Patricia Bastos canta o Amapá no disco ‘Batom Bacaba’

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Por Júlio Maria, do Estado de São Paulo

Algo doía fundo sempre que Patricia Bastos via amigos músicos irem a programas de rádio ou TV acompanharem outros artistas. Quando o apresentador perguntava de onde eram, mentiam. Fortaleza, Recife, Maceió, mas nunca diziam Macapá. Do que tinham vergonha? Da origem nortista de pele morena, cabelos negros e sangue afro-indígena? Das piadas sobre as incertezas de um “fim de mundo” próximo ao Oiapoque? Ou seria a insegurança de uma terra que não produziu músicos que se tornassem referenciais de projeção nacional?

Depois que Patricia cresceu e se tornou cantora, sentiu tudo ao contrário. Afirmar-se como amapaense lhe soava uma missão. Mais ainda. Se os anjos das águas amazônicas ajudassem, ela traria quem pudesse em seu barco. O Amapá tem uma música que o Brasil não conhece e uma gente que cria canções com uma sensibilidade arrebatadora. Seu novo disco, Batom Bacaba, tem força para dois feitos. Ao mesmo tempo em que a coloca como uma das grandes cantoras em ação, pode dar voz a compositores locais que nunca estiveram em uma cena, que nunca contaram com um porta-voz. Os tambores do marabaixo, o ritmo mais forte da região, jamais tiveram algo parecido com um presente que o maracatu pernambucano recebeu nos anos 1990 chamado mangue beat. Foi só depois dele que uma geração inteira conheceria a produção cultural de Pernambuco.

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Há duas forças disputando espaços no álbum Batom Bacaba, com produção e lançamento patrocinado pela empresa de cosméticos Natura. De um lado, existe a presença dos dois produtores de personalidade artística forte, o violonista e compositor Dante Ozzetti e o músico Du Moreira. De outro, as informações trazidas nos genes de Patricia. A boa notícia é que a disputa não tem vencedores, o que faz o álbum chegar a um equilíbrio saudável entre a busca pelos tempos de hoje nos detalhes de estúdio e a expressão de uma música que brota do chão de Macapá há muitos anos. Se um dos dois lados vencesse, o resultado não seria o mesmo. O show de lançamento em São Paulo, depois de uma apresentação no Rio de Janeiro, será na próxima quinta-feira, dia 6, no Centro Cultural Rio Verde.

A abertura do disco com Loba Boba, de Zeca Baleiro e Joãozinho Gomes, grande compositor paraense que vive no Amapá, é uma falsa pista. Nada será de novo tão sintetizado quanto esta base. Os caminhos se abrem mais com o passar do tempo, mas Patricia sempre vai caminhar entre o lirismo das canções e os arranjos pequenos e sutis de Dante. Luz de Lampião, de Nilson Chaves, também paraense, e Joãozinho, deixa a voz livre para cortar o som das cordas e de poucos ruídos eletrônicos até ganhar uma base mais cheia de teclados e mais violão. Tudo isso enquanto a música ganha força na poesia de dialeto nortista: “Nos sentu naquela terra, pra modiar / Sob o pé da gameleira tinha um luar / E a lua disse em verso / Com a voz do vento / Que nós semu como o sol / Vivemo nos bucejo da manhã”.

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O encontro de Patricia com o Dante compositor acontece em O Desenho da Cidade, que ele fez com Luiz Tatit. E a parceria volta em Brisa e Brasa e Horizonte (com a voz de Ná Ozzetti). Depois, Dante aparece com Joãozinho Gomes como autores de Tudinha Acesa. São os momentos de encontro da linguagem de Patricia com a visão lírica e harmônica de Dante, algo que blinda o álbum de qualquer possibilidade de torna-se didático, regional, folclórico.

Batom Bacaba, a música, é dos momentos maiores do álbum. A canção é do violonista amapaense Enrico Di Miceli com versos de Joãzinho Gomes, sempre ele. Enrico é um craque. Suas escolhas nunca são as mais fáceis mas sua música nunca fica difícil, intransponível. Ele é dono de uma habilidade harmônica impressionante e criador de melodias desconcertantes. Isso tudo sobre letra de lirismo feminino de Joãozinho: “E a maloca então ficou maluca / Como se ali passasse a pororoca / E a passarada fez uma muvuca / Cantando essa cantiga curiboca…”.

