Música e poesia: nesta quarta-feira (17), no Sankofa, rola mais uma edição da “Quarta de arte da Pleta”

Hoje (17), a partir das 19h, no Sankofa, vai rolar mais uma edição da “Quarta de arte da Pleta”. O evento contará com o Vitrola Cultural, poesia de Eliakin Rufino, além de música ao vivo com Ligia Mônica e o maestro Roselito.

A noite terá ainda apresentação musical de Erick Pureza e Fernanda Canora. E performance poética de Kassia Modesto e Hayam Chandra.

A Quarta de Arte da Pleta será realizada em todas as quartas das férias de julho.

Serviço:

“Quarta de arte da Pleta ”
Data: 17/07/2019
Local: Sankofa, localizado na Rua Beira Rio 1488, Orla do Santa Inês, zona sul de Macapá.
Hora: a partir das 19h
Couvert: R$ 5,00
Mais informações pelo telefone: 98109-0563 (Andreia Lopes).

Elton Tavares

Poema de agora: Festa para Pammela – De Pat Andrade para sua irmã

Pammela Andrade, irmã da poeta Patrícia Andrade

Festa para Pammela

mesmo que não tenha festa,
faça a sua.
uma festa particular,
onde possa festejar a vida.
Festeje as conquistas;
Mesmo as pequeninas
(às vezes essas são as maiores).
Festeje as descobertas;
Mesmo as que todos já sabiam
(e você nem desconfiava).
Festeje seus frutos.
Eles fazem parte de você.
(e um dia não estarão mais à sua sombra).
Festeje a vida dos que estão ao seu redor:
Eles fazem você ser quem é.
E, finalmente, festeje-se!
Você é a pessoa mais importante da sua vida!

Pat Andrade

Poema de agora: O VENTO DE PIRRAÇA – Pat Andrade

O VENTO DE PIRRAÇA

no azul do céu,
uma nuvem menina passa…
flutua com graça…
mas, o vento,
ciumento (que desgraça!),
de súbito a esgarça.
a menina despedaça…
o malvado disfarça


e segue sua farsa:
passa o seu tempo
dedicado à caça;
logo, logo,
outra nuvem menina
esvoaça…
ele vai lá e a escorraça.
só pra fazer pirraça

Pat Andrade

Poema de agora: Biografia – Luiz Jorge Ferreira

Biografia

Três cavalos passam adiante da casa.
Os cachorros da rua, os perseguem em algazarra.
No Quintal um velho cão, magro, cansado, quase cego, se arrasta com dificuldade até o portão, com muito esforço late algumas vezes.


Satisfeito e feliz, retorna… ofegante, rastejando,quase morto.
Os cavalos passaram na direção contrária.

Luiz Jorge Ferreira

*Do livro Cão Vadio, publicado pela Imprensa Oficial do Governo Federal do Amapá, em 1986.

Papo Literário com Pat Andrade

Os acadêmicos do curso de Letras da Universidade Federal do Amapá (Unifap), do Campus de Santana, fizeram este vídeo, para falar do trabalho da poeta e colaboradora deste site, Patrícia Andrade. Assistam:

Poema de agora: Nova lua – Luiz Jorge Ferreira

Nova lua.

O boto deflorou-se na lua.

Sentiu a vista turva.

E um enjoo de caju.

No ventre ergueu-se um caroço.

Depois do mexerico dos outros peixes.

Escondeu-se no meio do esterco, flutuante do cais.

E deu cria a um pedaço pequeno de luz.

Chamado…Luar.

Luiz Jorge Ferreira

* Do livro Cão Vadio – 1986.

Se vivo, Raul Seixas faria 10.074 anos hoje! – Por Silvio Neto

Por Silvio Neto

Decifre as entrelinhas dos hieróglifos das pirâmides do Egito, do calendário Maia, das Itacoatiaras de Ingá. Leia os símbolos sagrados de Umbanda, as centúrias de Nostradamus e o Tarot de Crowley… Não importa qual seja o mistério, todos serão unânimes em lhe revelar: Existe um cometa errante; uma estrela bailarina que vaga no abismo do espaço sem fim flamejando um rock e um grito! Em sua jornada, ele só passa pelo nosso planeta a cada dez mil anos. É quando ele renasce e encarna como um Moleque Maravilhoso, trazendo ao mundo à sua volta mudanças profundas no seu pensar e no seu comportamento.

