Se ainda estivesse por aqui, papai faria 73 anos hoje (Para jamais esquecermos do Zé Penha)

Meu irmão e papai, em 1996.

No dia de hoje (17), se meu saudoso pai estivesse entre nós, faria 73 anos. Antes eu dizia “se estivesse vivo”, mas ele está, dentro de nós, por isso, ainda é seu aniversário. É difícil definir um modelo de vida, acredito que cada um vive da forma que lhe é aprazível. José Penha Tavares viveu tudo de forma intensa e foi um homem muito feliz. Eu sigo seu exemplo e sou muito feliz.

O mais legal é que ele nunca fez mal a ninguém, sempre tratou as pessoas com respeito e foi muito amoroso com os seus. Meu irmão costuma dizer que ele nos ensinou o segredo da vida: “ser gente boa” (apesar de alguns gatos pingados não comungarem desta opinião sobre mim).

Eu, papai e Clara (sua namorada), em 1997.

Quando o bicho pega, falo com ele. Uma espécie de monólogo, mas juro que sinto conforto em lhe contar meus raros problemas. Acredito que papai escuta e, de alguma forma, me ajuda. Devaneio? Não senhores e senhoras, é que aquele cara foi um grande pai, ah se foi. Portanto, deve mexer os pauzinhos lá por cima.

Ele partiu em 1998, faz e fará sempre falta. Sinto saudade todos os dias e penso nele sempre. Nosso amor vem das vidas passadas, atravessou esta e com certeza a próxima. Gostaria de lhe dar um abraço hoje, desejar feliz aniversário e tomar muitas cervas com o Penhão, como costumávamos fazer.

Nós e o Zé Penha, em dezembro de 1997, no último natal dele conosco.

Republico este texto para o Zé Penha jamais ser esquecido. Não por mim, pelo meu irmão ou os irmãos dele, que nunca o esquecemos, mas sim pela legião de amigos que ele fez durante sua breve jornada por aqui. Faço minhas as palavras do poema Filtro Solar: “dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez”. Saudade, Penhão. Feliz aniversário, papai!

Elton Tavares

A maça e as escolhas – (crônica porreta de Dia dos Pais do Fernando Canto)

Por Fernando Canto

A primeira vez que comi maçã devia ter uns doze anos. Até então só ouvira falar dela pelos relatos bíblicos ou através de revistas que a mim chegavam eventualmente na escola ou na Biblioteca Pública. Lembro como se fosse hoje minha mãe repartindo a fruta que meu pai trouxe da sorveteria onde trabalhava à noite, após dura jornada de trabalho como funcionário público. Não sei como, mas ela a cortava em sete pedaços, pois esse era o número de filhos que os dois tinham, todos ainda crianças. E ainda hoje cada um deles certamente guarda em sua memória o gosto e o cheiro da maçã como a lembrança do amor que nossos pais nutriam por nós enquanto viveram.

Simbolicamente a maçã representa o fruto da Árvore da Vida ou da Árvore do Conhecimento do bem do mal: conhecimento unificador que confere a imortalidade, ou conhecimento desagregador, que provoca a queda. Mas há inúmeras interpretações. Aquela, por exemplo, em que cortada em dois, no sentido perpendicular, se encontra um pentagrama desenhado e por isso representa o saber; e aquela que simboliza a eterna juventude.

Para Paul Diel (1966) ela significa os desejos terrestres. “A proibição de Jeová alertava o homem contra a predominância desses desejos, que o levavam rumo a uma vida materialista, por uma espécie de regressão, opostamente à vida espiritualizada, que é o sentido de uma evolução progressiva”. O autor diz ainda que “A advertência divina dá a conhecer ao homem essas duas direções e o faz optar entre a via dos desejos terrestres e a da espiritualidade. A maçã seria o símbolo desse conhecimento e a colocação de uma necessidade: a de escolher”.

Na verdade todos nós escolhemos. No dia-a-dia decidimos o que queremos e o que não queremos face às maçãs dos desejos e estímulos que a serpente mídia nos oferece desde que acordamos até a hora de dormir. Se não escolhermos alguém decide por nós, num processo repentino de acomodação que concordamos pelo cansaço.

Não caberia só isso na simbologia da maçã: ela está mesmo ligada á ambição, à desobediência, à astúcia do mal e à expulsão do paraíso, sem contar que a história de Adão e Eva serviu para estigmatizar na humanidade o mito da mulher curiosa e traidora.

Ser expulso do Éden significa percorrer caminhos tortuosos, o resultado da escolha de comer a fruta da Árvore da Vida ou do Conhecimento do bem e do mal. Significa também experimentar o outro lado da liberdade, aquela em que o sofrimento e o trabalho de se sustentar é o produto da dignidade humana, da obrigação de suar para merecer a comida e o sono. Quer dizer também que uma escolha dessas possibilita fazer a diferença entre os indivíduos, que vivem em sociedade, mas competem; se matam e sobrevivem. Fazem sua história e propõem novas escolhas, porém sempre lembrando suas origens, aquelas que formam identidades.

A imagem de um anjo munido de uma espada expulsando nossos avôs primordiais trajando folhas de parreira do Jardim do Éden, não só é o símbolo do abandono como a lembrança de que nós muitas vezes nos expulsamos interiormente quando achamos que erramos em nossas escolhas. É possível que essas escolhas, pelas quais optamos na vida, se deem em razão de múltiplas oportunidades que nos chegam e nos “oprimem”. Optar às vezes pelos “desejos terrestres” ao invés da espiritualidade me parece ser necessário, embora tenhamos que buscar na essência das coisas, algo de deidade, algo que transcenda e nos faça pensar e acreditar que somos mais que isso.

