FELIZ EQUINÓCIO! – Crônica de Fernando Canto – @fernando__canto

Por Fernando Canto

Hoje é dia do Equinócio. Feliz equinócio das flores para todos vocês, amigos e familiares!

O Criador Incriado é tão perfeito que quando fez os planetas e astros lhes dotou de movimentos diversos, inclusive lhe dando equilíbrio, quando a Terra, por exemplo se afasta do sol para realizar os solstícios e, na sua volta, os equinócios. Assim, todos os continentes usufruem quase das mesmas luzes, ainda que tenham características ecológicas e biomas diferentes, como diferentes são os animais e povos que os habitam e deles podem tirar seu sustento.

Foto: Manoel Raimundo Fonseca

Então, o movimento que dá calor aos corpos vivos é eivado do equilíbrio que todos necessitamos para seguir na vida, dar valor à existência e agradecer a deidade sem ficar refém da ciência, pois é uma forma poética e filosófica de tentar entender nossa pequenez diante do universo. Se nem pensarmos nisso, ficaremos eternamente sem sombra. Estaremos sempre a-sombrados diante do caos que se instala ao largo do grande rio da Latitude Zero, semimortos, e com um punhal de luz nas nossas cabeças, quase cegos, suplicando por um eclipse amenizador na linha equinocial.

Foto: Márcia do Carmo

*Equinócio da Primavera ocorrerá exatamente às 16h31 desta quarta-feira (22). A luz do sol ultrapassará a linha imaginária do Equador, no Monumento do Marco Zero. O fenômeno poderá ser visualizado em Macapá, única capital brasileira cortada pela linha que divide a terra em dois hemisférios: Norte e Sul.

O Equinócio de Primavera e o meu amigo Fernando Canto – Crônica de Elton Tavares

Foto: Márcia do Carmo

Em Macapá aconteceu, nesta quarta-feira (22), o Equinócio de Primavera. O fenômeno ocorre duas vezes ao ano, em março batizado como Equinócio das Águas, por conta do aumento do nível das águas e em setembro. O solstício marca o início das estações e faz com que o dia e a noite durem igualmente 12 horas. O segundo equinócio de 2021 acontecerá às 16h31 de hoje. O momento marcará o início da Primavera, em que a terra se inclina fazendo com que a Linha do Equador fique mais próxima da direção do sol.

Em 2012, quando cobri o acontecimento, o Equinócio ocorreu exatamente às 11h49 do dia 22 de setembro daquele ano. A luz do sol ultrapassou a linha imaginária do Equador, por dentro do obelisco do Monumento do Marco Zero. O fenômeno é visualizado em Macapá, única capital brasileira cortada pela linha que divide a terra em dois hemisférios: Norte e Sul. É um belo espetáculo!

Além do calor, show de luzes solares e florescer da natureza, o Equinócio sempre me lembra do amigo Fernando Canto. O escritor, poeta, entre outras tantas coisas porretas, é apaixonado pelo fenômeno natural, como também morre por amores de muitas coisas da nossa Macapá. O amigo até escreveu um livro, em 2004, e o batizou de “EquinoCIO”.

Ilustração de Ronaldo Rony

Dono de frases como: “E cá estou: no mais profundo mar. Sem culpas. Mudando como o sol na manhã de um equinócio da primavera”; “Que o sol em seu esplendor, neste Equinócio de Primavera, nos dê energia para enfrentar o trabalho e iluminar nossos passos pela vida”, “Do outono ou da primavera. Depende de que lado do mundo você está. Escolha o meio” ou parte de um poema: “Ao meio-dia, assombro-me em segredo – Encolhidinho – no equinócio da alma”, Fernando Canto segue a descrever poeticamente o equinócio com mais luz que ele próprio.

