QUEM SOMOS NÓS? – Crônica legal de Lorena Queiroz – @LorenaadvLorena

Crônica de Lorena Queiroz

Hoje entrei no quarto da minha filha de onze anos e ela, enquanto dobrava umas roupas, assistia na TV um clipe do A-ha. Eu sempre soube que ela é uma menina um pouco estranha (e quem não somos?), mas saber de mais esta preferência dela me fez adicionar mais uma característica a reformulação diária em saber quem elas são, por isso trabalho no que serão. Mas será que realmente eu saberei algum dia, acertadamente, quem ela, você ou eu realmente somos?

Um, Nenhum e Cem Mil – Luigi Pirandello

Quem me conhece sabe, minha cabeça anda meio surtada nestes tempos pandêmicos, o que me faz ir nos lugares mais sombrios e divertidos, por isso cheguei no escritor italiano e ganhador do prêmio Nobel de literatura, Luigi Pirandello, mais exatamente na obra Um, nenhum e cem mil. O personagem Moscarda, enquanto olhava sua imagem no espelho, é informado por sua mulher que seu nariz era torto e ele nunca teria percebido.

A partir daquele momento ele percebe que as pessoas tinham uma imagem dele que era dissociada da imagem que lhe refletia o espelho. Experimente pedir para alguém fazer um avatar seu, pontuando suas qualidades e defeitos nele, e por fim, seja sincero em sua avaliação quanto a assertividade dele. O fato é que nós somos alguém para nossa mãe, alguém para um amigo no trabalho, outra pessoa para determinado amigo e, a despeito de qualquer coisa, um filho da puta pra alguém. Sim, ninguém nunca escapa disso. Mas será que cada uma destas pessoas que você é representado, em cada um, corresponde a quem você realmente é?

Vivemos em uma sociedade que é regida por costumes sociais que mudam, se alteram e se reformulam o tempo inteiro. Acredito que seja por este necessário eterno ciclo de mudanças que fica mais difícil ser livre para ser quem somos, ou melhor, para mostrar quem nos tornamos. Que vai desde um modismo á um conservador que tem dificuldades de viver com as mudanças, bem como aqueles que tem vergonha de dizer que mudaram de ideia. Aquilo que chamamos de julgamento. E é este o ponto, nos tornamos mais um todos os dias. Pirandello, através de Moscarda, diz na mesma obra que, os acontecimentos do passado são as piores e mais injustas das prisões. Pois ficamos eternamente presos á eles. Você pode não ser mais àquela pessoa que cometeu determinado ato no passado, mas para alguém, você sempre será conhecido por algo que não mais te pertence, seja pra bem ou para mal. A personalidade que temos é algo muito mais pessoal e que temos a necessidade de ponderar ou até mesmo polir, pelos costumes que já mencionei anteriormente. Menino não chora, veste azul. Essas coisas. Ou você não fumar na frente da sua mãe. Não minta, sabemos que é bem mais que respeito. Até porque esse respeito também é proveniente do que nos foi ensinado onde vivemos.

Ter a consciência de saber quem somos para nós e para o mundo, será sempre difícil pela própria volatilidade das coisas. Zygmunt Bauman, disse que você tem que passar a vida redefinindo a sua identidade, porque o estilo de vida que é considerado bom por um, não é nada para o outro. E que as coisas atraentes mudam tantas vezes nas nossas vidas. Quem será você na semana que vem?

Mas mesmo assim, nos temos uma identidade que apresenta pistas algumas vezes, nós temos a tendência de nos aproximarmos de pessoas que, a princípio, se assemelham á nós. Pessoas que se juntam por que reconhecem umas nas outras um pouco do que são, ou do que querem ser. Sabe aquela máxima: “um tatu cheira o outro”. Pois é, a gente tem necessidade de ajuntamento com quem nos identificamos, mas mesmo assim, quantas pessoas diferentes tem aí na tua roda de amigos? E quantos tem a mesma imagem um do outro? E isso nunca deveria ser problema para ninguém porque sabemos que somos diferentes. E a gente sempre vai ter um guardado para uma novidade que vai surgir.

No filme Eu, eu mesmo e Irene, Hank Evans, a segunda personalidade e total oposto de Charlie, toma seu corpo e reage violentamente aos abusos que as pessoas cometiam costumeiramente contra Charlie. Na minha opinião nada técnica e só para fins de achismo mesmo e interpretação lúdica, todos nós carregamos um Hank dentro de nós, não falo de um louco, mas de outros que vão surgindo conforme o rumo que as coisas tomam para cada um.

Ainda dentro deste contexto lembrei de um episódio de uma animação, Hora de aventura. O personagem Rei gelado, quando ainda era Simon, estava em um apocalipse zumbi. Portava uma coroa que o transformava em Rei gelado e lhe dava poderes. Ele protegia Marceline ainda criança. Mas a cada vez que ele colocava a coroa, a personalidade de Rei gelado tomava um pouco mais o corpo de Simon, até Simon sumir. Ele fez isso pelo amor a Marceline, o que foi lindo, mas ele se perdeu dele mesmo. Acabou por se tornar um vilão. E o triste é que ele não se lembra quem ele foi.

É didático revisitar quem fomos, nos ajuda a rever ações, opiniões e até saldar algumas dividas consigo mesmo. Assim como é importante ter a consciência que cada um é muito mais do que se vê. Mas o mais importante, para mim, é ser fiel a quem vamos nos tornando a cada dia e sempre estar de braços abertos para o próximo que virá depois de uma música que se descobre, ou de um livro que nos apresentou mais uma parte de nós. Somos metamorfoses ambulantes, agora toca Raul.

* Lorena Queiroz é advogada, amante de literatura, devoradora compulsiva de livros e crítica literária oficial deste site.

20 anos do gol do Petkovic (uma crônica para flamenguistas)#flamengo

Arte: Ronaldo Rony

Em 27 de maio de 2001, há exatos 20 anos, um gol inesquecível. Eu estava no antigo apartamento do Adriano e Silvana, meus primos. Assistíamos a final do Campeonato Carioca de Futebol daquele ano, juntamente com o amigo Aílton. Aquele dia tem um valor especial na vida dos milhões de flamenguistas no mundo.

