Hoje é o Dia Nacional do Poeta (meu agradecimento e homenagem aos queridos da Poesia)

Poema visual de Ronaldo Rodrigues – Ilustração Ronaldo Rony

Hoje é o Dia Nacional do Poeta. O motivo da data é que no dia 20 de Outubro de 1976, em São Paulo, ocorreu o Movimento Poético Nacional, na casa do jornalista, romancista, advogado e pintor brasileiro Paulo Menotti Del Picchia. O objetivo é incentivar a leitura, escrita e publicação de obras poéticas nacionais.

O poeta autor/trovador escreve textos do gênero que compõe uma das sete artes tradicionais, a Poesia. A inspiração, sensibilidade e criatividade deste tipo de artista retrata qualquer situação e a interpretação depende da imaginação dele próprio, assim como do leitor.

Admiro os poetas. Sejam cultos, que usam refinados recursos de linguagem ou ignorantes, que versam sem precisar de muita escolaridade. Eles movimentam o pensamento e tocam corações. Não é a toa que as pessoas têm sido tocadas pela poesia há séculos. E nem interessa se o escrito fala de sensatez ou loucura. Tanto faz. O que importa é a criatividade, a arte de imprimir emoções em textos ou declamações.

Não tenho o nobre dom de poetizar, sou plateia. Mas apesar de não existir poesia em mim, uso a tal “licença poética” para discorrer sobre meus devaneios e pontos de vista. Quem produz poesia, uma das sete Artes Tradicionais, merece reconhecimento por sua criatividade, imaginação e sensibilidade de versar sobre a vida.

Alcinéa Cavalcante e Fernando Canto, meus poetas preferidos. Foto: Flávio Cavalcante

Hoje minhas homenagens são para os poetas amapaenses (ou que versam sobre nossa terra) que são meus amigos, além de todos os poetas compositores brothers, que transformam poesia em música. Muito obrigado!

Também saúdo todos os movimentos que fazem Poesia no Amapá, realizando encontros em praças, bares e casas particulares, enfim, saraus para todos os gostos. Portanto, meus parabéns aos poetas, artistas que inventivos fascinam o público que aprecia a nobre arte.

Enfim, muito obrigado. Parabéns poetistas e poeteiros!

Elton Tavares

2° Festival Literário de Macapá reúne artistas e estudantes de escola estadual em evento de contação de histórias e poesias

Com parceria do Governo do Amapá, o 2° Festival Literário de Macapá (Flimac), que teve início na terça-feira, 17, garantiu uma programação especial para estudantes da Escola Estadual Maria de Azevedo Picanço, no bairro Brasil Novo, Zona Norte da capital. O evento trouxe uma diversidade de manifestações culturais para os alunos da escola, que acompanharam contação de histórias e poesias, além de performances de artistas amapaenses.As programações do 2º Flimac se estendem até o próximo sábado, 21.

“Estamos contemplando mais de cem artistas, são diversos espaços que estarão sendo abraçados pela literatura e pela cena cultural do nosso estado”, disse Kássia Modesto, integrante do coletivo Juremas, um dos organizadores do festival.Um dos grandes objetivos do festival, que pretende se espalhar para outros pontos da capital do estado, é incentivar a prática da leitura de maneira lúdica.

João Paulo Silva, acadêmico de Letras, participante do projeto Residência Pedagógica da Universidade Estadual do Amapá (Ueap), acredita que a presença de projetos como o dele e o Flimac, em escolas públicas, podem incentivar o conhecimento.

“Fazemos aqui um trabalho de auxílio dos estudantes com dificuldades em leitura e escrita, e a gente se deparar com uma iniciativa como essa é muito enriquecedor, pois complementa o nosso trabalho e faz com que os alunos tenham um contato direto com pessoas que exercem a literatura, e que muitas vezes a gente só mostra na sala de aula”, explicou o acadêmico.

Para os alunos, foi uma maneira de sair da rotina das salas de aula e poder aprender em outros contextos. Como é o exemplo de Rafael Henrique, do 1° ano do Ensino Médio, que além de se divertir com as contações de história de Rute Xavier, uma das artistas que se apresentou na Flimac, também foi presenteado com um livro da escritora, durante a dinâmica da programação.

