Música de agora: Mistério do Planeta – Os Novos Baianos

Mistério do Planeta – Os Novos Baianos

Vou mostrando como sou e vou sendo como posso.
Jogando meu corpo no mundo,
andando por todos os cantos
e pela lei natural dos encontros,
eu deixo e recebo um tanto.
E passo aos olhos nus ou vestidos de lunetas.

Passado, presente,
participo sendo o mistério do planeta.

O tríplice mistério do stop,
que eu passo por e sendo ele no que
fica em cada um.

No que sigo o meu caminho
e no ar que fez e assistiu.
Abra um parênteses,
não esqueça que independente disso
eu não passo de um malandro.
De um moleque do Brasil,
que peço e dou esmolas.
Mas ando e penso sempre com mais de um,
por isso ninguém vê minha sacola.

Música de agora: Disarm (Desarmar) – Smashing Pumpkins

Disarm (Desarmar) – Smashing Pumpkins

Te desarmar com um sorriso
E te recortar como você quiser que eu o faça
Recortar aquela pequena criança
Dentro de mim e de grande parte de você
Ooh, os anos queimam

Eu costumava ser um garotinho
Tão velho em meus sapatos
E o que escolhi é minha escolha
O que mais um garoto pode fazer?
O assassino em mim é o assassino em você
Meu amor
Mando esse sorriso para você

Te desarmar com um sorriso
E te deixar como eles me deixaram aqui
Para definhar recusando
A amargura de alguém abandonado
Ooh, os anos queimam
Ooh, os anos queimam, queimam, queimam

Costumava ser um garotinho
Tão velho em meus sapatos
E o que escolhi é a minha voz
O que mais um garoto pode fazer?
O assassino em mim é o assassino em você
Meu amor
Mando esse sorriso para você

O assassino em mim é o assassino em você
Mando esse sorriso para você
O assassino em mim é o assassino em você
Mando esse sorriso para você
O assassino em mim é o assassino em você
Mando esse sorriso para você

Segunda noite: Macapá recebe musical sobre a vida e obra da cantora Cássia Eller

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Por Jéssica Alves

Nos dias 24, 25 e 26 de junho, será apresentado em Macapá o espetáculo ‘Cássia Eller – O Musical’. A peça cont13522542_1215535615166134_384442217_na a história e carreira de uma das artistas mais aclamadas da música brasileira. Os ingressos estão sendo vendidos ao preço mínimo de R$ 40. O evento terá 4 sessões, no Teatro das Bacabeiras, no Centro da capital.

Segundo a organização do evento, “Cássia Eller – O musical” conta a trajetória da cantora, desde os primeiros passos em Brasília até o reconhecimento nacional. O espetáculo também aborda as parcerias musicais, como a que a artista teve com o cantor e compositor Nando Reis, e também os relacionamentos amorosos, em especial, o vivido com Maria Eugênia, com quem criou o filho.13522383_1215535738499455_1986002116_n

Com uma equipe de 19 pessoas, entre elas, sete atores e cinco músicos, o espetáculo já circula por todos os estados brasileiros. A produção do Rio de Janeiro tem texto de Patrícia Andrade e foi feita a partir de pesquisas e entrevistas com familiares e amigos de Cássia Eller.

13530400_1215535785166117_934428083_nO espetáculo de 2 horas terá todos os grandes sucessos da artista, que, com a voz rouca e estilo despojado, misturava o romantismo das letras com atitude rock and roll, conquistando fãs em todo o Brasil.

O roteiro passeia ainda pela criação autoral quase obscura de Cássia, como ‘Flor do Sol’, seguindo por canções que ficaram imortalizadas na voz dela, como ‘Malandragem’, que foi composta por Cazuza e Frejat.

O repertório do musical conta com mais de 30 canções. Entre elas, estão ‘Lanterna dos Afogados’, ‘Palavras ao Vento’, ‘Todo Amor que Houver nessa Vida’, e ‘Que País é esse’, todas foram regravadas na voz de Cássia Eller.

A cantora é interpretada pela atriz e também cantora Tacy de Campos, escolhida entre mais de 1 mil candidatas que se inscreveram para as audições.

Serviço

Cássia Eller – O Musical
Data: 24, 25 e 26 de junho
Hora: dia 24, às 21h, dia 25 às 17h e 21h, e dia 26, às 19h
Local: Teatro das Bacabeiras
Ingressos: A partir de R$ 40
Posto de venda: Sorveteria Jesus de Nazaré e Teatro das Bacabeiras
Informações: (96) 3223-2650

O espetáculo tem patrocínio do Banco do Brasil Seguridade e segundo a organização do evento, “Cássia Eller – O musical” conta a trajetória da cantora, desde os primeiros passos em Brasília até o reconhecimento nacional.