O Vasco tinha ganhado o primeiro jogo por 2×1, o Flamengo precisaria vencer por dois gols de diferença para levar o título da competição.

Edílson abriu o placar pro nosso time e Juninho Paulista empatou pro Vasco. Acabou o primeiro tempo. Na segunda etapa da partida, o “Capetinha” meteu mais um. Mas o Mengão ainda estava em desvantagem, pois precisava vencer pela diferença de dois gols.

A torcida do Vasco já comemorava nas arquibancadas. Já eram 43 minutos do segundo tempo. Aí Edílson sofreu falta na intermediária, só que o gol de Hélton não tava tão perto. Petkovic arrumou a bola, deu três passos para trás e respirou fundo.

Bateu forte, colocado e com a precisão cirúrgica que lhe era peculiar. A batida foi perfeita. A bola pegou efeito e saiu do alcance do goleiro Helton. Aliás, o goleiro bem que tentou, saltou alto e se esticou todo, mas a defesa não foi possível. Nem dois goleiros ali embaixo daquela trave evitariam o gol quase sobrenatural. Foi lá onde “a coruja dorme”, no canto superior esquerdo da rede. Naquele momento, vibrei, quase choro, ri e me senti o cara mais feliz do mundo. Coisa de quem ama o futebol, sobretudo, o Flamengo.

Épico e eternamente na memória e coração dos torcedores dos rubro-negros, 3 a 1, porra! Era o tricampeonato carioca ao Rubro-Negro. A gente correu pra Praça Zagury, agora Beira-Rio, bebemos logo pelos três títulos consecutivos. Naquela noite, vi um amigo virar a casaca, tirou a camisa vascaína e vestiu o manto sagrado Rubro-Negro. Ele, o Frank Bitencourt, disse que tinha cansado de sofrer. Até hoje é possível vê-lo em algum bar durante as transmissões dos jogos do Flamengo.

Helton salta, mas não alcança a falta cobrada por Petkovic (Foto: Hipólito Pereira / O Globo)

Há alguns anos, Petkovic foi convidado pelo Globo Esporte para bater a falta novamente, do mesmo local. Adivinhem? O sérvio colocou a bola do mesmo jeito, no mesmo lugar. Ah, gringo foda da porra! Não à toa, é um dos maiores ídolos da era atual do Flamengo. Uma lenda viva, já que se tornou o jogador estrangeiro mais decisivo da história do clube e talvez até do futebol nacional.

Filme “43′ – Na hora de acabar”

Cartaz do filme 43′ – Na hora de acabar

A façanha de Pet virou documentário. O filme “43′ – Na hora de acabar”, traz, além das entrevistas exclusivas, visões diferentes daquele gol. Assista o DOC aqui:

Desde então, já se passaram 20 anos. Assim como a vida, o futebol é feito de ciclos. Mas é sempre bom lembrar dos momentos felizes e foi o que ocorreu.

“Nóis” é Mengão até depois de morrer e hoje é o atual campeão brasileiro. Ou seja, o melhor time do Brasil e um dos melhores do mundo!

Ao Petkovic, autor daquela obra-prima que ficará marcada para sempre na minha memória e coração, nossos milhões de obrigados!

Elton Tavares

Frases, contos e histórias do Cleomar (primeira Edição de 2021)

Tenho dito aqui – desde fevereiro de 2018 – que meu amigo Cleomar Almeida é cômico no Facebook (e na vida). Ele, que é um competente engenheiro, é também a pavulagem, gentebonisse, presepada e boçalidade em pessoa, como poucos que conheço. Um maluco divertido, inteligente, gaiato, espirituoso e de bem com a vida. Dono de célebres frases como “ajeitando, todo mundo se dá bem” e do “ei!” mais conhecido dos botecos da cidade, além de inventor do “PRI” (Plano de Recuperação da Imagem), quando você tá queimado. Quem conhece, sabe.

Assim como as anteriores, segue a primeira Edição de 2021, cheia de disparos virtuais do nosso pávulo e hilário amigo sobre situações vividas em tempos pelo ilustre amigo. Boa leitura (e risos):

Hulk Pão

“Capinar um quintal pra arranjar dinheiro pra casar tu não quer né HP, rezar pra tu não emprenhar essa pequena, capaz de tu querer que a gente crie também”.

Futebol

“Hoje eu torci pra o Vasco e definitivamente, isso não é vida”.

Carnaval

“Uma hora dessas eu já tava muito a toa na vida”.
“Eu já tava muito gambá uma hora dessas no ano passado”.
“Ano que vem, só pra descontar, vou dar duas voltas no percurso da Banda”.
“Uma hora dessas no ano passado, eu já tinha prometido parar de beber dez vezes”.

Defeitos

Um brinde aos nossos defeitos, já que as qualidades, nós tem pouquinho mesmo.

Bolsonaro & Bolsonetes

“Não vejo problema em bolsominion querer se vacinar, só acho que deveriam ser os fonas”.
“Biroliro acha que comprou o Centrão, problema é que o Centrão vai “afubitar” ele. Espera pra ver”.
“Enche tanto o saco defendendo Bolsonaro que esqueci te perguntar, já arrumastes um emprego?”
“Complicado esse negócio de acreditar em Deus e no Bolsonaro numa mesma vida, queria saber como conseguem”.
“Impressionante, todo Bolsominion tem um parente ou conhecido que quase morreu após tomar a vacina”.
“Época terrível pra se ter um presidente filho de puta”.
“A felicidade de destruir um Bolsominion no argumento não tem preço”.
“Aquele papo de “se fizer merda a gente tira” ainda tá de pé, ou tá pouca merda?”

BBB 2021

“Uma vez fiquei com uma “pequena” numa festa de São João lá no Pacoval, no outro dia não quiz mais ficar com e ela e ela mandou os malandros da rua dela me darem uma surra. Acho que eu era o Arcrebiano”.
“Sou parece a Sarah, fraco velho pra quebrar uma promessa”.
“Koncá podia passar lá no São Paulo Saldos e comprar uma beca pq tá difícil, se veste parece eu na Banda. Demais jegue”.
“Se a Carla Diaz que é morta de gata tá nesse nível de carência, faço uma ideia tu, com essa feiúra toda!!”.
“Esse papo de tirar o cara pq é homofóbico, machista e racista só serve pra o Rodolfo? Bolsonaro tá cagado por acaso!?”
“E eu, que meu apelido era Urso do Cabelo Duro”.
“Quando tu pensas que és otário, me vem o Gil”.
“Fiuk poderia ter sido garoto propaganda do cigarro Hollywood na década de 80. “Hollywood, O Sucesso”.
“Se ta ruim pra o Fiuk, que é filho do Fábio Jr, imagina pra nós !!!”

