Poema de agora: CORAÇÃO TRISTE – Pat Andrade

CORAÇÃO TRISTE

se ter um coração
era um castigo
alguém poderia
ter-me dito
eu estaria prevenida
e não sofreria tanto
ninguém ouviria meu grito
de horror e agonia
ninguém veria meu pranto
de dor e sofrimento
e talvez eu achasse
essa tal alegria
que se esconde de mim
e se espalha por aí
talvez eu ouvisse o bem-te-vi
que anuncia a chuva da tarde
e a prenhez de Maria
mas meu coração triste
só ouve a rasga-mortalha
que corta o céu e a noite
cantando a morte sem jeito
dos filhos do crime e da fome
nos barracos da ponte
que atravessa a cidade

PAT ANDRADE

Poema de agora: A Banda do Sargento Só Eu – Luiz Jorge Ferreira

A Banda do Sargento Só Eu

O radio toca um Bolero
Eu saio do sério e danço imaginariamente com você na sala.
Não dou muitos volteios, estou de chinelos.
Na parede da sala você figurada na foto sobre a estante, por instantes parece sorrir.

A radio toca Creedence Clearwater Revival Band
retiro os chinelos, rodopio com meu próprio estilo, meio borboleta, meio Pardal…
Falo para o cão que me olha confuso…teria o humano …ganho um novo osso?

…Não…respondo.
Bebi orvalho das décadas passadas e Vodka Floral.
Muito bom…estalo os dedos…em sua direção
…que tempos meu irmão!


Não creio que essa ligação entre sonhos…emoção…
música…ruptura de usos…moda…e costumes…e mil e uma coisas abruptamente…venha a se repetir…
…pareço ouvir um amigo longe…o Baixista do Sol do Meio Dia…gritar
…Acredito que NUNCA MAIS…

De dentro da fotografia, ela parece sorrir para o cão, tentando com o olhar afastá-lo do vazio na janela.


Lá fora a noite chega desastrada pronta para por um outro dia para chegar quando vier o amanhã.
Creedence…é silêncio.
Assovio Vênus e a Casa do Sol Nascente…faço a dublagem de Help sobre o eco melódico impregnado nas minhas memórias.
Repito comigo …em meio a um rodopio imenso e um súbito stop a la Michael Jackson.


…Que tempos meu irmão que tempos.
… pareço ouvir a lua espelhada na poça clara que se formou quando derrubei vodca no pires da xicara de café para o cão também beber.
Que tempos meu irmão…que tempos…
Nesses tempos a Terra era azul.

Luiz Jorge Ferreira

Poesia de agora: Barquinhos de Papel – @alcinea

BARQUINHOS DE PAPEL

Que sonhos transportam
estes barquinhos de papel
soltos pela gurizada
nos riozinhos formados pela chuva?
Em que porto da vida eles ancoram?
Em que altura da vida-rio eles naufragam?

Na infância (já tão distante)
também soltei barquinhos de papel
e quando a chuva cessava
saía correndo de casa para resgatá-los.
Uns encalhavam em alguma pedra na margem da rua
outros caiam na boca-de-lobo

e de lá, por conta própria, seguiam viagem
levando meus sonhos por todos os rios e mares
e perdiam a rota do retorno.

(Alcinéa)

Poesia de agora: Mundo – Pat Andrade

Mundo

desse mundo áspero
não espero muito
nem quero tanto

esse mundo chato
não me suporta
nem me aceita

esse mundo estranho
não me desnuda
nem me desvenda

esse mundo parco
não me satisfaz
nem me completa

nesse mundo triste
não me acho
nem existo

Pat Andrade

Poesia de agora: Monólogo de ontem – Marven Junius Franklin

Imagem: fotógrafo sueco Tommy Ingberg

Monólogo de ontem

Nessa mesa de bar
apreciando fulanos que passam
com suas sacolinhas de compras
e arrogantes sorrisos amarelados

(que dobram de rua
ao me ver ali – na mesma disposição – desde ontem).

Ah, pobre de mim!
Mero observador do cotidiano
que passa horas esperando
a passagem de um trem imaginário.

E que meu brother Daniel Pedro
me entenda – é que eu não conseguir
largar a latinha da mão.

Dia de tez escura
e burburinhos nos mercados

(de pessoas amanhecidas de silêncio
e repletas de horas que não correm nunca).

