Não me venha falar de você Não me venha falar de Hiroshima Não me venha falar de Oriente Médio Nem do remédio pra sua sina Não me venha falar dos seus sonhos Não fale-me de novas dimensões Estradas do além pra um mundo distante De cavaleiros andantes Na busca de chegar Bárbara, eu sei Da força latina Dos filhos d’África Que encantam teu chão Ah, chão, pasto, coração Sangrando a dor A te decantar em tom maior Agora me pega e me bota no chão Hoje sou bem mais que teu simples torrão Sou América América do Sul Sou América América do Sul Sou América América sou eu E você…
Há quem possua um eu-poético; Há quem possua um eu-político. Eu tenho meu próprio eu-lírico E tu, apenas um eu-cínico, Não por ser contrário ao meu, Mas por ser desprezível em qualquer eu.
Ocorrerá nesta terça-feira, 16, o sarau Poetas da Escola – Diversidade e Respeito, essa é a minha escola. O evento será uma cerimônia de divulgação dos nomes dos alunos selecionados no concurso Poetas da Escola, com declamação e certificação das escolas participantes.
O sarau objetiva celebrar os poemas dos alunos selecionados em 32 escolas municipais de Macapá, zonas urbana e rural, que participaram do concurso Poetas da Escola, lançado em agosto de 2018 por meio do projeto Escola de Leitores, que vem para valorizar e divulgar a produção escrita e oralidade dos estudantes. São 64 poemas que irão compor a coletânea Pequenos Escritores Tucujus.
Foram contabilizadas 1.570 inscrições no concurso. As escolas fizeram as seletivas que resultou na escolha de 64 alunos que representam as unidades de ensino, exaltando a diversidade e o respeito, temas que norteiam o certame. A expectativa é que a coletânea seja lançada em dezembro deste ano e entregue às escolas participantes.
Serviço
Data: 16/10 (terça-feira)
Hora: 16h
Local: auditório da Associação de Blocos Carnavalescos
Endereço: Av. Enerstino Borges, s/n, Centro (próximo a Caesa)
O Projeto Social Literar – AP desenvolve ações de incentivo a leitura e a caridade em instituições beneficentes, hospitais, praças e escolas desde 2015.
O evento sarau literário do Literar é uma parceria do Ressaca Literária e a Biblioteca Pública de Macapá Elcy Lacerda e tem como foco da notoriedade aos artistas locais, além de ocupar o espaço da biblioteca, através de feiras, debates, músicas e outras ações durante o evento.
Por isso convidamos vocês para prestigiar o evento, conhecer nossa biblioteca e os talentos de nossos artistas e ainda ter uma tarde prazerosa de cultura e lazer.
Serviço:
Ressaca Literária
Data: 13/10/2018 (sábado)
Hora: 15h
Local: Biblioteca Pública Elcy Lacerda, localizada na Rua São José, Nº 1.800, centro de Macapá.
Entrada franca
Ao compartilhar suas poesias nas redes sociais, nas quais já acumula quase 500 mil seguidores, Lucão se tornou um dos jovens escritores mais populares da internet. Os poemas deram origens aos livros ‘É cada coisa que escrevo só pra dizer que te amo’, ‘Dois avessos’ e ‘Telegramas’, que alcançaram a marca de 30 mil exemplares vendidos. Hoje (13), às 19h, na Livraria Acadêmica, o autor lança o romance Amores ao Sol.
A história do livro se baseia na experiência real de Lucão, que se aventurou pelo Caminho de Santiago da Compostela em 2016 e 2017. Na primeira tentativa, uma lesão o impediu de finalizar o percurso; objetivo atingido no ano seguinte. Com esse cenário mítico como pano de fundo, o escritor criou uma trama entre os personagens Luca, Rodrigo e Sol.
Logo no primeiro dia percorrendo o Caminho de Santiago, Luca conhece Rodrigo, um brasileiro que procura desesperadamente por Sol, um amor que nasceu e se perdeu durante a jornada. A cada trajeto avançado, encontros com peregrinos de todos os cantos do mundo, que compartilham ensinamentos e enriquecem a trilha com diferentes histórias de vida.