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Sua derradeira passagem por aqui durou apenas 44 anos. Mas foi suficiente para que um país inteiro de dimensões continentais se tornasse menos careta. Há exatos 74 anos, quando ele chegou por aqui em mais uma de suas passagens, esse intrépido cometa trouxe em seu rastro a bomba atômica, em 1945, fechando um ciclo da Terra conhecido como velho Aeon e trazendo à luz o Novo Aeon materializado em forma de música. Era o dia 28 de junho. Aquele, foi o dia em que a Terra parou. Mas antes disso, ele usou de seus artifícios alquímicos e conseguiu juntar as águas do rio São Francisco e do rio Mississipi, criando a fusão perfeita do rock’n’roll de Elvis Presley com o baião de Luiz Gonzaga e como um novo Macunaíma desvairado gritou em cima do palco do III Festival Internacional da Canção (1971) “Let me sing, let me sing (my rock’n’roll)”!

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Seu nome é o contrário do luaR pois ele é um cometa iluminado. Em sua metamorfose ambulante pela Terra, se fez de maluco para revelar sua genialidade; brincou de cowboy para mostrar que preferia ser um fora-da-lei; acumulou riquezas e glórias por um tempo para mostrar que o ouro é para o tolo.

Esse ano, em agosto, já terão se passado 30 anos de sua última visita aqui no nosso planeta. Ainda assim, seu rastro é tão presente, tão vivo, que é como se ele ainda estivesse por aqui, cruzando o nosso céu. E assim como as estrelas que vemos são muitas vezes apenas o reflexo de milhões de anos-luz de corpos celestes que ainda nos impressionam a visão, o cometa Raul Seixas, brilhará na mente e no coração de milhares de fãs por muitos e muitos anos até, quem sabe, sua próxima passagem há dez mil anos…

Meu comentário: grande Raulzito. Um artista sensacional que inspirou e inspira muitos de nós, fãs. Tanto pelo fascínio da linha tênue entre a feliz loucura da autenticidade, quanto pela sinceridade à bruta, sempre poetizada em um rock and roll dos bons. Viva Raul! (Elton Tavares)

Tatamirô Grupo de Poesia se apresenta na programação da Mostra Tapiri

A Mostra Tapiri 2019 teve início na última terça-feira (25), com a participação de performances teatrais e apresentações musicais. Hoje a noite é de poesia com com a participação do grupo Tatamirô (AP).

Tatamirô apresenta recital “Palavr(arma)dura”

O Recital “Palavr(arma)dura” tem como foco a linguagem poética em suas múltiplas interações verbivocovisuais*. “Palavr(arma)dura” incorpora outras sonoridades (ruídos, distorções, sobreposição de vozes, poemas autorais e de outros poetas brasileiros e estrangeiros), criando texturas poéticas denominadas poemas sonoros.

A ficha técnica conta com: pesquisa multimídia, vocalização, percussão digital e sintetizadores – Herbert Emanuel; direção, vocalização, percussão digital e sintetizadores – Adriana Abreu; didgeridoo e morchang – Thamires Werneck; iluminação e concepção de figurino – Paulo Rocha; costureira – Ilce Rocha; e sonoplastia – Ezequias Corrêa.

Tatamirô Grupo de Poesia (AP)

É um grupo amapaense de declamação de textos poéticos, sejam eles escritos na forma de verso ou prosa, em suas múltiplas manifestações verbovocovisuais. Criado em 2008, atualmente tem um entreposto coração em São João Del Rei (MG), e nasceu do desejo de dizer poesia às pessoas, de colocar a voz a serviço da poesia, de dizer as coisas do mundo de forma diferente, além de fomentar várias ações e atividades em proveito da leitura, da literatura, principalmente, e das demais artes.

Mostra Tapiri 2019

A programação da Mostra Tapiri 2019 segue até o dia 01/07 . O evento é aberto ao público e não é cobrado entrada, apenas uma contribuição espontânea, como forma de apoiar os artistas, tendo em vista a mobilização dos grupos locais se propôs a apresentam suas produções de forma gratuita. Além das apresentações o Fórum Popular de Mulheres comercializa comidinhas e bebidinhas durante os dias de programação.

Fonte: Agenda Porto Velho

Poema de agora: EU TÔ CHEGANDO, BELÉM – Pat Andrade

EU TÔ CHEGANDO, BELÉM

pra me receber,
quero Waldemar encenando boas-vindas;
quero Ruy Barata com asas de miriti;
quero a chuva da tarde pra me lavar a alma;
quero o tacacá pra me aquecer o coração;
quero tua manga mais doce,
meu verso mais forte;
quero tua Praça mais bela,
minha mangueira mais velha;
quero tua noite mais louca,
minha avenida mais longa;
quero teu Largo do Carmo,
minha rua mais estreita;
quero tua Igreja Matriz,
meu Theatro da Paz,
quero meu Bar mais antigo,
meu garçom mais amigo.
quero a minha cidade
que tanto bem faz.

Pat Andrade