Fico a pensar que quando meu pai levou a fruta do pecado para conhecermos não foi só um ato de amor corroborado por minha mãe. Foi, talvez, uma metáfora da escolha que teríamos de fazer pela vida. Não apenas entre matéria e espírito, mas entre ser ou não ser, o que chamamos hoje de bons ou maus cidadãos. Obrigado, pai.

Hoje é o Dia dos Pais – Minha homenagem aos que amam e zelam por seus filhos

Hoje (9) é o Dia dos Pais. A data tem origem na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos, por conta do jovem chamado Elmesu, que moldou em argila o primeiro cartão. Nele, o rapaz desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai. Para alguns, é somente mais uma data inventada pelo comércio para promover suas vendas. Quem idealizou a data para o segundo domingo de agosto foi o jornalista Roberto Marinho, em 1953, justamente para aquecer as vendas do comércio e, consequentemente, o faturamento de seu jornal, O Globo.

O Dia dos Pais é muito mais que isso, é dia de reverenciar nossos heróis. A paternidade é uma dádiva, nem me imagino como pai, mas admiro quem cria, cuida, protege e educa sua prole. Sempre digo aos meus amigos: “cuidem e amem seus pais enquanto eles estão por aqui”. Ah, diga “eu te amo, pai!”. Acredite, esse é o melhor presente.

O dia de hoje mexe comigo, me traz muitas saudades do meu pai, José Penha Tavares, do patriarca de nossa família, meu avô João Espíndola Tavares e do meu tio, Itacimar Costa Simões (que também foi um pai para mim). Os três já partiram para outro plano, mas que fique registrado, eles foram homens valorosos, com quem aprendi coisas fundamentais para a vida como dignidade, honra e respeito às pessoas.

Dedico este texto a todos os meus amigos e parentes que foram abençoados com a paternidade, aos filhos que ainda tem o privilégio de terem seus pais por perto e aos pais que fazem tudo pelos seus filhos, cada um a sua maneira. Em especial ao meu irmão Emerson. Além de alguns parentes e meus muitos amigos que são grandes pais. Alguns são mais dedicados e amorosos, outros mais práticos e de poucos chamegos, mas o importante é o papel que vocês cumprem. Feliz Dia dos Pais!

Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez” – Frase do poema Filtro Solar.

Elton Tavares

Nunca fui… – (Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”)

Ilustração: Ronaldo Rony

Crônica megalomaníaca de Elton Tavares

Nunca fui sonhador de só esperar algo acontecer. Sou de fazer acontecer. Não sou e nunca serei um anjo. Não procuro confusão, mas não corro dela, nunca!

Nunca fui de pedir autorização pra nada, nem pra família, nem para amigos. No máximo para chefes, mas só na vida profissional.

Nunca fui estudioso, mas me dei melhor que muitos “super safos” que conheci no colégio. Nunca fui prego, talvez um pouco besta na adolescência.

Nunca fui safado, cagueta ou traíra, mesmo que alguns se esforcem em me pintar com essas cores.

Nunca fui metido a merda, boçal ou elitista, só não gosto de música ruim, pessoas idiotas (sejam elas pobres ou ricas) e reuniões com falsa brodagem.

Arte: Camila Karina

Nunca fui “pegador”, nem quis. É verdade que tive vários relacionamentos, mas cada um a seu tempo. Nunca fui puxa-saco ou efusivo, somente defendi os trampos por onde passei, com o devido respeito para com colegas e superiores.

Nunca fui exemplo. Também nunca quis ser. Nunca fui sonso, falso ou hipócrita, quem me conhece sabe.

Nunca fui calmo, tranquilo ou sereno. Só que também nunca fui covarde, injusto ou traiçoeiro.

Nunca fui só mais um. Sempre marquei presença e, muitas vezes, fiz a diferença. A verdade é que nunca fui convencional, daqueles que fazem sentido. E quer saber, gosto e me orgulho disso. E quem convive comigo sabe. É isso.

Elton Tavares

Foto: Flávio Cavalcante

*Do livro “Papos de Rocha e outras crônicas no meio do mundo”, de minha autoria, lançado em novembro de 2021.

Amigos & Inimigos- Crônica firmeza de Fernando Canto

Crônica de Fernando Canto

Sempre tive muitos amigos: de infância, de escola, de bar, amigos que fiz no decorrer de uma vida cheia de altos e baixos e que sempre pude contar com eles nas horas que precisei. Não se têm amigos só para jogar conversa fora, brindar em uma comemoração ou para fazer (in)confidências, às vezes mentirosas e desnecessárias. Nesse caso sempre a amizade vai por água abaixo quando uma confidência é espalhada pelos sete cantos da cidade. Já tive “amigos” que supus serem Amigos, que ajudei pensando estar fazendo um bem, e que a ingratidão deles brotou como espinhosa árvore na lavoura que tentei cultivar.

Não falo de inimigos, pois como os ex-amigos, eles não merecem a minha ira. Apenas desprezo o que não quero prezar. Eles são meramente pontos obscuros de referência na encarnação de um maniqueísmo torpe, trivial e vulgar. Amigo mesmo é para contar com ele na hora da necessidade, para se divertir, criar junto e imaginar um mundo melhor. Amigos bons nós desenhamos para que se tornem o modelo da nossa própria utopia.