Ao longo das 256 páginas, o leitor desvenda o que levou cada personagem a caminhar centenas de quilômetros que abrigam medos, dúvidas e encontros inesperados entre o passado e o presente.
O autor
Lucão é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal de Goiás e, desde os vinte anos, dedica boa parte do seu tempo à escrita. Com seus poemas curtos, publicados diariamente em suas redes desde 2006, ele já conquistou quase meio milhão de leitores fiéis. Depois de publicar três livros de poesia (É cada coisa que escrevo pra dizer que te amo, Telegramas e Dois avessos), Amores ao sol é sua estreia como romancista.
Serviço:
Lançamento do livro ‘Amores ao Sol’ de Lucão
Data: 13.10.2018
Horário: 20h
Local: Livraria Acadêmica (Macapá Shopping – piso L2)
Vinte e quatro horas De escuridão Nenhuma réstia de luz Para guiar meus passos Tropeço nos pensamentos Enlouqueço a cada dia Busco no campo De girassóis A claridade da lua E me transformo Em esperança.
este poema felino brinca com a gente hora se esconde hora corre na página branca hora dorme de barriga pra cima este poema gatinho mia quando chegamos perto e mia mia quando tá com fome ele se espreguiça ao longo das linhas brinca de morde-morde faz carinho com a cabeça este poema Zazinho deixa patinhas de saudade no coração da gente.
Thiago Soeiro
* [Para Mr. Zatara, o mais mais danado e mais amado que já existiu]
embebecido por um bom bordeaux amanheço blasé sob o alpendre frio do Chez Modestine — almejo algo/coisa como um UnknownFlyingObjects que me abduza dali que me erga em direção ao improvável!
no meio do dia ouço Zaz berrando: j’en ai marre des langues de bois! j’en ai marre des langues de bois! j’en ai marre des langues de bois!
e os moralistas de vidro me reparam como seu eu não significasse necas que nunca serei lhufas e a medida das hipóteses concretas engolem em seco as minhas bonnes manières são ditos-cujos de olho pesados com monóculos de lentes cafifentas e armação de cimitarra
oh, céus! e nem frases feitas caem bem/explicam bem/delimitam bem o que ajuízam de mim
sim, menina! foi no Chez Modestine que perdi o discernimento que balancei o lenço aos piratas e me fiz desmesuradamente aço-inox versus a dissimulação dos autocratas
devia ter percebido tempo que passei vislumbrando a escuridão que emanava do rio devia te prestado mais atenção na Ilha do Sol com sua ausência de avenidas sem blocos de paralelepípedos e sua mansidão
oh, minha Dulcinéia! já te prometi tantos moinhos e tantas garrafas de vinho ao luar
Nossa! parece até que adivinhei que as horas ali eram calendários maias que prediziam um futuro que nunca haveria
o emudecimento e o isolamento a imagem da menina escorada no píer de embarque a espera do hipotético e seus olhos eram ternos os ensejos falaciosos como a epiderme cálida de uma sereia
rappelle-moi le jour et l’année rappelle-moi le temps qu’ilfaisait…
Tu precisas te tratar desta saudade. Tu precisas deixar de mergulhar os olhos neste monte de lágrimas. Hoje é Domingo! Tu precisas deixar de arrumar delicadamente quase todos os dias, a roupa do teu filho que já cresceu. Tu precisas deixar de recordar beijos e abraços, entremeados de adeus. Tu precisas olhar a chuva caindo como coisa feita para molhar os jardins, e não barulho, que adormeça a alma.
Hoje é Domingo.
Tu precisas cantar as Canções antigas, sem dançar com o tempo. O tempo já fez seu caminho, e o que ficou nas fotos, foram sorrisos felizes, e cabelos em desalinho.
Tu precisas ficar de bem, com o hoje. Tu precisas encontrar contigo, ali , saindo correndo da escola, ou na mesa tosca do bar de sempre, batucando com os dedos um antigo Samba…
Aqui em Outubro, o Domingo se espreguiça… E boceja. A vida não esta, corre sem dar tréguas. Égua, mano, que lindo! Tu precisas te tratar desta saudade.
Luiz Jorge Ferreira
*Do livro “Nunca mais sairei de mim, sem levar as asas”. **Luiz Jorge Ferreira é amapaense, médico que reside em São Paulo e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames).