A chegada do primeiro avião em Macapá – Crônica/resgate histórico paid’égua de Fernando Canto

Imagem encontrada no Blog Canto da Amazônia, de Fernando Canto

Crônica de Fernando Canto

Não obstante Macapá ser um burgo crescido em função da Fortaleza de São José, por aqui, após 1920, viviam algumas dezenas de habitantes arraigados em sua cultura e vida mansa. Muitos aspectos contados pelo Sr. Martinho Ramos – um dos líderes da festa do Divino Espírito Santo e da Santíssima Trindade, o Marabaixo – caracterizam todo o provincianismo de uma cidade que não imaginava crescer antes de ser escolhida a capital do Amapá, em 1944.

Mas Macapá foi crescendo, observada carinhosamente por muitos que hoje, aposentados, guardam a riqueza da memória e todo um micro-mundo que jamais afugenta o espírito e a naturalidade de gostar daqui. O Sr. Martinho Ramos sabe disso e o seu falar calmo contava, neste depoimento histórico, as transformações e as comparações da velha e da nova Macapá.

Avião Catalina anfíbio – Imagem: Google

“Quando passou por aqui o primeiro avião, eu estava com dois anos de idade, mas pelos meus antepassados eu soube de muitas coisas que se passaram na época (1923), inclusive o Sr. Eufrásio foi quem conseguiu nos dar uma grande música do Marabaixo, que tem o título de ‘A irmã Catita viu o salão/Assim, atracada assim eu não subo não’.

Avião Catalina anfíbio – Imagem encontrada no Facebook do Gilberto Almeida.

“O avião era uma Catalina, anfíbio, descia n’água e em terra. Mas como nós não tínhamos pista de pouso, eles resolveram descer na água. Então, o povo todo correu; aí o Sr. Eufrásio começou a enversar toda a história do avião:

– Corram, corram minha gente. Vamos na praça espiar, o barulho vem de cima e é n’água que vai pousar.

Padre Júlio [Maria Lombaerde] – Imagem encontrada no blog Porta Retrato

Em seguida, todo mundo correu lá pro Torrão, que era o nome de onde está localizado o Novotel. Na ocasião, o velho Eufrásio, observando que os ocupantes do aparelho eram todos alemães, fez:

– À cabeça do alemão, muito sol ele apanhou na taberna do Ventura, um guarda-chuva ele encontrou.

Seguindo, vieram à cidade onde nós tínhamos um padre alemão [na verdade, o padre era de origem belga], o padre Júlio [Maria Lombaerde], que, ao conversar com um dos tripulantes, soube que a gasolina deles havia acabado.

Marabaixo – Foto: Fernando Canto

“Eles estavam perdidos e sem gasolina. Foram recolhidos pelo padre Júlio e aqui ficaram. Logo depois que a maré encheu, eles abriram o avião para visitação pública. As pessoas foram até ao avião, mas não sabiam como entrar. Então um cidadão prontificou-se em auxiliá-las. Quando o cidadão quis atracar na cintura de uma mulher [a irmã Catita] para pô-la no avião, ela disse: “Atracada assim eu não subo não”. O velho Eufrásio viu e tirou o verso que é o estribilho da música (Viu a irmã Catita pelo salão/ Assim, atracada assim eu não subo não)”.

A irmã Catita não ficou aborrecida porque felizmente ela disse aquela expressão sem saber e sem se preocupar se havia um poeta observando tudo para dar a música do marabaixo que deu.

O Poder do Tambor – (crônica demais paid’égua de Fernando Canto) – @fernando__canto

Foto: blog do Márcio Batista

Crônica de Fernando Canto

Não é de hoje que vejo – e ouço – algumas associações de sincretismo entre o catolicismo e os ritos de origem africanos no Amapá como o Candomblé e o Tambor de Mina.

Nunes Pereira, uma das raras referências etnográficas do folclore amapaense, disse em seu livro “O Sahiré e o Marabaixo” (Fundação Joaquim Nabuco, Recife, 1989, pág. 101/115), que quando esteve no Laguinho e no Curiaú em 1949, observou que os tambores utilizados não exerciam claramente sobre os negros o poder transfigurador que os instrumentos de percussão têm na África ou do tipo usado nos terreiros Mina-Gêge de São Luís do Maranhão. Mesmo assim registrou os mais estranhos e emocionantes movimentos de dançarinos no Marabaixo.

Observou que (aos negros) “Nem lhes faltaram, nas máscaras luzidias de suor, o fulgor das pupilas e nos ritus dos lábios carnudos, a expressão dramática, que a posse do Guia, Santo ou Vodum, lhe transmite, e a expressão sensual, que nasce dos sentidos, açulados pelas libações e pelos contactos dos corpos em festa”… Mais adiante ele viu “saltos elásticos de alguns jovens, tais os dos bailarinos acrobatas, ou negaças fulminantes de capoeiras” que lhe reafirmavam um justo conceito, não de antropólogo, mas “de um viajante fascinado”.