Certa vez, pela rede social Facebook, Fernando disse-me: “brother, um bom dia de equinócio pra você. Muita energia e sinta-se A-sombrado (sem-sombra ao meio dia). Constate isso. Acho que da mesma forma como os paraenses saúdam seus conterrâneos dizendo “Bom Círio”, nós, do Amapá deveríamos dizer “Boa Luz para você” ou “Bom equinócio, minha nega”.

Aí pensei: esse cara é mesmo porreta, “fouuuu” (outra expressão dele, que não é “otáro”)!

Ilustração de Ronaldo Rony

Ainda bem que temos muita beleza natural e fenômenos como o equinócio, que acontecem duas vezes ao ano. E ainda melhor que temos pessoas como Fernando Canto, que vivem a cultura e a magia do Amapá e que acontecem o ano todo. Hoje, o espetacular fenômeno rolou às 10h31 (horário de Brasília). Portanto, boa luz pra você!

Elton Tavares

*Crônica do meu livro “Crônicas De Rocha – Sobre bênçãos e canalhices diárias”, que  foi lançado em 2020.

O CÍRCULO – Crônica de Fernando Canto – @fernando__canto

Foto: Floriano Lima.

Crônica de Fernando Canto

Um jovem amigo apresentou-me à sua namorada como se eu fosse o expoente de alguma coisa. Antes, porém, que a conversa continuasse fiz um trocadilho que soou a mim mesmo como uma reflexão para a vida. Disse-lhe então que agora eu era um “ex-poente”, que buscava a alvorada, o nascente, a direção do sol que muitas vezes ignorei, não lhe dando o verdadeiro valor.

Todos nós, quando paramos para pensar melhor, cremos ser verdade que determinado evento pessoal tem o significado do encerramento de um ciclo. E um ciclo não é apenas um período onde ocorrem fatos importantes ou uma série de fenômenos que se sucedem em ordem, como as estações. Um ciclo também é um círculo, ressalvadas as diferentes origens das palavras. Como tal ele tem um simbolismo amplo, algo maior do que aquilo que pensamos ao começarmos a tomar novas atitudes.

O círculo, segundo Champeaux e Sterckx, é um ponto estendido; participa da perfeição do ponto. Os dois possuem propriedades simbólicas comuns: perfeição, homogeneidade, ausência de distinção ou de divisão. O círculo é considerado em sua totalidade indivisa. O movimento circular é perfeito, imutável, sem começo nem fim, e nem variações, o que o habilita a simbolizar o tempo.

Mas há muitas formas de interpretar o círculo: o próprio céu torna-se símbolo, o símbolo do mundo espiritual, invisível e transcendente. Simboliza o céu cósmico nas suas relações com a terra. Para os autores acima citados “o círculo pode simbolizar a divindade considerada não apenas em sua imutabilidade, mas também em sua bondade difundida como origem, substância e consumação de todas as coisas; a tradição cristã dirá: como alfa e ômega”.

Desde a Antiguidade ele tem servido para mostrar a totalidade, a perfeição, englobando o tempo para melhor poder medi-lo. Na Babilônia ele foi dividido em 360º e decomposto em seis segmentos de 60º. Seu nome – shar – designava o universo, o cosmo. Mais tarde dele foi retirada a noção do tempo infinito, cíclico, universal, que foi transmitida através da serpente que morde a própria cauda.

A essa conotação, a serpente Uróboro simboliza um ciclo de evolução encerrado nela mesma. Traz concomitantemente idéias de movimento, de continuidade, de autofecundação e, de eterno retorno.

Mas a serpente não é o círculo, aquele que transcende. Ela, ao morder a própria cauda está condenada a girar sobre si mesma, como a roda. Jamais poderá escapar do seu ciclo para se elevar a um nível superior. Agora, na ânsia de mudar, de começar um novo ciclo, de ir em busca do sol que nasce, me deparo com paradoxos porque as coisas estão escondidas nos raios celestes e no círculo do céu. E coisas não permanecem as mesmas. Como nós elas não são duradouras e estão sempre se tornando outras coisas, outras entidades. Bem disse Heráclito: não podemos entrar duas vezes no mesmo rio.

E como é grande a correnteza dessas águas. Ela guia e move meu caminho ao mar. Mas apesar de tudo esta viagem reflexiva me obriga a perambular pelo albedo da terra em direção ao oriente. Recuso-me ao crepúsculo: sinto-me mudança, conflito e renovação. A cada sete anos revigoro-me na ablução pelo fogo e regenero-me em chips astrais. Sou carbono, gases, água e sonho que não evanesce.

Foto: Márcia do Carmo.

Sim, recuso-me ao crepúsculo, recuso-me ao poente. Rebelo-me contra meus genes e insurjo-me à natureza, pois busco o círculo onde está centrada a árvore da vida. E cá estou: no mais profundo mar. Sem culpas. Mudando como o sol na manhã de um equinócio da primavera.

Fernando Canto

Ai, meu Jarí – Por Débora Venturini

Foto: Gabriel Flores

Por Débora Venturini

Quem nunca viu o Amazonas
Nunca irá entender a vida de um povo
De alma e cor brasileiras
Suas conquistas ribeiras...”

Joãozinho Gomes é mesmo um gênio. Do porte daqueles poetas que a gente aprende a gostar já na escola…e vai nos acompanhando ao longo da vida. Dos melhores. Ah, João, vc me faz chorar com tanta beleza, vc sabe disso. Vc viu. João fala como ninguém de uma cultura que pra mim, paulista, está muito distante. E pra muita gente ainda é mais longe. Mas eu digo, o Amapá é logo ali. Depois de dois voos, eu desembarquei no aeroporto de Macapá no início desse mês, mas diferente das outras vezes em que lá estive, eu fui pra Santana, pegar um barco, o João Bruno II. O destino era Laranjal do Jari e o acesso, era o próprio Rio Amazonas. O caminho não seria percorrido de uma só vez, a viagem foi como aquelas que a gente vai parando o tempo inteiro…igual ao ônibus que encosta pra pegar passageiro. Mas era um barco parando pra buscar histórias pelas comunidades ribeirinhas. O barco grande parava perto dos afluentes e então, com as voadeiras, eu seguia pelos rios, conhecendo profundamente quem de fato é que tem alma e cor brasileiras. E então eu passei a ver o Brasil mais lindo que o Brasil não conhece. Rio Preto, Rio Maracá, Rio Ajuruxi, Rio Ariramba, Rio Cajari e finalmente o Rio Jari. E junto desses rios e de matas que mais parecerem um quadro, fui visitando comunidades como as de São José, São Jorge, Santo Antônio, Maranata, Macedônia, Canaã, São Pedro, Filadelfia, Betel, Santa Ana, Paraíso e depois o Distrito de Jarilândia, Vitória do Jari e finalmente, Laranjal do Jari, meu destino final, “Ai, meu Jari”.

Foto: Gabriel Flores

E quantas histórias eu ouvi. A técnica de enfermagem que operava milagres ao socorrer os acidentados ao longo do rio; as mãos pretas do rapaz que colhia açaí de dia e de noite tocava o teclado na igreja; a menina que tinha o sonho de ser doutora; o garoto que só queria uma roça pra poder casar e ter filhos; a mãe que se orgulhava de ter o filho dono do armazém e do baile da comunidade. E tinha o almoço na panela, um jacaré, e tinha panela, quanta panela brilhante numa parede de uma casa linda. Palafitas, construções que de tempos em tempos precisam avançar pela mata porque o rio vem se aproximando. Ouvi o rei da comunidade, que mesmo casado, namorou a cunhada e a sogra; passei na rua que tem nome de…de…bem, deixa pra lá, e ah, soube que lá tinha um barco com nome parecido ao do Titanic, rs…Ai, meu Jari…me surpreendi com o senhor que achou um tesouro português no fundo da casa; entendi a realidade dos jovens através de um jovem vereador, que pouco estudou, mas teve a mãe, líder comunitária, como sua professora de luta. Conheci como funciona a plantação, o comércio do açaí, que é de lá, o melhor do Brasil, e que se come junto com o peixe e a farinha. E não vem com esse papo de granola não…isso é coisa de paulista. E ainda tem a castanha…Tomei tanto café pra ouvir tudo isso, um melhor que o outro. Um conto mais rico que o outro.

