e Comunidade Tucujuvalley
Erika Ferreira -Amapá Tec
Edivan Barros – Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Frank Portela – REVPAY
16h – Economia Criativa e Inclusão na Amazônia

Cláudio Silva – Fórum Estadual de Cultura.
Marina Beckman – Secretária de Estado Cultura
Hanna Paulino – Cantora
17h – 50 anos do Hip hop

Mv Bill
Poca – Grupo CRGV
18h – Conferência Agora São Elas: Mulheres e Transformação Econômica e Social na Periferia

Patricia Alencar – Cufa
Marciane Santo – secretária municipal de Empreendedorismo
Mediadora: Mayara Pereira

19h – Mulheres, Política e o Protagonismo nas Periferias da Amazônia

Cristina Almeida
Carol Lazameth
Ana Girlene Oliveira
Programação Favela Literária

Sábado, 12

10h – Abertura oficial da ExpoFavela

Mary Paes – Abertura da exposição de quadros poéticos
Lú de Oliveira – Abertura do Sebo de livros infantis
11h – Ângela de Carvalho – Roda de conversa: Entre Cabinhas e Ribeirinhos no Amazonas é Playground… Nosso Quintal!

13h – Rosane Borges – Fragmentos do Tempo Presente

14h Iraguacema – Lançamento de Antologia Mulheres Livres Senhoras de Si

Organização: Amanda Barreiros e Leacide Moura
Prosa Literária convidada Mary Paes
15h – Mauro Guilherme – Lançamento in memorian de livros

15h30 – Negra Áurea – Lançamento de Poesiaurea

Camila Rocha – Lançamento Antologia Rede de Palavras, Volume 1
Prosa literária
16h30 – Natanael D’Obaluae – Recital poético

17h – Marcio Barros – Lançamento de Lambidestro

Graça Senna – Lançamento de Tempo meu tempo
Prosa literária
18h – Preto Zezé Das Quadras para o mundo

19h – Esmeraldina – Homenagem especial e bate papo literário.

Convidados: Coletivo Juremas e Quarta de Arte da Pleta
Lançamento da obra “O Tamanduá”
20h – Cláudia Almeida – Recital Arquivos da terra

Domingo, 13

13h – Lu de Oliveira e Uirapuru – contação de histórias

13h30 – Kássia Modesto contando história com Uaru – surfando na pororoca

14h – Jorge Andrade – Lançamento de “No calor da hora” e “Diário de rua”?

14h30 – João Ataíde – Lançamento do livro Os bastidores do HIP-HOP no Amapá

Elielson Júnior Lançamento do livro A Anfitriã – nova edição
Prosa literária
15h30 – Tia Eli – Contação de histórias

16h – Durica – Lançamento de A promessa que virou a Festa de São Sebastião de Carmo do Macacoari.

Rodrigo Aquiles – Lançamento de Antologia Afrofuturista: Futuros Pretos Possíveis
Prosa literária
17h – Ravisom Dilam – Lançamento de Linhas da Vida

Ana Anspach – Lançamento de A trilha do mar (edição artesanal)
Bruno Muniz e Tiago Quingosta – Prosa literária
Convidadas: Andreia Lopes e Carla Nobre
18h – Pat Andrade – Lançamento de Poesia para alguma coisa ou coisa nenhuma

Lara Utzig – Lançamento de Disforia de Gênesis de Lara Utzig
Adna Selvage – Lançamento de A decadência do amor
Prosa literária
Rodrigo Uchoa – Recital poético O filho do boto
19h – Fernando Canto – Lançamento de A Água Benta e o Diabo

Convidadas: Andreia Lopes e Carla Nobre
20h – Encerramento com Poetas Azuis – Recital

Texto: Rafaela Bittencourt
Fotos: Expo Favela/Divulgação
Secretaria de Estado da Comunicação – SECOM/GEA

Pesquisa da Seção de Memória Institucional do TJAP revela mazaganense que atuou como desembargador

Pesquisa realizada pelo museólogo Michel Ferraz, da Seção de Memória Institucional do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), revelou uma importante personalidade para a história da Justiça no Norte do Brasil: o desembargador Maurício Cordovil Pinto. Mazaganense de nascimento, quando o município ainda era parte do Pará e o Amapá ainda não havia sido criado nem como território, formou-se, atuou e projetou-se por meio de sua atuação na Justiça e no Ministério Público.