Outro nome das terras do Norte é o de Paulinho Bastos, irmão de Patricia. Percussionista, pesquisador, especialista nos tambores de marabaixo e da batucada amapaense (outra expressão que não existe fora de Macapá), ele é também autor de três das músicas de maior poder de comunicação no disco, Domingo de Páscoa, O Batom Que Não Viu e o afro Banto. Paulo está em processo de finalização de seu próprio álbum, uma promessa quando se conhece um pouco da forma como ele pensa música.

A parceria de Joãozinho Gomes com Val Milhomem, outro importante compositor macapaense, entrega duas músicas de força pop e poesia afiada, a bela Mei Mei e a dançante Mameluca. Se fossem outros tempos, a primeira seria forte candidata ao que se chamava de “carro-chefe”, a que primeiro tocaria nas rádios.

Patrícia Bastos é filha de pai educador e músico e mãe cantora, Dona Oneida, a primeira mulher do Amapá a gravar um disco, produzido pelo mestre das guitarradas Manoel Cordeiro. É desse barro, dos encontros entre músicos em sua sala com todos os quatro irmãos tocando e cantando, que Patricia foi feita. Aos 18 anos ela já cantava em um grupo da noite com o qual aprendeu os primeiros truques no Bar Carinhoso, a Banda Brinds. Depois, cantou em grupo de baile e passou pelo avassalador teste dos cantores de carnaval.

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Seu primeiro álbum saiu em 2000, chamado Pólvora e Fogo, só com compositores do Amapá. Depois vieram Patrícia Bastos In Concert (ao vivo, de 2004); Sobre Tudo (2007); Eu Sou Caboca (2009) e o premiado Zulusa (2013). Foi com este disco que Patrícia ganhou, em 2014, os prêmios de melhor cantora regional e melhor disco regional durante o 25.º Prêmio da Música Brasileira. Chamá-la de regional é redutor, mas o mercado ainda entende assim, em catalogação por prateleiras. Seu disco de agora faz exatamente o contrário, a retira da seção dos regionais para torná-la mais abrangente.

“Eu senti a necessidade de procurar a história de Amapá e de levá-la para o mundo”, diz Patricia. “Eu sempre senti falta dessa história, as pessoas daqui tinham vergonha de dizer que eram do Norte. Resolvi então que, a partir de agora, eu iria cantar a minha aldeia.” E é assim que ela acaba cantando o mundo.

Fonte: Estadão

Música de agora: Coisas da Vida (Rita Lee)

Coisas da Vida – Rita Lee

Quando a Lua apareceu,
ninguém sonhava mais do que eu
Já era tarde, mas a noite é uma criança distraída.
Depois que eu envelhecer,
ninguém precisa mais me dizer
como é estranho ser humano nessas horas de partida.

Ah, é o fim da picada
Depois da estrada começa uma grande avenida
No fim da avenida, existe uma chance, uma sorte, uma nova saída.
são coisas da vida…
e a gente se olha e não sabe se vai ou se fica…

Qual é a moral? Qual vai ser o final dessa história?
Eu não tenho nada pra dizer por isso digo
Eu não tenho muito o que perder, por isso jogo
Eu não tenho hora pra morrer, por isso sonho

ah, ah, ah…

Ah, são coisas da vida…
Ah, e a gente se olha e não sabe se vai ou se fica…
Ah, são coisas da vida…
Ah, e a gente se olha e não sabe se vai ou se fica…

Ah, são coisas da vida…
Ah, e a gente se olha e não sabe se vai ou se fica…
Ah, são coisas da vida…
Ah, e a gente se olha e não sabe se vai ou se fica.

Música de agora: Ultraviolet (Light My Way) – Ultra Violeta (Ilumine Meu Caminho) – U2

Ultraviolet (Light My Way) – Ultra Violeta (Ilumine Meu Caminho) – U2

Às vezes sinto como se eu não soubesse
Às vezes eu tenho vontade de confirmar
Eu quero ser errado
Não posso ser forte sempre
E o amor não será longo

Oh, doçura, não chore
Oh, criança, enxugue as lágrimas de seu olhos
Você sabe que eu preciso que você seja forte
E o dia é tão escuro quanto a noite é longa
Me sinto como lixo, você me faz sentir limpo
Eu estou no escuro, não posso ver ou ser visto