Foto: Gabriel Flores

Tinha rede no barco pra dormir, não tinha rede de internet pra se conectar, mas sai com uma rede imensa de pessoas, histórias, lembranças e que já se transformaram em saudade (obrigada equipe linda!! Que gente querida).

Foto: Gabriel Flores

A viagem foi uma imersão. Pra pesquisar, entender, construir, contribuir, conectar e emocionar. Não se faz uma viagem dessas e volta a mesma pessoa. Na verdade, eu ainda não sei se voltei. Ainda guardo aqui dentro imagens tão fortes, as vozes ribeirinhas, o cheiro do mato, a beleza do Rio Amazonas, a alegria das crianças nadando…a cultura mais rica, iluminada e perfeita que eu pude sentir, mas no sentido mais profundo que a palavra cultura nos permite entender. Lá, é onde a gente fica à flor da pele, e não se consegue segurar. Sim, eu chorei, de felicidade, de deslumbramento, de gratidão.

Foto: Gabriel Flores

E atenção: pra cuidar daquelas bandas de lá, só mesmo alguém muito sensível. Não é pra qualquer um, há de se ter conhecimento de sobra, coragem de um herói, verdade nos olhos e amor que transborde. E ali, naquele barco, estavam pessoas que amam demais esse lugar, que respeitam, que sabem traduzir cada uma daquelas histórias e construir novas, com toda delicadeza. E com toda competência. E eu vi de perto, alguém que estava ali, vivendo cada minuto daquela expedição com vontade. Com verdade. Obrigada por essa experiência, Clécio Luis Vieira! Você como ninguém é gente de lá, e é disso que aquelas pessoas precisam! Valorizar, reforçar que aquilo tudo que eu vi é de vcs! #peloamapáinteiro, sua trilha! Vá e abrace isso tudo!

Foto: Gabriel Flores

E com o violão do grande Enrico Di Miceli, com as participações de artistas esplêndidos e amados como Fineias Nelluty, Adelson Preto, Brenda Melo, Alan Gomes, Ariel Moura e tantos outros que ali estavam, eu ouço em um coro lindo, já em terra firme, os últimos versos de Jeito Tucujú. A canção, hino perfeito e feito em parceria com Val Milhomem, Joãozinho Gomes, o gênio, diz que quem não conhece o Amazonas, “Não contará nossa história / Por não saber ou por não fazer jus / Não curtirá nossas festas tucujú / Quem avistar o Amazonas nesse momento / E souber transbordar de tanto amor / Esse terá entendido o jeito de ser do povo daqui.” João, vc disse tudo.

Foto: Gabriel Flores
Foto: Gabriel Flores

*Débora Venturini é assessora de comunicação e produtora cultural.

Neste vigésimo dia de setembro, Lúcia Pimentel gira a roda da vida. Feliz aniversário, querida!

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste vigésimo dia de setembro, a querida tia e amiga (sim, pois existem tias e tios não amigos em todas as famílias do mundo), Lúcia Pimentel, gira a roda da vida e lhe rendo homenagens, pois trata-se de uma baita mulher porreta!

A Lúcia chega ao seu 60ª ano, mas com corpo e rosto de 40 e toda a beleza de ser um ser humano ímpar neste planeta. Trata-se da dedicada mãe da linda Danielle, esposa e parceira do Pedro Aurélio, irmã apaixonada, advogada, zootecnista, fazendeira, servidora da Caesa, torcedora fervorosa do Clube Náutico Capibaribe, cuidadora de animais (principalmente cavalos), minha querida e linda tia “postiça” preferida e amiga que tanto amo.