Profético

“Quando mais novo tu olhas pra uns caras e pensa, esse aí quando crescer vai ser babaca. 30 anos depois tu encontra os caras e eles não te decepcionam, são muito babacas mesmo”.

Amapalidade

“Energia voltando: a
Macapaense: liga a bomba misééééria!!”

Páscoa passada

“Quero só ver minha cara de surpresa amanhã, quando eu ganhar o ovo de Páscoa que eu comprei pra mim mesmo”.

“Sábado de Aleluia: Uma hora dessas eu já tinha rodado na porrada”.

Nostalgia

“Fui ao supermercado mais cedo, me bateu uma saudade do tempo que eu era filho”.

Depois da pandemia

“Quando isso tudo passar, vai ter tanto churrasco e cerveja aqui em casa que vcs vão dizer: Galera, na casa do Cleomar hoje não, já enjoei de lá!”

Família

“Aqui em casa temos uma tradição, a gente compra um jogo de copos, na outra semana quebra os que já tínhamos”.

Realeza

“Toda família tem um membro metido a príncipe Harry, que arruma uma mulher e sai da casa onde vivia escorado, falando mal até da avó”.

Paulo Tavares gira a roda da vida. Feliz aniversário, tio! – @paulorptavares

Vez ou outra, venho aqui me gabar que sou amigo de muita gente Phoda. E também tenho a pavulagem de dizer que na minha família, muitos são desse jeito em suas respectivas áreas de atuação. Pois bem, hoje um dos meus familiares mais fodas, meu tio Paulo Tavares, gira a roda neste vigésimo sexto dia de maio. Além de irmão caçula do meu pai, ele também é meu amigo e por isso lhe rendo homenagens.

Filho mais novo da Peró e Juca, Paulo Roberto Penha Tavares é um cara bem sucedido na vida. Com inteligência acima da média, sempre foi organizado e safo nos estudos e seguiu assim em sua carreira profissional multifacetada. Sim, o figura é administrador, contador, advogado e empresário. Ele também desempenha com maestria os papéis de pai da Paula, Jamila e Ana e marido da Dacivone. Tio é um vencedor em todos os aspectos.

Há alguns anos, Paulo virou maratonista (dos bons). Aliás, ele sempre foi também do esporte, pois jogou vôlei na juventude. Realmente virou um corredor focado e já participou de corridas por todo o Brasil e em outros países. Quando ele se tornou atleta, a gente perdeu, em parte, um parceiro de birita. Confesso que sinto falta de quando tomávamos umas com mais frequência, bem antes da pandemia.

Ah, o tio também é um estudioso da doutrina espírita. E eu sempre brinco com ele sobre este jornalista tentar deixar de ser espírito de porco (só com os canalhas) e parar de ganhar “vale karma” (risos).

Eu e tio Paulo, na antiga casa dos pais dele, meus avós – Primeira metade dos anos 80.

Já disse em outro texto sobre o Paulo: quando eu era moleque, uma das coisas legais das férias é que tio Paulo, então universitário em Belém (PA), vinha passar o mês de julho ou janeiro em Macapá. O cara sempre foi divertido, brincava comigo e com o meu irmão. Como sempre gostamos (ele e eu) de boa música, outra boa lembrança, é dele gravar o vinil do A-HA (banda de rock australiana dos anos 80) em um fita cassete TDK 90 minutos, dos dois lados, pra gente escutar, “charlando” na brasília amarela da tia Maria. Bons tempos. Também já falei que eu e Paulo discordamos sobre muita coisa. Mas o amo e sei que é recíproco.

Os anos de 2020 e 2021 não foi e não está fácil para nenhum de nós. Este ano, nós, os Tavares (assim como centenas de famílias no mundo), levamos um baque forte, a perda da nossa matriarca. Sempre pensei, escrevi e disse, que a Peró nos unia. Não, não é. Seguiremos unidos, tenho certeza disso. Paulo e seus irmãos Maria e Pedro serão essenciais nisso.

A “frieza” (ou serenidade) do cara até incomoda às vezes, pois sou destemperado e passional em tudo. Mas é com esse discernimento sóbrio e cirúrgico que ele sempre resolve as coisas. Foi assim nas partidas do vovô João e papai, no acidente do tio Pedro, na passagem da vovó, entre outras situações em que Paulo foi “impávido que nem Muhammad Ali, tranquilo e infalível como Bruce Lee“, como diria Caetano Veloso. Invejo isso nele, pois sou o inverso.

Em resumo, Paulo Tavares é um cara do bem, muito culto, trabalhador, honesto e que lutou muito pra chegar onde chegou, no topo. Trata-se de um cavalheiro. Um homem culto, com visão estratégica e sempre um plano B na manga. E, ainda, uma apaixonado por seus afetos e fiel aos seus ideais.

Tio, parabéns pelo teu dia. Tu sabes, te amo. Aliás, todos nós te amamos. Nós sempre fomos nós e assim será até o fim dessa jornada. Que tua tenhas ainda mais sucesso, se é que isso é possível. Pra ti, todo o amor que houver nessa vida. Que neste novo ciclo, sigas com saúde e que tua existência seja longa, por pelo menos mais 59 maios. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Hoje é o Dia Internacional contra a LGBTfobia – Preconceito não! #contralgbtfobia

Hoje é o Dia Internacional contra a LGBTfobia. A data foi escolhida para lembrar a exclusão da Homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 17 de maio de 1990, oficialmente declarada em 1992. Isso mesmo, ser lésbica, gay, bissexual, travesti, transsexual e transgênero, era sinônimo de enfermidade. Um despautério sem tamanho.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que LGBTfobia é crime. “Acolher o pedido da comunidade LGBT é cumprir o compromisso da Justiça que é o de dar a cada um aquilo que é seu. E assim o fazendo, o STF estará cumprindo o sacerdócio da magistratura”, afirmou o ministro Luiz Fux, que preside o STF.