Amor, amor, amor, ilumine meu caminho
Agora, amor, amor, ilumine meu caminho

Você enterra seu tesouro onde não pode ser achado
Mas seu amor é como um segredo que se espalhou
Há um silêncio que vem de uma casa
Onde ninguém pode dormir
Eu acho que esse é o preço do amor; eu sei que não é barato

Oh, venha, amor, amor, amor ilumine meu caminho
Oh, vamos, amor, amor ilumine meu caminho
Amor, amor, amor ilumine meu caminho

Eu me lembro quando nós podíamos dormir sobre pedras.
Agora nós deitamos juntos em sussurros e gemidos.
Quando eu estava completamente confuso e ouvi ópera em minha cabeça
Seu amor foi como uma lâmpada incandescente pendurada em cima da minha cama.

Amor, amor, amor ilumine meu caminho
(Oh, vamos)
Amor, amor, amor, ilumine meu caminho

(Ultra Violeta – ultra violeta)
(Ultra Violeta – ultra violeta)
Amor, amor, amor
Amor, amor, amor
Amor, amor, amor, ilumine meu caminho

Música de agora: Busca Vida – Os Paralamas do Sucesso

Busca Vida – Os Paralamas do Sucesso

Vou sair pra ver o céu
Vou me perder entre as estrelas
Ver de onde nasce o sol
Como se guiam os cometas pelo espaço
e os meus passos
Nunca mais serão iguais

Se for mais veloz que a luz
Então escapo da tristeza
Deixo toda a dor pra trás
Perdida num planeta abandonado
no espaço

E volto sem olhar pra trás

No escuro do céu
Mais longe que o sol,

Perdido num planeta abandonado
no espaço

Ele ganhou dinheiro
Ele assinou contratos
E comprou um terno
Trocou o carro
E desaprendeu
A caminhar no céu
E foi o princípio do fim

Se for mais veloz que a luz
Então escapo da tristeza
Deixo toda a dor pra trás
Perdida num planeta abandonado
no espaço
E volto sem olhar pra trás.

Música de agora: Era Domingo – Zeca Baleiro

Era Domingo – Zeca Baleiro

Era domingo
Era do mundo
Meu olhar perplexo
Na voz navalha
Vida, migalha
E eu quero mais que isso
Toda beleza
Na fortaleza
De um céu cheio de azuis
Música bela
Pela janela
Soava feito um blues

E eu tão só
Tão sem ninguém
Em meio ao pó da multidão
Na boca um doce
Amargo travo
Eu livre, escravo da paixão

Raiava o dia
E as três marias
(Triste constelação)
Àquela hora
Reféns da aurora
Como meu coração

E eu tão só
Tão sem ninguém
Em meio ao pó da multidão
Na boca um doce
Amargo travo
Eu livre, escravo da paixão

Era domingo
Era do mundo
Meu olhar perplexo
Na voz navalha
Vida, migalha
E eu quero mais que isso
Toda beleza
Na fortaleza
De um céu cheio de azuis
Música bela
Pela janela
Soava feito um blues

HOJE: Zeca Baleiro volta a Macapá com “Era Domingo” revisitando grandes sucessos

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Depois de uma pausa de oito anos o cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro volta para mais um show em Macapá. Desta vez ele traz “Era Domingo”, onde revisita sucessos da carreira ao longo de 12 discos autorais e de outros artistas nacionais com quem dividiu o palco ou regravou canções, entre eles Raimundo Fagner e Zé Ramalho.

Em resumo, “Era Domingo” é um show para quem quer relembrar sucessos considerando que estão no repertório hits como “Telegrama”, “Salão de Beleza” e “Babylon”.

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Do alto de seus 50 anos, Zeca Baleiro é o que pode se chamar de artista consagrado. Recentemente recebeu o Prêmio da Música Brasileira de melhor canção com “Antes do Mundo Acabar”. Na categoria Álbum Especial faturou a premiação com “Café no Bule”.

Dono de uma voz marcante e poesia criativa, Baleiro figura há tempos no hall dos grandes nomes da MPB com uma pegada que passeia pelo rock e pelo cult em um universo de arranjos ímpares.

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Competente também como intérprete, deixou claro que veio para ficar desde a releitura de “Vapor Barato”, lançada originalmente em 1971 por Gal Costa. A versão de Zeca Baleiro feita em 1997 surpreendeu a cantora ao ponto dela convidá-lo a participar do álbum Acústico MTV gravado por ela em 1997.