Nunes Pereira ficou mesmo encantado com a dança dos negros e mestiços que aos poucos se avolumava no salão sob o comando do Mestre Julião Ramos. E informa que se “nos lembramos das atitudes místicas dos Voduns Mina-Gêge, erguendo os braços para o alto ou baixando-os para abrir mãos que se diriam afagar a terra, também nos lembramos dos passos do frevo pernambucano e das marchinhas do carnaval carioca”. Sua descrição da dança arremata que “Mestre Julião, de súbito, como se fosse envolvido pela fascinação daquele ritmo e daquelas atitudes, entrou a substituir um dos tocadores das ‘caixas’, arrebatando-lhe o instrumento. E, então, pela expressão de sua voz e pela segurança de seus toques, a dança atingiu o seu Pathos. E nela fomos envolvidos também”.

Dizendo isso, suponho que ele tenha mergulhado na “mucura”, a bebida alcoólica muito utilizada no Marabaixo, pois nenhum antropólogo é de ferro.

Tradição: garoto toca caixa de marabaixo em Mazagão, Amapá – Foto: Julio Maria

Ele ainda tentou atrair as negras velhas para conversas sobre terreiros, sobre Mães de Santo e Vodus, mas elas se esquivaram discretamente, entretanto sem poder negar que tudo isso lhes era familiar.

Certa vez eu presenciei uma incorporação sob os tambores do Marabaixo, porém imediatamente retiraram o “cavalo” (uma mulher) do recinto, não dando chance para perguntas.

Sobre esse assunto fui informado de outro caso, provocado por uma bebida possivelmente alucinógena preparada com cachaça e a casca macerada do caimbé branco, árvore abundante no cerrado das cercanias de Macapá.

No Haiti, sincreticamente São Tiago é associado a Ogum, o deus daomeano, com seu ar feroz, barba hirsuta e espada erguida. Em Cuba Ogum se equipara a São Pedro por levar em suas mãos as chaves do céu que são de ferro e a Santiago dos castelhanos, que, a cavalo, os ajudava na guerra matando mouros. No Brasil durante as cerimônias, os “adosu” por eles possuídos assumem uma expressão feroz e durante as danças empunham uma espada e executam a mímica da guerra e dos combates. Segundo Pierre Verger, a assistência grita, saudando: “Ogum ye”. Seus adeptos, muito numerosos, usam colares de cores azuis-escuras e braceletes de ferro. Na Bahia ele é assimilado a Santo Antônio e no Rio de Janeiro a São Jorge, que é outra personagem, ou figura da Festa de São Tiago de Mazagão Velho

Não é de hoje, repito, que essas coisas estão ligadas ao Marabaixo. Mesmo que se diga que seus principais ritos sejam de origem católica, a ancestralidade comanda o inconsciente coletivo. E o toque do tambor é muito poderoso. Inderê, Olô!

20 de Novembro Dia da Consciência Negra – Por Marcelo Guido

Por Marcelo Guido

Por que precisamos desse dia?

Criada em 2003, a data nos remete ao passado e tem o intuito de fazer uma reflexão da inserção do negro na sociedade brasileira, escolhido o dia 20 de novembro não à toa , já que é a data atribuída à morte de Zumbí dos Palmares, um dos maiores e históricos lideres negros que já habitou nossa pátria.

Mas por que ainda hoje precisamos refletir se somos no papel um país multirracial, se nosso sangue miscigenado encantou o pai da seleção natural Charles Darwin, se nossa sociedade é tropical, abençoada por Deus e bonita por natureza ?

É amigos, quem nos dera não precisar! Vivemos um verdadeiro “apartheid” não oficial. Isso porque a política nefasta, que por muitos anos foi responsável pela segregação na África do Sul, é aplicada em nosso país na pior forma, a forma oculta.

A necessidade de uma data oficial como essa é para lembrarmos que a cada 100 vítimas de assassinatos no Brasil , 71 são negras, que a extrema maioria de nossa massa carcerária nos presídios é negra, que a maioria das famílias que vivem na miséria no Brasil é negra. Por isso a reflexão.

A dívida que se tem com o povo afrodescendente é mil vezes maior , foram 400 anos de escravidão, marca essa que para poder tirar de nossa história, precisaríamos ser redescobertos.

O Brasil foi um dos últimos países a deixar de ser escravista. Por isso a reflexão. Para mostrar para muitos que politica de cotas raciais, instituída no Brasil apenas em 2014, não trata-se de uma esmola, e sim de uma reparação histórica para com o povo negro. Por isso a reflexão.

Pra lembrar a todos que foi só a partir de 2003, mais exatamente no dia 09 de janeiro, com o advento da lei 10.939, que o currículo escolar brasileiro teve que colocar a temática “História da Cultura Afro –Brasileira” para que os alunos pudessem entender o por que do respeito com a cultura Afro.

Só por esses aspectos, o dia da consciência negra já se faz necessário.