Por exemplo, muita gente “se choca” ao ver um beijo gay numa praça, shopping ou qualquer espaço público. E ainda dizem que isso “não é normal, que deveriam ter respeito”. É, a questão é respeito mesmo. Respeito pela vida alheia e por direitos iguais de fazer o que todos fazem e em qualquer lugar.

Digo mais, LGBTfobia é ‘’coisa de veado’’, loucura pura. É muito mais que burrice, é falta de caráter. Ser Lgbtfóbico é ser otário, pois tal linha de pensamento é de uma miséria espiritual e canalhice tremenda.

Tenho poucos preconceitos na vida; como a aporrinhação para que eu siga uma determinada religião ou com música que acho ruim (boa para quem as curte).

Tenho orgulho de ter muitos amigos do jeito que são, sejam eles de qualquer orientação sexual. São pessoas íntegras, inteligentes e talentosas, que pagam suas contas e contribuem para o bem da sociedade. A maioria delas é gente fina demais.

Vivemos em tempos onde o esclarecimento sobre o assunto é voraz, mas “Apesar de termos feito tudo, tudo, tudo o que fizemos, nós ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. Ou pelo menos a maioria com mente preconceituosa. Portanto, parem de frescura e abram suas cabeças.

Se duas pessoas do mesmo sexo se gostam, se amam ou só resolvem transar, a vida delas É DELAS. Relações não podem ser classificadas, somos todos seres humanos, cada um em busca de sua felicidade, das várias formas que ela se apresenta a cada um.

O respeito à diferença e à diversidade é a chave de tudo. E se isso for um problema para alguém, este sim é o doente. É isso!

Elton Tavares

Quando eu me encontrar – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Na minha vida de admirador de pessoas dignas de admiração, não existe a vontade de ser fotografado ao lado de algum famoso, embora eu admire algumas pessoas famosas. Comigo, é tietagem zero. Portanto, nada de selfie com estranhos. Tudo bem que eu goste do personagem, reconheço seu talento, mas não é meu amigo e só faço selfie com amigos. Tem exceção? Sim, tem. Eu não veria problema algum se a Marta e a Megan Rapinoe, expoentes do futebol brasileiro e estadunidense, me deixassem fazer pose entre as duas. O Zé do Caixão, se vivo fosse e passasse por mim, poderia ser convidado para um registro. Chico Buarque? Arnaldo Antunes? Quem sabe…

Me especializei em esnobar celebridades. Se eu, por algum acaso, me vejo no mesmo ambiente que alguém desse patamar (na maioria das vezes, são subcelebridades ou nem isso), fico na minha e, se ele quiser, vai ser obrigado a vir falar comigo (nãããããooo! Mais chato logo! rsrsrsrs). Influenciadores digitais? Passo longe disso. Também não faço qualquer esforço para ver meus ídolos de perto. Ídolos? Logo eu, que vim ao mundo para destruir ídolos? Sim, sou um iconoclasta, mas livro a cara de algumas pessoas que brilham e que me parecem legais também fora de suas atividades.

Minha memória me trai e acaba de me lembrar de uma atitude típica de um ardoroso tiete. Foi num show do Beto Guedes, quando ainda morava em Belém (eu morava em Belém, não o Beto Guedes). Aconteceu no ginásio da Escola Superior de Educação Física, que nos anos 1980 era point certeiro de shows nacionais. Eis-me na primeira fila, a do gargarejo, como dizem. Minha intenção era absorver no meu peito uma gota de saliva que caísse da boca daquele mineiro tímido. Outra lembrança que me vem foi a minha total loucura cannábico-alcoólica num show do Belchior, na Universidade Federal do Pará, em que eu enfiava minha cabeça nos alto-falantes para ouvir com toda a potência a voz cearense com sotaque mundial que vinha daquele bardo conturbado.

Então fico aqui pensando: e se eu me deparasse com algumas pessoas que povoam os noticiários? Como seria? Não custa imaginar, e aqui cabem vivos e os sempre vivos (os que já se foram, mas permanecem na memória). Eis alguns:

– Quando eu me encontrar com Muhammad Ali direi que ele é um grande exemplo de ser humano.

– Quando eu me encontrar com Zico direi que ele é o meu ídolo no futebol e, quem sabe, em todos os esportes.

– Quando eu me encontrar com Elke Maravilha direi que ela é foda.

– Quando eu me encontrar com Caetano Veloso direi que ele é um artista que muito me inspira.

– Quando eu me encontrar com Tostão direi que ele vale milhões.

– Quando eu me encontrar com Walter Franco direi que nessa cabeça tem tutano.

– Quando eu me encontrar com Pelé direi que ele é um gênio dentro das quatro linhas e um tremendo perna-de-pau fora de campo.

– Quando eu me encontrar com Charles Bukowski direi que, em alguns momentos, ele poderia ter pegado menos pesado.

– Quando eu me encontrar com Carlos Drummond de Andrade talvez não diga nada, mas, se conseguir, direi que ele é o poeta da minha vida e que no meio do meu caminho tinha um poeta e esse poeta fez o caminho ficar bem mais interessante.

– Quando eu me encontrar com Henfil direi que tento seguir certos aspectos de seu estilo.

– Quando eu me encontrar com Mário Quintana sei lá o que direi.

– Quando eu me encontrar com Tom Zé ficarei só ouvindo.

– Quando eu me encontrar com Bob Marley pedirei uma peruana (entendedores entenderão).

Cabeleira e Berenice

Diálogo do filme Cidade de Deus:

CABELEIRA: Alô Berenice. É o seguinte, vou te mandar uma letra invocada agora. Pô mina… já viu falar em amor à primeira vista?
BERENICE: Malandro não ama, malandro só sente desejo.
CABELEIRA: Assim não dá prá conversar…
BERENICE: Malandro não conversa, malandro desenrola uma idéia.
CABELEIRA: Pô! Tudo que eu falo, tu mete a foice!
BERENICE: Malandro não fala, malandro manda uma letra!
CABELEIRA: Vou parar de gastar meu português contigo que tá f***.
BERENICE: Malandro não para, malandro dá um tempo.
CABELEIRA: Falar de amor contigo é barra pesada.
BERENICE: Que amor que nada. Tu tá é de sete-um!
CABELEIRA: É que o otário aqui te ama.