Confira abaixo o artigo na íntegra:

Desembargador Maurício Cordovil Pinto, um mazaganense de destaque

Maurício Cordovil Pinto nasceu em Mazagão-AP, na época município do estado do Pará, em 22 de setembro de 1905. Era filho de Alfredo Valente Pinto (Intendente) e de Maria Raimunda Cordovil Pinto. Ao seguir carreira jurídica, se destacou no Ministério Público e na magistratura tendo, inclusive, chegado a presidir a Corte de Justiça paraense.

Atuação no Ministério Público e na Magistratura

Sua primeira função pública na carreira jurídica foi em território amapaense, na Promotoria da Comarca de Macapá (1927-1930). Em seguida transferiu-se para Belém para assumir a promotoria da Comarca da Capital (1930). Deixando o Ministério Público, atuou como juiz substituto do Cível e Comércio da Comarca da Capital (1931). Também atuou como juiz de Direito da Comarca de Vigia-PA (1932), tendo retornado à Belém para exercer o cargo de Chefe de Polícia do Estado (1932-1934). Também atuou como magistrado da Comarca de Castanhal-PA (1934) e, fixando-se novamente em Belém, exerceu o cargo de juiz de Direito da Assistência Social da Comarca da Capital (1934).

Atuação no desembargo

Em reconhecimento ao seu trabalho, chegou ao desembargo, por merecimento, em 23 de agosto de 1945, tendo sido escolhido em lista tríplice organizada pelo então Tribunal de Apelação do Estado do Pará. Em 04 de janeiro de 1950, foi eleito presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, juntamente com os desembargadores Henrique Jorge Hurley e Augusto Rangel de Borborema, para os cargos de vice-presidente e corregedor, respectivamente, permanecendo até 03 de janeiro de 1951, quando foram escolhidos os novos dirigentes. No TJPA o des. Maurício Cordovil Pinto também exerceu o cargo de corregedor-geral da Justiça do Estado no (1956-1957) e vice-presidente do Tribunal de Justiça (1959). O des. Cordovil Pinto também era sócio-fundador da Associação dos Magistrados Brasileiros, tendo assumido a Delegacia da entidade no Pará.

Produção intelectual

Além da notável carreira jurídica, o des. Cordovil Pinto atuou no meio cultural, tendo sido sócio-fundador do Instituto Histórico Geográfico do Pará e do Instituto Histórico de Brasília. Além das diversas sentenças e relatórios que subsidiavam os acórdãos, sua produção intelectual ficou registrada em três livros jurídicos: Da Liberdade do Comércio: dos incapazes para comerciar e dos menores comerciantes perante a legislação brasileira; Aspectos da Retenção no Direito Brasileiro; A Enfiteuse em face da realidade brasileira.

Referência para o Judiciário Paraense e Amapaense

O desembargador Maurício Cordovil Pinto foi casado com Helena Ohana Pinto, com quem teve quatro filhas (Maurilena, Hortência Maria, Helena Izabel e Maria da Graça). Aposentou-se 1975, vindo a falecer em 1983 deixou seu legado de contribuição, honrando o Judiciário do qual fazia parte.

Por sua atuação significativa, entrou para a galeria dos notáveis da tradicional Magistratura paraense. Apesar de pouco lembrado entre os amapaenses, sem dúvidas é uma referência para os que trilham carreira jurídica. Por sua origem, seu nome também merece ser lembrado e escrito nas páginas que narram a rica história de Mazagão e os feitos de sua gente.

Referências:

PARÁ. (Governador 1901-1909: A. Montenegro). Álbum do Estado do Pará. Paris Chaponet, 1908. Disponível em: http://obrasraras.fcp.pa.gov.br/publicacao/album-do-estado-do-para-1908/.

