Camarão que dorme a onda leva. Homem que se distrai é engolido pela selva. Dormi; distraí-me. Traí-me. No meu sonho, muito me iludi. Imaginei um mundo onde as pessoas não precisavam prejudicar umas às outras para serem felizes. Onde puxar o tapete não é a única forma de vencer que existe. Acordei pisoteada, coberta pela areia da praia, Subjugada por não me igualar à tal laia.
Neste mundo não há lugar para ingênuos. Augusto dos Anjos advertiu e era mesmo um gênio. Neste mundo, os bons são sempre esmagados. Terra miserável só dá frutos putrefatos. Neste mundo, o trigo já anda pouco: A lama que nos espera multiplicou o joio.
Entretanto, se for para me tornar tão vil, Se for para transformar meu coração em mero objeto vazio… Permanecerei nos braços de Morfeu, pois neles o mundo é menos feio E que venha a onda, levando-me junto com meu pueril devaneio.
Uma vez, escrevi uma crônica sobre como seria o meu “Inferno”. Hoje vou falar/escrever um pouco de como seria o meu céu. Não sei se baterei na porta do céu como Bob Dylan. Nem se vou achar o lugar igualzinho ao paraíso, como sugeriu o The Cure, mas estou atrás da “Stairway To Heaven” do Led Zeppelin. Só não vale ter “Tears In Heaven”, do Eric Clapton. Mas vamos lá:
Meu céu é em algum lugar além do arco-íris, bem lá no alto. Bom, lá, ao chegar ao meu recanto celestial, eu falaria logo com ELE, sim, Deus ou seja lá qual for o nome dele (God; Dieu; Gott; Adat; Godt; Alah; Dova; Dios; Toos; Shin; Hakk; Amon; Morgan Freeman ou simplesmente “papai do céu”) e minha hora já estaria marcada.
Ah, não seria qualquer deusinho caça-níquéis (ou dízimos) não. Seria o Deus de Spinoza, que como disse Einstein: “se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.
Após este importante papo com o manda chuva do paraíso (tá, quem manda chuva mesmo é o seu assessor, São Pedro, mas eu quis dizer mesmo é do chefão celestial), daria um rolé e encontraria todos os meus amores que já viraram saudade. Ah, como seria sensacional esse reencontro!
Bom, meu céu é todo refrigerado e chove. Chove muito, mas nunca inunda as vielas do paraíso e nem desabriga ninguém por lá. Ah, abaixo dele chove canivetes nos filhos da puta (que não são poucos) que encontrei durante a jornada pré-celestial. Óquei, pode soar meio lunático, mas é o meu céu, porra!
No meu céu não tem papo furado, como no capítulo 22, versículo 15, do livro de Apocalipse. Lá entrarão impuros sim ou seria uma baita hipocrisia EU estar neste céu. No meu céu não toca brega, pagode e sertanejo sem parar, afinal, isso é coisa do inferno. Ah, no meu céu não entra corrupto, pastor explorador, padre pedófilo ou escroques de toda ordem, esses tão lá no meu inferno e eu ainda teria o direito de cobri-los de porrada!
No meu céu as pessoas se respeitam, não tentam a todo o momento tirar vantagens do outro. No meu céu, serviços prestados são pagos na hora, chefes são justos e não rola fofoca. Lá não tem puxa-sacos, apadrinhados ou seres infetéticos desse naipe que a gente, infernalmente, convive na terra diariamente.
No meu céu tem churrasco, pizza, sanduba, entre outras comidas deliciosas e que nunca, nunca mesmo, nos engordam (pois é infernal o preconceito fitness). Lá também não sentimos ressaca. No meu céu tem show de rock o tempo todo, com todos os monstros sagrados que já embarcaram no rabo do foguete e a gente curte pela eternidade.
Lá no meu plano celestial não existe a patrulha do politicamente correto, nem gente falsa, invejosa, amarga, e, muito menos, incompetentes. Se tá no céu, se garante, pô!