Talvez fosse desnecessário este preâmbulo para falar de gente que gostamos de graça e nem fosse conveniente registrar numa crônica o apreço que sentimos por certas pessoas que às vezes, por gestos naturais e descomprometidos, nem sabem a extensão do bem que fizeram a nós em determinados períodos de nossa história pessoal.

É verdade que nesse caminhar encontramos amigos dos amigos que não são nossos amigos, mas que os toleramos por respeito à admiração pessoal ao amigo titular. Assim também é verdade que falseamos nossa conduta para não decepcioná-lo, embora acreditando que de falso em falso se chega ao cadafalso.

Machado de Assis dizia em “Ressurreição” que o tempo não conta para a amizade: “Que importa o tempo? Há amigos de oito dias e indiferentes de oito anos”. Talvez o tempo seja o que conta para quebrar os obstáculos que surgem na vida. E dizem que muitas amizades rompidas, um dia voltando, passam a ser mais do que eram, independentemente das diferenças do passado. Voltam mais sólidas e mais maduras. E passam a ver que sempre existiu alguém interessado nesse rompimento. Coisas de novela, mas também coisas da vida.

Pessoas que estimamos passam por provações e se tornam sábias sem saber se são, ou pelo menos não demonstram isso. Há as que têm as almas simples e vivem num mundo aparentemente sofisticado. Mas as almas dos amigos muito se assemelham a casas: algumas delas são cheias de janelas abertas, onde corre ar puro e luz, outras são como prisões, fechadas e escuras, mas que merecem nossa consideração e respeito, porque a alma entende-se a si mesma e o amigo vale a afeição que fazemos valer por ele. Uma alma, mesmo fechada, sempre traz uma luz que pode nos iluminar antes de banhar-se a si própria.

Amigos têm defeitos e mazelas. Por essa imperfeição mútua é que normalmente amizades se atraem, bem como pela admiração recíproca de cada um no seu desempenho social. Uns moldam outros, outros se espelham em alguém. Porém, na amizade só não pode existir a incorporação da personalidade do amigo.

Ela deve ser autêntica e eivada de respeito às idiossincrasias, inclusive pela solidão e ao silêncio do outro. Afinal somos seres em alteridades. Espíritos amigos voam na mesma direção da fonte original e bebem da mesma água fresca. Devem saciar sua sede bem antes que ela seja poluída pelos interesses pessoais de qualquer conspirador. A amizade só é possível pela oportunidade do encontro.

Meu amigo R sempre diz que os inimigos são necessários, pois nos ajudam a refletir para que melhoremos. Não discordo, porque entendo que a vida é uma constante dialética. Mas não ando à caça de inimigos.

Alguns cruzam meus caminhos em momentos que não criei. E, como não tenho um cemitério para enterrá-los como um certo personagem de Jorge Amado, eles que cavem suas próprias sepulturas e façam de suas mortes um renascimento.

O talento e sensibilidade do fotógrafo Serginho Silva – Crônica de Elton Tavares

Na note da última quarta-feira (12), eu e o fotógrafo Sérgio Silva, juntamente com uma comitiva do Tribunal de Justiça do Amapá, onde trabalhamos na Secretaria de Comunicação, saímos em uma mini expedição relâmpago ao Arquipélago do Bailique. Dito/escrito isso, reporto (sim, coisa de repórter) aqui mais uma experiência porreta de trampo e a fantástica produção do amigo fotojornalista.

O Arquipélago do Bailique é um conjunto de oito ilhas que estão localizadas a 160 quilômetros de Macapá, capital do Amapá. O acesso ao conjunto de ilhas é feito somente por via fluvial pelo Rio Amazonas Fomos na quarta e voltamos na quinta-feira (13). A viagem foi tão tranquila, apesar da maré revolta, o sacode fluvial e o desconforto das horas e horas de barco, somadas a pouco tempo de sono. Mas no final deu tudo.

Sabem, sempre dediquei meu tempo a divulgar e incentivar todas as formas de arte e manifestações culturais. Entre elas, a produção fotográfica no Amapá. Gosto de fotografar pessoas, paisagens, animais, objetos, etc. Para mim, são minicrônicas visuais, escritas a partir da percepção de cada um. Admiro quem tem técnica, mas o olhar é fundamental para uma boa foto. E uma boa foto é poesia visual.

O Arquipélago do Bailique é um lugar que, de tão belo, tenha sempre uma cena pra descrever e registrar. A beleza é tanta quanto a quentura, pois ali naquelas ilhas parecer ter um sol pra cada um de nós. Entre uma cobertura e outra, eu gravando áudios para escrever minha reportagem e o Serginho fotografando e filmando tudo, ele conseguia extrair imagens paidéguas que somente um olhar aguçado manjaria.

Ele registrou pássaros, insetos, a paisagem. O cara congelou tudo em pixels. Só para terem um exemplo: o fotógrafo viajou nas gotas que o motor da lancha espalhava ao impulsionar o barco. A água no ar formou um pequeno arco-íris, que ninguém na embarcação percebeu até o Serginho começar a mirar na direção do rio, na lateral da nau que nos trazia de volta. Viagem, literalmente!