Ah, esqueço sempre
de olhar o relógio!

(e assim as verdades decorrem e partem
– desobedientes – abduzidas
por mãos afoitas da solidão).

Marven Junius Franklin

Desconfortáveis encontros casuais – Crônica de Elton Tavares – (do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”)

Encontro um velho conhecido.

Ele: “cara, você tá muito gordo!”. Eu, (em pensamento, digo eu sei caralho, vai tomar no cu!): Ah, cara, sabe comé, sem exercícios físicos, sem tempo pra muita coisa, muita cerveja e porcarias gordurosas (que amo).

Sem nenhum assunto, fico em silêncio.

Ele: virei médico e você?

Eu: sou jornalista.

Ele: ah, legal (com um ar de desdém que vi ao encontrar outros velhos conhecidos advogados, administradores, contadores, ou alguma outra profissão mais rentável).

Aí um de nós subitamente diz que está atrasado e marca uma gelada qualquer dia com nossas respectivas esposas ou namoradas e vamos embora. Com certeza, passaremos mais 10 anos sem nos falarmos, graças a Deus.

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020.

Mais um dia de rebeldia – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Acordo despreocupado com a perspectiva de enfrentar mais um dia. A gente acaba se acostumando. Esta é a vida que se foi construindo até aqui. Vida feita de vontade de romper com o mundo, apesar de omissões e covardias.

Romper com o mundo. Pensei nisso aos 12 anos, aos 18, aos 35. Agora, aos 56 anos, já não tenho ânimo nem de lembrar que um dia tive arroubos de rebeldia.

Ultimamente tenho pensado nessa coisa de rebeldia e vou usar aqui um palavrão do momento: ressignificar. É isso que venho fazendo: ressignificando tudo. É um exercício, um aprendizado. Já ressignifiquei o Círio de Nazaré, o Natal, o fim/começo de ano… Ressignifiquei sentimentos, valores e pessoas. Mudei de casa, de relacionamento e de ideias. Mudei apenas para que eu possa continuar sendo um novo homem. E esse novo homem que sou é o mesmo homem que sempre fui. Uma criança que nasce cada vez que abre os olhos para um novo dia.

Sim, ressignifiquei minha rebeldia. Se o “normal” é burlar a lei, a rebeldia está justamente em fazer o contrário: seguir a tal da lei, obedecê-la. Por isso eu atravesso na faixa destinada aos pedestres. Por isso eu jogo o lixo dentro da lixeira. Por isso a primeira coisa que faço ao entrar num carro é colocar o cinto de segurança. Por isso não furo fila. Continuar sendo honesto em meio ao mar de corrupção, isso é rebeldia. E nem é algo sobrenatural. Quem é assim não sabe ser de outro jeito. Mesmo que os seres honestos possam ser chamados de atrasados e até de otários, faz bem insistir. Na verdade, faz toda a diferença.

Na adolescência, fui um rebelde diferente do rebelde que sou hoje. Ou mais igual ao que se espera de um ser minimamente revoltado. Minha rebeldia me fazia renunciar à ingestão de Coca-Cola, reconhecendo nela a bandeira do imperialismo ianque fincada no território dos nossos intestinos. Eu andava com um prego, de tamanho considerável, riscando os carros da burguesia sempre que surgia uma oportunidade. Naquela espécie de insurreição solitária, eu jurava que estava dando a minha contribuição à revolução, vandalizando um pouquinho a propriedade privada. Não me arrependo. Mas lembro também de uma rebeldia tola, de quando eu tinha 18 anos: mijar na pia do banheiro dos bares, e não no vaso sanitário. Uma transgressão que admito, hoje, ser só babaquice mesmo. Tive minha fase de rebeldia filosófica e não foram poucas as vezes em que arremeti contra Deus a minha ira santa, elegendo Lúcifer como o primeiro guerrilheiro a enfrentar a tirania divina, que teve de amargar exílio e maldição. Hoje, Deus e o Diabo estão devidamente ressignificados e os dois convivem muito bem.

Por isso, hoje, sou rebelde de verdade. E parece que mais terrível, pois os inimigos não estão preparados pra enfrentar quem luta com a verdade estampada em cada gesto. Honrar compromissos, cumprir a palavra, ter boa vontade são ofensas a quem só compreende atitudes espúrias, pra quem acha natural que um sujeito enriqueça em sucessivos mandatos públicos sem ter que trabalhar. Podendo até chegar ao mais alto posto da nação.

