Poema musical de agora: DEIXA A RODA GIRAR – Poetas Azuis

DEIXA A RODA GIRAR – Pedro Stkls/ Deize Pinheiro/ Vinícius Bastos

Deixa eu sorrir no teu sorriso
E do teu lado ser do amor um par
Deixa eu sentar na tua porta
E avistar tua chegada no jardim

Deixa a roda girar
Num poema de amor
Deixa a roda girar
No silêncio esperar
O mundo todo orvalhar
Num ramo de sol

E se deixar chover
O dia vai passar
Molhado de azul
E tudo será mar

Poema de agora: Rock And Roll

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Rock And Roll

Ela amava a Lua.
Ele amava o Sol.
Ela, MPB.
Ele, Rock and Roll.
Ela, Nando Reis.
Ele, System of a Down .
Ele, desbravado.
Ela, com milhões de anseios.
Ela amava ele.

‘Eles se desencontraram, e quem sabe um dia…
O pouco que viveram juntos, volte a fazer sentido’.

Luana Cordeiro

Poema de agora: O Roubo do Velho Forte (Obdias Araújo)

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O Roubo do Velho Forte

Tu sabias
que a Fortaleza
foi toda construída
no Curiaú?
Diz que o Sacaca
o Paulino e o Julião Ramos
vieram em cima da Fortaleza
varejando até chegar na beira do Igarapé Bacaba
onde amarraram a bichona na Pedra do Guindaste
e foram tomar uma lá
no boteco do sêo Neco.
Diz que o o Alcy escreveu uma crônica
E o Pedro Afonso da Silveira Júnior leu
Oito horas da noite
no Grande Jornal Falado E-2.
Diz que, né?
Diz que o mestre Zacarias
vinha em cima do farol
tocando um flautim feito
com as aparas da porta de ébano…
E que Dona Odália vinha fazendo
flores de raiz de Aturiá
sentada no maior de todos os canhões
brincando com a Iranilde
que acabara de nascer.

Diz que o Amazonas Tapajós vinha
cantando ladrões de Marabaixo
-ele, o Edvar Mota e o Psiu.
E o João Lázaro transmitia tudo para a Difusora.
Diz que até o R. Peixe pintou um mural
-aquele que ficou no pátio da casa do Isnard
lá no Humilde Bairro de Santa Inês
de onde foi roubado pelo Galego e trocado
por duas garrafas de Canta Galo
e uma de Flip Guaraná, lá na Casa Santa Brígida…
Hoje Macapá amanheceu bem
mais triste que de costume.
Roubaram a Fortaleza!
Levaram o velho forte! De madrugada
Dois ou três bêbados remanescentes
viram passar aquela enorme coisa boiando
rumo norte, parecendo uma usina
de pelotização.

Andam comentando lá
pelo Banco da Amizade
que foi o Pitoca
a Souza
o Quipilino o Pombo
o Zee e o Amaparino…
E que o Olivar
do Criôlo Branco
e o Cirão
estão metidos nessa história.
Eu, hem!

Obdias Araújo

Poema de agora: Desalinho – (@ThiagoSoeiro)

Desalinho

Este poema é um protesto
Ao excessivo uso de formalidade
E manuais de instruções
É do direito da palavra e das coisas
Serem livres de fórmulas e regras de etiqueta
Quero a informalidade da lingua
Que tramita entre nossas bocas
O poema meu Sr.
Nasceu do livre desejo de ser vida
Bem ou mal vivida,
Mas vida.

Thiago Soeiro

Poetisa do Amapá vence concurso nacional “Sarau Brasil”

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A poetisa amapaense Annie Carvalho (foto) é uma das ganhadoras do concurso nacional “Sarau Brasil 2016”. Annie concorreu com quase três mil poetas brasileiros e ficou entre os 15 melhores com o poema “Em cima da borboleta uma planta!”, que será publicado na coletânea “Sarau Brasil 2016” (Editora Vivara). Além da publicação, a poetisa amapaense receberá medalha e certificado.

Annie Carvalho faz parte do Movimento Poesia na Boca da Noite e do grupo “Pena e Pergaminho” e apresenta, junto com Maria Ester e Thiago Carvalho, o espetáculo poético “Liras e Mocambos”, onde declama – divinamente bem – autores amapaenses ao som de caixas de marabaixo.