*Contribuição do amigo jornalista Renivaldo Costa.

Um pequeno ensaio sobre os dias – Lorena Queiroz – @LorenaadvLorena

Por Lorena Queiroz

Ultimamente ando especulando se não estamos vivendo em um grande purgatório, como na série Lost, em que, apesar de toda aquela patacoada, estavam mortos. Desculpem, meus conhecimentos sobre a série só vão até aqui. Mas a seguir, surgiu um outro pensamento que também me incomodou: que realidade distópica é esta que estamos vivendo?

A pandemia nos colocou em uma posição de prisioneiros de circunstâncias, reféns da política, esta que, claro, sempre acabando mais com a gente. Mas, no englobamento de tudo isso, nos colocou como reféns de nós mesmos. Como aprender a viver consigo mesmo dentro de um cenário cadavérico?

Em tempos tão difíceis em que as redes sociais mostram a dor em sua forma mais pessoal. O choro de um irmão, ou o sofrimento de um filho e a perda de uma mãe. Como lidar com questionamentos e sensações sobre nossa própria existência mediante a notória fragilidade da vida? Eu não sou psicóloga, portanto, não espere ler aqui uma resposta para suas perguntas. Eu sou apenas uma pessoa curiosa, cheia de dúvidas e sem a menor pretensão de um dia ser portadora de alguma certeza.

Foi no dia em que recebi a notícia de que duas pessoas queridas haviam morrido. Neste dia eu percebi o roedor, no dia do brigadeiro. Àquilo que me remoía por dentro e eu ainda não tinha tido tempo de processar. Eu estava há algum tempo evitando o açúcar, por questões estéticas mesmo, se saúde fosse minha justificativa, acabaria como diabética e hipócrita.

Quando olhei para o chocolate brilhante na tigela de vidro marrom, o doce ao qual eu vinha evitando, eu comi. Dei uma colherada generosa e desavergonhada. No princípio achei que estivesse com vontade, mas, conforme eu avançava na minha gula, eu percebia que não comia por vontade e sim por protesto. Eu estava protestando o absurdo de se conservar um corpo saudável e bonito se o destino de todos é, irremediavelmente, a morte. Mas, calma, minha cabeça funciona de um jeito muito divertido no fim das contas.

Este questionamento me levou até o Absurdo de Albert Camus. Lembrei de O estrangeiro e a indiferença de Mersault. Só que, uma coisa leva a outra. Será que a condição em que nos encontramos agora, enquanto sobreviventes, nos coloca mais de encontro à perguntas como: será que essa vida está valendo a pena? Será que vale a pena exercer o mesmo trabalho e com o mesmo resultado? Minha opinião é que o medo ou a iminência da morte nos coloca de cara com a vida. Nos faz perceber melhor a passagem do tempo e até tentamos criar uma maneira melhor de aproveita-lo, as vezes. Então, será a morte ou o tempo o nosso problema?

Na canção A lua e eu, Cassiano traz o trecho ’’...Quando olho no espelho, estou ficando velho e acabado’’. Vamos avançar um pouco no tempo e ouvir a banda Kid Abelha cantando: ‘’As entradas do meu rosto e os meus cabelos brancos, aparecem a cada ano no final do mês de agosto”. O que tudo isso tem em comum? Creio eu que, o tempo. Aquele que é percebido com os pelos brancos, uma ruga a mais na testa ou com o sua filha te perguntando o que é outsiders. Mas, acima de tudo, é o tempo.

O filosofo Henri Bergson diz que somos criaturas feitas para desaparecer e que, na vida, tudo que muda, muda em direção ao seu desaparecimento através de um processo, e o tempo é este processo. Albert Eistein disse que o tempo é relativo e varia com a velocidade e a gravidade de quem o observa. Desvende agora você, o que um físico quis dizer. O fato é que o tempo é quem nos leva rumo ao fim da história, e quanto mais caminhamos nele, nos deparamos mais de perto com o a face do fim, do desconhecido.

Sendo assim, somos forçados a voltar a Camus, mais precisamente no mito Sísifo, que tem o castigo de rolar a pedra até o topo da montanha e, após todo trabalho da subida, a ver cair novamente, repetindo assim o mesmo trabalho, todos os dias e pela eternidade. E neste instante a gente se pergunta: tá valendo a pena?

É importante esclarecer que Camus escreveu este ensaio em 1942, em plena segunda guerra mundial. O absurdo das coisas, o absurdo da guerra e, ouso atualizar para sensações vigentes e atuais, o absurdo da pandemia. Seria eu, como em A Náusea de Sartre, apenas contingente? E, portanto, através do tempo, me encontro com o outro desconhecido; a morte.

Como em a Tabacaria de Fernando Pessoa, a dinâmica acelerada de Álvaro de Campos, busca por uma verdade, um porto seguro. Uma verdade permanente e eterna que preencha sua vida sem sentido. E acredito que, talvez seja assim que nos vemos mediante o correr do relógio. Seria e lá se vai mais um dia, ou e lá se vai menos um dia? Minha opinião é que tudo isso seja acelerado pelo que disse Suassuna, por aquilo que reúne tudo que é vivo em um só rebanho de condenados.

Exatamente porque a morte é inerente á vida. Algo que é parte fundamental da existência humana, e da qual, nada sabemos. E não é nada confortável concluir que sabemos tão pouco de algo que é a única real certeza da vida. E, voltando em Camus, acho que ele tinha muita razão quando disse que ‘’… Cultivamos o hábito de viver antes de adquirir o de pensar. Nesta corrida que todo dia precipita um pouco mais em direção a morte’’’. Será que estes questionamentos estão percorrendo um número maior de mentes porque hoje somos todos semelhantes em desgraça? Memento mori?

Eu revisei toda minha vida por conta de um brigadeiro. Escutei Beto Guedes e lembrei da sala da minha infância em Belém (PA). Percorri uma época e vi muitas vidas, não só a minha, mas de muitos. Vi seus amores e suas despedidas. Momentos e amores que só vivem ainda através das lembranças que um cheiro ou uma música trazem. Acredito que isso seja um singelo exemplo de eternidade.