Não imagino o céu como um grande gramado onde todo mundo usa branco, ou um local anuviado onde anjos tocam trombetas e harpas. Não, o céu, se é que ele existe (pois já que o inferno é aqui, o céu também é) trata-se de um local aprazível para cada visão ímpar de paraíso, de acordo com nossas percepções e escolhas. Bom, chega de ficar com a cabeça nas nuvens. Uma excelente semana para todos nós!
“Eu acho que há muitos céus, um céu para cada um. O meu céu não é igual ao seu. Porque céu é o lugar de reencontro com as coisas que a gente ama e o tempo nos roubou. No céu está guardado tudo aquilo que a memória amou…” – escritor Rubem Alves (que já foi para o céu).
Elton Tavares (que graças à Deus, tem uma sorte dos diabos).
*Do livro “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020.
Acho que se existir inferno, coisa que duvido muito, cada alma pecadora tem um desses locais de pagamento de dívidas de acordo com suas ojerizas. Nada como no clássico da literatura “A Divina Comédia”, o inferno do escritor italiano Dante Alighieri, que escreveu sobre os nove andares até a casa do “Coisa Ruim”.
Quem nunca imaginou como seria o Inferno? Como seríamos castigados por nossos pecados? Volto a dizer, pra mim o inferno é aqui mesmo. Mas vou pontuar algumas coisas que teriam no meu, se ele está mesmo a minha espera.
Bom, meu inferno deve ser quente. Não tô falando das labaredas eternas com o Coisa Ruim me açoitando pela eternidade. Não. Esse é o inferno mitológico e ampliado da imaginação religiosa. Falo de calor mesmo, tipo Macapá de agosto a dezembro, com quase 40° de temperatura (a sensação térmica sempre ultrapassa isso no couro da gente) e sem ar-condicionado.
Neste inferno, todo mundo é fitness, come coisas saudáveis e é politicamente correto. Meu inferno tem gente falsa, invejosa, amarga, que destila veneno por trás de sorrisos. Ah, meu inferno tem incompetentes, puxa-sacos, gente de costa quente que conta do padrinho que o indicou. E pior, neste inferno sou obrigado a conviver com elas diariamente.
No meu inferno tem gente que atrasa, que me deixa esperando por horas. Ah, lá tem caloteiros e enrolões, daqueles que demoram a pagar serviço prestado por várias razões inventadas.
Neste inferno moldado a mim tem parente pedinchão, “amigo” aproveitador, filas e mais filas para tudo. Tem também muita etiqueta e formalidades hipócritas. E também todo tipo de “ajuda” com segundas intenções. De “boas intenções” o inferno tá cheio.
Neste lugar horrendo só vivo para trabalhar, estou sempre sem dinheiro, sem sexo, sem internet e sem cerveja. Nó máximo Kaiser, aquela cerva infernal de ruim. No meu inferno toca brega, pagode e sertanejo sem parar.
Eu sei, leitor, que devo agora estar lhe aborrecendo. Mas perdoe-me, esta alma é chata e sentimental. Às vezes vivemos infernos mesmo no cotidiano, pois vira e mexe essas coisas aí rolam. Por isso dizem que o inferno é aqui. Ou como explicou o filósofo francês Jean-Paul Sartre, na obra “O Ser e o nada”: o inferno são os outros. É por aí mesmo.
Ainda bem que tenho uma sorte dos diabos e Deus é meu brother, pois consegue me livrar dos perigos destes possíveis infernos cotidianos e nunca fará com que tudo isso descrito acima ocorra por toda a eternidade. No máximo, de vez em quando, para que eu pague meus pecadinhos neste plano (risos).
Esse devaneio deve ser por conta do “inferno astral”, vivido sempre próximo de meu aniversário. Mas volto a dizer, este seria mais ou menos o MEU inferno. Como seria o seu?