“Fiquei muito feliz de ganhar o livro, ter acesso a esse festival é muito importante, porque traz toda a questão do folclore e é muito legal a gente conhecer mais da nossa cultura”, disse o jovem que levou para casa a história: “O Saci que não tinha uma perna só”.

Outro intuito do Flimac deste ano é apresentar o trabalho de autores locais para o público, estimulando a produção literária, cultural, intelectual e editorial do Amapá, de forma gratuita.

Ao todo foram sete atrações que chamaram atenção dos estudantes. Como o caso do artista performático Nau Vegar, que considera o evento uma maneira de divulgar não apenas a si, mas como também a sua modalidade artística.

“A performance ainda não é uma linguagem tão conhecida, então permitir os alunos terem esse contato, que muitas vezes pode ser o primeiro, é importante para eles entenderem de uma outra forma o sentido da arte”, disse Nau Vegar.

Texto: Luan Rodrigues
Foto: Aog Rocha/GEA
Secretaria de Estado da Comunicação

‘Um momento que nos puxa para arte’, diz autora que voltou a escrever para o 2° Festival Literário de Macapá

Com parceria do Governo do Estado e uma programação diversificada, iniciou nesta terça-feira, 17, o 2º Festival Literário de Macapá (Flimac). O evento foi aberto oficialmente, com intervenções poéticas, na inauguração da “Bibliogarden”, biblioteca comunitária do Amapá Garden Shopping, na Zona Sul de Macapá.

Celebrando a poesia e a literatura genuína do Amapá, a Flimac apresentou em sua primeira noite a performance de Lia Borralho, após dois anos de inatividade. A autora e professora apresentou o texto de sua autoria, “Amapá, teu Marco Zero vou cantar”, um dos 30 selecionados para concorrer ao prêmio Flimac de Poesia de 2023.

“Eu agradeço muito por esse espaço, por estar retornando dentro do Flimac, que abriu as portas para mim, é um momento de muita gratidão, por iniciativas como essa que nos puxam de volta para arte e nos aproximam dos nossos colegas novamente”, reforça a autora.

O evento é uma realização da Associação Artística Cultural Ói Nóiz Akí, Coletivo Juremas com apoio da CSA Equatorial. O Governo do Amapá é parceiro oficial junto com o senador Randolfe Rodrigues, que destinou R$ 180 mil de emenda parlamentar para realização do festival.

A secretária de Estado da Cultura, Clicia Vieira Di Miceli, ressaltou a importância de manter a atividade cultural em movimento, possibilitando o fortalecimento de espaços, e criando novos, como do Garden, para aumentar o acesso à literatura.

“Saímos de uma Expofeira que levou a poesia e a literatura para os palcos, viemos agora para a continuidade das nossas parcerias e já pensamos na nossa próxima atividade que será o Folia Literária Internacional do Amapá, ou seja, estamos realizando uma política pública continuada de fomento do setor, esse é o nosso objetivo, queremos somar com a sociedade civil organizada e debater sempre para que essas iniciativas continuem gerando efeitos, obras e estimulando novas produções”, reforçou a secretária.

A programação do 2º Festival Literário de Macapá, segue até o próximo sábado, 21, na capital, com saraus, rodas de conversa, vendas de livros, performances poéticas e pedal literário.

Prêmio Flimac de Poesia

Para celebrar novas produções, o Prêmio Flimac de Poesia trouxe os autores dos textos selecionados para a abertura. A programação deste ano traz o tema “Literatura e Amazônia: Territórios e Saberes”.

Nomes como da estudante e autora, Nara Ferreira, de 31 anos, puderam estar perto de autores e falar um pouco do trabalho inicial que estão desenvolvendo. O poema dela, “Amapá 80 Anos de encantos e águas”, concorre nesta quarta-feira, 18, em cerimônia que acontecerá no Sesc Araxá, a partir das 18h.

“Eu fiquei animada de ver meu poema selecionado e de estar aqui hoje como convidada neste espaço, a última vez que participei de algo assim foi na escola e agora tomei coragem e voltei a escrever, tem sido maravilhoso e inspirador”, conta.