Já trabalhei com muitos fotógrafos, a maioria deles muito bons e uma minoria nem tanto. Admiro muitos deles. Alguns pelo talento, outros pelo profissionalismo e aqueles que são grandes amigos. Serginho tem os três atributos. Sim, sempre valorizei amizades feitas no batente e quem consegue fazer a magia dos registros fotográficos.

Eu e Serginho.

Aliás, “fotografia” significa escrita com a luz (foto = luz & escrita = grafia). Em resumo, o talento, sensibilidade, olhar aguçado e dedicação, fazem do Serginho, que além de fotojornalista, é repórter cinematográfico, um profissional de alto nível e um artista. É isso!

Elton Tavares

Expressão que Identifica – Crônica pai d’égua de Fernando Canto

Crônica de Fernando Canto

A frase “Que coisa pai d’égua!” ouvida por algum visitante de outras paragens brasileiras pode ser compreendida imediatamente pelo sentido da empolgação que comunica. Sua pronúncia externando algo maravilhoso é compartilhada pelo receptor, que daquela hora em diante vai entender verdadeiramente um pouco mais desse regionalismo tão arraigado da área leste da Amazônia.

Linguagem, como se sabe, é um bem cultural dos mais importantes. Sem ela não haveria comunicação, logo decodificação de símbolos e valores. E se ela movimenta a sociedade e seus atores, então suas expressões nascidas do povo têm mais é que serem ditas e preservadas, pois são patrimônios de todos.

Quando falo, ás vezes propositadamente, uma expressão ou palavra desusada logo vem a censura: “Égua, mas tu és velho, heim?!” Respondo: “velho nada, sou pesquisador, queria observar tua reação”. E a censura atual tem nome de moda, de substituição ou de imposição de palavras. Palavras oriundas das maravilhas da tecnologia que podemos reconhecer como importantes para o aumento do vocabulário e para o enriquecimento do idioma. Porém, ainda usamos essas expressões consideradas obsoletas, que sem dúvida nos identificam, tal como a velha “pai d’égua”, provavelmente originária do Nordeste, dita como referência irônica, “aquele pai d’égua”, equivalente à “cabra da peste” ou “cabra da moléstia”.

Ser “pai d’égua” na região amazônica é ser bom, legal, bacana, gente fina, etc. Pronunciada a expressão pode detonar admiração, deboche, susto, indignação, raiva e outros significados. No entanto sua redução (“Égua!”) pode complicar um pouco mais na comunicação. Minha amiga paraense H. que o diga: mestranda em Viçosa, casa alugada, empregada mineira, comida diferente, outros hábitos. E o tempo passando. Um dia, um pouco estressada pela exigência dos trabalhos acadêmicos e percebendo que a coisa não ia bem, pois a empregada só vivia aborrecida, perguntou a ela: “Escuta ô Rosa, por que você me chama a toda hora de ‘boba’? ‘Faz isso não, boba… tem pão não, boba… Que história é essa? Me respeita que eu sou sua patroa. ’ E Rosa falou: “Uai, sô! É a senhora que fica me ofendendo, me tratando mal, me chamando de égua. Égua isso, égua aquilo. Não sou égua não. Eu quero é a minha conta”.

– Pai d’égua essa! Era só o que faltava, pensou H. naquela hora, para depois cair na gargalhada.

*Do livro Adoradores do Sol, de 2010.

365 dias com ela: um ano do meu louco e feliz namoro com a Bruna Cereja – @cerejaGPT

Conheceram-se na Assessoria de Comunicação do Governo do Amapá, em 2011. Ele jornalista no Palácio do Governo, ela coordenadora da Ascom da Secretaria de Estado da Comunicação. Anos depois, ele até convidou ela pra sair, mas não rolou.

Ele namorou, ela namorou, eles piraram por aí. Em 2020, após uma aproximação desde 2015 (com intervalos), eles ficaram. Mais uma vez os gênios fortes se chocaram e cada um seguiu seu caminho. Pararam de se falar por um tempo.

Veio a pandemia, mais quase dois anos sem contato.

Em 9 de julho de 2022, após começarem a trabalhar juntos no Ministério Público Estadual e ela insistir muito, combinaram de se encontrar. Os dois foram. Beijaram-se após um papo e umas cervejas ao som de rock and roll.

Ele se apaixonou perdidamente. Ela idem. Começaram um namoro muito doido. Foram meses difíceis para adaptação. Ele ficou puto. Ela ficou puta. Quase se largaram de vez. Teve um monte de brigas a até términos relâmpagos, mas a verdade é que nunca se desgrudaram nestes 365 dias intensos.

Hoje moram juntos, dividem sonhos, planejam viagens e comprar coisas. Ainda são ciumentos e geniosos. Vez ou outra, rola uma intriga, é verdade. São cheios de histórias loucas com músicas lindas. Eles vivem rindo das próprias merdas que fizeram e fazem. São um nojo nas redes sociais. Sim, complexos e inimagináveis. Com ainda mais expectativas no ar.

Feito o resumo, vos digo/escrevo: contrariamos os que apostaram no contrário e tô um ano com a Bruna. E passou rápido. A bem da verdade, apesar de nos conhecermos desde 2011 e sermos amigos há mais de uma década, eu e ela passamos períodos sem nos bicarmos. Coisa do coração, diria Raul Seixas.

Sou doido pela menina alucinada por marketing e publicidade, profissional talentosa, com gênio forte, humor ácido, desenrolada e lindamente bruta.

