Poema de agora: Caderno de Caligrafia – @ThiagoSoeiro

Caderno de Caligrafia – Thiago Soeiro

Deste lado da cidade
crio palavras para diminuir
algumas distâncias
escrevo teu nome
ao contrário
como um código
um enigma presente
nos muros
igual tua presença
dentro do poema
nunca sabemos
quando vai aparecer
imagino você
do outro lado da cidade
fazendo tudo
do mesmo jeito
de quando ainda
nos conhecíamos
ouvindo sempre
a mesma canção
lendo o mesmo livro
usando o mesmo perfume
mas sei que é diferente agora
ainda me falta um verso
no último poema que te fiz
e aquela dúzia de palavras
que sempre usava com você
ainda me falta a alma
que levou de mim.

Poema de agora: Meu Norte (@idanielsa)

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Meu Norte

Eu te vi ali, parada
Esperando a condução
Assim como eu, parado
Mas perdi a direção.

Vendo-te ali, parada
Quis segurar tua mão
Acabar com a espera
E ser tua condução.

Então marquei teus passos
E contei com a sorte
Ao perseguir teu coração
Descobri o meu caminho
Encontrei meu Norte.

Ivan Daniel Amanajás

Grupo Poetas Azuis declama recital Quando o Amor Florir em Macapá

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MACAPÁ – O Grupo Poetas Azuis dá início aos preparativos para o mais novo recital chamado ‘Quando o Amor Florir’. A apresentação ocorre nos dias 11 e 12 de março, no Teatro Marco Zero, a partir das 20h. Eles que emocionaram fãs e influências do jornalismo e da escrita com turnês literomusicais, para este novo espetáculo, prometem uma mistura de cores, sensações e ritmos.

“Já mostramos que a poesia tem cor, agora o nosso desafio é mostrar a cor do amor, ou os ritmos do amor”, brinca o escritor e poeta azul, Pedro Stkls. O poeta diz que o novo trabalho carrega em seu nome dois elementos característicos do grupo: o amor e a flor. “Reunimos 12 (doze) canções inéditas e todas são feitas pelos próprios integrantes do grupo, entre novembro de 2015 e janeiro de 2016”, revela.

O jornalista e escritor, Thiago Soeiro, fala sobre a música que abrirá o recital. “É a canção Poema de Verão, onde anuncia um novo Sol. Esta é uma autoria de Pedro S., Paulo Júnior e Deize Pinheiro”, informa. Thiago diz ainda que o recital mescla vários ritmos, mas a base é inspirada no folk. “Com a direção e produção dos músicos Igor de Oliveira e Paulo Júnior”, acrescenta.p2-1024x678-768x509

Além do trabalho atual, o Grupo apresenta novos integrantes, a cantora Deize Pinheiro, o baterista Matheus Soares e o violonista/guitarrista Marcelo Souza. “Convidamos estes artistas para refletirem conosco a emoção da nossa poesia e música”, disse Pedro.

Fonte: Portal Amazônia

HOJE tem poesia na praça em homenagem a Manoel Bispo

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Neste domingo, o Pano da Poesia será estendido no palanque da Praça da Bandeira para homenagear um dos mais completos artistas amapaenses: Manoel Bispo.

Poetas, escritores, artistas plásticos, amigos, ex-alunos, fãs… todos estão convidados. Manoel Bispo merece todo carinho, afeto e homenagens.

Vai ter declamação, varal de poesias e brindes poéticos.

IMPERATIVO
Manoel Bispo Corrêa

Hora de atirar
pedras no rio
e esconder as mãos.
Hora de mergulhar
no vento frio
e driblar a solidão.
Hora de nem pensar
e apenasmente saber
o que vale sonhar.
Hora de retirar
a mordaça das palavras
e deixar que o espelho
reflita a prenhez da poesia.