Texto: Rafaela Bittencourt
Foto: Jorge Junior/GEA
Secretaria de Estado da Comunicação

Poesia de agora: Salvem a Palestina – Belo poema triste de Pat Andrade

Uma criança palestina ferida é vista após ataques aéreos israelenses no campo de refugiados de al-Shati, na Faixa de Gaza, em 9 de outubro de 2023 – Foto: Ali Jadallah/Agência Anadolu

Salvem a Palestina

suas mãos pequeninas
não alcançam gestos
suas pálpebras se fecham
sem ver outros olhares
seu grito é estilhaçado
sem nenhuma piedade

o menino jesus agoniza
tudo é sede fome dor
sem socorro sem saída

os olhos da menina
são só escombro e pó
por favor, salvem a Palestina

Pat Andrade

 

II Festival Literário de Macapá (Flimac) inicia nesta terça-feira (17)

Entre os dias 17 e 21 de outubro a capital amapaense vai respirar literatura e cultura durante a segunda edição do Festival Literário de Macapá (FLIMAC). Com o tema “Literatura e Amazônia: Territórios e saberes”, a programação envolve mesas de diálogo, saraus, exposições, autógrafos e vendas de livros, intervenções artísticas, circo e mostra audiovisual. Durante as programações também será realizada a entrega do Prêmio FLIMAC de Poesia.

Programação:

A programação do primeiro dia de festival inicia às 14h com o “Sarau FLIMAC”, na E.E. Maria Cavalcante, e a noite as atividades serão realizadas no espaço Bibliogarden, no Amapá Garden Shopping, com inauguração do espaço de leitura, exposições e mesa de diálogo. Durante os cinco dias, mais de 100 artistas estarão realizando atividades em diversos espaços de Macapá, como o Sesc, cinema Movieland, Mercado Central e escolas públicas da capital. A expectativa é que a segunda edição do festival tenha participação de 2 mil pessoas.

O encerramento do II FLIMAC conta com a participação do grupo Pedal Sem Destino. Cerca de 100 ciclistas vão realizar o percurso do “Pedal Literário FLIMAC”, tendo como ponto de partida o Monumento Marco Zero. No Mercado Central, o pedal se junta aos artistas para encerrar o festival com muitas músicas, performances, histórias e poesias.

Realizado pelo Coletivo Juremas e a Ói Nóiz Aki, o festival tem o objetivo de celebrar a literatura e a arte, reunindo talentos locais para compartilhar obras e expressões artísticas, e assim estimular a produção artística, literária, cultural, intelectual e editorial do Estado do Amapá de forma gratuita. Este ano o festival conta com o patrocínio do Senador Randolfe Rodrigues, do Governo do Estado Amapá, da CEA Grupo Equatorial Energia e apoio da Prefeitura de Macapá, do Amapá Garden Shopping, Sesc e do grupo Pedal Sem Destino.

Durante os dias de programação, o debate será em torno do fortalecimento de um espaço para as artes e literatura na capital amapaense. A programação na íntegra, atrações confirmadas e outras informações sobre o FLIMAC estão disponíveis nas redes sociais do Coletivo Juremas: @coletivojuremas_oficial.

Confira a programa na íntegra:

17 de outubro terça-feira
TARDE SARAU FLIMAC NA E. E. MARIA CAVALCANTE AZEVEDO PICANÇO
14:00
Apresentação: Kássia Modesto
“Variações do Infinito” com Carla Nobre
Histórias com Angelita
Histórias com Cia Uirapuru
Histórias com Rute Xavier
Poesia com Natanael dObaluae e Osvaldo Simões
Música com Ládio Gomes e Renato Gemaque
“Deixe-me ouvir seu coração” com Nau Vegar
“Desconcerto de Bobagens” com Cia Trecos In Mundos

NOITE
FLIMAC NA BIBLIOGARDEN
Música ambiente: Dj Camila Nobre
19:00 Inauguração da Bibliogarden
Apresentação das diretrizes da ocupação cultural do Espaço Garden de leitura
Conselheiro de cultura Pedro Stlks, Poeta Carla Nobre e Perla de Araújo Moreira

19:30 Abertura de Exposições
“Eco Amapá” por Raih Amorim
“Quem somos? Onde estamos? E pra onde vamos?” por Marcela
Jeanjacque, etnia Galibi Kali’na
“Pele de Rio” por Alex Tavares
“Fluxo, nas marés do Bailique” por Neth Brazão
“Lente Norte” por Eudes Vinícius