Com a gente nada é pouco. É sempre muito e é assim nossa intensidade sentimental. Sorte a minha em tê-la na vida. Pois é coisa de encantamento.

Sou uma pessoa feliz. O amor é parte disso. Feliz dia 9, de novo. Viva nós! Te amo, Cereja!

Elton Tavares

O discurso discriminador do Marabaixo – Texto/Resgate histórico paid’égua de Fernando Canto – @fernando__canto

Foto: Márcia do Carmo

Por Fernando Canto

Não é de hoje que o Marabaixo é discriminado. Aliás, as manifestações culturais de origem africana sempre foram vistas como ilegais ao longo da história do Brasil. Do samba à religião, seus promotores foram vítimas de denúncias que os boletins de ocorrências policiais e os processos judiciais relatam como vadiagem, prática de falsa medicina, curandeirismo e charlatanismo, entre outras acusações, muitas vezes com prisões e invasões de terreiros.

Essa discriminação ocorreu – e ainda ocorre – em contextos históricos e sociais diferenciados, e veio produzida por instituições que tinham o objetivo de combater o que lhes fosse ameaçador ou que achassem associadas às práticas diabólicas, ao crime e à contravenção.

Foto: Max Renê

No caso do Marabaixo, há anos venho relatando episódios de confronto entre a igreja católica (e seus prepostos eclesiásticos e seculares), e os agentes populares do sagrado, estes que, por serem afrodescendentes, mestiços e principalmente por serem pobres, foram e são discriminados, visto o ranço estereotipado de que são “gente ignorante” e supersticiosa.

Foto: Gabriel Penha

É do século XIX a influência do evolucionismo que tomava como modelo de religião “superior” o monoteísmo cristão e via as religiões de transe como formas “primitivas“ ou “atrasadas” de culto. Para Vagner Gonçalves da Silva (Revista Grandes Religiões nº 6), nesse tempo “religião” opunha-se a “magia” da mesma forma que as igrejas (instituições organizadas de religião) opunham-se às “seitas” (dissidências não institucionalizadas ou organizadas de culto).

É do século XIX também os primeiros escritos sobre o marabaixo. Em um deles um anônimo articulista o ataca, dizendo-se aliviado porque “afinal desaparece o o infernal folguedo, a dança diabola do Mar-Abaixo”.

Foto: Márcia do Carmo

Ele afirma que “será uma felicidade, uma ventura, uma medida salutar aos órgãos acústicos se tal troamento não soar mais…”. Na sua narrativa preconceituosa vai mais além ao dizer que “Graças ao Divino Espírito-Santo, symbolo de nossa santa religião, que só exige a prática de boas ações, não ouviremos os silvos das víboras que dansam ao som medonho dos gritos dos maracajás (…), que é suficiente a provocar doudice a qualquer indivíduo”. Assevera adiante “Que o Mar-Abaixo é indecente, é o foco das misérias, o centro da libertinagem, a causa segura da prostituição”. E finaliza conclamando “Que os paes de famílias, não devem consentir as suas filhas e esposas frequentarem tão inconveniente e assustador espetáculo dessa dansa, oriunda dos Cafres”. (Jornal Pinsonia, 25 de junho de 1898).


Discursos de difamação do Marabaixo como este e a posição em favor de sua extinção ocorreram seguidamente. O próprio padre Júlio Maria de Lombaerd quebrou a coroa de prata do Espírito Santo que estava na igreja de São José e mandou entregar os pedaços aos festeiros. O povo se revoltou e só não invadiu a casa padre para matá-lo graças à intervenção do intendente Teodoro Mendes.

Com a chegada do PIME – Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras – em Macapá (1948) o Marabaixo sofreu um período de queda, mas suportado com tenacidade por Julião Ramos, que não o deixou morrer. Tiraram-lhe inclusive a fita da irmandade do Sagrado Coração de Jesus, da qual era sócio fiel.

Colheita da Murta – Foto: Arquivo pessoal de Fernando Canto

Nesse período os padres diziam que o Marabaixo era macumba, que era coisa ruim, e combatiam seus hábitos e crenças, tidos como hediondos e pecaminosos, do mesmo jeito que seus antecessores o fizeram no tempo da catequização dos índios. Mas o bispo dessa época, D. Aristides Piróvano, considerava Mestre Julião “um amigo” (Ver Canto, Fernando in “A Água Benta e o Diabo”. Fundecap, 1998).

O preconceito dos padres italianos com o Marabaixo tem apoio num lastimável “achismo”. Os participantes são católicos e creem nos santos do catolicismo, tanto que a festa é dedicada ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade e não a entidades e voduns como pensam. Nem ao menos há sincretismo nele.


E se assim fosse? Qual o problema? Antes de emitirem um julgamento subjetivo sobre um fato cultural é preciso conhecê-lo. É preciso ter ética. Ora, sabe-se que todos os sistemas religiosos baseiam-se em categorias do pensamento mágico. Uma missa ”comporta uma série de atos simbólicos ou operações mágicas” (Vagner Silva op. cit.). Observem-se as bênçãos, a transubstanciação da hóstia em corpo de Cristo, por exemplo. Um ritual de umbanda comporta a mesma coisa. O Marabaixo tem rituais próprios, ainda que um tanto diferentes. Por isso e apesar do preconceito ainda sobrevive. Valei-nos, Santo Negro Benedito!