Leitora assídua do blog da Alcinéa, foi aqui que ela ficou sabendo do concurso e resolveu se inscrever. “Os meios de comunicação são muito importantes, pois eu fiquei sabendo do prêmio pelo blog da Alcinéa Cavalcante, me inscrevi e hoje aqui está o resultado”, disse.

E fez agradecimentos. “Agradeço a Deus e aos meus pais pelo incentivo. Estou muito feliz por levar o nome do Amapá em nível nacional”.

Nós também, Annie, estamos muito felizes com sua vitória. É a poesia amapaense mais uma vez ocupando lugar de destaque no cenário literário deste país.

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Em cima da borboleta uma planta!

É verdade.
mas, não importa se acredita
A planta pousa na borboleta.
Matizes de poemas aromatizantes.
Surgem na linha imaginária que separa a seiva do dia,
como flecha que passa.
Mas, eu garanto tudo acaba quando
A parca natureza- Humana.
Em vez da flor colhe o espanto.

Annie Carvalho

Fonte: blog da Alcinéa Cavalcante

Poema de agora: Vento forte do Norte – @ManoelFabricio1

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Vento forte do Norte

o vento de forte, soprou
soprou, soprou, soprou
parecia caminhar pelos telhados
assoviando por todos os lados
a memória da morena
me assombrou
quando percebi, estava arrepiado
fui lá fora ver toda essa confusão
o vizinho que não conheço acenou
– o vento tá forte, né meu chegado?
entendi a pergunta, no seu acenar…
enquanto olhei para o lado
o telhado voava, parecia uma folha de papel
dos panfletos jogados ao léo
placas voando, tampas de caixas d´águas
espalhadas pelo céu
tudo que estava em pé
caiu!
ninguém tem tanta sustenção assim
lembrei-me da ação e disse: vento leva!
a memória que está armezenada no hipocampo
meu irmão!
o vento desobediente não levou nem porra
levou só o que não tinha sustentação
tudo o que precisava ser levado
para que o ciclo fosse renovado

Manoel Fabrício

O FADO – Poema de Fernando Canto

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O FADO

Ao homem é dado o fado
De sepultar segredos
De enterrar memórias
De segregar vontades
E segredar vinganças,
Pois no ar em que circula o pó
Da angústia
Está toda a tragédia
E o rol das incertezas

Tu não te negarás dez vezes, todavia
à herança dos mortos perigosos
à dádiva dos santos enlevados
ao ouro iridescente de rancores
Nem o ouvido aos cantos sedutores

O homem não sonega o sonho
Plantado à bruma da manhã,
Pois a chuva volverá tuas leiras
E o sol eclodirá sementes
Enquanto dormes sob a perfeição
Do Cosmos

Fernando Canto
Fortaleza, Benfica, 23 de junho de 2016

Poema de agora: Caixa Postal – @ThiagoSoeiro

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Caixa Postal

Mudo as estações do rádio
Na esperança de te achar
Em alguma canção
Ou anuncio publicitário
Há dias te procuro nos letreiros da cidade
Entre as linhas da minha mão
Mas parece que você brinca
De esconde-esconde comigo
Quando chego você já saiu
Nem nos meus sonhos aparece mais
Fugiu até a última página de um romance velho
Tuas inicias em tinta vermelha
Teu nome guardado para sempre
Na estante do quarto
E esse telefone que não toca

Thiago Soeiro

Poema de agora: Caderno de Caligrafia – @ThiagoSoeiro

Caderno de caligrafia – Thiago Soeiro

Deste lado da cidade
crio palavras para diminuir
algumas distâncias
escrevo teu nome
ao contrário
como um código
um enigma presente
nos muros
igual tua presença
dentro do poema
nunca sabemos
quando vai aparecer
imagino você
do outro lado da cidade
fazendo tudo
do mesmo jeito
de quando ainda
nos conhecíamos
ouvindo sempre
a mesma canção
lendo o mesmo livro
usando o mesmo perfume
mas sei que é diferente agora
ainda me falta um verso
no último poema que te fiz
e aquela dúzia de palavras
que sempre usava com você
ainda me falta a alma
que levou de mim.

Thiago Soeiro