Crônica de Telma Miranda
2022 foi um ano muito intenso, pois além de termos tido eleições, copa do mundo, COVID indo e voltando, ameaça de guerra, cancelamento, todos nós tivemos pequenos ou grandes vitórias, perdas, problemas, percalços e alegrias.
A sensação que tenho hoje, findando essa maratona louca, é a de que eu vivi dez anos em um, pelos seguintes motivos:
Minha alma se curou, descobriu amor por todos os lados (não do romântico, claro!), me senti acolhida, amada e depois sofri um golpe que ainda não me recuperei, mas me deixou mais calejada. Mesmo assim ainda tenho fé nas pessoas (poucas!) e não me tornei amarga, pois tenho afeto de QUALIDADE e diariamente descubro novos laços que não me deixam desistir da humanidade.
O meu coração rasgado, costurado, remendado, dilacerado, reconstruído e lapidado resiste aqui, batendo forte, e amando MUITO.
Conheci muita gente e tive a oportunidade de visitar lugares, uns novos e outros conhecidos, passando perrengue, gargalhando, guardando imagens e momentos no meu coração que seguirão para sempre comigo. HAJA MEMÓRIA AFETIVA!
Engordei, emagreci, engordei, emagreci e engordei de novo e continuo na luta. Meu tio Cabuquinho disse gentilmente que não fico feia gorda e o resto não posso escrever aqui, mas foi bem reconfortante (fechem os olhos e me imaginem gargalhando BEM alto!) e a balança do Felipe (onde tomo shake) praticamente disse que gorda fico mais jovem.
Sou MUITO agradecida POR TODAS as experiências vividas em 2022, pelas pessoas que vieram, ficaram ou foram, encerrando ciclo, mas com certeza deixando lições. Agradeço cada ruga, cabelo branco, celulite e qualquer outra marca nova, pois me lembram que mesmo que eu tenha chorado, eu sorri, gargalhei, que mesmo que eu tenha me estressado, o que eu poderia ter feito, fiz, e me lembram que o tempo está passando, estou envelhecendo como todos nós iremos inevitavelmente envelhecer, mas estou em paz com as marcas que a vida me faz, pois olho pra trás e vejo que o tempo, o universo e todas as forças que nos movem têm sido bastante generosos comigo.
Enfim: o que interessa que estou bem, cabeça leve, consciência tranquila de sempre buscar fazer o meu melhor e continuo seguindo. Parar ou desesperar, como escreveu o Ivan Lins e a Simone canta lindamente, JAMAIS!
E se você leu isso até aqui, gratidão! Se puder, escute e cante bem alto a música antes do ano findar ( DESESPERAR JAMAIS – Confira este vídeo no YouTube:
E nos “vemos” novamente em 2023.
* Telma Miranda é advogada, fã de literatura, música e amiga deste editor.