(*) Do livro “Adoradores do Sol – Novo Textuário do Meio do Mundo”. Scortecci, São Paulo, 2010.

Sobre hoje, Dia dos Namorados – Minha crônica em homenagem aos casais

Hoje é o Dia dos Namorados. Uma das datas comerciais mais legais que existem. Hoje parabenizo aqueles que namoram, conseguem dividir alegrias e tristezas, glórias e fracassos, enfim, aventuras e desventuras da vida a dois. Como disse Cazuza: “só entende quem namora“.

Gosto de namorar. Aprecio o chamego, a cumplicidade, enfim, de tudo que vem no pacote. Mesmo que, às vezes, não haja tempo para os amigos (eles entendem, por isso são meus amigos). Para os solteiros, mesmo os que negam, é uma data infame (risos).

A definição da data é: Dia dos Namorados ou Dia de São Valentim, como é conhecido em outros países, é uma data comemorativa na qual se celebra a união amorosa entre casais. No Brasil, a divulgação da data foi feita pelo empresário João Dória, que havia chegado do exterior. Representantes do comércio acharam uma ótima ideia para aquecer as vendas e escolheram o dia 12 de junho para ser o dia dos namorados em nosso país. A data foi escolhida às vésperas do dia de santo Antônio, o santo casamenteiro.

Mesmo com contratempos que existem em todos os relacionamentos, pois onde tem amor, tem dor. Eu nem ligo se outros tiverem queixas, pois quem tem que gostar é o casal e fiscal da vida alheia é uma raça que nunca estará em extinção.

Em resumo, feliz Dia aos casais, sejam eles convencionais, anticonvencionais, coloridos e etecétera e tal. Afinal, como diz uma canção legal: “qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar…”.

Feliz Dia dos Namorados a todos vocês, leitores entrelaçados com seus respectivos pares e pra gente, Bruna, que namoramos todo santo dia. E Cereja, que este seja o primeiro nosso juntos e de todos os outros do resto de nossas vidas.

Ah, sobre esses meus 11 meses e três dias de namoro (pra quem não leu), segue a série de crônicas da minha vida com a Bruna Cereja ( a quem interessar, pois garanto que a série de crônicas é legal):

Um mês: https://www.blogderocha.com.br/que-sorte-me-apaixonar-por-um-amigo-por-bruna-cereja-cerejaverso/
Dois meses: https://www.blogderocha.com.br/dois-meses-da-feliz-colisao/
Cinco meses: https://www.blogderocha.com.br/154-dias-e-contando-eu-amo-viver-com-a-cereja-cerejaverso/
Sete meses: https://www.blogderocha.com.br/minha-vida-com-a-bruna-sete-meses-felizes-meses-coloridos/
Oito meses: https://www.blogderocha.com.br/oito-meses-do-fim-do-feitico-de-aquila-cronica-de-elton-tavares-para-bruna-cereja/
11 meses: https://www.blogderocha.com.br/11-meses-de-controada-e-feliz-convivencia/

Elton Tavares

Cristovão Gama Júnior gira a roda da vida. Feliz aniversário, Sky! (@cristovaosky)

Eu e Cris

Sempre digo que gosto de parabenizar, neste site, as pessoas por quem nutro amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Neste quarto dia de junho, Cristovão Gama Júnior, o popular “Sky” ou “Cris” (pra galera do trampo), gira a roda da vida e lhe parabenizo, pois se trata de um querido amigo e um cara demais paid’égua!

Cristovão é o motora/piloto da equipe de comunicação da Secretaria de Comunicação do Tribunal de Justiça do Amapá (Secom/TJAP). Quando o conheci, reconheci um rosto de mais de uma década atrás. Logo demos risada da tal situação inusitada, impublicável aqui.

Cris, eu e Flávio (o melhor amigo do Cris na nossa equipe)

Também sempre digo que tenho a sorte de fazer amizades onde trabalho. Foi assim em vários órgãos públicos que assessorei. E no Tribunal de Justiça do Amapá, instituição onde labuto desde o início de 2023, não é diferente. Há somente quatro meses, eu e Sky somos da mesma equipe, mas parece que faz muito tempo que dividimos pautas e muitas alegrias.

O aniversariante é lutador de artes marciais, amante de carros e entendedor quando o assunto é automotivo ou jiu-jitsu. Ex-taxista, também já trampou nas áreas administrativas de empresas privadas e até como segurança (o cara é porrudo e ninja). Cris é um figura prestativo, desenrolado e irreverente. Um cara trabalhador e justo, parceiro e, sobretudo um homem do bem.

Cris e nossa equipe no cotidiano: muito trampo e parceria

No início de nossa convivência, estava mais para um observador. Daqueles que mais escuta do que fala. Depois da gente se entrosar, saquei que o Sky é responsável, boa praça, sempre com um sorriso no rosto e uma palavra positiva. Sim, Cristovão é baita cara porreta, que tem um coração gigante. Apesar do pouco tempo que o conheço, já o considero um amigo.

Apesar do Cris não tomar uma gota de birita, pois já saiu comigo e bebeu litros de água e alguns refrigerantes, ele tira um gosto que é uma beleza (risos). Aliás, o brother é bom de remo (igualmente a mim), pois entre uma cobertura de pautas externas e outros trampos do corre diário, a gente para em alguma padaria ou lanchonete pra dá-lhe num pastel, coxinha ou misto-quente.