Fonte: G1 Amapá

Música de agora: Overkill (Exagero) – Men At Work – Versão de Biquini Cavadão

Overkill (Exagero) – Men At Work – Versão de Biquini Cavadão

Não consigo dormir
Eu penso nas implicações
De mergulhar tão fundo
E possivelmente as complicações

Especialmente à noite
Eu me preocupo com situações
Eu sei que ficará tudo bem
Talvez seja apenas imaginação

Dia após dia reaparece
Noite após noite as batidas do meu coração demonstram o medo
Fantasmas aparecem e se desfazem

Sozinho entre os lençóis
Somente traz irritação
É hora de caminhar nas ruas
Sentindo o cheiro de desespero

Pelo menos há luzes bonitas
E embora haja pouca variação
Ela nulifica a noite
Do exagero

Dia após dia reaparece
Noite após noite as batidas do meu coração demonstram o medo
Fantasmas aparecem e se desfazem
Volte outro dia

Não consigo dormir
Eu penso nas implicações
De mergulhar tão fundo
E possivelmente as complicações

Especialmente à noite
Eu me preocupo com situações
Eu sei que ficará tudo bem
É apenas exagero

Dia após dia reaparece
Noite após noite a batida do meu coração demonstra o medo
Fantasmas aparecem e se desfazem

Música de agora: I Was Born To Love You (Eu Nasci Para Te Amar) – Queen

I Was Born To Love You (Eu Nasci Para Te Amar) – Queen

Eu nasci para te amar
Com cada batida do meu coração
Sim, eu nasci para cuidar de você
Todos os dias…

Tudo bem, hey hey

Eu nasci para te amar
Com cada batida do meu coração
Sim, eu nasci para cuidar de você
Todos os dia da minha vida

Você é a única para mim
Eu sou o homem para você
Você foi feita para mim
Você é o meu êxtase
Se me fosse dada qualquer oportunidade
Eu mataria pelo seu amor

Então se arrisque comigo
Me deixe namorar com você
Eu estou preso em um sonho
E meu sonho se tornou realidade
É tão difícil de acreditar
Que isso esteja acontecendo comigo
Um sentimento maravilhoso me dominando

Eu nasci para te amar
Com cada batida do meu coração
Sim, eu nasci para cuidar de você, querida
Todos os dias da minha vida

Eu quero te amar
Eu amo cada pequena coisa em você
Eu quero te amar, te amar, te amar

(Nasci) para te amar
(Nasci) para te amar
Sim, eu nasci para te amar
(Nasci) para te amaar
(Nasci) para te amar
Todos os dias, dias, dias, dias, dias, dias
Dias da minha vida

Um sentimento maravilhoso me dominando

Eu nasci para te amar
Com cada batida do meu coração
Sim, eu nasci para cuidar de você
Todos os dias da minha vida

Sim, eu nasci para te amar
Todos os dias… da minha vida

Vai, eu te amo amor
(Nasci para te amar)
Sim, eu nasci para te amar, hey
Eu quero te amar, te amar, te amar
Eu quero te amar, hey yeah
É mágico (o quê?)
Eu fico tão sozinho, sozinho, sozinho, sozinho, yeah
Eu quero te amar
É mágico
Te amar, te amar
Yeah, dê isto para mim

 

Música de agora: Ouro de Tolo – Raul Seixas

Ouro de Tolo – Raul Seixas

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês

Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar
Um Corcel 73

Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome
Por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa

Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa

Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto “E daí?”
Eu tenho uma porção
De coisas grandes pra conquistar
E eu não posso ficar aí parado

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos

Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco

É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal

E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social

Eu é que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador

Ah!
Eu é que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador

Música de agora: Come Together (Venha junto) – The Beatles – Versão Cássia Eller

Come Together (Venha junto) – The Beatles – Versão Cássia Eller

Lá vem o velho mais chato
Ele vem gingando lentamente
Ele tem olhos mágicos
Ele quer cilindros santos
Ele tem cabelos até seu joelho
Tem que ser um cômico
Ele simplesmente faz o que lhe agrada

Ele não usa nenhuma graxa no sapato
Ele tem dedos de jogador de futebol
Ele tem dedo de macaco
Ele atira na coca cola
Ele diz: “eu o conheço, você me conhece”
Uma coisa que eu posso dizer pra você
É que você tem que ser livre
Venha cá, agora mesmo
Junto a mim