Elton Tavares
*Do livro “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020.
Eu vou voltar para casa. Perdi as penas das asas. Minha bússola é uma moeda enferrujada. Minhas esquinas são imãs, e meus degraus são desenhos de gesso e breu.
Estou de volta para a horta. Replantar pêssegos verdes para o próximo ano. Revolver o tempo com uma colher quebrada. Porque deu em nada quebrar nozes… Assoviar Beethowen, e desenhar Chopin… Bebi aguardente esperando o Ocidente envelhecer… Tomei orvalho sentado grisalho na igreja fechada, eu atiçando a fé. Procurei Deus entre as formigas, em fila andando para o infinito.
Agora retorno para casa Vou pelo relógio da parede, por meio de seus tics… tacs… Acerto o ritmo do meu coração… Tenho certeza que lá em casa, repousa aquele adeus que dei quando parti. Pode até ser que ele tenha vindo atrás de mim… Eu apressado, afoito batendo as Asas… não vi.
Mas nunca será tarde, para espalhar as mágoas no jardim… Nunca colherei pêssegos, as manhãs descansam entre proparoxítonas terminadas em… s. Por isso minhas preces foram se esconder no porão… Tenho várias fotos de minhas Asas agarradas ao vento. E eu apressado, afoito, batendo as Asas, não vi.
Soube que o amor virou um pássaro triste que gorjeia canções apaixonadas em Mi Menor. Soube que o adeus correu contra o vento, e fingiu que voava como uma solitária folha em meio a solidão… Mas soube que as mãos tolas bailarinas rodopiaram em vão. E eu apressado, afoito, batendo as asas não vi.
Nunca colherei Crisântemos, eles têm odor de alma, e essas se dependuram em minhas Asas para que eu não alçe vôo. Tenho várias pinturas de minha vida, secando as penas. Mas eu apressado, afoito, batendo as Asas… nunca vi!
Luiz Jorge Ferreira
*Do livro “Diante da Boca da Noite Ficam os dias de Ontem”.
64 centauros se assentam agora às rugas em meu rosto, instauram templos de ouro e oram em dúbio movimento outubro e seus centauros de vento. Estouro de touros dita estrondos em meu peito, estremeço e me meço, sou imenso! Temo Nesso, mas o venço em mim imerso; ou suspenso. Outubro é bruto, mas o pulo a versos, outubro é outro, mas o sei o avesso, outubro é isso: o meio, o fim, o começo. 64 centauros se assentam agora às rugas em meu rosto, à ágora das minhas agruras à grua das minhas glórias, às lágrimas que me aguam como décadas que me devoram
Gosto de parabenizar amigos em seus natalícios, pois declarações públicas de amor, amizade e carinho são importantes pra mim. Além disso, o Amapá precisa preservar, reconhecer e homenagear seus grandes nomes em todas as áreas de atuação. Esse texto, além de ser uma felicitação, é um momento de reconhecimento, pois Joãozinho Gomes gira a roda da vida pela 64ª vez neste vigésimo dia de outubro. Não à toda, na mesma data em que é celebrado o Dia Nacional do Poeta, pois o cara é brilhante em poetizar a vida.
Escritor, compositor e um dos maiores poetas da Amazônia, Joãozinho Gomes tem seu talento reconhecido e respeitado em todo o Brasil. Sempre o admirei, mas tive a honra de bater papo algumas vezes com esse nobre artista. Durante essa trajetória, compôs, cantou e gravou com o Grupo Senzalas (com Zé Miguel e Amadeu Cavalcante), Val Milhomem, Patrícia Bastos e Enrico Di Miceli. Isso para citar só alguns.
Joãozinho Gomes é natural de Belém e mudou-se para o Amapá em 1991. Aqui, botou pra quebrar e juntamente com outros renomados monstros criativos e talentosos, revolucionou a cena musical amapaense. Se tornou um artista premiado na música e na literatura. É um cara que orgulha esse estado no meio do mundo, nosso lugar no planeta.