O que eu concluo de tudo isso é bem pessoal. E devo lhe adiantar que eu, na verdade, nunca fui uma boa influência, mas creio que é válido dizer que, seria sensato agora parafrasear Nietzsche e dizer que, o que importa não é a vida eterna, mas a eterna vivacidade.

* Lorena Queiroz é advogada, amante de literatura, devoradora compulsiva de livros e crítica literária oficial deste site.

Hoje é o Dia Mundial da Terra (data para reflexão sobre o nosso lar no Universo) #ForaSalles #ForaBolsonaro​ #Amazônia

Hoje é o Dia Mundial da Terra. A data foi criada em 1970, pelo senador norte-americano Gaylord Nelson que resolveu realizar um protesto contra a poluição da Terra, depois de verificar as consequências do desastre petrolífero de Santa Barbara, na Califórnia, ocorrido em 1969.

Desde então, no dia 22 de abril, milhões de cidadãos em todo o mundo manifestam o seu compromisso na preservação do ambiente e da sustentabilidade da Terra. Neste dia de cariz educativo escrevem-se frases e poemas sobre a importância do planeta Terra nas escolas, entre outras atividades.

É possível juntar-se a atividades existentes, criar eventos próprios, doar dinheiro, ou tomar simples atos como plantar uma árvore ou separar o lixo, por exemplo.

O Dia Mundial da Terra conta já com mais de mil milhões de atos realizados em prol do ambiente ao longo da história. É o maior dia do ano para o planeta Terra, desejando que todos os habitantes do mundo realizem algum ato que o proteja. Este ato será uma espécie de semente para regar durante o resto do ano.

Nesta data são debatidos temas como aumento da temperatura global da Terra; extinção de espécies animais; aumento do nível dos oceanos; escassez de água potável; maior número de catástrofes naturais, como tempestades, secas e ondas de calor.

Há muitos anos, quando eu era ignorante sobre a importância do assunto, jogava lixo nas florestas, no Rio Amazonas ou em qualquer lugar inapropriado. É essencial que tenhamos sensibilidade, educação e consciência sobre a preservação do nosso lar no Universo. O mundo está morrendo, aos poucos, mas está. E a fragilidade do nosso planeta precisa ser explicada para podermos adiar a extinção dele e, consequentemente, a nossa.

O colunista Leonardo Sakamoto comenta a possibilidade de o governo brasileiro receber dinheiro para preservar a Amazônia. “Não adianta o governo dos Estados Unidos injetar bilhões para combater o desmatamento na Amazônia se Jair Bolsonaro e Ricardo Salles continuam enfraquecendo fiscais do Ibama e do ICMBio, alterando regras ambientais para que se tornem inócuas e deixando de cobrar multas impostas a desmatadores ilegais. Ou seja, se o governo brasileiro continuar sendo o principal sabotador do meio ambiente.” . Veja o vídeo abaixo:

Em cena do filme “O Fórum”, do alemão Marcus Vetter, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diz a Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, que ‘gostaria muito’ de explorar os recursos da Amazônia com os EUA. Em resposta, o norte-americano disse não entender o que ele quis dizer. O caso ocorreu durante a Sessão Plenária do Fórum Econômico Mundial de 2019, em Davos, na Suíça. Assista o vídeo abaixo:

Nestes tempos, em que o Brasil enfrenta o desgoverno de Jair Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em relação a Amazônia, fica aí a reflexão: há 521 anos Cabral descobria o Brasil. Há 28 meses Salles desmata o Brasil.

Fora Salles! Fora Bolsonaro!

Senhor cure a nossa vida, para que possamos proteger o mundo e não o depredemos, semeando beleza e não poluição e destruição” – Papa Francisco.

Elton Tavares
Fonte: Calendar

Seles Nafes gira a roda da vida. Feliz aniversário, amigo! – @selesnaf

Tenho alguns companheiros (brothers e brodas) com quem mantenho uma relação de amizade e respeito, mesmo a gente com pouco contato. E, como todos os leitores deste site sabem, gosto de parabenizar os amigos em seus aniversários. Quem roda a roda da vida neste oitavo dia de abril é o querido Seles Nafes e lhe rendo homenagens.

Seles é um renomado jornalista paraense radicado  no Amapá.  É editor e dono de site, ex-âncora da TV Globo local, pai e marido dedicado é profissional competente. O manda-chuva da página eletrônica homônima a ele é um cara que respeito e nutro amizade.

Em 2016, após 18 anos de atuação no jornalismo da Rede Amazônica, o cara se despediu da empresa. Lá ele foi repórter, editor, produtor e apresentador dos jornais da emissora. Seles é paraense e mora em Macapá desde os anos 90. Para cá ele veio, viu e venceu. Na mesma década em que começou a trabalhar em jornais impressos da capital amapaense.

Seles Nafes sempre foi bacana comigo. Tive uma passagem curta pela Rede Amazônica, mas ele nunca me tratou como foca (jornalista iniciante). Ao contrário, costumava repetir que gente nova traz inovações e me deu dicas importantes na época. Por conta do gosto comum por Rock e cinema, começamos a bater papos descontraídos.

Claro que, ao longo dos anos, discordamos. Certa vez, discutimos e nos “encaralhamos” um com o outro, mas isso faz parte. Volto a dizer: gosto do cara. Como não dar valor a alguém que te apoia sem ganhar nada em troca? Reconhecimento não é uma regra geral, infelizmente.

Seles, mano velho, que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa sabedoria e coragem pisando forte em busca de seus objetivos, Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. Que a Força sempre esteja contigo. Que tua vida seja longa. Saúde e sucesso sempre. Parabéns pelo teu dia, brother. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Túlio Balieiro gira a roda da vida. Feliz aniversário, amigo!

Eu e Túlio, numa reunião memorável com outros doidos varridos. Foto: Anderson Miranda

Tenho alguns companheiros (brothers e brodas) com quem mantenho uma relação de amizade e respeito, mesmo a gente com pouco contato. E, como todos os leitores deste site sabem, gosto de parabenizar os amigos em seus aniversários. Quem roda a roda da vida neste sétimo dia de abril é o Túlio Balieiro, um brother querido e lhe rendo homenagens.

Túlio é o chef de cozinha, bibliotecário, cinéfilo, roquista, militante da Cultura, maluco das antigas, humornegrista, grande sacana e um cara consideradão por mim.

