Poema de agora: POETAS – Carla Nobre e Eliakin Rufino

POETAS

Poetas deixam vestígios
Por onde passam
Poetas deixam pegadas
Sinais de fumaça
Poetas deixam a língua
Em tremor e alucinação
Pedras e corais no caminho

Poetas deixam pontas de cigarro
E garrafas de vinho
Poetas deixam temperos
Te chamam pra cozinha
Poetas deixam alquimia
Chamam a chuva
Deixam poções
Varinhas de condão

Poetas deixam rastros
Poetas deixam pistas
Impressões digitais
Luz, descobertas navais

Poetas deixam poemas
Deixam catedrais
Deixam espumas
Deixam promessas
Poetas deixam ritos ancestrais

Carla Nobre e Eliakin Rufino

Poema de agora: PET(rificado) – Lara Utzig

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PET(rificado) – Lara Utzig

Depois do término de meu último relacionamento,
Ganhei um bichinho para me distrair e acompanhar.
Cuido dele com carinho e lamento
Que ele esteja engordando tanto sem eu sequer me esforçar.

Todo dia, no café da manhã,
Ele come pitadas de não-ditos.
No almoço de amanhã,
Servirei um prato de entrelinhas e erros implícitos.

Na janta, dou-lhe migalhas
Das coisas que poderia ter feito
Em doses pequenas e homeopáticas
E, depois desse ritual, deito.

Meu animalzinho está virando um monstro
Muito domesticado e dócil.
E tudo que eu demonstro
É um processo gradual de transformação em fóssil.

Em busca de justificativa,
À procura de motivos para me sentir mal,
Parei e vi que sou cativa
De algo absurdamente anormal:

Tanto tempo sem ter porquê,
Catei razões para continuar meu martírio,
Ao pensar que perder você
Fosse um pagamento justo e doído.

Hoje vejo que pessoas vêm e vão
Independentemente de nossa boa vontade.
Ninguém manda no coração:
A paixão acaba e alguém (se) parte.

Meu filhote já está bem menor agora.
Nem se consegue ver com uma lupa.
Fiz tudo que estava a meu alcance e até fora.
Lavo minhas mãos. Ah! O nome dele é Culpa.

Lara Utzig

Poema de hoje: Saudade (Weverton Nelluty)

Saudade

Andei por ai, perguntando
Escapando, morrendo nos vazios de agora
Para os lados olho e você por onde andas?
Minh’alma vaga em pensamentos te procurando
Para se tornar apenas uma contigo novamente

Essa saudade machuca e felicita-me
Corrói e vivifica tudo ao mesmo tempo
Por que saudade? Por que saudade?
Essa definição sem sentido

Nada e tudo permanecem inerte
O coração pulsa ao lembrar-se de cada detalhe vivido
Colocando em minha boca palavras que falo para mim mesmo
E outras em pensamento lembrando você

Queria medir a eternidade e refugiar-me contido ali
Nem que seja apenas em sonho
Esquecendo-me do ontem, esquecendo-me do antes
E te fazer um agora sem rodeios
E te fazer um agora sem saudades,
E te ter agora perto, muito perto de mim.

By Weverton Nelluty

Poema de hoje: De uma Armadilha há Felicidade

De uma Armadilha há Felicidade
Aos que prezam entender seus defeitos
De uma armadilha escapa
E ali se faz o sentido de viver fora dos muros do homem,
Fora da realidade imposta,
Longe do medo,
Longe das aparências,
Longe do espaço que nos é imposto ao decorrer da vida
Assim escapamos e livres somos,
Assim vivemos
E assim corremos do minimalista de ideal composto em nós
E nos aproximamos cada vez mais da felicidade.
By Weverton O. Reis

Poema de hoje: Cordialidades da vida

Cordialidades da vida..

(…) a vida nos relaciona como em uma cordialidade reversa..
Direcionando nossos alvos, idéias e até mesmo sonhos para o oposto
Deixando um modelo obscuro de incerteza vagando pelo deserto
Então esperamos encontrar a paz no fictício horizonte calmo
E no calor absurdo que a alma instiga, tudo se aproxima do nada
E ficamos sem rumo, indecisos, ofuscados e reprimidos
Distanciando e não exaltando o que parece ser plausível.

Até então que!

