é neste nó no meu peito que engatam as palavras eu não saberia dizer que é mentira quando tu perguntas se é a ti que amo um golpe certeiro uma faca no peito esse sentimento que beira a imoralidade me pego contando as tábuas no teto tudo parece ter um pouco de nostalgia a janela aberta tuas mãos me abrindo caminho não saberia dizer se ainda estou vivo ou se aqui é o céu. deveria ser proibido amar tanto alguém assim.
MORMAÇO – (Pedro Stkls/ Igor de Oliveira) – Com participação de Rebecca Braga
Você plantou em mim uma saudade Dessas de raízes fortes Que vão pro fundo da terra E não sabem voltar
Tanta coisa linda pra viver Tanta chuva pra se aproveitar E nós dois aqui nessa distância De lembranças e remendos
Hoje vou pegar o meu barco E do meio do mar Eu vou cantar aquela canção Sobre a roseira E debaixo do sol sob o mormaço Vou lembrar que um dia Eu te transformei em poesia
Os nossos sábados já tem um gostinho especial de encontro, de troca e de arte. E para abrilhantar essa noite, eu recebo os Poetas Azuis, para um bate papo bem poético e divertido e você é nosso convidado de honra!
O Poetas Azuis é um grupo lítero-musical, criado em 2012 a partir de estudos e investigações poéticas e musicais para popularizar a poesia, dedica-se à criação de recitais/shows que propiciem dinâmicas horizontais entre públicos de diversas faixas etárias, baseando-se na capacidade de maravilhar as pessoas através dos sentimentos que imprimem em seus poemas-canções, com foco em suas habilidades e sensibilidades emocionais, poéticas e estéticas. Paralelamente às apresentações, o grupo fomenta seu espaço na internet onde busca compartilhar poemas de poetas conhecidos pelo grande público ou não. Atua também na esfera de projetos voltados para a criação literária e poesia falada através de oficinas, palestras e workshops.
O grupo tem como seus líderes os poetas Pedro Stkls, que nasceu nascido em 1988, em Macapá – AP, e ainda reside na sua cidade de origem. É poeta, compositor e dizedor de poesias. Teve sua estreia em 2010 como ator de teatro na peça 4 Elementos, Participou como autor convidado de diversos eventos literários no Brasil, ministrando oficinas ou dizendo poesias e participando de debates, dentre os quais destaca-se a OFFFLIP (Paraty-RJ), em 2013.
Thiago Soeiro, nascido em Belém do Pará, morou até os 18 anos na cidade de Monte Dourado- PA, onde começou seu contato com a escrita por meio de textos e cartas, desenvolveu sua poesia falando do seu cotidiano e de todas as coisas que o cerca e dos seus sentimentos. No ano de 2009 criou o blog Amor Cafona, onde publicou durante anos poemas e textos acerca da temática do amor e das desilusões amorosas. Participou do grupo Poesia na Boca da Noite, onde declamou poemas em logradouros públicos e participou da coletânea publicada em 2010. Ainda neste ano criou o sarau Poema de Quinta, juntamente com outros poetas a exemplo de Aline Monteiro e Janete Lacerda.
Criou em 2012 junto com o poeta Pedro Stkls, o grupo Poetas Azuis, que trabalha a popularização da poesia por meio da música e da fala. O grupo surgiu com a ideia de declamar as poesias de poetas locais e desde então, tem pesquisado vários poetas locais e nacionais trabalhando de um jeito a deixa-los ao estilo do grupo. Os “azuis” já realizaram inúmeros shows em sua cidade natal e demais estados brasileiros, participaram de diversos festivais de música, feiras literárias e prêmios de literatura.
O grupo trabalha com apresentações em um formato de PocketShow, com duração média de 1h (uma hora), e já se apresentou em instituições de ensino superior como Universidade Federal do Amapá-UNIFAP, Universidade Estadual do Amapá– UEAP.
E para esta noite, com gostinho especial em alusão ao dia dos namorados, os poetas participarão da entrevista no Conhecendo o Artista, com a apresentação da atriz Kássia Modesto. Você é nosso convidado mais que especial e para você, nós preparamos um sorteio que estará disponível até o início do programa de hoje no Instagram @srta.modesto.
Arrecadações voluntárias, destinadas a doação de alimentos, remédios, produtos de higiene pessoal e limpeza, podem ser feitas através da conta Ag: 8529, CC: 23542-9, CPF: 008.482.032-24 Itaú, Rita de Cassia Silva Modesto, ou no telefone 96 981005163.
Então, vem com a gente, hoje às 21h, no perfil do Instagram @srta.modesto, a Live Programa, Conhecendo o Artista.