PARÁ. Tribunal de Justiça. Tribunal de Justiça do Estado do Pará: 140 anos / Tribunal de Justiça do Estado do Pará; Coordenação: João Carlos Pereira. – Belém, 2014. Disponível em: https://www.tjpa.jus.br/PortalExterno/institucional/Biblioteca/1170-Publicacoes-Digitais.xhtml.

Secretaria de Comunicação do TJAP
Central de Atendimento ao Público do TJAP: (96) 3312.3800

Poema de agora: A Maiakovski. Poeta Russo – Luiz Jorge Ferreira

A Maiakovski. Poeta Russo

Um dia eles nem chegam!
Já estão escondidos nas sombras que nos acompanham, por todos os lugares.
E nós não vimos, nem sentimos seus cheiros podres, nem sentimos suas mãos nos pescoços.

Simplesmente porque ainda fazem isto só com os outros.

Certo dia em que estamos comprando ovos da Páscoa.
Eles entregam armas aos moleques sem cor dos aglomerados.
Mas com medo neste momento levantamos do sofá, e desligamos a Televisão para não saber mais disto.

Uma noite eleito por nós mesmos, eles se reúnem, e criam facilidades para o domínio.
Empilham placas na rua,
para que indefesos andemos a mercê dos sádicos.

Criam leis para retirar nossas armas, e facilitam a liberdade dos ladrões, e assassinos.

Mas como o domínio ainda nos permite ir a praia – Não protestamos.

Certo dia acordamos com eles em nossas casas, em nossas mesas, em nossas camas, em nossas almas.

Nesse dia, sentiremos seus cheiros podres, seus dentes podres, seus gestos bruscos, e seus torniquetes no pescoços.

Seremos proibidos de ir a praia, caminhar sob o sol, e inocentemente tomar sorvete.

Ansiosos vamos procurar reunir todos para criar uma saída.

Mas então! – Todos serão ninguém, e eternamente!
Será muito tarde.

Luiz Jorge Ferreira

 

* Do livro Tybum.

Hoje é o Dia Estadual da Poesia (minha homenagem aos poetas do Amapá!)

Hoje é o Dia Estadual da Poesia. Admiro os poetas, sejam cultos, que usam refinados recursos de linguagem ou ignorantes, que versam sem precisar de muita escolaridade. Eles movimentam o pensamento e tocam corações. Não é à toa que as pessoas têm sido tocadas pela poesia há séculos. E nem interessa se o escrito fala de sensatez ou loucura. Tanto faz. O que importa é a criatividade, a arte de imprimir emoções em textos ou declamações.

De acordo com a jornalista e poeta Alcinéa Cavalcante, o dia 8 de agosto é o Dia Estadual da Poesia, instituído pela Lei nº 580, de 21/06/2000. A escolha do oitavo dia do mês oito se deu em homenagem ao poeta, médico, professor e ex-prefeito de Macapá Alexandre Vaz Tavares, nascido na capital amapaense nessa data, em 1858. Consta que ele foi o primeiro poeta a escrever poemas sobre Macapá. Sua poesia “Macapá” (praticamente desconhecida das novas gerações) foi publicada pela primeira vez em agosto de 1889, na Revista de Educação e Ensino do Pará. Vaz Tavares morreu em abril de 1926, aos 67 anos.

A palavra “poesia” tem origem grega e significa “criação”. É definida como a arte de escrever em versos, com o poder de modificar a realidade, segundo a percepção do artista.

O poeta autor/trovador escreve textos do gênero que compõe uma das sete artes tradicionais, a Poesia. A inspiração, sensibilidade e criatividade deste tipo de artista retrata qualquer situação e a interpretação depende da imaginação dele próprio, assim como do leitor.

O Amapá precisa preservar, reconhecer e homenagear seus grandes nomes em todas as áreas de atuação. Como sou fã de escritores, compositores, músicos, poetas e artistas em geral, faço isso por aqui. Pois a gente precisa aplaudir e elogiar sempre. Não tenho o nobre dom de poetizar, sou plateia. Mas apesar de não existir poesia em mim, uso a tal “licença poética”, para discorrer sobre meus devaneios e pontos de vista.