(Do livro “Intátil” – Macapá, 2002)

Fonte: Blog da Alcinea

Poema de agora: Mapa de esquecimentos – @ThiagoSoeiro

Mapa de esquecimentos – Thiago Soeiro

Sigo a trilha de açúcar se movimentando no chão da cozinha
como quem segue seu destino na vida
quebro a trilha com o dedo
faço um corte no caminho
a parte que vinha atrás ficou perdida
um bando de formigas pretas
paradas no caminho quebrado
como quem fica sem reação com um baque do destino
descobri naquela tarde que
há muito de formigas em nós
também não sabemos refazer tão rápido os caminhos
leva um tempo até você saber se encontrar
outro dia perdir um poema bem no meio de uma frase
e ainda não sei como seguir
há dias me incomoda essa falha
essa interrupção de pensamento
essa perda
as formigas reencontram o caminho pela janela
uma a uma com suas recompensas
as pedras de açúcar nas
costas como um troféu
volto ao poema ainda perdido
na esperança de encontrá-lo
na página branca que ainda está escrito:
Será que onde as formigas moram existe mar?

Poema de agora: (Sinais) – @ThiagoSoeiro

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Sinais – Thiago Soeiro

perdi todos os pontos
do mapa
que me ligavam ao teu nome
perdi no dicionário
todas as letras
que formavam teu endereço
perdi nos livros
todos os poemas
que falavam de nós
perdi o teu cheiro
os números cardeais
do teu signo
o som da tua voz
esqueci a letra da tua música favorita
a data do teu aniversário
o nome do teu cachorro
agora procuro nas fotografias
algum sinal do teu paradeiro
querendo saber
se teu olhar revela
aonde você
me escondeu de ti.

Poema de agora: Bilhete – Mário Quintana. Por @PedroStkls1, @ThiagoSoeiro e @rebeccabraga

Bilhete – Mário Quintana. Por Poetas Azuis e Rebecca Braga

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda…

[Bilhete] – Mário Quintana, in ‘Antologia Poética’

Poema de agora: Lágrimas Andorinhas (@alcinea)

Lágrimas Andorinhas

Se a saudade que sinto
dos teus olhos
me fizer chorar,
quero que as lágrimas
não só lavem a minha alma,
mas que se transformem em andorinhas
e voem rumo à frente da cidade,
onde por certo de encontrarão.
Se elas te encantarem
eu serei feliz.

Alcinéa Cavalcante

*Vídeo “Andorinhas, o filme” (encontrado no site do jornalista Seles Nafes).

Música de agora: Quando o Poema Passa – Poetas Azuis

Quando o Poema Passa  – (Letra: Pedro S. / Música: Igor de Oliveira/ Declamação: Thiago Soeiro)  – Poetas Azuis

Enquanto espero o poema passar
Eu falo a língua dos anjos
Tomo banho de mar

Giro meu mundo
Na direção onde tudo seja universo
De dois que se amam

E quando o poema passa
Escrevo outra vez a palavra amor

Poema em homenagem a Macapá (@PedroStkls1)

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Poema em homenagem a Macapá

quando a cidade quase submerge
agarra-se numa bóia
um tronco de árvore sonâmbulo
que vagueia pelas águas
no mapa sublinho a palavra Macapá
que quer dizer:
senhora de óculos sentada de costas para o portão
com 257 primaveras floridas
em uma saia de marabaixo
a coisa mais bonita do mundo
aquilo que vem enfiado nos pés
uma ponta de madeira, uma dança
o meio do mundo
uma fortaleza nunca usada
lugar de muitas bacabas
boêmios, laguinho
por onde um trem nunca para
em nenhuma estação
há sempre de seguir viagem
é um trava língua pronunciar: buritizal
é inevitável sobretudo não dizer:
“cidade morena ou linha do equador”
desconfio que a palavra Macapá
não vem do tupi como dizem os historiadores
surpreendente seria se Macapá
tivesse sido extraída do barro escuro
que estranhamente se espreguiça
no rio amazonas.

Pedro S.