20:10 Mesa de diálogo
O processo criativo
Des terra, de Gabriel Yared
Minha essência (poemas)Ana Cristina Tracaioly
Salva-vidas, de Thiago Soeiro
Variações do infinito, de Carla Nobre

20:40 Mesa de diálogo
Os desafios de escrever no século XXI
Mediador: Bruno Muniz
Ana Anspach, Kawan Pinheiro, JoJo Dieira, Gabriel Guimarães e Márcio Barros

18 de outubro quarta-feira
TARDE SARAU FLIMAC NA E. E. CECÍLIA PINTO
14:00
Fala do Conselheiro de cultura Pedro Stlks
Poesia com Sheyzy Brazão e Thiago Soeiro
Circo Contra-Tédio com Cia.Viajarte
Circo “Desconcerto de Bobagens com Cia Trecos In Mundos
Música com Nelis Leão
Música com Ládio Gomes e Renato Gemaque
Performance “Minha cor é vermelha – [ou]vimos os povos da floresta” com Mapige Gemaque
Experimento Cênico Memória Curandeira com o Grupo de Teatro Experimental Andirobas (Composto por Jéssica Thaís, Daniela Aires e Juliane Pantaleão)

TARDE E NOITE – FLIMAC NO SESC/AP –FLIMAC NO SESC
16:00 Autógrafos e vendas de livro
Autor: Ravison Dilam
Obras: Linhas da vida

Elielson Júnior
A Anfitriã – Editora Garcia – 2021

Lulih Rojanski
Feras Soltas, Editora Patuá, 2023
Gatos Pingados, Escrituras Editora, 2018

Cláudia Flor d`Maria, Amanda Simpatia, Eva Potiguara, Lucia Tucuju, Nôra Pimentel e Vanessa Guarani – Coletivo Nacional de letras indígenas
Coletânea: Contos indígenas de Pindorama, 2023.

16:15 as 17:30 – Academia Amapaense de Letras no FLIMAC
Mediação: Andreia Lopes
Intervenção poética “Canto, aos olhos meus” com Hayam Chandra

1 Benedito Rostan Costa Martins – Classificações da literatura amapaense
2 Fernando Canto – A importância da AAL na cultura amapaense
3 Fernando Rodrigues dos Santos – História amapaense e cultura
4 Francisco Osvaldo Simões Filho – Contribuição dos escritores migrantes no Amapá
5 José Queiroz Pastana – A importância da biblioteca pública para a cultura amapaense
6 Manuel Azevedo de Souza – Literatura amapaense
7 Paulo Tarso Silva Barros – Literatos amapaenses
8 Piedade Lino Videira – Literatos negros no Amapá
9 Jadson Porto Repensares sobre o Amapá: Ensaios de aprendizados de usos do seu Território
10 Jacson Corrêa Da Silva – Literatura e Educação

Arquivos da Terra com Cláudia Flor D’Maria
18:00 – Feras, línguas e amores
Mediação: Poeta Claudia Flor D’Maria
Escritores Márcio Barros, Mira Neves, Osvaldo Simões, Lulih Rojanski, Mathias de Alencar e Leacide Moura

Fragmentos com Talita Espósito

20:00 Cerimônia do Prêmio FLIMAC de literatura
Poesia com Aroldo Pedrosa e Graça Sena
Recital Penélope Moderna com Mary Paes
Entrega da premiação

19 de outubro quinta-feira
TARDE – FLIMAC NO MOVIELAND/
14:00 Abertura da Mostra de CinemaAmazônico
Carla Nobre – Coordenadora da FLIMAC
Nani Freire – Maia Filmes
Otto Ramos – Articulação – Escritório Estadual do MinC/AP Amapá

Mostra de Cinema Amazônico
14:10
Filme “Os Galibi-Marworno”
Direção: Takumã Kuikuro e Davi Marworno
Tempo: 20:53 Classificação: Livre
Realização: Coletivo Galibi-Marworno de Audiovisual e Projeto de Valorização das Línguas Crioulas do Norte do Amapá.

14:35
Filme “Os Karipuna do Uaça”
Direção: Takumã Kuikuro e Davi Marworno
Tempo: 21:10 Classificação: Livre
Realização: Coletivo Karipuna de Audiovisual e Projeto de Valorização das Línguas Crioulas do Norte do Amapá.