Com os poetas Pat Andrade, Fernando Canto, Ronaldo Rodrigues, Alcinéa Cavalcante, Flávio Cavalcante, Thiago Soeiro e Pedro Stkls. Amigos!!

Hoje minhas homenagens são para os poetas amapaenses (ou que versam sobre nossa terra) que são meus amigos (somente os amigos mesmo).

Parabenizo, ainda, grandes poetas amapaenses que não conheço pessoalmente, mas possuem grandes obras e contribuições expressivas para a literatura do nosso lugar no mundo. Deste grupo, em especial, o admirável Manoel Bispo, de quem sou fã, mas nunca troquei uma palavra.

Também saúdo todos os movimentos que fazem Poesia no Amapá, que realizam encontros em praças, bares, residências, etc. Enfim, saraus para todos os gostos. Portanto, meus parabéns aos poetas, artistas inventivos que fascinam o público que aprecia a nobre arte poética.

Parabéns aos poetas do Amapá. Principalmente aos meus poetas preferidos!

Elton Tavares

Poema de agora: Amar – Pat Andrade

Amar

amar, meu bem,
é se aventurar
viajar na infinitude
do universo
se perder e respirar
nas profundezas do mar

amar é desafiar
a Medusa
e não desviar o olhar
provar a maçã do Éden
morar dentro da baleia

amar é caçar mistérios
abrir a caixa de Pandora
encontrar Atlântidas
desbravar Eldorados

amar é se atirar
ao desconhecido
decifrar a Esfinge
e ser decifrado

Pat Andrade

Pequenas habilidades/Grandes artes de bar – Por Fernando Canto – @fernando__canto

Por Fernando Canto

1. A arte de ouvir poetas declamarem suas oitenta e quatro mais recentes criações no seu ouvido.
2. A arte de continuar pedindo fiado sem pagar o débito anterior.
3. A arte de roer unhas sob a censura dos paladinos da higiene.
4. A arte de beber com bêbados que só conversam sobre um único assunto.
5. A arte de criar confusão depois que o garçom traz a conta.
6. A arte de mijar e depois cumprimentar com as mãos o canalha que já te sacaneou e hoje se diz teu amigo.
7. A arte de criar apelidos para os novos frequentadores do recinto.


8. A arte de jogar palitos fazendo blefe.
9. A arte de torcer calado na área delimitada ao teu time rival, em frente ao telão, durante o campeonato nacional.
10. A arte de chupar uma bala de menta como tira-gosto para uma garrafa de cachaça.
11. A arte de beber usando máscara contra a pandemia sem pegar o vírus.
12. A arte de contar mentiras cabeludas sem ser descoberto pelos clientes otários.
13. A arte de se livrar dos perdigotos dos porres de alta estatura.
14. A arte de se divertir praticando novas artes, sabendo que elas não são para qualquer um.
15. A arte de iniciar uma confusão com cizânia e sair de fininho.
16. A arte de vomitar e dormir no balcão para evitar pagar a conta e ir preso pela polícia.

Poema de agora: Pequeno instante de retorno a um lugar chamado passado ‏ – Luiz Jorge Ferreira