Refletir sobre os erros para que nunca mais eles sejam repetidos, para que o jovem negro possa ter orgulho de sua raça, origem e cor. Por mais cabelos naturais e menos alisamentos nas meninas . Que o orgulho negro seja realmente reconhecido.

Precisamos deste dia para saber que ascensão social do negro não é um favor, e sim um direito. Para que as escolas, repartições e universidades sejam sim um espaço de ampla inclusão.

Zumbi vive em cada jovem médico negro, em cada advogado negro em cada ministro negro, em cada professor negro.

Para que intelectuais históricos, como Machado de Assis e Castro Alves possam ser referenciados como realmente foram.

Para que o elevador social que é quase um templo- já diria Jorge Aragão – seja esquecido e realmente fique no passado. Para que Wilson Simonal saia do limbo cultural o qual foi colocado.

Para que máximas como a do grande educador Paulo Freire , reconhecido mundialmente pelos serviços prestados à educação, sejam enterradas de vez: “os negros nascem proibidos de serem inteligentes” .

Para que nossa sociedade seja mais justa e menos hipócrita.

Viva Zumbi, Cartola, Ivone, Jovelina, Mano Brow , Ben Jor, Leci, Serginho Chulapa , D2, Tony Tornado, Tim Maia, Mussum e todos aqueles que um dia lutaram por igualdade, meu máximo respeito.

Um Salve para todos os negros.

*Marcelo Guido é Jornalista, Pai da Lanna e do Bento e maridão da Bia.

O Tratado Noturno em uma mesa de bar  – Crônica de Lorena Queiroz – @LorenaadvLorena

Crônica de Lorena Queiroz

Como todo ser noturno que ama habitar à meia luz da boêmia, andando pelos caminhos incertos das garrafas verdes e marrons, já me deparei analisando várias vezes este mundo que, a princípio, parece a alguns, fútil e vazio de perspectivas. Ora, se você pensa assim deve ser um daqueles sujeitos estranhamente sóbrios que nunca contou um segredo a um garçom considerado, aquele que te apresenta a conta quando o dia nasce e que sabe mais da tua vida que a tua própria mãe. Agora vou mentir um pouco dizendo que não te julgo, pois todos sempre o fazem, dizer que cada ser sabe da própria felicidade e que os caminhos são próprios de cada um, mas na verdade, que vida incompleta penso eu ser a sua. Concordo com o pensamento Bukowski quando diz que ser são é fácil, mas pra ser bêbado tem que ter talento.

O fato é que a mesa de bar é um divã, um confessionário onde embalado pelo álcool e os petiscos que entupirão nossas artérias e nos trarão um péssimo dia seguinte, despejamos uma parte significativa de nós. Uma porção que nunca daríamos em outro lugar. Talvez a boemia tenha que ser promovida a religião, pois eu nunca contei para um padre o que já disse desavergonhadamente em uma mesa de bar. E se Jesus multiplicou o vinho, eis aí o aval de que eu precisava.

Não, caro leitor, não quero que você se torne um alcoólatra que acabará em alguma sarjeta com a cara lambida por algum vira-lata marrom e amistoso. Mas é como nosso velho safado disse, você precisa ter talento para se meter com os seres noturnos e se você não possui tal traquejo, beba sua água com gás e faça caminhadas quando o sol te agredir menos a pele. Eu gosto da filosofia da mesa de bar, esse tratado em que todos se entendem mesmo quando o peso do álcool torna as coisas desconexas, onde um sujeito só julgará o outro se este tiver bebido menos, assim, certamente estará ele no lugar errado. São momentos de liberdade e de amores que duram a eternidade que os minutos te proporcionam, e isso é bom, pois também é bom esquecer ou simplesmente não lembrar de tudo.

Portanto, seja paciente com os bêbados, seja gentil com a noite, mesmo se você for um ser diurno. Somos feitos de filosofia, histórias e saudade. Nossos devaneios nunca incomodarão ninguém, pois eles se esvaem quando fechamos a conta e o dia. Por fim, siga o conselho do poeta francês Charles Baudelaire: “Para não ser escravos martirizados pelo tempo, embriagai-vos, embriagai-vos, sem cessar! Com vinho, poesia ou virtude, a vossa escolha.”

*Lorena Queiroz é advogada, amante de literatura, devoradora compulsiva de livros e crítica literária oficial deste site, além de prima/irmã amada deste editor.

A entressafra criativa – Crônica de Elton Tavares (Ilustrada por Ronaldo Rony)

Crônica de Elton Tavares

De tempos em tempos, não consigo filosofar, mesmo que de forma barata, sobre a vida. Antes redigia um texto por dia com tanta facilidade. É, nem escrevo mais tanto sobre boemia, um de meus assuntos prediletos. Quem dera ter o dom de poetizar ou redigir uma crônica sobre uma invenção qualquer.

Essas insônias solitárias, na companhia de livros, fotos, papos virtuais e a madrugada com a trilha sonora recheada de The Cure promovem uma mistura de sensações e doideiras. Sobre isso, não basta neste momento para um bom texto.