Claro que já fiquei muito puto com a Lúcia. Por política e tals, mas quem não ficou ao menos chateado por este motivo no Brasil que vivemos tá fora da realidade. Porém, isso foi somente uma vírgula no grande texto que é a nossa vida, pois tenho a aniversariante em alta conta.

Já disse e repito: gosto de ter a Lúcia por perto. Ela é uma pessoa de verdade, que não esconde imperfeições e derrama uma sinceridade cativante. Ela me trata com seu afeto e adoro  seus sorrisos, sotaque, conselhos, engraçadíssimas histórias de vida. Dá gosto de ver o cuidado e zelo com seu marido, assim como ela tinha com nossa Peró.

Falando nisso, 2020 foi ruim demais e, pra nossa família, 2021 foi pior ainda, pois perdemos nossa matriarca, minha avó. E a Lúcia esteve junto em todos os momentos difíceis. Sou muito grato por isso. E a gratidão a ela é com ênfase, pois também cuida do Pedrão como ninguém.

Eu sigo amigo da Lúcia e sei que é recíproco. Sou fã da mulher inteligente, bonita, honesta, trabalhadora, sincera, carismática, prestativa, desprovida de frescura, discreta e dona de uma positividade invejável que ela é. Também já disse e volto a afirmar: sinto que posso contar com a Lúcia para qualquer coisa. E é recíproco.

Lúcia, querida amiga, que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa garra e coragem em tudo que te propões a fazer. Que a Força sempre esteja contigo. Que tenhas sempre saúde (muita saúde) e ainda mais sucesso na jornada. E que tua vida seja longa, por mais pelo menos mais 60 setembros. Gordão aqui te ama. Aliás, nós te amamos. Parabéns pelo teu dia e feliz aniversário!

Elton Tavares

 

 

Prefácio do livro “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias” – Por Fernando Canto (ontem completou um ano do lançamento da obra)

Clique na imagem para visualizar melhor

Ontem (18), completou um ano do lançamento do meu primeiro livro. Republico o prefácio abaixo, assinado pelo meu amigo Fernando Canto. Pois relembrar é rememorar.

Foto: Flávio Cavalcante.

Prefácio do livro “Crônicas de Rocha – Sobre Bênçãos e Canalhices Diárias”

Por Fernando Canto

Após a súbita subida dimensional do nosso inesquecível amigo Tãgaha Soares, o Elton Tavares me elegeu para escrever o prefácio do seu primeiro livro de crônicas e contos. Haja responsa.

Já se passaram dois anos, e eu aqui tentando alinhavar umas palavras que coubessem no seu texto carregado de frases insólitas, no conjunto do seu fazer insistente em dar forma e existência a uma produção intelectual que traz a lume no seu famoso site “De Rocha”.

Tagaha Luz, o primeiro incentivador para o livro, que morreu em 2016, no traço de Ronaldo Rony, que ilustrou o livro.

Ao leitor inabitual fica a advertência: você vai encontrar palavras inexistentes, mas deverá compreender o intuito, pois o autor é chegado a um neologismo onde realmente nenhuma palavra cabe, e a gírias atuais, modernas, que pessoas da geração dele se comunicam com libações ao redor de uma cerveja do polo sul. Fica também a informação de que palavras como: ”infetéticos”, “migué”, “tals”, “óquei”, “brodagem”, “caralístico” “paideguice”, “sequelado” e “rabugem” trazem sempre uma boa dosagem de ironia e lirismo, porque, como ele mesmo diz: “Nunca fui convencional”. E sempre que pode reafirma recorrentemente: “É isso!”

Elton Tavares e Fernando Canto, no traço de Ronaldo Rony, que ilustrou o livro.