Não lembro o momento exato em que conheci o Túlio, mas faz tempo. Trata-se de um dos seis filhos da dona Thereza, entres eles as queridas Rúbia e Paola. Um sujeito com inteligência acima da média, caráter incorruptível, bem humorado, observador e sobretudo, um homem de bem.

É muito porreta conversar com o Balieiro. Ele saca de tudo. Quando o assunto é Rock and Roll, argumenta admiravelmente sobre bandas clássicas e alternativas como poucos. Se o tema for Cinema, manja demais e contextualiza com referências e demais tópicos. Isso incluem séries também. E se o papo for Literatura, fudeu, sibixo parecer já ter lido tudo que gosto. É sempre um aprendizado papear com o Túlio.

E se a conversar sobre cultura geral e bobagens paid’éguas for regada a vinho ou cerveja, a gente vai longe. Os cara tem conhecimentos gerais e específicos sobre arte, política, história, biologia e etecéteca e tals. Ele é Phoda mermo!

Nem sempre ando com o Túlio, mas nossos encontros rendem boas resenhas, muitas risadas e presepadas. Gosto demais desse figura. Assim como eu, ele exercita a sensatez, senão a nossa maluquês crônica torna tudo um divertido caos eterno (risos).

Túlio, mano velho, “tu saaaabes”, Patinhas! Que a força sempre esteja com você. Que teu novo ciclo seja ainda mais produtivo, próspero e que tenhas sempre saúde e sucesso junto dos teus amores.

Parabéns pelo teu dia e feliz aniversário!

Elton Tavares

Resenha do livro “Torto Arado”, de Itamar Vieira Júnior – (Por Lorena Queiroz – @LorenaadvLorena)

Por Lorena Queiroz

Torto Arado é uma obra recente e publicada pela primeira vez em Portugal. O livro também foi o ganhador do prêmio LeYa em 2018, vindo posteriormente a ser publicado no Brasil. Esta obra de Itamar Vieira Júnior já tem cheiro e jeito de clássico.

O enredo trata das vidas de uma família composta por pessoas fortes. Pretos, mulheres e homens que carregam ainda o orgulho e o fardo de sua ancestralidade. O pai desta família é Zeca chapéu grande, marido da guerreira Salu e, curandeiro que emprestava seu corpo como cavalo nas noites de Jarê, religião de matriz africana, mais especificamente um candomblé de caboclo, exclusivo da Chapada Diamantina. Zeca é filho de Donana, mulher forte que sobreviveu a três maridos e que, transmitia aos seus a força que era evocada nas horas difíceis. Zeca, Salu e Donana são, respectivamente, pai, mãe e avó de Bibiana e Belonísia, personagens que, sob sua ótica, a trama irá se desenrolar. O livro ainda conta com uma terceira personagem narrando, mas disso evitarei falar, pois seria um spoiler bem desagradável.

As irmãs Bibiana e Belonísia cresciam em uma fazenda no interior do sertão brasileiro. Certo dia, as irmãs ainda crianças, mexem em uma mala velha onde sua vó Donana guardava alguns pertences. Lá encontram uma faca que, não era guardada por Donana como um mero souvenir, aquele objeto guardava uma importância e simbologia para aquelas pessoas, mesmo que elas ainda não soubessem disso. A curiosidade das irmãs, mediante ao metal brilhante encontrado na mala, causa um acidente, deixando muda uma das irmãs. Assim, as meninas selam um pacto silencioso, onde uma seria a voz da outra.

O mais interessante neste livro é que ele não precisa em que época a trama se passa. Em algum momento você faz um cálculo, pois, Zeca chapéu nasceu apenas trinta anos após a abolição da escravatura. O mais estarrecedor é que, independente de você se localizar ou não no tempo histórico, você se depara com uma realidade que ainda perdura nos tempos atuais. A família de Zeca chapéu grande morava em uma fazenda chamada Água Negra. As pessoas dessa comunidade viviam em situação análoga à escravidão, não recebiam salário ou alguma folga. Os fazendeiros “cediam” parte da terra para que, quem lá quisesse viver, construísse sua casa e cultivasse seu sustento. Ocorre que, o cobrado em troca era trabalho duro no cultivo das terras do fazendeiro. Moravam em casas de barro, proibidos de construir casas de tijolo, pois assim não se fixariam no local.

Então, de tempos em tempos, tinham que erguer outra casa, pois as enchentes e a ação do tempo, deterioravam as casas de barro. Estas pessoas quase não tinham tempo de cultivar na terra o seu sustento, a vida difícil que consumia a saúde e antecipada a velhice. Passavam por longos períodos secas e enchentes, que se alteravam como uma dança de má sorte. Sorte essa que era pedida que se afastasse através das súplicas aos encantados. E quando conseguiam fazer brotar da terra o que comer, os fazendeiros, através de seus empregados, efetuavam saques nas casas destas pessoas. Em determinado momento, quando há um questionamento sobre a posse da terra, fica muito claro no trecho as injustiças que ainda estão incrustadas em nossa sociedade: “Que chegou um branco colonizador e recebeu dádivas do reino. Chegou outro homem branco e foram dividindo tudo entre eles. Os índios foram sendo afastados, mortos, ou obrigados a trabalhar para esses donos da terra. Depois chegaram os negros de muito longe, para trabalhar no lugar dos índios. Nosso povo que não sabia o caminho de volta para sua terra, foi ficando”. Dentro deste panorama é impossível não lembrar Rosseau quando disse que, “o verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro homem que, tendo cercado um terreno, disse: isso é meu. E encontrou pessoas suficientemente ingênuas para respeita-lo. Quantos crimes, guerras e assassinatos, misérias e horrores teria evitado à humanidade aquele que, arrancando as estacas desta cerca tivesse gritado: não escutem este impostor, pois os frutos são de todos e a terra é de ninguém. “

Somos convidados não só a refletir sobre como se deu de forma injusta a posse de terras, como também perceber essa população que nunca teve permissão da sociedade para sair da escravidão. Índios expulsos de suas terras que se unem aos pretos sequestrados para trabalhar e servir aos ladrões das citadas terras roubadas. Outro trecho que esclarece com muita precisão essa condição : ” Os donos já não podiam ter mais escravos, por causa da Lei, mas precisavam deles. Então, foi assim que passaram a chamar os escravos de trabalhadores e moradores. Não podiam arriscar, fingindo que nada mudou…Passaram a lembrar para seus trabalhadores como eram bons, porque davam abrigo aos pretos sem casa”.