Aí volto a tentar escrever algo legal, seja sobre o trabalho, este novo blog e todas as possibilidades…

Quem sabe sobre amigos.

Nada.

Me faltam ideias.

Normal, é a “entressafra criativa”. Talvez sobre o dia a dia de um assessor de comunicação-jornalista-editor? Nada…quanta tolice!

Quando ocorre, substituo o conteúdo feito de invenção por posts informativos. Claro que com referências e assuntos que acho que são relevantes.

O jeito é canalizar a energia para leitura, afinal os livros sempre fertilizam as ideias e aquecem a paixão pela escrita sobre tudo, até os sonhos. É, vou ler um pouco e tentar dormir. Tomara que amanhã eu vá à forra, viva mais, experimente mais dessa experiência que é existir, e assim, a entressafra criativa vá embora.

Por enquanto, vamos aos sonhos – outra maneira de encontrar com o lúdico de viver. É isso!

Daqui a pouco: pequena crônica de Ronaldo Rodrigues para sexta-feira à noite

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Daqui a pouco vou levantar desta cadeira, abrir a janela e gritar para o tráfego que corre lá embaixo, na avenida, que já raiou a liberdade no horizonte do Brasil.

Daqui a pouco vou afrouxar a gravata, arregaçar as mangas, abrir a porta com um chute e sair correndo até a rua, por todas as ruas, em busca do bar perfeito, que é exatamente o imperfeito.

Daqui a pouco vou adentrar o paraíso e o purgatório onde me aguardam as piadas mais infames e grosseiras, lado a lado com os comentários mais sagazes e coerentes.

Daqui a pouco vou gozar o direito de ir e vir aos botecos & bares & valas & esgotos & espeluncas & inferninhos.

Daqui a pouco vou usar minha liberdade condicional, com a condição de voltar para a prisão totalmente embriagado.

Daqui a pouco as borbulhas de cerveja que nascem no fundo do copo irão explodir no meu cérebro justamente no momento em que eu der a tacada mortal na bola de bilhar.

Daqui a pouco vou pegar o regime semiaberto, escancarar o regime, fugir para sempre de tudo e de todos e, na segunda-feira, me resignar e voltar para a prisão do escritório.

Daqui a pouco, bem pouco, vou acionar a lista dos meus contatos para dar início à grande rebelião. Mas só daqui a pouco.

Um ano do apagão: Nunca vi uma noite como aquela. Nunca vivemos um período como aquele

Macapá na noite de terça-feira (3/11/2020) – Foto: Aog Rocha

Crônica de Elton Tavares

Eu nunca tinha visto/vivido uma noite como aquela. Parece que todos os raios do planeta caiam somente nesta cidade equatorial, nosso lugar no mundo. A tempestade era digna de um filme apocalíptico, raios e trovões que parecia que o céu estava desabando sobre nossas cabeças, algo surreal. E tudo isso dentro de uma crise pandêmica, pois há exatamente um ano, quando ocorreu o apagão no Amapá, a Covid-19 matava dezenas de pessoas por dia em nosso estado.

Sim, na noite de 3 de novembro de 2020, dos 16 municípios amapaenses 13 deles foram afetados com um apagão de energia elétrica, causado por uma pane em um transformador (o qual a concessionária amapaense não tinha equipamento reserva) que durou mais de 20 dias. Foi uma tragédia. Uma humilhação. Uma catástrofe sem precedentes.

Imagem: Fantástico/G1 Amapá

Teve fome, agonia, tristeza. Teve letargia no socorro que nunca chegava. Teve prejuízo, revolta, resignação. Teve protestos/guerra nas redes sociais e nas ruas. Teve solidariedade, teve descrédito e pouca esperança. Teve medo. Teve pessoas assistindo a tudo sem fazer nada. Uns por egoísmo, outros por conveniência. Teve desespero!

Com o apagão, vivemos as crises sanitária e energética aterrorizantes. O Governo Federal demorou a nos ajudar, mesmo com o esforço mútuo de instituições e parlamentares locais. Foram muitos os heróis conhecidos e anônimos que ajudaram pessoas naqueles dias sombrios com distribuição de milhares de cestas básicas em comunidades e periferias nas cidades tomadas pela escuridão. O esforço dessas pessoas foi crucial para colocar comida na mesa de famílias cuja renda foi ceifada pela pandemia e falta de energia.

Imagem: Fantástico/G1 Amapá

Teve um rodízio de energia desleal. Dividida em dois turnos – de 0h às 6h e 12h às 18h ou de 6h às 12h e 18h às 0h – a retomada parcial do serviço, prevista para durar uma semana, se estendeu por quase um mês e impôs todo tipo de limitações aos amapaenses. Aliás, passamos de todos os limites naquela época tenebrosa.

A interrupção no fornecimento de energia elétrica no Amapá já se estendeu por 22 dias (oscilando entre blecautes, racionamentos e rodízios de energia), sendo que os efeitos danosos deste “apagão” foi uma tristeza difícil de contar em apenas uma crônica. Aquela loucura foi o maior e mais prolongado apagão na história do país.