Ele ensacola produção
Ele tem botas de morsa
Ele tem as costeletas da Ono
Ele é uma invasor espinhal
Ele tem pés abaixo do seu joelho
Abraça você na poltrona dele
você pode sentir a doença dele
Venha cá, agora mesmo
Junto a mim

Ele vai na montanha-russa
Ele recebe o aviso prévio
Ele tem água barrenta
Ele é um filtro de feitiço
Ele diz um e um e um é três
Tem que ser de boa aparência
Porque ele é tão difícil de ver
Venha cá, agora mesmo
Junto a mim

Venha junto, yeah
Venha junto, yeah
Venha junto, yeah
Venha junto, yeah
Venha junto, yeah
Venha junto, yeah
Venha junto, yeah

Venha junto, yeah

Música de agora: Track-Track – Os Paralamas do Sucesso

Track-Track – Os Paralamas do Sucesso

Não, não passa o tempo
Ao menos para mim
Tomo comprimidos e sigo sem dormir
Vejo tantos portos, não há onde atracar
Já não existem laços, alguém cortou
Trac, trac, trac
Todos os perfumes, todo aquele lugar
Todas as misérias e tudo mais que há
Cada movimento do sol sobre você
Cada móvel velho e cada anoitecer
Yeah, yeah…

Dame tu amor, solo tu amor
Solo dame tu amor
Poucas garantias há para nós dois
Nada neste mundo tem tanto valor
Todos os vizinhos parecem saber
E lançam seus olhares sobre eu e você
Yeah, yeah…

Veio todo mundo, a Rádio e a TV
Veio o comissário, anjos do céu também
Todos querem algo, sangue ou não sei quê
Em todo Universo nada lhes dá mais prazer
Yeah, yeah…

Dá-me tu amor, solo tu amor
Solo dá-me tu amor

Macapá vai receber musical sobre a vida e obra da cantora Cássia Eller

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Nos dias 24, 25 e 26 de junho, será apresentado em Macapá o espetáculo ‘Cássia Eller – O Musical’. A peça conta a história e carreira de uma das artistas mais aclamadas da música brasileira. Os ingressos estão sendo vendidos ao preço mínimo de R$ 40. O evento terá 4 sessões, no Teatro das Bacabeiras, no Centro da capital.

Segundo a organização do evento, “Cássia Eller – O musical” conta a trajetória da cantora, desde os primeiros passos em Brasília até o reconhecimento nacional. O espetáculo também aborda as parcerias musicais, como a que a artista teve com o cantor e compositor Nando Reis, e também os relacionamentos amorosos, em especial, o vivido com Maria Eugênia, com quem criou o filho.

Com uma equipe de 19 pessoas, entre elas, sete atores e cinco músicos, o espetáculo já circula por todos os estados brasileiros. A produção do Rio de Janeiro tem texto de Patrícia Andrade e foi feita a partir de pesquisas e entrevistas com familiares e amigos de Cássia Eller.

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O espetáculo de 2 horas terá todos os grandes sucessos da artista, que, com a voz rouca e estilo despojado, misturava o romantismo das letras com atitude rock and roll, conquistando fãs em todo o Brasil.

O roteiro passeia ainda pela criação autoral quase obscura de Cássia, como ‘Flor do Sol’, seguindo por canções que ficaram imortalizadas na voz dela, como ‘Malandragem’, que foi composta por Cazuza e Frejat.

O repertório do musical conta com mais de 30 canções. Entre elas, estão ‘Lanterna dos Afogados’, ‘Palavras ao Vento’, ‘Todo Amor que Houver nessa Vida’, e ‘Que País é esse’, todas foram regravadas na voz de Cássia Eller.

A cantora é interpretada pela atriz e também cantora Tacy de Campos, escolhida entre mais de 1 mil candidatas que se inscreveram para as audições.

Serviço:

Cássia Eller – O Musical
Data: 24, 25 e 26 de junho
Hora: dia 24, às 21h, dia 25 às 17h e 21h, e dia 26, às 19h
Local: Teatro das Bacabeiras
Ingressos: A partir de R$ 40
Posto de venda: Sorveteria Jesus de Nazaré
Informações: (96) 3223-2650

Fonte: G1 Amapá

Cley Lunna, Nilson Chaves e Zé Miguel no palco do Santana Botequim

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Um palco, três cantores e musicas que prometem encantar o publico amapaense. Isso é o que os cantores Cley Lunna, Nilson Chaves e Zé Miguel garantem que vai acontecer no show do Projeto Botequim Santana no dia 1º de julho na V11 Gold Lounge Bar.