Pequeno instante de retorno a um lugar chamado passado ‏

O som vem lá do Pecó. (*)
É a voz de Carlos Gonzaga cantando Diana.
Eu deitado, imberbe, na rede que fede a mim.
Balanceio entre o Trópico de Câncer e o de Capricórnio.
Em vão, procuro criar uma linguagem nova para conversar com as estrelas.
Cybelle, sob o sol tropical picha muros, ou apenas anda zigzagueando entre pedregulhos grávidos.
Atropelados por um pneu Firestone.
Portinari… Picasso… Dali… R. Peixe… Ray Cunha.
Estão por ali entre sombras da noite e fantasmas magros.
Todos gêmeos das paredes de madeira ruídas de cupins.
Copulam cores. Dentro do sol.
Dentro de mim a Babilônia se arrasta pela Ernestino Borges.
Vem da casa de Seu Paulino, Maiambuco, com Marabaixo, e Coló.
Eu em silencio, decorando a música de Carlos Gonzaga, vinda do Pecó.
Deitado na rede que tatua minha costa com listas e calombos.
Espreguiço entre a Fortaleza cicatrizada de tempo, e o tempo cicatrizado na Fortaleza.
Farto de azedos, gaguejo uma língua nova para a surda lua anciã.
Da alma ao ânus. Lavado de suor. Olho as unhas dos pés crescerem.
Sujas do chão do Pacoval.
Elas desnorteadas com o Norte mapeado aos seus pés.
Arranham em Si, o terceiro compasso.
Sou um homem negro. Pardo com duas orelhas. Páginas demais em branco.
Apaixonado por sereias. Versos de Drumonnd. Lendas do Isnard.
Refém do som do Pecó. Olhando as telhas. Dialogando com estrelas sujas de céu.
Xingo os tímpanos. Incomodado com o barulho da massa do pão lá na Padaria do Seu Osvaldo, ainda cru sendo esmagado na mesa.
Sobre bactérias indefesas. Gritando em Morse.
Vittorio Gassman. Zorro. Chaplin. Bardot.
Estimulam o diálogo das pulgas com o cão, em Braille.
Isto impede que eu decore a segunda parte da letra da música de Carlos Gonzaga, que vem do Pecó.
Que vem só. Respirando entre ruas e becos, lá do Igarapé das Mulheres, entre cheiros de peixe, e odores vaginais.
Quase amanhece debaixo do assoalho em que a música se esconde. Ernestino Borges. Odilardo Silva. Odilardo. Fernando Canto.
Nikita Kruschchev. Chefe Humberto. Cabralzinho.
Bongos… Uníssonos solfejam a semínima com que a música termina.
O barulho das tábuas estalando.
Impede que eu decore o resto.
Cuspo frases inteiras da música no saco de roupa, onde a camisa de ontem encharcada com um resto de chuva, não cabe mais em mim.
Mil e Novecentos. Outubro de 62.

Luiz Jorge Ferreira

(*) Pecó = prostíbulo em Macapá, cujo som emitido por vários alto-falantes inundava o silêncio das suas madrugadas na década de sessenta.

Adoradores do Sol (*) – Crônica de Fernando Canto

Foto: Márcia do Carmo

Crônica de Fernando Canto

Os olhos espantados dos turistas aguardavam a penetração do sol no orifício do monumento Marco Zero. Os presentes se encantaram com o som dos tambores do Marabaixo que irrompeu subitamente no recinto. Adiante crianças, jovens e velhas negras balançavam as saias esvoaçantes. Acontecia mais um Equinócio da Primavera no Meio do Mundo. A energia do astro-rei fluía para o centro da terra e os novos adoradores do sol recebiam de mãos abertas os raios solares com gestos ritualísticos, esfregando-os pelo corpo, como se o lavassem com uma água invisível e perfumada. E dançavam e fotografavam apreendendo aquele momento. Seus óculos escuros refletiam a imagem do Marco Zero e das mulheres de roupas coloridas ao redor. Pessoas gritavam como se festejassem um fragmento religioso de sua tribo há muito perdido no tempo, mas que agora era encarnado em sua plenitude.

Turistas e nativos estavam embevecidos de luz. A claridade reinava irradiando mistérios sobre a cidade em mais uma data em que o arco do dia era igual ao da noite: um dia equinocial. Iridescente e translúcido no meio do planeta, aqui em Macapá, na Amazônia brasileira.

O sol que ilumina a todos, que traz a luz e rompe trevas está presente no imaginário de muitas religiões, porque todas as cosmogonias se relacionavam geralmente com as divindades da natureza. No antigo Egito, o Sol, o mais importante dos deuses, tinha diversos nomes. As interpretações dadas às suas funções eram extremamente variadas: chamava-se Rá, o deus supremo, quando estava no zênite. Como disco solar chamava-se Aten; como sol nascente tinha o nome de Kepri, um grande escaravelho que faz rolar à sua frente a bola de sol, assim como na terra o escaravelho faz rolar a bola de excremento em que pôs os ovos e da qual sairá nova vida. Também tinha o nome de Hórus. No Japão, Amaterasu é a deusa homônima.