Este livro mostra uma parte esquecida do país que, apesar de fazer parte de suas entranhas, é veementemente desconhecida ou ignorada por uma boa parcela da população. Sei que é incômodo à algumas pessoas, lembrar que, talvez a casa onde mora, o terreno que habitamos, foi roubo em sua origem. Lá no começo, quando o sujeito achou de cercar tudo e acabou por fazer raiva a Rosseau. Ou talvez seja mais incômodo ainda, pensar que boa parte da população preta e indígena se encontram entre os mais pobres por questões que vigoram desde nossa colonização. Mas esse é um povo forte, acostumados ao sofrimento que seus ancestrais e descendentes carregam, tais como bambus que vergam mas não se quebram, carregando através dos tempos sua religião, suas crenças e seus costumes. Teimando em não deixar suas raízes morrerem como vítimas do preconceito.

Não, caro leitor, minha intenção não é deixá-lo deprimido ou culpado, ao contrário, quero que você sinta o que eu senti lendo esta obra, quero ainda, apenas parafrasear Belchior : ” Eu quero é que este canto torto,feito faca, corte a carne de vocês. “

* Lorena Queiroz é advogada, amante de literatura, devoradora compulsiva de livros e crítica literária oficial deste site.

Cadê vocês? – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Lembro de um moleque que estudava comigo na terceira série do primário (o que hoje é ensino fundamental). Jogava muita bola, mas não vi seu nome entre os craques que ocuparam os gramados profissionais de futebol.

E a menina que estudou comigo no terceiro ano do segundo grau (o que hoje se chama ensino médio)? Ela dizia que ao ficar adulta seria uma estrela das passarelas. Também não ouvi falar nela, mas isso não quer dizer que não tenha atingido seu intento. Talvez eu estivesse desatento, já que os nomes das estrelas das passarelas nunca me interessaram.

Nunca vi alguém que se destacasse em algum ofício e tivesse sido meu colega na escola. Assim como ninguém da galera da minha rua atingiu o estrelato ou destaque em alguma área. Eles também não apareceram nas páginas policiais como bandidos. Menos mal.

Será que eles têm essa curiosidade sobre mim? Supondo que se lembrem daquele moleque tímido e franzino, de quem faziam zombarias e mesmo partiam para agressões físicas (o que hoje se chama bullying).

Tenho muita curiosidade sobre como estão as pessoas que passaram pela minha vida. Para algumas dessas, que chegaram a ter uma breve convivência comigo, eu gostaria de perguntar por que me descartaram, não quiseram seguir sendo minhas amigas pela adolescência e vida adulta.

Quem sabe seja só saudade do que poderia ter sido, as aventuras que poderíamos ter vivido. Como disse um desses que não quiseram continuar meu amigo, quando me viu depois de o tempo ter passado para nós dois:

– E aí, Ronaldo! O que o destino te reservou?

Pois é! Essa é a pergunta que faço a respeito de todos os que hoje não constam das minhas relações. Talvez o passar dos anos nos leve a pensar nisso: o que aconteceu com cada um? Quais suas profissões? Quem sobreviveu à lida diária? Como a vida se desenrolou depois daquele tempo em que havia um futuro gigantesco e que agora, para o bem ou para o mal, esse futuro é o nosso presente?

Procurei no Facebook e nessas modernas redes onde se pode encontrar de tudo, mas esses personagens da minha existência permanecem na sombra, incógnitos. Talvez não queiram me dar a chance de saber sobre eles. Será que alguém dessa galera que conheci em tempos remotos lembra de mim e tem a mesma curiosidade sobre o que nos tornamos? Será que um dia vou satisfazer essa curiosidade?

Quem sabe encontro alguém um dia. Enquanto isso, vou torcendo para que essas pessoas, mesmo aquelas que demonstravam uma certa violência juvenil, tenham se tornado gente legal, os vários heróis anônimos que estão por aí, educando, salvando vidas e formando cidadãos respeitosos. Tomara!

Delivery (pronta entrega) ou retirada: bartender Mateus Maneschy assina três tipos de drink’s especiais ao alcance de todos – @maneschy_mateus

Em meio a tudo o que vivemos, sabemos de uma coisa: uma hora tudo isso vai passar. Nesse intervalo de tempo, a Banca Rio’s Beer não parou e vai continuar a atender seus clientes da melhor forma. Mas somente delivery (entrega) ou retirada. Além das cervejas artesanais, que são marca registra da cervejaria, a novidade são os drink’s especiais feitos pelo talentoso bartender Mateus Maneschy (@maneschy_barthender). Um profissional que se garante, e muito,  na coquetelaria.

Mateus engarrafou três tipos de deliciosos drinks para pronta entrega. São eles: Black (feito com cerveja stout ), Tom Collins e o Gim Fizz Ipa. Porém, o bartender fará qualquer drink que o cliente quiser. Basta encomendar pelo telefone e ele entregará engarrafado, como os tradicionais e famosos Manhattan, Negroni ou Sex on the beach.

Aliás, Maneschy possui  experiência no serviço de bartender em Macapá, pois já trabalhou em projetos como o Drink na Calçada (@drinknacalcada) e Rustic Burguer Beer . Em resumo, ele é um especialista em fazer drink’s encorpados, com complexidade aromática a mais para a bebida, ou leves e refrescantes, para quem curte uma presença alcoólica suave. E, ainda, os que não possuem álcool. Sempre com sabores intensos e  harmonia agradável.

Sou fã da  bebida mais amada deste sistema solar: a cerveja. Mas também gosto muito de vinho e de drink’s bem feitos.  Já provei uma boa variedade das obras de arte etílicas feitas por Mateus. Todos muito porretas. Portanto, recomendo!

Mais informações:

Mateus Maneschy: (96)98103-8988 e (96)99138-9713

Redes sociais da Banca:
Instagram: @bancariosbeer
Facebook: https://www.facebook.com/bancariosbeer/?fref=ts

Elton Tavares – Jornalista e cliente da Banca Rios Beer desde 2016.