15:00
Filme “Mazagão – Porta do Mar”
Direção: Gavin Andrews e Cassandra Oliveira
Tempo: 52:03 Classificação: Livre
Roda de conversa com o diretor Davi Marworno.

16:30
Curtas do Projeto IBITU PORÃ
Idealização: Coletivo Juremas com Direção Geral de Andreia Lopes
Edição e Direção de Artes: Nathanael Zahlouth
Tempo: 15 minutos/ Classificação: Livre/ Realização: Produtora Oi Noiz Aki
Filme “Encantes – Histórias de Laranjal do Maracá”
Direção: Cassandra Oliveira
Tempo: 20:13 Classificação: Livre
17h
Curta-poético AVIVAR – todas as formas pra sentir
Idealização: Natanael dObaluae
Direção Geral: Natanael dObaluae
Edição e Direção de Artes: Eudes Vinicius
Tempo: 11 minutos/ Classificação: Livre
Realização: Independente
Apoio: Acessa Cult, Baluarte Cultural e House Estúdio

Curta “Significância” reflexões poético-filosóficas sobre o que nos contém e o que em nós está contido.
Roteiro e Direção de Inácio Sena.
Tempo: 10:00 / Classificação Livre

19h
Lançamento do filme “Tempo de Chuva”
Direção: Nani Freire
Tempo: 37:17 – Maia Filmes
Classificação: Livre
Roda de Conversa com a diretora Nani Freire, Dona Glória, Arielson Pantoja e Antonino Corrêa (participantes do filme “Tempo de Chuva”).

20h
Curta: Vozes Negras
Idealização: Arte da Pleta
Direção Geral de Andreia Lopes
Edição e Direção de Artes: Nathanael Zahlouth
Tempo: 15 minutos/ Classificação: Livre/ Realização: Gira Mundo

Minidocumentário: Minha Vida na Amazônia
Produzido pela Produtora Cultural e Agência de Comunicação Amapá nas Entrelinhas
Tempo: 17:21

NOITE – FLIMAC NO QUINTAL ENCANTADO
19:00 Música e poesia
Ládio Gomes e Renato Gemaque
“A trilha do mar” com Ana Anaspach
Cia Uirapuru
Bell Brandão

20:00 Mesa “O papel docente na formação do leitor”
Mediação: Ivaneli Guimarães
Maria Rojanski, Carla Nobre e Alda Sirleni

20 de outubro sexta-feira
NOITE – FLIMAC NA BIBLIOGARDEN
Música ambiente: Dj Camila Nobre

18:00 Mesa da Antologia Mulheres Livres Senhoras de Si

Mediadoras: Amanda Barreiros e Leacide Moura (Organizadoras da Antologia)

Autoras presentes:
Anita Garibaldi
Iramel Lima
Kátia Cardoso
Mira Neves
Li Quintela
Sandra Cardoso

19:00 Mostra de Cinema Amazônico
Curta “Quem me benze” de Bárbara Primavera
Direção artística: Andreia Lopes
Direção de imagem: Hayam Chandra
Edição e Direção de Artes: Nathanael Zahlouth
Tempo: 10:18 Classificação: Livre
Realização: Produtora Oi Noiz Aki

Curta “Capitão Açaí – A origem do nosso herói” inspirado na obra de Ronaldo Rony
Direção de Marcelo Nobre/ Tempo: 05:00 Classificação: Livre

19:30 Mesa de diálogo: Cinema, literatura e fotografia
Manoel do Vale, Raih Amorim, Marcelo Nobre, Ronaldo Rony, Nathanael Zahlouth e Bárbara Primavera

20:00 Música na Praça da alimentação
“Dos Encontros” com Anthony Barbosa, Kássia Modesto e Cami Ante
A Barca do Iraguany

21 de outubro sábado
TARDE – PEDAL LITERÁRIO NO FLIMAC

16:00 Saída do MARCO ZERO DO EQUADOR e CHEGADA NO MERCADO CENTRAL
Pedal Literário FLIMAC
Coordenação: Raih Amorim e Pedro Henrique
Animação: Bereco (Juba Blada) e Pato Kannar
Grupo: Pedal sem destino
Sorteio de livros e outros brindes para o Grupo do Pedal

TARDE – FLIMAC NO MERCADO CENTRAL
16:00 MERCADO CENTRAL
Apresentação: Thiago Soeiro e Hayam Chandra
Pintura de rosto com Naldo Tatoo e Rosa Rente