O show “Era Domingo”, marcado para as 22 horas é certamente o melhor programa para esta sexta-feira e reafirma a Golden House como um espaço de extremo bom gosto.

SERVIÇOS:

Postos de venda: Bar do Nego, Jumbinha Macapá/Santana, Faculdade Ceap, Golden House, Banca Rios Beer, Undergroud, Sankofa, Chocolate com Tapioca e Sorveteria Jesus de Nazaré
Ingresso: R$ 60,00
Prime: R$ 100,00
Mesas: R$ 600,00 e R$ 1.000,00

Beto Oscar e Helder Brandão lançam o CD “São Batuques” no Projeto MPA

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Por Heraldo Almeida

‘São Batuques’ é um trabalho autoral dos dois artistas que abrange a música popular brasileira regional, com elementos do Batuque e do Marabaixo, ritmos típicos do Amapá. São ritmos e ritos das comunidades quilombolas amapaenses. Uma produção que exalta a riqueza poética e melódica de nossas manifestações folclóricas, que influenciaram os autores pelos sons dos tambores de Batuque e Marabaixo e, sobretudo pela mística sonoridade amazônica, pautada nos sons da floresta.

Beto Oscar e Helder Brandão estilizam e fundem os ritmos tradicionais amapaenses e amazônicos, partindo do principio que: “o regional é universal”, pois a música é linguagem sem fronteiras. Assim musicalidade da dupla traz no bojo dos seus acordes uma sonoridade “new age”, com influências místicas e caboclas, de olhar sereno e atento a manutenção e valorização das tradições frodescendentes e do cancioneiro popular.

Beto Oscar nasceu em 11 de janeiro de 1971. É instrumentista, cantor e compositor amapaense. Iniciou os seus estudos musicais no antigo Conservatório Amapaense de Música, concluiu o curso técnico em violão erudito pela escola de música da Universidade Federal do Pará, e graduou-se em licenciatura plena em Música pela Universidade do Estado do Pará. Já participou de vários festivais de músicas no Amapá e em outras cidades brasileiras, com diversas conquistas.

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Helder Brandão é cantor e compositor amapaense, com formação no curso de Licenciatura Plena em Letras pela Universidade Federal do Amapá, atualmente exerce a função de músico na Banda de Música da Polícia Militar do Amapá, participante como compositor e interprete, de diversos festivais em nível local e nacional.

O show de lançamento do CD São Batuques vai acontecer dentro do Projeto MPA, nesta sexta-feira, 30, no bar ‘O Barril’, esquina da avenida Procópio Rola com a rua Hamilton Silva – Centro, às 21h.

Artistas convidados especiais: Amadeu Cavalcante, Nitay Santana, João Amorim, Roni Moraes e Joãozinho Batera.

Fonte: Diário do Amapá

Música de agora: The Man Who Sold The World – (Música de David Bowie – versão Zeca Baleiro)

The Man Who Sold The World (O Homem Que Vendeu O Mundo) – (Música de David Bowie – versão Zeca Baleiro)

Nós passamos pela escada, Nós falamos do que foi e quando
Embora eu não estivesse lá,ele disse que eu era seu amigo
Que veio como uma surpresa. Eu falei em seus olhos
Pensei que você tinha morrido sozinho, há muito, muito tempo atrás

Oh não, eu não
Nós nunca perdemos o controle
Você esta cara a cara
Com o homem que vendeu o mundo

Eu ri e apertei sua mão, fiz meu caminho de volta pra casa
Eu procurei por forma e terra, por anos e anos eu perambulei
Eu olhei com um olhar fixo, nós andamos um milhão de colinas
Eu deveria ter morrido sozinho, há muito, muito tempo atrás

Quem sabe? Eu não
Eu nunca perdi o controle
Você esta cara a cara
Com o homem que vendeu o mundo

Quem sabe? Eu não
Nós nunca perdemos o controle
Você esta cara a cara
Com o homem que vendeu o mundo