Obedecer à lei da consciência, ter sonos tranquilos, despertar com bom-humor, estar atento ao sentido de justiça e jamais deixar de perceber o canto de um pássaro. E querer bem, querer o bem, sempre o bem. Dos outros e de todos. Eis a minha rebeldia de hoje.

Monólogo ( Aos dois) – Texto poético de Luiz Jorge Ferreira

Depois de doze anos que ambos haviam completados 90 anos.

…Ela olha em sua direção…e diz.
– Tomara que chova.

… Ele põe o pé direito no chinelo…no par esquerdo…que está imprensado entre a parede, e as pernas da cadeira.
….E se chover que se demore.

Feche a janela para que não molhe o relógio.
E se molhar o relógio… não molhe as horas…e se molhar as horas… não molhe os dias…e se molhar os dias… não molhe os meses…e se molhar …

Ela disse … olhando amorosamente em sua direção…
Doutro lado da sala repleta de plantas, besouros, joaninhas, e sanguessugas, e morcegos…ele lá.

Tomara que não chova! Completou.

…ele voltou o rosto para o lado que o arco-íris descorado se prendia ao alpendre…e sorriu…

Ela lentamente cuspiu em direção ao gato de porcelana cochilando na terceira janela.
…e se chover…que venha de Oeste…pois a Leste tem a Tabacaria.

Ele balbuciou uma Mandala que aprendera na Caxemira…
Provavelmente Outono lhe traria de volta a audição, o olfato, e o paladar…Quiça a ereção.

Ela se ergueu…e caminhou nua em direção ao pequeno atracadouro… lotado de Canoas apodrecidas.

Ele lamentou que começasse a chover… exatamente agora.

Luiz Jorge Ferreira.

Nunca fui…(uma crônica megalomaníaca de Elton Tavares) – Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”.

Ilustração de Ronaldo Rony

Crônica megalomaníaca de Elton Tavares

Nunca fui sonhador de só esperar algo acontecer. Sou de fazer acontecer. Não sou e nunca serei um anjo. Não procuro confusão, mas não corro dela, nunca!

Nunca fui de pedir autorização pra nada, nem pra família, nem para amigos. No máximo para chefes, mas só na vida profissional.

Nunca fui estudioso, mas me dei melhor que muitos “super safos” que conheci no colégio. Nunca fui prego, talvez um pouco besta na adolescência.

Nunca fui safado, cagueta ou traíra, mesmo que alguns se esforcem em me pintar com essas cores.

Nunca fui metido a merda, boçal ou elitista, só não gosto de música ruim, pessoas idiotas (sejam elas pobres ou ricas) e reuniões com falsa brodagem.

Nunca fui “pegador”, nem quis. É verdade que tive vários relacionamentos, mas cada um a seu tempo. Nunca fui puxa-saco ou efusivo, somente defendi os trampos por onde passei, com o devido respeito para com colegas e superiores.

Nunca fui exemplo. Também nunca quis ser. Nunca fui sonso, falso ou hipócrita, quem me conhece sabe.

Nunca fui calmo, tranquilo ou sereno. Só que também nunca fui covarde, injusto ou traiçoeiro.

Nunca fui só mais um. Sempre marquei presença e, muitas vezes, fiz a diferença. A verdade é que nunca fui convencional, daqueles que fazem sentido. E quer saber, gosto e me orgulho disso. E quem convive comigo sabe disso.

Elton Tavares

*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.

Sesc Amapá e Coletivo Juremas lançam projeto de Poesia em Macapá 

O Sesc Amapá e o Coletivo Juremas lançam no próximo dia 25 de março (sexta-feira), um novo espaço para a poesia no Amapá.

O projeto Sextou com Poesia tem como objetivo um tripé importante para a arte como um todo, que envolve rodada de diálogos, apresentações artísticas e apoio à retomada do setor cultural após a pandemia da Covid-19.