Sim, foi em novembro de 2020 que o mundo acabou para muitos. Ultrapassamos a linha e o Amapá se viu dentro de um abismo escuro. O que a vida reservou pra gente, hein? O único aprendizado na dor enquanto aqueles dias se arrastaram, cheios de perdas, revolta e notícias tristes, foi sermos solidários. Pelo menos foi o que aprendi.

Um dia, após a Covid-19 ser erradicada de vez, talvez eu escreva um livro com o título: “Depois do Fim do Mundo – Uma crônica para sobreviventes”.

Apesar do melancólico e inimaginável período, seguimos iluminados pelo dom da vida. Espero que não, sinceramente, não tenhamos que viver aquilo nunca mais. Pois é triste lembrar. Uma pena que tenha sido assim!

*Revisão e edição da amiga jornalista Gilvana Santos.

Biblioteca da Unifap realiza a campanha #LerUnifap

A Biblioteca Central da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) está realizando uma campanha em comemoração à Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, que ocorre no período de 23 a 29 de outubro.

A campanha tem como objetivo conhecer e dar visibilidade ao que a comunidade acadêmica está lendo atualmente, o livro favorito que marcou a jornada universitária ou o último livro que emprestou para leitura.

Por conta da pandemia da Covid-19 a campanha ocorre de forma online, como explica Mário Lima, diretor da Biblioteca Central da UNIFAP: “como estamos ainda enfrentando a pandemia e a biblioteca está com seus espaços de estudo fechados, resolvemos fazer a semana que homenageia o livro e a biblioteca de forma remota, assim todos podem interagir mostrando através da hashtag suas preferências literárias, livros que marcaram ou que estão sendo apreciados no momento”, destaca.

Para participar os interessados devem publicar uma foto do livro que faz uso na graduação ou na pós-graduação, usando a hashtag #LerUnifap. Podem participar todos os que compõem a comunidade universitária, alunos, professores e técnicos. Ao final da campanha será realizado um sorteio de 3 prêmios surpresas através do Instagram da Biblioteca Central da UNIFAP (@bcunifap).

Semana Nacional do Livro e da Biblioteca

Instituída pelo Decreto n. 84.631, de 9 de abril de 1980, o objetivo da data é incentivar a leitura e a construção do conhecimento através da difusão do livro, da informação e do acesso às diversas formas de manifestações artísticas e culturais. Além disso, a comemoração também visa divulgar a profissão d@ Bibliotecári@ e possibilitar a atualização e o desenvolvimento desses profissionais.

Participem!

Ascom Unifap

Frases, contos e histórias do Cleomar (Segunda Edição de 2021)

Tenho dito aqui – desde fevereiro de 2018 – que meu amigo Cleomar Almeida é cômico no Facebook (e na vida). Ele, que é um competente engenheiro, é também a pavulagem, gentebonisse, presepada e boçalidade em pessoa, como poucos que conheço. Um maluco divertido, inteligente, gaiato, espirituoso e de bem com a vida. Dono de célebres frases como “ajeitando, todo mundo se dá bem” e do “ei!” mais conhecido dos botecos da cidade, além de inventor do “PRI” (Plano de Recuperação da Imagem), quando você tá queimado. Quem conhece, sabe.

Assim como as anteriores, segue a Segunda Edição de 2021, cheia de disparos virtuais do nosso pávulo e hilário amigo sobre situações vividas em tempos pelo ilustre amigo. Boa leitura (e risos):

Tacacá

Semana que vem vou fazer um tacacá aqui em casa, a senha, e tem que ser gritada bem alto, pra poder entrar é “Bolsonaroémeuszovo”. Gritou, entrou, um de cada vez pra evitar “aglomeramento”.

Grade de vinho

Tenho uns amigos que durante a pandemia, começaram a beber vinho, gostaram tanto que já estão bebendo vinho de grades.

CEA & Cobrança

Quero entender como alguém consegue passar 30 meses sem pagar a conta de energia e não ser importunado, aqui em casa atrasou um mês tu já acorda com o barulho da escada da CEA no poste, “track track”. É um cabôco trepado lá em cima e o outro com o papel em baixo te cobrando, fdc.

Dinheiro no bolso

Com dinheiro no bolso, até o jeito que eu ando é diferente, “amodo” que eu desfilo.

Pobre bolsominion é burro

O cara que tem grana e é Bolsominion não me incomoda, me incomoda é ver um lascado, que mal consegue se manter, que não consegue fazer nem as compras do mês, que tem carro mas não pode ir muito longe pq vive na reserva, que tá com a porra do aluguel atrasado e sabe que não tem como pagar e que a tempos perdeu qualquer perspectiva de melhorar de vida, defendendo esse governo. Ele briga pelo Bozo como se fosse rico, pensa que é classe média e vive como pobre. Parece que tá sem rumo, só esbraveja, vive um tomamento de cu diário e ainda não se tocou que não faz parte do negócio.