“Em 24 de dezembro de 1991 às 22:30m eu pisei em solo amapaense e meus pés incontrolavelmente enraizaram-se neste solo de modo tão profundo à serem hoje raízes impossíveis de serem arrancadas, extraídas, removidas. Não custei a entender as aspirações telúricas deste chão sagrado que de maneira paterna e acolhedora abrigara os meus pés em seu ventre de mata e rio com a intenção de que eu a ele pertencesse de forma efetiva, afetiva, perenal. Vi com clareza à linha do horizonte a grafia das águas e das folhas textualizando a minha vida dali para diante, li os meus desígnios e, compreendi a lírica missão entregue à minha arte. Queria este solo gentil, generoso e belo, que eu me juntasse aos seus filhos-pássaros e os ajudasse no ofício de cantarem a sua história rica, única, bela. Era tempo de criar”, relatou o poeta há alguns anos, quando recebeu o título de Cidadão Amapaense.
Joãozinho é um gênio sem pavulagem. Um cara de bom trato, fala mansa, conversa firmeza e um homem do bem. Com uma contribuição incalculável para a Cultura do Amapá, ele é um ícone poético tucuju, nortista e nacional. Ao mestre da Poesia, minha homenagem e agradecimento pelo conjunto da obra.
Joãozinho Gomes, amigo, que seu novo ciclo seja ainda mais produtivo, harmonioso e rentável. Que tua vida seja longa, por pelo menos mais 64 quentes outubros amazônicos. Que tenhas sempre saúde e ainda mais sucesso junto aos seus amores. Parabéns pelo teu dia e feliz aniversário!
Eu quero um pouco de me sentir só… Quero um pouco do nada pra falar Quero o vazio do silêncio… Minhas mãos frias… As paredes frias… O esmo dos pensamentos… A cama grande… Os desvarios dos sonhos sem razão…
Eu quero um pouco do sal… Das lágrimas… Do mar da solidão Quero o sal… A saudade de mim… Do que fui… Do que sou… Do nada que não sei se sou… Ou que sei… Que fui…
Quero meus dedos… A tinta… O papel em branco… As letras… Quero minha inspiração… Fugir do caminho certo… Me perder… Cair do barranco… Me sujar na lama… Não ter hora pra voltar… Não voltar atrás… Ou voltar… Qualquer hora…
Quero ser livre para ser sozinho… Ou não ser… Sozinho. Eu quero um pouco de ser poeta… Ser poeta… Só!
Como se um pedaço de mim se esvaísse Em cada suspiro que solto por ti, Como se minha alma se bipartisse Em cada saliva que entrego a ti,
Sinto meus pés se elevarem do chão, Sinto-me flutuar como em meditação, Sinto a taquicardia de meu coração, Sinto o latejar de nossos sexos em pulsação.
Como se meu espírito fosse uno com o teu, Nossos lábios se encaixam perfeitamente um ao outro. Como se teu corpo fosse o mesmo que o meu, Nossa respiração se mistura em sinal de bom agouro.
Sinto o clamar de nossas bocas sedentas, Sinto o palpitar de uma troca sincera e lenta, Sinto o rebuliço das partes outrora amenas, Sinto nosso beijo da forma mais plena.