Histórias com
Palhaços Sukita (Kássia Modesto)
Tia Eli
Lu de Oliveira
“1,2,3 conte outra vez” com Eugenia Mesquita
“Desconcerto de Bobagens” com Cia Trecos In Mundos

Poesias com
Negra Aurea
“Entre a flor e a navalha” com Pat Andrade
Enpretiadu

Chegada do Pedal Literário FLIMAC

Ládio Gomes e Renato Gemaque
Banda Km9
Sabrina Zahara

Serviço:

Festival Literário de Macapá – FLIMAC
Marketing e Comunicação: Produtora Cultural e Agência de Comunicação Amapá nas Entrelinhas – Mayra Carvalho: (96) 98143-6526
Instagram: @coletivojuremas_oficial

Poesia de agora: O eclipse – Bruno Muniz

O eclipse de ontem (14/10/2023) – Foto: Márcia do Carmo

O eclipse

Aí o sol foi ficando moreno,
foi ficando pequeno,
e se mudou pra lua.
Aí não tinha mais o dia,
nem existia a noite;
tinha o sereno queimando na pele.
Aí são Jorge ficou nu,
a primavera dava manga,
chovia margarida.
Então eu comprei um óculos de lua
e fui à praia vazia;
conheci tanta gente legal!

Mas de tanto calor,
a lua se cansou:
– Você tá me sufocando.
– És tão bela, pena que acordas a cada dia numa fase diferente.
E o sol decidiu se mudar.
Então a lua fez-se cheia, minguante, crescente;
se enfeitou de estrelas,
mas o amor ja tinha se partido.
Nessa partilha,
não se sabe ao certo
quem foi mais triste ou mais alegre.
Sabe-se que esse amor eterno
se acabou na primeira manhã minguante.
Vai ver que de certo na vida,
sejam só as noites;
sejam só os dias;
mas se um eclipse te aparecer,
aproveita.
Vai ver só vai acontecer de novo daqui a cem mil anos.
Vai ver o segredo do ser-pra-sempre
possa estar escondido
entre a humildade de nos reconhecermos frágeis
e a vaidade de sermos tão fortes,
mas tão dependentes da felicidade.

Bruno Muniz

Poesia de agora: Não brigo com Deus – Luiz Jorge Ferreira

Não brigo com Deus

Não brigo com Deus
Porque minha impressora quebrou.
Nem procuro a memória no dedal em que escondi um caroço de uva.
Pisco para acender a luz interior
E ponho as palavras em fila do Alpendre desbotado da Av. Ernestino Borges…
Descendo descalças pela beira do rio.
Amo a parte em que saio de mim, e sou outros.
O passado, o depois, o dia que vinha, o ontem que foi.

Quando os vermes parasitas atemporais, inundarem com suas mandíbulas químicas, minhas células cerebrais, se embriagarão de poesia.
Os pluricelulares, alvissareira, declamarão.
Os mono celulares, acharão um absurdo, achar que o sol é tudo.
Quando há lua, chuva, amor, paixão, destino, e intestino.
A impressora quebrada, continuará oxidada.

As palavras nascerão em outras paragens, vindas de bocas, afoitas, e corações apaixonados.
Os bisnetos, dos bisnetos, dos unicelulares, que disseram versos, porque neles não cabem.
Acharão doce a palavra amor.
E com ela subirão pela aorta até o coração.
Onde terei deixado o desenho da palavra paz.

Luiz Jorge Ferreira

* Do livro Nunca mais sairei de mim, sem as Asas.

Poema de agora: Sangue sobre Brinquedos Azuis – Luiz Jorge Ferreira

 


Sangue sobre Brinquedos Azuis

O oceano não é longe
Eu não o enxergo…mas o amo
As vezes ele repleto de planos e sonhos se deixa vazar pelos meus olhos, e trás seu sal até a minha boca que se atordoa e esboça um ui…muito tímido
Eu quase me afogo mergulhando tímido em seu interior.
É lá que encontro comigo , me abraço, me finjo, me ignoro, e dissipo a vida, como quem atira fora caroços de uva,
e na verdade são vidas presas aos seus extinguives dias..
Porque de noite ninguém vive…só reproduz sonhos em outros sonhos, pura magia em que o maior truque é a inconsciência, que grava tudo.