Indagamos o que no deserto se encontra, elevamos nossa fronte
E olhamos para um horizonte já não cheio das incertezas
Já não cheio do nada como antes,
Vemos a esperança cansada da mesmice
Mesmice encontrada na rota mais próxima das incertezas

Vemos o calor se evaporar rumo ao coração
E nas nuvens das lembranças encherem os olhos de lágrimas
Vemos o corpo por si próprio se deparar em um instante inerte
Tudo para! O olhar, o coração e por frações de segundos a vida se refaz
Anulando o que a dinâmica da tristeza e das mágoas causaram ao físico

Vemos o refrigério chegar junto ao fôlego com objetivo proposital
Vemos tudo novamente se recompor
Em partes pré-definidas e outras ausentes do agora
Onde somente o tempo mostrará seu desfecho
O que a dúvida dividia não mais se divide
Muito menos subtraem da vida as lembranças felizes

Assim completamos as etapas da vida..
Assim somos, por ontem, por agora, por amanhã
Um emoldurado ser, com principio, meio e fim…


By Weverton O. Reis

Poema de hoje: Poema Ver-o-Peso

Não sei de quem é essa foto do Ver-o-Peso, mas ela é linda.

Poema Ver-o-Peso

Ver o Peso, infinito em opções marcante aos coracões
Sua magia em assim dizer
Faz o sentido acontecer
Pesando,
Guardando,
Marcando,
Um Pará de alegrias,
Acolhedor e apaixonante.
Do inesquecivel Carimbó se faz ali seu porto
De seu peixe com Açaí uma opção ao paladar
Do riberinho sorridente um lugar sempre a lembrar.
Ver o Peso, guardado na memoria de suas idas e vindas
De marés atenuantes e vazantes despertar.
Viva Ver o Peso
Viva Belém
Viva o Pará

By Weverton O. Reis

Poema de hoje: Macapá (em homenagem aos 254 anos da capital do Amapá)

Foto: Alexandre Brito.
Macapá
Felicita-se outra vez Macapá
Terra minha das macapabas e tupis,
De suas fortes raízes quilombolas
E seu fruto nossa origem
Um povo feliz
Teu céu vislumbra um resplendor sem igual
E sobre o Rio Amazonas novos sonhos a navegar
Que nos deleita a Linha do Equador
A nos marcar e dividir o coração
Nessa bruta emoção
De lembranças da infância
De amigos de outros cantos..
Onde fez DEUS o universo
E da Macapá um poema
Sobre ele meus versos
Felicitando seus apreços outra vez
Há Igreja Matriz, Fortaleza de São José
Curiaú, Marabaixo, no Bairro do Trem..
As lembras idas voltam sem trilhos a encontrar-me
Vagando aos pensamentos
E a felicidade de viver neste lugar
Onde minhas raízes “macapabas” se fizeram
E a todos teu nome
E os 254 anos se passaram
Deixando memórias e incitando
Perfeição, beleza e riquezas
Terra minha,
De todos
E nossa natureza.
Feliz aniversário Macapá.
 By Weverton O. Reis

Poema de hoje : Como tudo Começou

Como tudo Começou

Nos alpes do coração
Escalastes remotas montanhas
Intempéries do tempo
Choro ameno..
Incitando uma terra sem vida
A viver calmamente..
Sussurrando como vento alguns detalhes
deixando-me entregue a tua natureza feminina
levando de lado a outro a vida
Sem esforço algum..
Refletindo-me na imensidão do teu olhar
Guiando sempre o meu
Na escuridão da noite que assim verteu
Onde tudo mudou..
Florescendo um alvorecer sem saber
Com você no Sol da aurora
Perante a mais linda brisa outrora
Mostrou-me teu sorriso,
Teu abraço,
Teu jeito..
Como eu Rio ao te ver
E Encho minha vida de Poesia
E saio versejando sem perceber..
 