Ser besta

Se tem uma coisa em que eu sou bom, fera mesmo, praticamente imbatível, é em ser besta pra os outros.

Azar nas filas

Caros amigos, quando me virem numa fila, qualquer que seja ela, banco, supermercado, padaria, fila pra pegar a hóstia na igreja… evitem entrar nela, procurem outra, mesmo que a minha fila tenha menos gente, evitem. Se a fila do lado tiver vinte pessoas e na minha só eu, evitem! A minha fila inevitavelmente vai parar, sofro do mal da fila parada, já vi acabar dinheiro do caixa eletrônico comigo na fila, já perdi show esperando na fila pra entrar. Confia em mim, entra na outra fila.

Amapacap

Preciso parar de fazer conta pensando no prêmio do Amapacap.

Custos

Pessoal aqui de casa pensa que eu sou o dono da CEA, a CEA pensa que eu sou filho do dono do Itaú, e o dono do Itaú sabe que não é meu pai.
Diacho de vida!

Calor

Aqui em Macapá, os humilhados serão assados.

Banho de Rio

Começou a dar errado quando vcs vieram com essa caboquice de vestir camisa manga comprida pra tomar banho de rio.

Liso no Feriado

Deveria ser proibido o cara ficar liso em pleno feriadão.

Pilotos

No fim das contas eu estava certo em gostar mais do Senna que do Piquet.

Vida de Gado (Bolsomínion)

Vida de Bolsominion é um negócio de doido, fdc!!

Cozimento

A pessoa que mora no Amapá e usa o chuveiro elétrico no 4, vai cantarolando pra o inferno, de boa. Povo aqui de casa não toma banho, faz um pré cozimento.

Malcriação & covid

Tá vendo o que dá a malcriação? Ontem tava fazendo cotoco para os outros, hoje tá com Covid. (Minha mulher, me contando que o Ministro da Saúde tá com Covid lá nos States).

Cantoria ruim

Ouvir a Julliete cantando é melhor do que ser surdo.

Padre manicão

Quanto ao Padre Festeiro, ele não saindo com a minha mulher tá tudo tranquilo, capaz até de eu ir junto.

Sem de vergonha

Coisa que eu não tenho e que definitivamente não me faz falta é vergonha na cara, credo!!

Coisas do Norte

Fala que é do norte, mas não sabe a diferença entre o camarão catado e o escolhido.

 

É, eu gosto! – Crônica de Elton Tavares (com ilustrações de Ronaldo Rony)

Eu gosto de fotografar, de beber com os amigos e de ser jornalista (talvez, um dia, um bom). Gosto de estar com minha família, do meu trabalho e de Rock And Roll. Eu gosto de café, mas só durante o trabalho, enquanto escrevo. Gosto de sorvete de tapioca, de cerveja gelada e da comida que minha mãe faz. Também gosto de comer besteira (o que me engorda e depois dá um arrependimentozinho).

Gosto de sorrisos e de gente educada. Eu gosto de gente engraçada. Gosto de bater papo com os amigos sobre música, política e rir das loucuras que a religião (todas elas) promove. Eu gosto de chuva e de frio. Gosto de futebol. Gosto dos golaços e da vibração da torcida.

Gosto de ir ao cinema, de ler livros e de jogar videogame. Gosto de rever amigos, mas somente os de verdade e de gente maluca. E gosto de Macapá, minha cidade.

Eu gosto de ser estranho, desconfiado, briguento e muitas vezes intransigente.

Sim, confesso que gosto.

Gosto de viajar, de pirar e alegrar. Gosto de dizer o que sinto. Às vezes, também gosto de provocar. Mesmo que tudo isso seja um estranho gostar.

Gosto de encontros casuais, de trilhas sonoras e de dar parabéns. Gosto de ver o Flamengo ganhar, meu irmão chegar e ver quem amo sorrir. Também gosto de Samba e do Carnaval. Gosto de ouvir o velho Chico Buarque cantar – ah, como eu gosto!

Eu gosto de explicar, empolgar, apostar, sonhar, amar, de fazer valer e de botar pra quebrar. Ah, eu gosto de tanta coisa legal e outras nem tão legais. Difícil de enumerar.

Eu gosto de ler textos bem escritos, de gols de fora da área, de riffs de guitarra bem tocados, de humor negro e do respeito dos que me cercam.

Gosto de me trancar no quarto e pensar sobre a vida. Gosto quando escrevo algo que alguém gosta. Gosto mais ainda quando dizem que gostaram.

Eu gosto também de escrever algo meio sem sentido para a maioria como este texto. Eu gosto mesmo é de ser feliz de verdade, não somente pensar em ser assim. Gosto de acreditar. Como aqui exemplifico, gosto de devanear, de exprimir, de demonstrar e extravasar.

Pois é, são coisas que gosto de gostar. É isso.

Elton Tavares

*Texto do livro “Crônicas De Rocha – Sobre Bençãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020.

José Falcão gira a roda da vida. Feliz aniversário, amigo!