Felicidades, mano Sky!

O Cris é um excelente profissional. Mas acredito que o melhor papel que ele desempenha é o de pai, pois fala de forma amorosa de seu filho, o jovem Hugo Torres. Ainda não conheço o moleque, mas se tiver pelo menos 30% da gentebonisse do Sky, já tá valendo. Em resumo, eu e Cristovão construímos uma amizade bacana, com muito respeito e parceria.

Meus parabéns pelo teu dia, Cristovão. Que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa sabedoria e coragem pisando forte em busca de seus objetivos. Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. Que a Força sempre esteja contigo. Que tua vida seja longa, Cris. Feliz aniversário, brother!

Elton Tavares

Há 43 anos, morreu Ian Curtis, da banda Joy Division – Uma corda no pescoço do Rock – #IanCurtis #JoyDivision #LoveWillTearUsApart

No dia 18 de maio de 1980, há exatos 43 anos, com uma corda no pescoço do Rock and Rol, cometia suicídio Ian Curtis, compositor inglês, vocalista e líder da banda Joy Division, formada em 1976. Ele tinha 23 anos e se preparava para excursionar com seu grupo musical pelos EUA.

O jovem e atormentado músico, que era epilético, sofria de problemas conjugais, além da pressão pelo estrondoso sucesso de sua banda. Estes teriam sido os motivos do suicídio de Ian. Sei lá. Existem muitas lendas e teorias sobre a morte do cara.

Com somente um disco lançado, ‘Unknown Pleasures’, em 1979, o Joy Division havia concluído a gravação de ‘Closer’, que estava com o lançamento agendado para julho de 1980. A trágica morte de Ian Curtis não impediu que a banda se consagrasse como um dos melhores e mais importantes grupos de rock da década de 80, aliás, o principal do pós-punk.

Após seu falecimento, suas músicas foram distribuídas em mais quatro discos ao vivo, doze compilações, dois EP’s e cinco singles.

Existem duas versões para o nome da banda. Uma diz que era uma casa de prostituição de uma série chamada ‘The House Of Dolls’ (1965). Este nome teve origem nos campos de concentração nazistas e servia justamente para designar a área reservada às prostitutas.

Outros dizem que Joy Division era o nome dado à área onde prisioneiras judias eram abusadas sexualmente por soldados nazistas durante a WWII. Daí a tradução, “divisão da alegria”. Seja um ou outro motivo, a alcunha é provocativa e irônica.

Li em algum lugar em que não me recordo agora, que o fantástico compositor escrevia músicas autobiográficas, também da vida das pessoas de seu ciclo e de outros.

Li também que “Love will tear us apart”, a música mais foda do Joy Division, foi escrita como um bilhete de despedida à quase-futura-ex-esposa-e-súbita-viúva de Ian, Deborah. A minha antiga turma de amigos gritou muito nas festas de rock: “toca Joy Division”, pedindo para a The Malk e a Sterereovitrola que executassem a clássica canção.

Após a dissolução do Joy Division, os três integrantes remanescentes, Bernard Sumner (guitarra), Peter Hook (contrabaixo) e Stephen Morris (bateria), formaram o New Order, que também arrebentou e embalou muitas festinhas pelo mundo, inclusive em Macapá. No início, o som do NO era uma continuação do JD. Com o passar do tempo, a banda fortaleceu sua própria identidade, com produções de música eletrônica, pop e dançante.

Ian foi realmente genial. Com vocal grave (barítono), dança desajeitada e bacana pra caramba (dizem que lembra os movimentos dos seus ataques epiléticos), estranha performance de palco, letras obscuras e poéticas, Curtis veio a este mundo, deu o seu recado e partiu para as estrelas. Sua vida foi retratada no cinema no filme Control (recomendo).

São Paulo 2014 – Foto: Elton Tavares

Não à toa, Ian Curtis é/foi ídolo de Bono Vox (U2), Kurt Cobain (Nirvana), Robert Smith (The Cure), Jim Kerr (Simple Minds), Ian McCulloch (Echo & the Bunnymen) e Renato Russo, que copiou dele a famosa dança epilética, entre tantos outros que vieram depois dele.

Em 2014, acompanhado do meu mais que maravilhoso irmão, Emerson Tavares, assisti ao show do New Order, em São Paulo. A banda inglesa tocou, além de seus próprios sucessos, quase todos os seus clássicos do Joy Division como Transmission, Atmosphere e Love Will Tear Us Apart. Simplesmente inesquecível!

Curitiba 2018 – Foto: Elton Tavares

Em 2018, repetimos a experiência, em Curitiba (PR). Desta vez, o show do New Order foi ainda melhor. Mesmo com a ausência do carismático baixista Peter Hook, o New Order (com Phil Cunningham, Gillian Gilbert, Stephen Morris, Tom Chapman e Bernard Sumner) fez uma apresentação fantástica e emocionante. Sensacional mesmo! Ficamos felizes por ter vivido mais esse momento marcante em nossas vidas, pois são experiências como essa que fazem tudo valer à pena.

Ian foi tudo isso e muito mais. As mentes atormentadas são capazes de fazer coisas fascinantes. Joy foi, é e sempre será uma das maiores bandas de todos os tempos. É bom demais ver que as pessoas ainda lembram dele e da banda. Vida longa ao Ian e seu legado!”, comentou o meu amigo e amante de Rock and Roll, Anderson Miranda.