By Weverton O. Reis

Poema de hoje: Respingos e seu Batom



Respingos e seu Batom
Suplicarei em cantar tua presença
Pelos cantos
Vendo que estás dividida
Solúvel em presença
Fora do alcance
Contemplando outros horizontes
Quem sabe longe,
Muito longe
Quem sabe perto,
Muito perto
Perto da poesia
Da felicidade
Das lembranças
Que fazem morada em mim
Assim como o pardal, que mesmo perdido encontrou casa
Assim me encontro todos os dias
Perdido e ao mesmo tempo vejo em você morada
Inspiração
Motivos para realizar-me
E transcender minhas lembranças
Lançando-as no papel
Em preto e branco
Em colorido
Ou em uma folha lúcida transparente
 Que existe na memória…
Fazendo de você o tudo de um isso
Ou um isso de um tudo
Musa inspiradora
Delicada como uma flor
Que na vermelhidão de suas pétalas
Sangram respingos em seu batom


 By Weverton O. Reis

Poema de hoje: O Amapá

O Amapá

Ao norte!
O Amapá de Amazonidas das antigas
Glorioso lugar de remotas historias e heróis
Nascidos das certezas viventes..
Guardando cada um nesse lugar brasileiro
Que a luta não foge jamais..
Margeando as lembranças afloras
Banhando esperança floresta a dentro outrora
Chegamos ao inicio do nosso país
Onde nasce uma nação,
Uma pátria amada por todos
Um Brasil, brasileiro
Jorrando uma corrente insalubre de felicitações
Cultuando a cor de todos amarelos, verdes e azuis
Miscigenados e agrados somos
Negros, mulatos, pardos, brancos e índios
Que tarjam muitos a sonharem juntos assim..
Palpitas destemido em seu caminho
Floresça em virtude conosco
Seja sempre esse delírio a vista
Um colírio aos nossos olhos
E uma esperança ao ouvir teu nome
AMAPÀ!

By Weverton O. Reis


Poema de hoje: Impresso no Rosto

Impresso no rosto

No rosto! Teu sorriso rodopia entusiasmo
E você, sem saber..
Aliena esperanças como ciranda em meu coração..
Sem esforço, sem algoz, simplesmente auto diz..
Uma prenuncia já estabelecida de mulher..
Trafega mencionando-me um ardor sem igual
Num salto em alto Amar um invólucro de ascensões
Pequeninas e fumegantes..
Recorrentes alusões..
Tudo organizado fica
E Impõe assim me arremessar felicidade
No ponto exato onde me rendo ao seu dengo
Perante a ventania e as vozes que acabam o silencio
De pouco em pouco..
Tão pouco vejo,
Ali minha face sorri com você sem medo
Esfacelando-se como poeira ao vento..
Como lembrança boa que ficou
Em fim..
Deixando apenas uma gravura
Teu sorriso, impresso no rosto.

By Weverton O. Reis

Poema de hoje

Doce Menina

O improvável entoa o acontecido
Envolto-me o olhar a você por um instante
Apenas um instante – inerte
Meus olhos se orvalham de felicidade
E repousam nos jardins do teu olhar
Pelos nobres iguais a ti
Meus apreços doaram as tuas qualidades
Não Camufle teu olhar assim tão de repente
Quero ver além
Muito além das inquietas frases
Muito além
Quero ver teu perfume entre flores
Nessa infinita vida, que finita se torna com seu passar
Eternizando-a ao coração
No dulçor ao ver você
Doce Menina..

By Weverton O. Reis

Poema de hoje – Fôlegos da Saudade

Fôlegos da Saudade
Minh’alma suspira os últimos fôlegos da saudade
Estou partindo sem destino pelas rotas dos pensamentos
Me aventuro outra vez
Te procuro e não te acho
Ali vasculho e nem sinal de ti me é dado
Aonde se escondes?
Pois já estavas longe antes de partir
Não sabia que iria sem me dizer nada
Ao menos um adeus
Me perdi há sua procura
Meu coração chora sem pressa
Sem saber onde estas.
Mas minha fé não me deixa desistir de você
Te procurarei tentando me achar
E que não seja só nos pensamentos
Mais que me encontre em você.
By Weverton O. Reis

Poema de hoje – Recordações

Recordações
Colhi lembranças da infância
Em memória tudo se fez real
Próximo
Parece que foi ontem
Doce infância tirada pelo tempo
Onde os medos de tentar não existiam
Tudo era impensado,
Tudo era felicidade,
Não havia preocupações,
Não havia distância entre as coisas
Nas estrelas queria tocar do alto de um prédio
Tocava guitarra imaginaria pensando que tudo estava certo
Hoje tudo é longe e muito perto das recordações
By Weverton O. Reis