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste vigésimo terceiro dia de outubro, o amigo José Falcão gira a roda da vida e lhe rendo homenagens, pois trata-se de um baita cara paid’égua!

Pai dedicado de quatro filhos, homem trabalhador e justo, parceiro e piloto do cotidiano dos corres da vida. Um cara porreta, bem-humorado e tranquilo.

Convivi com esse figura por mais de dois anos e ele me ajudou muito em várias missões. Claro que temos uma relação mútua de parceria. Apesar de já ter quase me matado (risos), quando sofremos um acidente de trânsito no início de 2020, ele é realmente um cara porreta!

Em resumo, o Zé é o cara que resolve as coisas enquanto estou focado nos meus afazeres profissionais. Dou valor no brother. Já foram muitas aventuras, perrengues e presepadas junto a esse maluco. Até hoje, mesmo de longe, ele sempre dá uma força e sou grato por isso.

Zé, mano velho, que teu dia seja lindão. Que teu novo ciclo seja ainda mais feliz, produtivo e iluminado. Que sigas pisando firme e de cabeça erguida em busca dos teus objetivos, sempre com esse bom humor e coragem. Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. Que a Força sempre esteja contigo. E que tua vida seja longa, repleta de momentos porretas. Você merece. Parabéns pelo seu dia. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Continuo em frente e com a força de sempre! – Crônica de Elton Tavares (com ilustrações de Ronaldo Rony)

Eu continuo trabalhando muito, pois adoro minha profissão. Continuo sincero, contudo áspero. Eu continuo diferenciando puxa-sacos de profissionais, apesar de muitos não terem tal discernimento. Eu continuo honesto, apesar das propostas indecorosas. Continuo pobre, contudo sem telhado de vidro ou rabo de palha. Como sempre, não acompanho a moda convencional, mas fico ligado na underground.

Vivo a celebrar minha existência com a família e os amigos. Permaneço bebendo mais que o permitido, mas nunca fui ou sou um bêbado enjoado. Sigo boêmio inveterado, só que muito menos que antigamente. Continuo apaixonado pela boa música, mas extremista com alguns gêneros musicais. Sigo com meu amor pelo Rock and Roll, MPB e Samba. Continuo apaixonado pelo Carnaval, mas só na época mesmo.

Eu continuo exigente, mas sempre à procura da facilidade. Continuo antipático para alguns e paid’égua para a maioria. Continuo assumindo meus erros e brigando pelos meus direitos, custe o que custar. Continuo sem intenção de agradar a todos, mas acertando mais que errando. Ainda sou Flamengo, mas não brigo mais quando o time perde, até dou risada da encheção de saco dos adversários.

Eu continuo tirando barato de erros grotescos, mas aguento as consequências quando falho. Continuo escrevendo, mas com a consciência de nem sempre agradar. Continuo a me irritar com a necessidade de tanta gente de aparecer ou ser admirada, mas não sou totalmente desprovido dessa soberba.

Continuo convivendo com figurões e anônimos, sem deslumbre ou desdém, pois é assim que deve ser. Ainda faço mais amigos que inimigos, apesar dessa segunda lista aumentar consideravelmente a cada ano. Permaneço gordo, feio e arrogante, entretanto, respeitoso, justo, bom de papo e sortudo. Sigo “Eu Futebol Clube”, sem falso altruísmo e sempre aviso: se resolver encarar, é bom se garantir.

Continuo insuportavelmente ranzinza, mas incrivelmente querido pelos meus familiares e verdadeiros amigos. Prossigo acreditando nas pessoas, apesar de elas me decepcionarem sistematicamente. Continuo amando, odiando, ignorando, provocando, aplaudindo e vaiando. E sempre fazendo o que precisa ser feito pra manutenção da minha felicidade e do bem das pessoas que amo, mesmo que seja algo egoísta. Resumindo, continuo correndo atrás e com cada vez mais motivos pra permanecer sorrindo.

Elton Tavares

*Do livro “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”, de minha autoria, lançado em setembro de 2020.

Antônio Brasileiro, o homem misterioso que tocava músicas numa folha de mangueira – Crônica de @alcinea

Crônica de Alcinéa Cavalcante

Uns diziam que ele era louco, outros falavam que era um bêbado. Penso que nem uma coisa nem outra, talvez misterioso, diferente de todos os outros homens que andavam pelas ruas do antigo bairro da Favela. Ah, ele tinha sim mistérios guardados no olhar.

Sempre trajado elegantemente – calça social, sapato bico fino e camisa de mangas – diariamente ele percorria as ruas do bairro tocando maravilhosamente várias músicas, principalmente o hino nacional, numa folha de mangueira, por isso ficou conhecido como “seu Antônio Brasileiro”. Nunca vi ninguém, além dele, usar uma folha de qualquer planta como instrumento musical.

Louco não era, pois um louco jamais conseguiria essa proeza. Bêbado também não, pois caminhava sobre o meio-fio que, se muito, tinha um palmo de largura. Um bêbado não teria equilíbrio para tal.