Apresentadora: Kássia Modesto
Roteiro: Marcelo Luz
Produção: Wanderson Viana
Arte: Rafael Maciel
Artistas Convidados: Poetas Azuis
possuo estas mãos um tanto quanto desajeitadas que sequer sabem dar conta das tarefas domésticas diárias
lavo a louça respingando em toda a cozinha demoro duas horas só para cortar os temperos minha motricidade — nada fina — [não por falta de esmero apresenta uma caligrafia apenas legível o suficiente para impor ao quadro branco [e às turmas uma letra minimamente entendível
estas mãos te tinham: com semelhante ausência de habilidade me atrapalhava em desabotoar teu sutiã e tentar amar-te era sinônimo de risadas das quais agora sou órfã
então eu me concentrava [desengonçada em trançar entre os dedos cada centímetro de teus cabelos e esperando diante da porta me permitia ser convidada pra dentro de tua morada e apreciava tua pequena morte antes de ires embora
estas mesmas mãos hoje encontram-se vazias minha pele? embrutecida… e contrariando o ditado popular não há nenhum pássaro a voar
Meu coração é louco. Eu sou destro, ele é canhoto. Olha sempre para o alto, é míope, mas quer enxergar Andrômeda. Domingo diz que vai estar em Janeiro. Eu sou Julho.
Meu coração é cabisbaixo quando recorda do passado. Anunciou aos muros em ruínas que tem uma máquina do tempo. E jorra sangue para meu cérebro.
Para que eu enxergue a alma. Ama as Músicas das outras décadas. Dança sozinho quando eu me aproximo do espelho.
Meu coração é louco. Já criou Deuses, já desceu ladeiras, já fez monólogos, para pulgas Norte-americanas, falado em Esperanto.
Hoje me pregou uma peça…quis sair de mim batendo descompassado,ao Som de uma Canção do Jards Macalé.
Onde vais?…perguntei. Gritei …Quo Vadis. Em latim. …se tu fores de mim.
Nunca mais eu serei eu. Ameacei gritando aos ventos que sacudiam as venezianas. Ele riu…e voltou…escondendo um par de Asas, que só me mostrou quando choveu sal em Outubro.
Luiz Jorge Ferreira
* Do livro de Poemas “Nunca mais sairei de mim sem levar as Asas” – Rumo Editorial – 2019 – São Paulo.
Deus te rasgue o peito com a harmonia leve de um Bolero. O som é de um hino militar. Dois pés em Amsterdam, dois passos sobre a Babilônia, dois dedos sujos de poeira lilás, e silêncio sobre a bailarina de louça, de voz rouca que segura o ventre proeminente de ais.
No desenho do perfil abstrato, cheiro de sabonete de tartaruga, e duas verrugas azuis sob o pomo de Adão. Na parede ilustrada, um verão em Salinas, e duas almas gêmeas semi cegas, concubinas, simplesmente, dão as mãos.
Teu coração ainda menina… palpita…do pé entre os chinelos, ao fio mais externo de cabelo… Teu vestido de chita…tua meia elástica repuxada, tua boca Carmim…teu olhar ensaiado…vais onde eu irei…ou vais onde ficas.
Deus te dê…dois generais para governar o país. Um cavalo cego para te levar as ribanceiras…e dois valentes crioulos com o chicote de couro, para açoita-los por demais.
Dois violões afinados em lá, e um memorial…terra e lama. Na calada entranha sob um sol dourado … cheirando a Macapá.
Um amor na gaveta na página de uma revista careta, e duas pílulas de matar bebê. Uma estampilha de mulher…uma gorda, outra magra, duas escravas de cara branca pó de arroz. Risonha e farta de seios, Nossa Senhora de Guadalupe, e um lume azul da estrela mais vadia.
O rosto de Guernica, e a foz antiga do Marajó. Uma chuva fina da Patagônia, e um Bolero saindo de uma vitrola Philips desafinada de um vizinho chileno em um sábado inútil de Janeiro.
Hoje eu te adivinho deitada… curtindo a sombra de teus seios na parede. Eu te adivinho escrava dos cabelos, penteando-os com os dedos.
Alisando-os no espelho embaçado do quarto. Eu te adivinho sonolenta, arfante, subindo e descendo os peitos. O coração descompassado, a língua em um bailado entredentes, molhada de saliva.
E se eu chegasse, correndo, assustado… Dançaríamos, um Bolero, ou cantaríamos um Fado.
Na última sexta-feira (05), a Secretaria de Estado da Cultura do Amapá (Secult-AP) abriu as inscrições para o projeto “Ao vivo lá em casa”, onde pretende contemplar 250 atrações virtuais propostas pelos diversos segmentos da cultura amapaense. Nesse contexto de distanciamento social provocado pela pandemia da Covid-19, a iniciativa tem por objetivo promover conteúdos artístico-culturais por meio da transmissão de streaming, plataformas digitais e/ou páginas de redes sociais. O edital e as inscrições estão disponíveis no portal da cultura – www.secult.ap.gov.br – e encerram no dia 12 de junho.
Podem participar da seleção pessoas físicas e jurídicas dos variados movimentos artísticos e culturais do Amapá. O edital dá oportunidade a atores, atrizes, cantores, cantoras, poetas, poetisas, Djs, contadores de histórias, enfim, artistas e técnicos que integram a cadeia produtiva da cultura e das artes, sem nenhuma distinção.
Os proponentes poderão inscrever shows musicais, recitais poéticos, espetáculos de teatro, dança e circo, performances, exposições virtuais, exibições, contação de histórias, vídeo-aulas e demonstrações técnicas. Os conteúdos deverão ter no mínimo dez minutos de duração e se adequar as plataformas virtuais, onde serão veiculadas.
Os selecionados farão duas apresentações do conteúdo, no período de 60 dias, sendo por cessão digital para que a Secult reproduza em suas redes sociais (Facebook e Instagram) ou canais streaming e a transmissão online (Live) pelos canais virtuais dos próprios inscritos. Todas as propostas selecionadas receberão o investimento de 2 mil reais, pagos em duas parcelas durante o período de execução.
Para mais informações, a Secretaria de Cultura disponibilizou o e-mail – [email protected], e o telefone de contato (96) 98808-0736. Acompanhe também as atualizações pela hashtag: #aovivolaemcasa.
a poesia escorre pela janela corre solta na folha pelos olhares mudos de quem segue sua rotina hoje é quinta-feira inverno nos corações cansados o poema se mostra pra mim mas não quero encará-lo tento fugir, ignorar mas a chuva na janela quer ser um poema não de amor, porque hoje é inverno a chuva quer ser hoje um poema de saudade.
II
O REAL POEMA
o poema é áspero fura se tocado com força corta os nós da língua fere o medo é belo incomodar a palavra adorar o neologismo fazer ruído na mais clara luz um poema pra ser real depende unicamente de você acreditar nele.
III
CLARIDADE
onde fica a luz do fim do túnel? é difícil saber em certos dias onde nem a rotina aguenta o poema perdido a palavra que é enfiada afiada no peito corta laços invisíveis que só o tempo faz esquecer você leu o jornal pela manhã a notícia era escura: nesta cidade não se escreve mais poemas de amor.
IV
SALVA-VIDAS
o poema é meu salva-vidas é nele que me apoio no alto mar das mágoas nas tempestades de angustia que o vento às vezes me traz quero me segurar nele por toda a vida ser ouvido sentido constantemente salvo do afogamento deus ouve os poemas assim como as orações.
Poemas de Thiago Soeiro (Vídeo e voz de áquila e.)
Nunca mais farei um pacto de viver com a vida. Sabe-se lá o que é vida.
Seria sair pisando descalço sobre a grama molhada. Ou rolar sobre o chão até beijar sua própria sombra sob o Sol. Eu acredito que seja pular amarelinha de olhos fechados, ouvindo Gardel.
Como não tem ninguém para brincar comigo de esconde-esconde. Eu apareço para mim mesmo fazendo de contas, que sou feliz.
Luiz Jorge Ferreira
*Do livro de Poemas “Nunca mais vou sair de mim sem levar as Asas” – Rumo Editorial – São Paulo.
‘Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu…’
Do Heterônimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos. (Vídeo e voz de áquila e.)
Em função das mudanças de comportamento social causadas pela pandemia de Covid-19, a classe artística foi fortemente atingida, com o fechamento dos equipamentos culturais e a impossibilidade de apresentações presenciais. Esse cenário é agravado ainda pela imprevisibilidade da volta dos espetáculos. É nesse contexto que o Sesc lançou, no último dia 3 de junho, o projeto Sesc Cultura ConVIDA!, para incentivar a produção artística em todas as vertentes e levar as apresentações para dentro das casas da plateia.
De 3 a 7 de junho (inscrições encerram hoje), artistas de todo o país poderão inscrever seus trabalhos por meio do site www.sesc.com.br/convida. Serão contemplados até 470 projetos de arte educação, artes cênicas, artes visuais, audiovisual, biblioteca/literatura, música e patrimônio cultural, com investimento previsto de R$ 587.500,00. Com foco em trabalhos não divulgados nos grandes meios de comunicação, o projeto inclui ainda oficinas, debates e podcasts com profissionais que integrem o sistema produtivo da cultura.
“O Sesc Cultura ConVIDA! é a manutenção do trabalho de fomento, difusão e incentivo à produção artística nacional, que o Sesc promove ao longo de mais de sete décadas. Com esta iniciativa pretendemos não só valorizar o trabalho dos artistas de todas as regiões e movimentar a economia criativa, como também contribuir para a qualidade de vida e bem-estar do público neste cenário de isolamento social”, disse a Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc, Lucia Prado.
Cada proponente poderá realizar apenas uma inscrição e as propostas apresentadas deverão respeitar as medidas de isolamento social que estejam em vigor no momento da sua execução. As comissões de cada segmento são compostas por profissionais de Cultura do Sesc que atuam no planejamento e desenvolvimento da programação cultural da instituição.
Serviço:
Assessoria de Comunicação do Sesc Amapá
E-mail: [email protected]
Fone: (96) 98407-9956
Site: www.sescamapa.com.br