Música de agora: Vô Imbolá – Zeca Baleiro

Vô Imbolá – Zeca Baleiro

Imbola vô imbolá
eu quero ver rebola bola
você diz que dá na bola
na bola você não dá

quando eu nasci era um dia amarelo
já fui pedindo chinelo
rede café caramelo
o meu pai cuspiu farelo
minha mãe quis enjoar
meu pai falou mais um bezerro desmamido
meu deus que será bandido
soldado doido varrido
milionário desvalido
padre ou cantor popular
nem frank zappa nem jackson do pandeiro
lobo bom e mau cordeiro
mais metade que inteiro
me chamei zeca baleiro
pra melhor me apresentar
nasci danado pra prender vida com clips
ver a lua além do eclipse
já passei por bad trips
mas agora o que eu quero
é o escuro afugentar
faz uma cara que se deu essa empreitada
hoje a vida é embolada
bola pra arquibancada
rebolei bolei e nada
da vida desimbolá

vô imbolá minha farra
minha guitarra meu riff
bob dylan banda de pife
luiz gonzaga jimmy cliff
poesia não tem dono
alegria não tem grife
quando eu tiver cacife
vou-me embora pro recife
que lá tem um sol maneiro
foi falando brasileiro
que aprendi a imbolá

eu vou pra lua
eu vou pegar um aeroplano
eu vou pra lua
saturno marte urano
eu vou pra lua
lá tem mais calor humano
eu vou pra lua
que o cinema americano

Eu vou e vou vender a minha vã
a minha vã filosofía

Música de agora: Ai Que Saudade D’Ocê – Zeca Baleiro

Ai Que Saudade D’Ocê – Zeca Baleiro

Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade d’ocê

Se um dia você se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai que saudade sem fim

E se quiser recordar
Aquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caía no choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é d’ocê

Música de agora: De Mentira – Zeca Baleiro

De Mentira – Zeca Baleiro

Você vive de mentira haha
A mentira te alimenta haha
As aparências enganam e você só aparenta

Você vive de mentira haha
A mentira te alimenta haha
As aparências enganam e você só aparenta

Se você queria paz veio ao lugar errado
O futuro nunca chega e nem se volta ao passado
Tudo que se tem, é isto, este instante agora
Me tá pulsando nas veias sangue dentro pele fora

Noite longa vida curta prazo que logo expira
Sombra que o mortal a escuridão a tira
A vida é dura irmão, a vida é dura
Poço de ódio, rancor e amargura
A vida é dura irmão cheia de fúria
Amor e dor, paixão, cobiça, ira
Mais uma razão pra não viver a vida de mentira

Você vive de mentira haha
A mentira te alimenta haha
As aparências enganam e você só aparenta

Você vive de mentira haha
A mentira te alimenta haha
As aparências enganam e você só aparenta

Põem sua alma em tudo, seja o que você é
Pra que casamento filhos se nem gosta de mulher
Pra que ter um carro novo se você anda a pé
Pra que dar uma de mano se tá mais pra um mané

Mas se o desejo for profundo sincero verdadeiro e profundo
De as costas para o Mundo que se dane que se lixe a vida é uma só
A vida é uma só crie coragem pra viver o que lhe cabe
Tenho certeza que o que lhe cabe você sabe

Se tempestade ou calmaria
Se ciganagem ou dia-a-dia
Se sacerdócio ou putaria
Se escritório ou poesia

Você vive de mentira haha
A mentira te alimenta haha
As aparências enganam e você só aparenta

Você vive de mentira haha
A mentira te alimenta haha
As aparências enganam e você só aparenta

Você se diz poeta mas é só um fingidor
Finge tão completamente que até crê na sua dor
Tanta dor que mente

Você se diz poeta mas é só um fingidor
Finge tão completamente que até crê na sua dor
Tanta dor que mente

Você se diz poeta mas é só um fingidor
Finge tão completamente que até crê na sua dor
Tanta dor que mente

Você se diz poeta mas é só um fingidor
Finge tão completamente que até crê na sua dor
Tanta dor que mente

Você se diz poeta mas é só um fingidor
Finge tão completamente que até crê na sua dor
Tanta dor que mente

Falta 1 dia: Zeca Baleiro. Show imperdível para fechar setembro

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O poeta, compositor, cantor e um dos grandes nomes da nova geração da MPB, Zeca Baleiro, apresenta-se no dia 30 de setembro em Macapá. A turnê tem o mesmo nome do décimo disco de inéditas do artista maranhense “Era Domingo”. No show, que será realizado a partir das 22h, na casa de show Golden House, serão apresentadas 11 novas canções do álbum, além de antigas composições e sucessos de outros artistas, como David Bowie e Herivelto Martins. Mesas e ingressos individuais estão disponíveis para venda.