Educado, mas de poucas palavras, cumprimentava todo mundo com um discreto bom dia, um aceno de mão ou inclinando a cabeça. Não falava de sua vida nem da vida de ninguém. Se alguém começava a lhe fazer perguntas tratava logo de pegar uma folha de mangueira e começar a tocar, assim fugia do interrogatório.

Quando ele aparecia tocando sua folha, as crianças corriam atrás dele e seguiam-no por alguns quarteirões. Ao ouvir o som, os adultos corriam para as janelas. Muita gente dizia que não havia ninguém que tocasse com mais perfeição que ele o Hino Nacional, em qualquer instrumento que fosse.

Antônio Brasileiro nunca contou quando e como ou com quem descobriu que podia tirar os mais belos sons e tocar lindas melodias, soprando uma folha de árvore.

Seu endereço exato ninguém sabia. O certo é que morava na Favela (aqui abro um parêntese para dizer que o bairro da Favela nunca foi uma favela), talvez perto do estádio Glicério Marques, pois era por ali, na rua Leopoldo Machado que se ouvia, pela manhã, os primeiros sons de sua folha, depois descia a avenida Mendonça Furtado e seguia não sei para onde. Horas depois voltava pelo mesmo caminho.

Tinha família? Tinha sobrenome? Ninguém sabia. E se alguém lhe perguntasse não respondia, se punha a tocar. Como já falei, era homem de poucas palavras. Misterioso. E todos queriam desvendar, sem sucesso, os mistérios daquele tocador de folhas, que tinha o olhar sereno e quase nunca sorria.

Tinha profissão? Dizem que foi um cozinheiro de mão cheia do Hospital Geral e que do nada abandonou o emprego e passou a perambular pelas ruas. Por isso que uns dizem que ele era louco e outros que ele perdeu o emprego para o álcool. Mas eu reafirmo: nem louco, nem bêbado. Era o retrato da liberdade, livre de todas as amarras, talvez preso apenas aos seus mistérios que ninguém conseguia decifrar.

Às vezes quando caminho pelos canteiros floridos da avenida Mendonça Furtado ou à sombra das mangueiras da Leopoldo Machado imagino “seu Antônio Brasileiro” aparecendo de repente. Ele arranca uma folha de mangueira, começa a tocar, as pessoas aparecem na janela. Ele passa por mim, me cumprimenta com a cabeça, desce a ladeira e segue rodeado por um bando de moleques não sei para onde.

E eu sorrio. E quem me vê sorrindo assim sozinha nem imagina o por quê.

Antônio Brasileiro deixou seus mistérios impregnados na paisagem da minha Favela.

Fonte: Blog da Alcinéa.

Hoje é o Dia do Professor – Minha homenagem aos nobres educadores

Homenagem do MP-AP – Arte: Ascom MP

Hoje (15) é o Dia do Professor. A origem da data é em razão que, no dia 15 de outubro de 1827, Pedro I, então Imperador do Brasil baixou um Decreto que criou o Ensino Elementar Nacional. De acordo com a resolução, “todas as cidades, vilas e lugarejos teriam que ter escolas de primeiras letras”. Foi assim.

A profissão é talvez a mais nobre de todas, afinal o professor é o norteador dos futuros profissionais em todas as áreas de atuação que existem. Tive dezenas de bons professores, como a saudosa Gorete Monteiro. Excelente educadora, lecionava Português na Escola Polivalente Tiradentes, foi com ela que comecei a escrever melhor.

Falando de nossa língua, também exalto a professora Catarina Moutinho, que me deu aula no Colégio Amapaense e que reencontrei no Seama, onde formei em Comunicação. Não posso deixar de falar do Carlos Magno, profissional brilhante, que abriu minhas idéias.

Ah, também homenageio aqueles que, além de bons professores, se tornaram meus amigos pessoais, caso do Silvio Neto (professor universitário). Paulo e Patrick Bitencourt, meus irmãos da Cúpula do Trovão, Gabriela Dias, Marcelo Guido, Enilton Cardoso, Armando Cavalcante, Alzira Nogueira e Rita Barcessat, ambas da Unifap, entre outros. Pois tenho muitos brothers que lecionam e é impossível enumerá-los neste post.

Sou filho de uma professora e orientadora educacional, Maria Lúcia Vale Cardoso, que muito honrou a profissão. Minha mãe ralou pra caramba em salas de aula nos aos 80. Depois formou-se e seguiu contribuindo com a educação de centenas de pessoas, que hoje trabalham nas mais distintas áreas. A ela, em nome de todos os professores, minhas homenagens!

Feliz Dia do Professor aos trabalhadores da nobre e tão pouco reconhecida profissão. Esse é o profissional dos profissionais, com toda a certeza, a profissão que mãe é de todas as outras.

Maria Lúcia, minha mãe, a professora da minha vida.

Torço para que, um dia, o Brasil faça Justiça e valorizes seus educadores com condições de trabalho e salários dignos. Parabéns, mestres!

Elton Tavares