A poeta Carla Nobre, membro do Coletivo Juremas, comenta que o Sextou com Poesia vai além de um espaço de arte e cultura, é mais uma oportunidade de dialogar sobre a cadeia produtiva da cultura, bem como criar laços e elos para fortalecer o setor no Amapá, quem sabe ampliando o projeto para edições nos demais municípios, nos quais o SESC possua atuação aqui no estado.

Na Edição de março, o Sextou com Poesia, traz a Rodada de diálogo “Reencontro Traçando Palavras” com a facilitadora Andreia Lopes, “Performance Dança do Ventre” com a professora Samanda Nobre, recital “Poemania” com Hayam Chandra, Suane Brazão e Laura do Marabaixo e o show “O Amor Mora Aqui” com os Poetas Azuis Pedro Stkls e Thiago Soeiro. Esse formato de evento permite ao público dialogar sobre a arte produzida no Estado, curtir espetáculos memoráveis e, de quebra, matar a saudade dos amigos, que em outros tempos frequentavam assiduamente os eventos realizados no SESC Centro.

As edições do Sextou com Poesia acontecerão toda última sexta-feira do mês, sempre no restaurante do Sesc Centro, a partir das 19h, em Macapá.

O projeto é uma realização do SESC-AP e Coletivo Juremas, com apoio do projeto Quarta de Artes da Pleta, O Charme da Poesia e O Blog da Mary.

Serviço

Lançamento do Projeto Sextou com Poesia
Data: 25 de março (sexta-feira)
Hora: 19h
Local: Restaurante do Sesc Centro – R. Tiradentes, 920-1004 – Central, Macapá
Entrada Livre

Mary Paes
Assessoria de Imprensa
(96)98138-5712 | 99179-4950

Poesia de agora: ASA – Pedro Stkls ( @stkls)

ASA

eu sonhei que a poesia andava
na ponta da asa de uma borboleta
um dia trafegando o rio amazonas
a borboleta deixou com que a maré levasse
justo a parte onde a poesia observava o
mundo
um poeta vendo aquilo escreveu
que uma parte do rio era água
e a outra queria voar.

Pedro Stkls

Inscrições para Concurso de Redação de Cartas são prorrogadas para o dia 25 de março

Atenção estudantes e escolas: o prazo de inscrições do Concurso Internacional de Redação de Cartas 2022 foi prorrogado para o dia 25 de março.

Portanto, desenvolvam sua redações com o tema “Escreva uma carta a uma pessoa influente para explicar por que e de que forma ela poderia tomar iniciativas para combater a crise climática.”

Além da premiação nacional, a melhor redação brasileira ainda participa de outra disputa com cartas do mundo inteiro. Foi o que aconteceu com a estudante Luísa Tejo Salgado Catão, de 15 anos, que recebeu uma menção honrosa na fase internacional do concurso, onde concorreu com alunos de mais de 60 países.

Na disputa internacional, o Brasil já ganhou 3 medalhas de ouro (1972/1988/2006), 2 medalhas de prata (1978/1980), 2 medalhas de bronze (1992/2015) e recebeu menções honrosas em 2009, 2012, 2016, 2017, 2018 e 2021. Na classificação internacional, o Brasil só é superado pela China (5 medalhas de ouro).

Para participar, escolas públicas e privadas devem selecionar, entre as redações de seus alunos, até duas cartas para representá-las na fase estadual. A melhor redação de cada estado concorre ao prêmio nacional, quando é escolhida apenas uma carta, que irá representar o Brasil na fase internacional.

A premiação para a escola e os alunos vencedores na colocação nacional é de até R$ 10,5 mil e até R$ 10 mil, respectivamente, além de outros valores para os primeiros colocados na fase estadual.

Melhoria da alfabetização – O objetivo do certame é melhorar a alfabetização de jovens por meio da redação de cartas, incentivando a expressão da criatividade e o aprimoramento dos conhecimentos linguísticos de crianças e adolescentes.

Todas as informações sobre o concurso, como formulário de redação, ficha de inscrição e endereço para o envio dos documentos estão disponíveis no endereço: https://www.correios.com.br/concursocartas.