a saudade meu bem brota aqui dentro de mim lá no fundo do coração por causa do lobo temporal
vem de uma lembrança antiga de uma voz ou de uma canção que o vento traz um cheiro peculiar que invade o ar
aí inventa cisco no olho faz cosquinha na ponta dos dedos caminha pelo corpo inteiro
depois brinca de se esconder na coleção de pedrinhas redondas na flor amassada dentro do livro num poema escrito aos seis anos
do nada vira foto borrada faz a gente morrer um pouco com a dor revisitada
a saudade meu bem é uma ferroada invisível que às vezes dói e às vezes arde é bicho que anda sem ter pernas voa sem ter asas e canta implacável nos fins de tarde
Criticam a rima pobre De quem combina amor com dor. “É inconcebível que em uma língua tão nobre, Limite-se tal riqueza com aquilo que se vai por”! Eleva-se o verbo com o substantivo; Aceita-se também adjetivo, Mas considera-se crime o binömio amor/dor. Mal sabem que esta é a única consequência deste sentimento: Um recheio de lamento Que, por fim, Transforma-se em mais um poema ruim, Acinzentando todas as cores. Onde amores… Há dores.
Bem te vi tá cantando de madrugada O calor não para de aumentar O Rio cada vez mais poluído Geração mercúrio Nessa Amapá É chuva de bala E vida extinta É panela vazia Tão acuando a matinta? – tem tabaco aí? Nem sei corro ou se sorreio Perdido perto do tiroteio Helicóptero na altura da mangueira O forro da igreja furado de bala
Eu continuo trabalhando muito, pois adoro minha profissão. Continuo sincero, contudo áspero. Eu continuo diferenciando puxa-sacos de profissionais, apesar de muitos não terem tal discernimento. Eu continuo honesto, apesar das propostas indecorosas. Continuo pobre, contudo sem telhado de vidro ou rabo de palha. Como sempre, não acompanho a moda convencional, mas fico ligado na underground.
Vivo a celebrar minha existência com a família e os amigos. Permaneço bebendo mais que o permitido, mas nunca fui ou sou um bêbado enjoado. Sigo boêmio inveterado, só que muito menos que antigamente. Continuo apaixonado pela boa música, mas extremista com alguns gêneros musicais. Sigo com meu amor pelo Rock and Roll, MPB e Samba. Continuo apaixonado pelo Carnaval, mas só na época mesmo.
Eu continuo exigente, mas sempre à procura da facilidade. Continuo antipático para alguns e paid’égua para a maioria. Continuo assumindo meus erros e brigando pelos meus direitos, custe o que custar. Continuo sem intenção de agradar a todos, mas acertando mais que errando. Ainda sou Flamengo, mas não brigo mais quando o time perde, até dou risada da encheção de saco dos adversários.
Eu continuo tirando barato de erros grotescos, mas aguento as consequências quando falho. Continuo escrevendo, mas com a consciência de nem sempre agradar. Continuo a me irritar com a necessidade de tanta gente de aparecer ou ser admirada, mas não sou totalmente desprovido dessa soberba.
Continuo convivendo com figurões e anônimos, sem deslumbre ou desdém, pois é assim que deve ser. Ainda faço mais amigos que inimigos, apesar dessa segunda lista aumentar consideravelmente a cada ano. Permaneço gordo, feio e arrogante, entretanto, respeitoso, justo, bom de papo e sortudo. Sigo “Eu Futebol Clube”, sem falso altruísmo e sempre aviso: se resolver encarar, é bom se garantir.
Continuo insuportavelmente ranzinza, mas incrivelmente querido pelos meus familiares e verdadeiros amigos. Prossigo acreditando nas pessoas, apesar de elas me decepcionarem sistematicamente. Continuo amando, odiando, ignorando, provocando, aplaudindo e vaiando. E sempre fazendo o que precisa ser feito pra manutenção da minha felicidade e do bem das pessoas que amo, mesmo que seja algo egoísta. Resumindo, continuo correndo atrás e com cada vez mais motivos pra permanecer sorrindo.
Elton Tavares
*Do livro “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020.
A Prefeitura de Macapá lançou no sábado (16), o programa ‘Proaves’, que vai fomentar a avicultura no município – para criação de aves. A iniciativa viabiliza o fornecimento de carne de frangos e ovos para a alimentação de crianças das escolas municipais. O programa também vai proporcionar aos alunos da Escola Família Agrícola o aprendizado prático na produção de aves e hortifruti.