Tenho um mar em mim.
E um deserto incrédulo ao derredor.
Tenho um vôo atônito sobre as cordilheiras de picos congelados, e nelas um bando de Condores fazem com seus olhos ágeis, selfies da minha chorosa cara.

…as tartarugas do quintal batem em Morse, agradecimentos, eu os recebo, e meço a extensão de um coletivo abraço.
Eu lhes jogo fatias de mangas, nacos de laranja, e folhas de alface.


Temos vidas paralelas, uns a tem curtas, outros longas, e disso ela não sabe…
Nem do Oceano de tristeza que carrego em meu coração.
Triste com o mundo destroçando suas crianças sob balas, explosões, e baionetas.
Cristo lamenta…e se lembra quando no sopé dos montes reunia crianças, e lhes distraía imitando com assovios todos o cantar dos pássaros que elas conheciam…


Hoje lhes dá a mão e as guia em farrapos a outra dimensão, elas vêm que ele chora…
Todos os seres na superfície da terra choram..
Um sou eu, outras as minhas Netas que imaginam Deus um pássaro Blue, outros as tartarugas que me olham
ansiosas por um the end.

Luiz Jorge Ferreira

*Do Livreto…Poderia não ser verdade, mas é…

Poema de agora: DESINTEGRAÇÃO – Ori Fonseca

DESINTEGRAÇÃO

A decomposição de minha vida
É o que compôs meu ser e meu estar.
Cada célula a se desintegrar
Integrou o que sou, em contrapartida.
Pois me construí em cada ferida,
Em cada pedaço a se descolar;
Sim, perdi-me para poder me achar
Fazendo da chegada uma partida.
Com isso, horrorizei os horrorosos
E lhes bati na cara a minha porta,
E decepei-lhes o duto da aorta
Com os cacos de meus ossos porosos,
E sufoquei seus pulmões ambiciosos
Com a poeira de minha pele morta.

Ori Fonseca

Poema de agora: Poema do louco (do poeta amapaense Ivo Pontes Torres)

Poema do louco

Caminha o louco
O céu do louco tem cor permanente
A alma do louco acoita canções que muitos cantas sem conhecer
O louco não gosta de flores
Aliás, nunca viu fores genuínas , nem mulheres, nem meninos, nem nunca foi menino
Não tem casa, não tem leito, não tem relógio
Só tem a rua
A rua branca e sincera do seu mundo
Nesse momento, o louco chora
Porque lhe disseram que há loucos que se curam

Ivo Pontes Torres, poeta amapaense.

 

Ivo Torres – Foto: Blog da Alcinéa

* Ivo Torres  foi poeta falecido em 2023, também foi escritor, jornalista e um precursor da arte literária no Amapá.

Poema de agora: O tempo não conta para a eternidade – Fernando Canto

O tempo não conta para a eternidade

Aos poetas disfarçados de lógicos
Ainda que tarde
A hora arda
O tempo estanca
E o texto escorre

O tempo é mesmo
Âncora invisível
Bússola quebrada
Teia silenciosa
A entupir as bocas das entranhas.

O tempo não conta para a eternidade
Lírico e lento
Lapida em cinzel de sonho
A pedra etérea da vaidade

Fernando Canto

Poema de agora: Caminhada – Fernando Canto

Caminhada

Aos que caminham dentro de si e ainda se assombram

De manhã
Meu corpo
É longo
Em sua sombra
Caminhante

Ao meio-dia
Assombro-me
Em segredo
– Encolhidinho –
No equinócio
Da alma

À tarde
Eu me projeto
Rumo ao mar
Com o sol
A bater meu rosto
Nos umbrais da noite

E se um lado é luz
Que me orienta
E de outro
Meu rastro
É a escuridão

Sou, perdoem-me,
Um obscuro ponto
Na paisagem
Que me embala
Ao sol do dia seguinte.

Fernando Canto

Sobre o Troféu Juremas de Literatura e gratidão – Por Elton Tavares

Na última sexta-feira (6), na Escola Estadual Mário Quirino, recebi o Troféu Esmeraldina Santos (escritora quilombola do Curiaú, que dá nome ao prêmio). A honraria rolou durante o primeiro dia da II Edição do Festival Literário de Macapá (Flimac). Fui agraciado com o Troféu por conta de meu trabalho literário de apoio e divulgação da cultura há mais de 13 anos, neste site.