O projeto Botequim Santana foi lançado pelo cantor Cley Lunna para fomentar a cultura santanense. “Todos os meus projetos aconteceram em Macapá e eu sou santanense, já estava na hora de montar um projeto para Santana, então surgiu a ideia do Santana Botequim que recebe a cada edição um artista diferente e engloba música, poesia, teatro e vários outros segmentos culturais”, explica Cley Lunna.

O show que reúne Cley Lunna, Nilson Chaves e Zé Miguel é a sétima edição do projeto Santana Botequim, “nossa estreia foi com Nivito Guedes e vários artistas já passaram pelo nosso palco, a ideia é sempre receber um artista de fora e um artista de Santana, essa é a nossa maneira de mostrar os grandes artistas santanenses”, ressalta o artista.

Para o cantor Zé Miguel, a ideia de Cley Lunna veio para mostrar que Santana também tem grandes artistas, “o Cley é um grande empreendedor e Santana merece esse tipo de evento, não só para receber grandes cantores de Macapá e do Brasil, mas também para mostrar os talentos que tem dentro da área cultural, essa é a segunda vez que vou participar do projeto e é muito bom ver que o meu trabalho é bem recebido pelo povo lindo de Santana”.

SERVIÇO

O show que reúne os três cantores acontecera em Santana na V11 Lounge Bar, localizado na Avenida Princesa Izabel, 1569, Centro, entre Adalvaro Cavalcante e Euclides Rodrigues, informações e reserva de mesas 981269757 e 991726710.

(Texto: Araciara Macedo)
Fonte: blog da Alcinéa Cavalcante

Música de agora: Cuide Bem do Seu Amor – Os Paralamas do Sucesso

Cuide Bem do Seu Amor – Os Paralamas do Sucesso

A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega
No momento em que eu queria ver
O segundo que antecede o beijo
A palavra que destrói o amor
Quando tudo ainda estava inteiro
No instante em que desmoronou
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for (2x)

E cada segundo, cada momento, cada instante
É quase eterno, passa devagar
Se o seu mundo for o mundo inteiro
Sua vida, seu amor, seu lar
Cuide tudo que for verdadeiro
Deixe tudo que não for passar

Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for (2x)

Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for (2x)

Música de agora: Paciência – Lenine

Paciência – Lenine

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora, vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára (a vida não pára não)

Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não pára não)

A vida não pára

Música de agora: Paralelas – Belchior

Paralelas – (Belchior)

Dentro do carro, sobre o trevo a cem por hora, oh! meu amor
Só tens agora os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho e fico rico
Quanto mais eu multiplico diminui o meu amor
Em cada luz de mercúrio vejo a luz do teu olhar
Passas praças, viadutos, nem te lembras de voltar
De voltar, de voltar
No Corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel e o que é paixão
E as paralelas dos pneus n’água das ruas
São duas estradas nuas em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar, abro a vidraça e
Grito quando o carro passa: teu infinito sou eu
Sou eu, sou eu, sou eu

No Corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana esta semana o mar sou eu
E as borboletas do que fui pousam demais
por entre as flores do asfalto em que tu vais.

O Mestre da Tocha e a gratidão do jovem compositor – Crônica de Fernando Canto

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Hernani Victor Guedes, cercado pela família, conduzindo a Tocha Olímpica – Macapá – 17 – 06-2016 – Foto: Jaezer Dantas

Crônica de Fernando Canto

Hoje vi na tel72b22d4e8f3c8ad50e917eefcb11a34d531cd5a8evisão o apresentador Huck fazendo surpresa a um jovem compositor desconhecido. Uma dupla de cantores famosa fez os arranjos e cantou sua música no programa, prometendo que a gravariam. Foi algo sensacional, pois o jovem se emocionou e agradeceu. Olha, fazia muito tempo que eu não via TV aos sábados! Eu também me emocionei pelo trabalho da produção e pelo reconhecimento do talento do rapaz. Foi a realização do sonho dele, que na sua humildade o partilhou na plateia com a namorada.