Nestas crônicas Elton Tavares se exime de toda a responsabilidade textual que venha possibilitar relação com a sua trampagem (O cara é jornalista, brother!). Disso ele se esquiva e mergulha fundo com independência e caráter. E navega por trilhas que abre diuturnamente como o seu peso e coragem, até encontrar outros rumos temáticos. São saborosas observações do cotidiano expressas de forma, diria novamente, inusitadas, dinâmicas e expostas ao sol do equador com seus cabelos-letras-acentos ao vento do Amazonas. Se elas têm sabor, têm cheiro & pele, têm espuma & malte. Têm, sobretudo, a ausência do conservantismo prosaico e das platitudes tão comuns dos que escrevem suas observações cotidianas sem o compromisso com a escritura, ao invés de tê-la como um deleite da vida humana. Por isso elas são irretocáveis no conteúdo e irreverentes, também no endereçamento aos hipócritas.

Fernando Canto e Elton Tavares – Foto: Sharlot Sandin

Creio que as crônicas aqui escritas – muitas delas circunscritas ao Amapá – carregam gestos excruciantes que nos levam a refletir sobre a noção de espaço, pois às vezes temos a intenção de ser espaço. E, por carregarmos muitos vazios dentro de nós, antes e depois do almoço, a intenção é o próprio espaço que esperamos preencher com algo de bom que ficou da nossa vida por um tempo. As crônicas tavarianas me dão esta louca impressão de saciedade, mas depois a fome de ler volta com os cascos, que só pode ser saciada na companhia de uma cerveja bem gelada.

*Quem quiser comprar o livro, ainda tenho poucos exemplares. É só ligar ou mandar mensagem (96-99147-4038).

Elton Tavares

A casca e a cultura política – Crônica de Fernando Canto – @fernando__canto (publicação em homenagem ao centenário de Paulo Freire)

É verdade que demora um pouco, mas devagar a gente vai tirando a casca que fica com a prática da profissão. Uma camada fina e imperceptível se enrosca em muitas facetas construídas e solidificadas no dia-a-dia, em função das conclusões que chegamos num esforço profundo: o de tentar ser justo sobre nossas observações.

E a máxima socrática intervém somando-se à presença quase real dos dizeres encontrados no templo de Delfos da Grécia antiga: “eu sei que nada sei”. Mas paralelamente a isso cada qual vai se fartando de conhecimento, se faltando de erros na busca de novas reflexões que a profissão exige até mesmo para a compreensão da realidade de cada um, do que possui ao seu redor.


Ao professor cabe o pragmatismo da educação e uma trajetória profissional na produção acadêmica, na qual eles têm por missão desempenhar papel sócio-político e cultural como contribuição necessária à ordem do ensino, que é formar, ou quem sabe reformar cabeças de novos cidadãos.

A maioria dos profissionais crê que despojar-se do medo da atualização ou de velhos conceitos ideológicos são necessários, e se constituem uma forma de encarar a profissão sem a arrogância do sabe-tudo e, melhor, sem o estigma do radical militante. Reciclar-se também é importante, porque faz parte do negócio. E o negócio é mesmo a negação do ócio. Aliás, é bom que se pense que uma profissão bem exercida e bem conduzida é um caminho para o sucesso material ou financeiro.


Ninguém dá tudo de graça. É preciso merecer e estar bem preparado, porque em cada ramo de atuação todos mergulham, querendo ou não, nas amarras da cultura política, essa rede impressionante que prende e libera nossas ações sociais. Mateucci e Pasquino a definiram como “o conjunto de atitudes, normas e crenças mais ou menos partilhadas pelos membros de uma determinada unidade social”. Ela é composta, portanto, de um conjunto de subculturas presentes nas nossas atitudes, normas e valores, ou seja, no comportamento de indivíduos nas ações coletivas. Diria ainda, neste caso, nas ações dos profissionais que detém os conhecimentos a respeito de si próprios e de seus contextos, de seus símbolos e linguagens utilizadas. Essas culturas formarão novas culturas políticas.