Será que dei valor? Sempre fui um jornalista comprometido com a cultura da minha terra e entusiasta da boa literatura produzida no Amapá.

Outras pessoas também receberam a homenagem. Entre elas os poetas imortais da Academia Amapaense de Letras (AAL) Osvaldo Simões (que representou o presidente da AAL, meu querido amigo Fernando Canto, no evento) e Rostan Martins, além de políticos, como o senador Randolfe Rodrigues, principal incentivador e patrocinador desta edição do Flimac.

O evento noite não foi somente de festa e reconhecimento, mas um grande encontro de gente querida, de pessoas fantásticas com Marabaixo, Estátuas vivas, declamação de poesia e música.

Com o tema ‘Literatura e Amazônia: territórios e saberes’, o Flimac é realizado pelo Coletivo Juremas e a produtora cultural Ói Noiz Aki e tem o objetivo de celebrar a literatura e a arte, reunindo talentos locais para compartilhar obras e expressões artísticas, e assim, estimular a produção artística, literária, cultural, intelectual e editorial do Estado do Amapá de forma gratuita. Este ano o Festival acontece oficialmente do dia 17 a 21 de outubro.

Com Esmeraldina Santos – Foto: Bruna Cereja

Durante os dias de programação, o debate será em torno do fortalecimento de um espaço para as artes e literatura na capital amapaense. Você pode acompanhar a programação na íntegra, saber as atrações confirmadas e outras informações pelo instagram @coletivojuremas_oficial.

Aqui deixo meu agradecimento à poeta Carla Nobre, idealizado e organizadora do Flimac, pelo reconhecimento do trabalho de disseminação da literatura amapaense no De Rocha. Também sou grato à poetisa Andreia Lopes, que fez a apresentação e a publicitária Bruna Cereja, minha namorada, por estar comigo naquele momento.

Gratidão, define aqui. Valeu!

Escreva sobre sua aldeia e você pode tornar-se universal” – Leon Tolstói

Há quem ache que escrever é um mistério, que poetizar é um tipo de magia que torna o escritor um ser diferenciado. Talvez sim, talvez não, pois cada um demonstra sua própria verdade no que cria ou faz. Essa é a sua responsabilidade” – Fernando Canto.

Elton Tavares – Jornalista e escritor

Poesia de agora: Prelúdio para a Catedral – Luiz Jorge Ferreira (um belo poema sobre amizade e o Círio de Nazaré)

Prelúdio para a Catedral

Encontro com Fernando Canto, parece que foi Ontem esses dez anos.
Aumentamos o grau dos Óculos.
Estou ileso, chamuscado , teso e ‘liso’, porém pareço eterno.
Ele fala. Eu falo. Bebe-se.
O tempo adoece.

Conversamos então sobre a solidão pousada no prato de azeitona, temo que sejamos herdeiros da mesma angústia que fala de canoas.
Digo-lhe que amaremos a mãe de nossos filhos, ele acha que Cuba pode vir a produzir mamão Papaya.
Divagamos sobre o fim de Tróia, e a glória de estarmos embriagados.
Bebo Conhaque e lhe segredo que sempre amei Helena.
Ele refere-se as Sereias como Sardinhas.
Diz que Deus é brasileiro, acho que tudo começou com um Símio.
Conhece uma Marcha Turca que termina em palmas, canta e eu aplaudo ritmicamente.

Belém está afônica.
Ele imita Sancho, eu imito o Capitão Gancho e Brizola.
Um Padre passa para a Igreja, atiro nele um caroço de azeitona.
Fernando vê-me menino, eu o vejo imberbe, fazendo poemas para as meninas do Colégio.
Digo-lhe que amaremos os netos de nossos filhos.
Ele acha que postumamente.

Os poetas Fernando Canto e Luiz Jorge Ferreira, em algum lugar do passado.

Rimos a ‘bandeiras despregadas’.
Mais ou menos de pé, cantamos o hino, despidos como nascemos.
O dono do bar, nos xinga.
É Domingo, saímos do bar, para a Missa.

Luiz Jorge Ferreira

 

* Do Livro Thybum – Rumo Editorial – 2004 (Primeira Edição) – São Paulo.