Serviço:

Assessoria de Imprensa
Superintendência do Amapá
[email protected]
(96) 3198-7208 / 99166-7971

Secult/AP apoia 1º Encontro Amapaense de Contadores de Histórias, que acontece no anfiteatro da Chico Noé neste fim de semana

Pela primeira vez o estado terá o Encontro Amapaense de Contadores de Histórias. O evento acontece no sábado (19) e domingo (20), a partir das 17h de cada dia, no anfiteatro da Praça Chico Noé, localizada no Laguinho, Zona Central de Macapá. O projeto conta com o apoio da Secretaria de Estado e Cultura do Amapá (Secult/AP) para também promover atrações artísticas como shows musicais, teatrais, além de rodas de conversas – veja a programação ao final da matéria.

De acordo com o titular da Secult/AP, Evandro Milhomem, o trabalho visa comemorar o Dia do Contador de História, todo dia 20 de março. Para o secretário, o projeto também está voltado para potencializar o segmento milenar e repassar conhecimento, bem como integrar os agentes de sua cadeia produtiva.

“O Amapá possui um grande número de contadores e contadoras de histórias, são eles que fazem a imaginação de diversas pessoas dessa terra. Eles também estão espalhados por  projetos sociais, escolas públicas, praças e feiras, difundem seus causos e contos e merecem ser reconhecidos”, pontuou.

Dia Internacional do Contador de Histórias

Dia internacional do contador de histórias Dia 20 de março é comemorado o Dia do Contador de Histórias. A data foi criada na Suécia, em 1991, para reunir os contadores e promover a contação de histórias em todo mundo. Não é de hoje que essa prática existe, os contadores de histórias atuam há séculos. De certa forma, a evolução da humanidade está diretamente ligada à arte de contar histórias. É só lembrar que até a invenção da escrita, as tradições, conhecimentos e histórias eram passadas oralmente, de geração em geração.

E mesmo depois, grande parte da população não sabia ler e escrever e recorria aos contadores de histórias para manter viva a cultura de sua família ou região. Quem se lembra dos bardos, personagens de filmes e histórias medievais? Esses contadores de história tinham importância fundamental e estratégica. Durante as guerras na Idade Média, eles ajudavam a manter vivo o espírito de batalha, através das descrições de vitórias dos aliados e derrotas dos inimigos.

Até mesmo parte do conhecimento científico e cultural foi repassado pelos contadores de história. Diversos processos, danças, rituais e comportamentos sobreviveram e chegaram aos nossos dias através da linguagem oral.

Programação:

LOCAL: ANFITEATRO DA PRAÇA CHICO NOÉ

1º DIA – 20 DE MARÇO DE 2022
17h = Bate-Papo: Contação de História enquanto Instrumento Lúdico-Pedagógico
18h = Espetáculo Teatral
18h e 40m = Contação de História
19h = Contação de História
19h e 20m = Contação de História 1
9h e 40m = Contação de História
20h = Show Musical

@amarildocharges

2º DIA – 21 DE MARÇO DE 2022
17h = Bate-Papo: O teatro e a Música Ilustrando Histórias
18h = Espetáculo Teatral
18h e 40m = Contação de História
19h = Contação de História
19h e 20m = Contação de História
20h = Show Musical

Serviço:

1º Encontro Amapaense de Contadores de Histórias
Local: Anfiteatro da Praça Chico Noé
Data: 19 (sexta) e 20 (domingo) de março
Horário: 17h
Contato: (96) 98114-9655 | 98400-8965

Estamos cheios de vida. Então, bora viver! – Crônica de Elton Tavares – (do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”)

Ilustração de Ronaldo Rony

Estamos cheios de saudades difíceis de matar, memórias tristes e felizes, milhões de possibilidades, bagagem de vivências passadas, conhecimento adquirido na caminhada e muita vontade de driblar adversidades. Temos poucas certezas, sem grandes promessas, mas o trato de evitar o tempestuoso e cólera.

Inevitavelmente, sofremos de arroubos de entusiasmo, preguiça e euforia digna de uma análise Freudiana. Sim, é muita liga! Estamos cheios de afeto, contradições, neuroses e poucas explicações. Estamos cheios da boa maluquice, de corações abertos. Estamos a desatar amarras e atentos para não pirarmos, pois estamos cheios deste tipo de loucura. Estamos cheios de luz e felicidade.

Estamos a descartar polêmicas ou manifestações exaltadas, daremos uma bicuda nas controvérsias, pois vamos desengarrafar sonhos. É, estamos cheio de vida. Então, bora viver!

Para você que leu, que a Força esteja contigo!

Elton Tavares

*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.