O rock é minha expressão artística favorita e Ian Curtis faz parte do Olimpo do Rock And Roll. A ele, minhas homenagens e gratidão pela obra. Valeu!

A vida sem a música é simplesmente um erro, uma tarefa cansativa, um exílio.” – Friedrich Nietzsche, em “Cartas a Peter Gast”, Nice, 15.1. 1888.


Quando a rotina bate pesado
e as ambições são pequenas
E o ressentimento voa alto
embora as emoções não cresçam
E vamos mudando nossos caminhos,
pegando estradas diferentes
Então amor, o amor vai nos separar de novo” – Love Will Tear Us Apart (O Amor Vai Nos Separar) – Canção de Joy Division

Elton Tavares

Previsão Astrológica Genérica – Por Aloísio Menescal

Por Aloísio Menescal

O tempo do dia pode variar, mas seu temperamento não necessariamente o acompanhará.
Pequenas injustiças podem ser testemunhadas, mas o embalo da vida e alegrias momentâneas te farão esquecer logo em seguida.
Uma pessoa querida falará mal de você para um desconhecido, mas você não vai descobrir.
Uma pessoa de quem você não gosta te verá na rua, mas fingirá não te ver e você nem perceberá.
A primeira alma gêmea programada para você, mas que você nunca conheceu devido a um caminho errado que tomou, te cumprimentará neste dia e nunca mais se verão – outras já vieram depois dessa e outras ainda virão.
Uma sensação estranha pode ou não lhe acometer ao longo do dia, mas embora pareça ser algo intrigante será apenas uma pequena indigestão.
Coma folhas mais coloridas para equilibrar sua aura, que está desbotadanesse tempo chuvoso. Evite adoçantes sintéticos e pimentas exóticas.
Cor do dia: verde arroxeado. Número do dia: 171.

*Esse sarro que o amigo jornalista Aloísio tira com Zodíaco é porreta, pois tem gente que bota a culpa de seus erros em signo do horóscopo. Coisa que desacredito e desconcordo, rs (Elton Tavares).

Vitório Barreto gira a roda da vida pela 75ª vez . Feliz aniversário, amigo! (que foi melhor “piloto” do GEA)

Tenho alguns companheiros (brothers e brodas) com quem mantenho uma relação de amizade e respeito, mesmo a gente com pouco contato. E, como todos os leitores deste site sabem, gosto de parabenizar os amigos em seus aniversários. Quem gira a roda da vida, pela 75ª vez, neste sétimo dia de maio, é o querido Vitório Barreto e lhe rendo homenagens.

Na época que trabalhei na assessoria de comunicação do Governo do Estado, entre 2010 e 2012, viajei por todas as estradas paras dos 16 municípios do Amapá, além de incontáveis comunidades. Meu motora/piloto preferido sempre foi o Vitorio Barreto. Além de ser um motora que se garante, é um pai dedicado, homem trabalhador e justo, parceiro e, sobretudo um cara do bem.

Vitório é virado e prestativo, pois se precisar é mecânico, desatola veículos, reboca companheiros, faz “galiqueiras” necessárias para chegarmos ao nosso destino. O cara tem o pé pesado, mas era o único cara que me passava a segurança necessária. Foram muitas aventuras, perrengues e alegrias junto a esse coroa maluco.

Entre várias lições que o velho motorista me ensinou foi ficar sempre focado e alerta. Ele dizia que quanto pior a estrada, melhor, pois a piçarra o impedia de se distrair. Quando a demanda na estrada da vida fica pesada, lembro-me do grande amigo e companheiro de viagens. Aí retomo o foco, empenho e atenção.

Em julho de 2010, mais precisamente no dia 7, era Copa do Mundo. A gente acabou uma cobertura em Ferreira Gomes 1h antes da partida entre Brasil e Holanda. O Vitorino me disse: “gordo, tu vais assistir esse jogo na tua casa”. Ele sentou o pé e eu, que vim no banco do carona, na frente com ele, abri o nootbook e botei pra escrever. Na parte de traz da cabine da pick-up estavam os amigos Irineu Ribeiro e Gilmar, repórteres cinematográfico e fotográfico, respectivamente. Cheguei 5 minutos antes de começar o jogo com a matéria pronta, entregue com fotos. Vitório sempre foi PHoda!

Além de competente, experiente e conhecer as estradas do Estado na palma da mão, Vitorino é um cara porreta! Todos nós, jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas ou qualquer outro profissional que viajou ou viaja com o coroa sabe o coroa é muito Phoda. Vitório é um baita cara e ele mora no coração da gente.

Dia desses, o Jorge Júnior me falou que o Vitório se aposentou. Que bom que ele vai descansar. Que pena para a nova geração de jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas e demais profissionais da Secom/GEA, pois não viverão essa experiência de trampo maravilhosa, que é pegar a estrada com o velho safado, pois ele sempre foi “impávido que nem Muhammad Ali e tranquilo e infalível como Bruce Lee”.

Meus parabéns, Vitório. Que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa sabedoria e coragem pisando forte em busca de seus objetivos. Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. Que a Força sempre esteja contigo. Que tua vida seja ainda mais longa, no mínimo, mais 75 anos na estrada da felicidade. Sinto saudades de rir das suas histórias. Saúde sempre, querido amigo. Feliz aniversário, brother!

Elton Tavares