Dois dias atrás eu já havia me emocionado com a disposição do seu Hernani Victor Guedes, que aos 93 anos conduziu a tocha olímpica nas ruas de Macapá, juntamente com mais de cem atletas. Eu acompanhei tudo pelas redes sociais e nem quis me meter na mais imbecil polêmica do século que já vi no Amapá, aliás uma imbecilidade de proporções olímpicas, sobre os condutores e acompanhantes da tocha. crise-das-oligarquias-imagens-10-638-300x180Mas que cada qual enterre suas posturas anti- amapaenses em seus flaites peludos e fique com suas derrotas políticas antecipadas dentro dos seus armários de ouro. É verdade que muitas vezes há injustiças nas escolhas de nomes para representar um povo. Nem sempre os critérios são iguais. Mas certamente a tentativa de acertar superou o desejo de fracasso, para o desespero de uma minoria insignificante.

Os Mocambos (1972)
Passada essa tentativa triste de boicotar o evento, eu só queria levar meu pleito de gratidão ao seu Hernani, e dizer o quanto ele foi importante na minha vida, posto que ninguém é só importante para um lado da pessoa. Se o foi no lado artístico atingiu em cheio toda a minha personalidade individual e social. É como um médico que ao curar uma parte do corpo colabora para o corpo em sua totalidade. Ao lembrar o compositor que me referi acima, lembro também que conheci seu Hernani quando acompanhei ao violão a sua música “Declaração”, interpretada por Manoel Sobral, e que ficou em segundo lugar no III Festival Amapaense da Canção, no Ginásio Coberto Paulo Conrado, em 1971. Esse ano foi minha estreia como compositor. Concorri com “Laguinho, Laguinho, Laguinho”, samba feito em parceria com Odilardo Lima. A música “Balada de Amor e Dor” de Isnard Lima e Nonato Leal ganhou o primeiro lugar, com a inesquecível interpretação de José Maria Silva Santos, que mais tarde viria a ser o conhecido cantor internacional Jomasan.

Os Mocambos na fortaleza

No ano seguinte ganhei o segundo lugar nesse mesmo festival, ocorrido no auditório da Rádio Difusora de Macapá, interpretada e depois gravada por Jomasan no conjunto Os Mocambos, liderado por seu Hernani. Integrei o grupo como guitarrista-base. No dia que estreamos na saudosa Assembleia Amapaense, todos elegantemente vestindo paletós, o violinista Hernani também superelegante no seu smoking, fez uma pausa, pediu que acendessem as luzes e anunciou que gravaríamos um LP em Macapá. R-5963795-1407531772-2556.jpegSolicitou a todos para sentarem que ele mostraria uma das músicas do repertório a ser gravado. E o conjunto atacou com “Devaneio”, cantada pelo Jomasan, na época o nosso querido “Zé Maria Vaca Preta”. A plateia gostou e pediu bis. Após os aplausos ele me puxou lá de trás dos outros componentes do grupo, já que era guitarrista-base, e me apresentou como o compositor da música. Quando viram aquele moleque cabeludo, magro, imberbe e tímido, de 17 anos sendo puxado pelo líder do grupo para ser apresentado à sociedade como uma debutante, aplaudiram demoradamente. Eu não sabia o que fazer e me emocionei muito. Nem sei se agradeci os aplausos. Ainda bem que logo acenderam a luz negra e o grupo recomeçou a festa. Quando ela acabou eu “saí com beira”, junto com a minha timidez. Depois 13450111_623707031129705_4392815613256574479_ndisso era sempre cumprimentado pelos que estavam no baile. E assim a vida seguiu.

Após 45 anos de convivência com o seu Hernani, que sempre me incentivava a ir para Belém estudar, mormente no ano na Operação Engasga, vi suas fotos na internet conduzindo a tocha olímpica em Macapá e fiquei muito contente. Não pela proeza da sua idade avançada, mas pelo respeito que tiveram com esse cidadão que foi atleta, formador de músicos e fomentador da cultura quando pouco havia de cultura e arte a fazer e a participar, e sobretudo de viver disso na nossa terra. A gente vivia mesmo era de brisa.

Eu não sei o que oOs Mocambos (1972) jovem que foi tomado pela surpresa diante das câmaras de TV vai fazer. Espero que ele consiga viver como compositor, pois hoje isso é possível. E reitero que me emocionei com o quadro, pois me vi no lugar dele.

Eu me vi, sim, como naquele sábado no pequeno palco da Assembleia Amapaense, em 1973, onde o inesquecível Hernani Victor Guedes, anunciou a música de minha autoria e a acompanhou com seu violino melodioso. Tocou com a habilidade de um Paganini, viajando entre os acordes mágicos de uma partitura invisível e sagrada, na qual seus sonhos – e os meus – voavam presentes àquela hora, e que depois foram sendo realizados pouco a pouco. Obrigado, mestre Hernani.

Fernando Canto – Fortaleza, Benfica, 18.04.2016