 

Já na África tropical a mitologia sobre o sol é escassa porque ele está sempre presente, não havendo necessidade de chamá-lo de volta no inverno, como os homens o faziam nos climas frios do norte da Europa ou do Japão. Na Babilônia, na época de Hamurábi (cerca de 1.700 a.C.), um dos deuses mais ativos era Shamash, o sol, também conhecido por Babar, “o Brilhante”. O sol era igualmente venerado pelos sumérios, particularmente em Larsa e Siippar, onde o adoravam sob o nome de Uru. Os Incas reclamam para si um relacionamento especial entre a nobreza e o deus Sol. O seu sistema social assentava-se no princípio hierárquico de monarquia divina e o prestígio de sua autoridade estava ligado ao culto desse astro.

Foto: BBC Brasil

Há, ainda, uma relação interessante entre as grandes religiões orientais e os fenômenos solares: o ano-novo judaico inicia no Equinócio da Primavera (em setembro), da mesma forma que o “Nauroz”, o ano-novo do Afeganistão começa no dia 21 de março, para eles também Equinócio da Primavera, quando o dia e a noite tem a mesma duração (no hemisfério Norte). Segundo Asne Seierstand, autora do belíssimo O Livreiro de Cabul, os afegãos fazem grandes festas em todo o país, apesar de o Talibã, regime teocrático islâmico que por lá passou, tê-lo proibido por considerá-lo uma festa pagã, um culto ao sol, e por ter raízes na religião zoroástrica – Adoradores do fogo – originário da Pérsia do século VI a. C. Atividades como a celebração dos druidas do solstício de verão em Stonehenge (Inglaterra) podem ser considerados como uma sobrevivência da ideia do poder mágico, da força que se pode armazenar em “acumuladores materiais”, como os monumentos megalíticos ali existentes. Da mesma forma, as grandes pedras encontradas em círculo, recentemente, em Calçoene, também podem ser considerados antigos locais de observação do sol e de acumulação de energia deixados por alguma tribo indígena. Mas não basta apenas comparar, apesar de o sol estar presente em todas as culturas. Agora o turismo amapaense precisa apostar nesse segmento insólito, que encanta e que irradia a mágica das luzes do equador. Precisa ir além de agregar valor e partir para o desafio de celebrar a vida e sua magia com os futuros visitantes do Amapá.

(*) Do livro “Adoradores do Sol – Textuário do Meio do Mundo, Scortecci, São Paulo, 2010.

Meu pai e a fofoca da vizinhança – Crônica de Elton Tavares – *Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”

Crônica de Elton Tavares

Certa vez, cansado de tanta fofoca que as vizinhas contavam pra minha mãe, meu falecido pai fez uma reunião em minha casa.

O velho Penha (meu genitor) chegou de uma noite divertida com amigos, após ter tomado umas, chamou todos os casais de vizinhos e disse: “Dona fulana, a mulher do Ciclano fala mal da senhora. Mulher do Ciclano, a Beltrana lhe detona todo dia”, e continuou a dedurar a rede de intrigas que rolava por lá.

Após jogar a merda no ventilador, foi dormir e deixou o bate-boca rolando.

Resultado: paz na rua de casa.

Aquele cara era foda!

Também existem os casos de vizinhos invejosos. Lembro quando minha mãe trocou de carro e o vizinho atravessou a rua só para perguntar quanto custou o automóvel. Meu irmão estava ao volante, íamos sair pra dar um “rolé e tals”. Prontamente respondi ao enxerido: “Não lhe interessa!”. Odeio gente invejosa.

Ainda tem aqueles vizinhos “religiosos xiitas”, que vivem querendo levar todo mundo para perto de Jesus (como se eles fossem mais próximos do Filho de Deus). Só que eles não entendem que esse papo é chato.

Sei da importância de conviver bem com vizinhos, mas às vezes é bem difícil, principalmente quando ouvem música ruim no volume máximo ou vivem arrumando confusão.

Portanto, tenham boa relação com a vizinhança, mas não lhes permitam muita abertura, senão vocês terão que emprestar algo, quebrar galho ou outros tipos de “encheção” de saco. É isso!

*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.