Com quase 20 anos de carreira, consagrado em sua arte, Baleiro vive o ápice de sua trajetória, pois seu talento é reconhecido dentro e fora do Brasil. Ele estará acompanhado por sua banda, formada pelos músicos: Tuco Marcondes (guitarras, violão, banjo e vocais), Fernando Nunes (baixo e vocais), Pedro Cunha (teclados, samplers, sintetizadores e sax barítono), Adriano Magoo (teclados, acordeon e vocais) e Kuki Stolarski (bateria).

Esta será a segunda vez que o artista toca na capital amapaense. Na primeira apresentação, em 2008, realizada na Fortaleza de São José de Macapá, Zeca fez um show antológico, que entrou para a memória afetiva dos que estavam presentes. Agora, após oitos anos de espera, Baleiro chega pra matar saudades e promover alegria dos amantes de boa música.

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Depoimentos sobre o primeiro show e a apresentação do dia 30:

Sabe aqueles dias que a noite está perfeita? O público sabia todas as músicas na ponta da língua. O Zeca é um cara franzino, só que quando está no palco vira um gigante. As energias trocadas ali foram positivas demais. Após vários bis, acho que nem ele (Zeca) queria ir embora. Nós, o público, muito menos. Foi fantástico, um dos melhores show da minha vida”, contou Graziela Suzuki, turismóloga e chef de cozinha amapaense, que hoje em dia reside em São Luíz (MA).

Subi no palco com ele, dançamos “Mamãe Oxum”. Zeca colocou sua pulseira no meu braço e bebemos uma dose de whisky. O cara é de uma energia única e aquele show ficou na memória e no coração” – Shirley Miranda, amapaense que gerencia um restaurante no Rio de Janeiro (RJ).

Depois desses relatos, ninguém melhor para falar do show do dia 30, em Macapá, que o próprio Zeca Baleiro: “toco com minha banda. Tá com muito punch o show, gostoso de tocar. Espero que o público se divirta. Toco canções do cd e também antigas canções rearranjadas, além de releituras de outros compositores, como David Bowie e Herivelto Martins”.

Golden House

A Golden House é uma casa de shows adequada para grandes eventos. Fica localizada próximo da orla de Macapá, na rotatória do Araxá. O espaço, inaugurado recentemente, é amplo, refrigerado, com capacidade para 3 mil pessoas, espaço vip e para mesas, camarotes, cinco banheiros e quatro bares. Durante o show estarão disponíveis para venda bebidas e petiscos.

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Serviço:

Show Era Domingo, de Zeca Baleiro
Quando?
30 de setembro
Que horas?
A partir das 22h
Onde?
Golden House – Rotatória da Jovino Dinoá/ Rodovia JK
Quanto?
R$ 60,00 (pista),R$ 100,00 (Prime), R$ 700,00 (mesa/4 lugares), R$ 1 mil (mesa front stage)
Onde comprar?
Golden House, República Trend (Amapá Garden), Jumbinha, sorveteria Jesus de Nazaré, Banca Rios Beer, Bar do Nego, Sankofa
Realização: Sambão Black e Marta Lacerda Produções.
Mais informações: 98137-3130/ 99128-3802/ 99112-2801.

Elton Tavares

Música de agora: Fanatismo – Fagner e Zeca Baleiro

Fanatismo – Fagner e Zeca Baleiro – Compositor: Florbela Espanca

Minha alma de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Pois que tu és já toda minha vida

Não vejo nada assim, enlouquecida,
Passo no mundo meu amor a ler
O misterioso livro do teu ser,
A mesma história tantas vezes lida

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isso toda a graça

Tua boca divina fala em mim
E olhos postos em ti, digo de rastros:
” Podem voar mundos, morrer astros

Que tu és como um Deus, princípio e fim.”
Eu já te falei de tudo, mas tudo isto é pouco
diante do que sinto

Música de agora: Andrea Doria – Legião Urbana

Andrea Doria – Legião Urbana

Às vezes parecia
Que, de tanto acreditar
Em tudo que achávamos tão certo
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços de vidro
Mas percebo agora
Que o teu sorriso
É indiferente
Quase parecendo te ferir

Não queria te ver assim
Quero a tua força como era antes.
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada

Às vezes parecia
Que era só improvisar
E o mundo então seria um livro aberto
Até chegar o dia em que tentamos ter demais
Vendendo fácil o que não tinha preço
Eu sei, é tudo sem sentido
Quero ter alguém com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim

Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como eu sei que tens também.