“Estamos diante de uma grande oportunidade que é a produção de aves e ovos que trará desenvolvimento econômico ao nosso município. Um projeto que busca também produzir proteína animal para ser acrescentada na alimentação, de forma saudável, dos alunos do município. Inicialmente o Proaves contempla a região do Pacuí, mas a ideia é expandi para as demais localidades de Macapá”, destaca o prefeito Dr. Furlan.
O Proaves contempla a criação, inicialmente, de 450 pintas que se tornarão galinhas poedeiras. A expectativa é que elas consigam produzir cerca de 160 mil ovos no período de 15 meses. Além disso, o programa também estimula a produção de frangos caipira para corte. Neste primeiro momento será feito a criação de 800 frangos.
As secretarias de Agricultura (Semag) e de Mobilização e Participação Popular (SEMMOPP) são as responsáveis pela gerência do Proaves.
Termo de Cooperação Técnica
Por meio do Termo de Cooperação Técnica nº 001 de 2021, firmado entre a Prefeitura de Macapá e a Escola Família Agrícola do Pacuí, foi possível montar a estrutura na escola para implementação da primeira etapa do Proaves. A parceria incentiva também a formação de alunos da Escola na avicultura e na produção de hortifruti.
“A escola já formou mais de 300 técnicos agropecuários. Até uns meses atrás ela estava abandonada e enfrentando muitas dificuldades e hoje tem essa oportunidade de desenvolver. Agradecemos a parceria com a Prefeitura de Macapá e esperamos colher bons frutos desse novo caminho”, conta emocionado o vice-presidente da Associação das Famílias da Escola Família Agrícola do Pacuí, Ciro Ramos.
Para o secretário de Agricultura, Raimundo Azevedo, a escola tem um grande potencial e que a parceria traz benefícios para todos. “Uma alegria poder iniciar o Proaves na Escola Família Agrícola do Pacuí. Aqui temos estrutura e os animais serão bem tratados. Que este projeto seja o futuro do desenvolvimento econômico de Macapá”, afirma o gestor.
Estrutura
O espaço montado na Escola Família Agrícola do Pacuí é composto por galpões, casa de ração, bebedouros, comedouros, iluminação adequada, medicamentos e vacina direcionados aos animais.
Delmer Pereira é zootecnista, consultor e orientador do Proaves Macapá e explicou o processo de construção do espaço que comporta os primeiros pintos. “Foi necessário construir um galpão espaçoso e alto para ter uma boa ventilação. Uma avicultura eficiente representa animal de qualidade, manejo correto com alimentação e cuidados com a saúde, como a vacinação no período indicado, além de uma higiene do espaço”, explicou o profissional.
“Teremos quatro galpões para comportar os frangos. Eles serão depositados de forma escalonada sendo que, neste primeiro momento, foram apenas 210. As pintas, que se tornarão galinhas poedeiras, ficarão em um outro galpão que ainda está sendo construído. Os animais têm todo o suporte necessário e serão cuidados pelos técnicos e alunos da Escola”, complementa o subsecretário de Gestão e Planejamento da SEMMOPP, Emanuel Bentes.
Estiveram presentes no evento a primeira-dama e secretária de Mobilização e Participação Popular, Rayssa Furlan, e os secretários das pastas de Planejamento, Orçamento e Tecnologia da Informação, Iluminação Pública, Comunicação, agentes distritais, os vereadores Gian do Nae, Alexandre Azevedo e Carlos Murilo. Além do chefe-geral da Embrapa Amapá, Antônio Claúdio, o representante da Sicredi Amapá, Mateus Zimer, professores e alunos da Escola Família Agrícola do Pacuí e produtores da região do Pacuí, Coração, Lontra da Pedreira e Ressaca da Pedreira.
Laiza Mangas Secretaria Municipal de Comunicação Social