O mestre Paulo Freire afirmou que quando falamos em uma nova cultura política estamos supondo que haja uma velha, o que nos obriga a refletir como se constitui o novo. Para ele toda novidade nasce do corpo de uma ex-novidade que começou a envelhecer. Como elas não surgem por decreto, há uma ligação entre as coisas que vão ficando velhas com as coisas que vão nascendo. Ele destaca que “uma das preocupações daqueles que pretendem transformar a sociedade é exatamente lutar pela novidade, e uma das formas de se engajar nessa luta é buscar diferentes formas de ajuizar a prática política”. (Freire, Paulo. A Constituição de Uma Nova Cultura Política; S. Paulo, Pólis, 1995). E dentre essas exigências cita a coerência entre o discurso e prática, a tolerância e a humildade na vida de todos.

Sem isso, acredito como Freire, que não há formação, ética profissional, educação, e consequentemente construção da cidadania.

 

*Publicação em homenagem ao centenário de Paulo Freire, o “Patrono da Educação Brasileira”, que atuou principalmente na educação de adultos em áreas proletárias de Pernambuco. 

Tia Biló, a cultura viva do marabaixo! – Por Cláudio Rogério – @claudiorogerio_

Foto: Aydano Fonseca

Por Cláudio Rogério

A madrugada de hoje, no silêncio dos tambores, anunciou a partida de Tia Biló. Eita, que além das estrelas, nas batidas do marabaixo, neste momento, nossa “Preta Velha” emana ao lado dos baluartes e ancestrais de nossa cultura mãe, seu leve e doce cantar.

Aqui neste chão da Amazônia, onde pisou por 96 ciclos do marabaixo, Benedita Guilherma Ramos, carregou mastros, coroas, fitas, murtas, ladrões, caldos, cantorias, gengibirras e muita fé em devoção à Santíssima e ao Divino, amém!

Nos campos do Laguinho, havia um jardim, onde Tia Biló significou a última açucena de Julião Ramos a desviver, mas como toda flor, deixou nestes campos, pólens de matriz africana para colorir mais e mais os jardins e campos da cultura nossa de cada dia.

Quis sim, Olorum chamá-la na primavera vindoura, para que seu povo aqui da terra Tucuju cantasse ao som dos tambores, “tá caindo flor, tá caindo flor, lá no céu, lá na terra, oh! Lê lê tá caindo flor…”

E Biló da resistência, não se conformou somente com as rodas de marabaixo, viajou além, e foram honrarias, prêmios, homenagens, ensinamentos, palestras e entrevistas. Agendas dignas de uma mestra na arte de fazer cultura popular do marabaixo.

Foto: Gabriel Penha

Seus voos que inspiraram poetas, escritores e compositores chegaram à cena do rock amapaense, onde teve seu nome eternizado em uma banda, a “Tia Biló”.

Nos festejos, as bandeirinhas e fitas azuis e vermelhas sempre deram um toque de magia colorindo sua casa e seu barracão, onde pessoas se enalteciam aos fogos e cantorias, anunciando chegada da manhã. E junto na fé, ali estava Tia Biló, agradecendo e pagando sua promessa, herança deixada pelo pai. Agora transmitida aos seus filhos, netos e todos seus seguidores.

Toda vez que ecoar uma caixa de marabaixo nos quatro cantos do mundo, ali, estará firme Tia Biló, mais viva e mais presente como nunca.

Assim, nos sentiremos protegidos, inspirados e seguros para mantermos sempre erguida e no topo dos mastros da vida, a cultura do marabaixo.

Salve, Tia Biló!

Rita Freire muda de idade hoje. Feliz aniversário, irmã!

Sempre me gabo aqui, neste site, pelo fato de ter  amigos longevos. Sim, gente que me abriga em seus corações há décadas e é recíproco. São caras e meninas com quem dividi momentos felizes de minha existência. Uma entre estes afetos gira a roda da vida hoje, a Rita Freire.

A filha da dona Maria José, irmã da Simone, Lourdes e Patrícia, a aniversariante é uma pessoa linda, de grande coração e caráter e fé inabaláveis. Conheci a Rita em 1995 ou 1996, não consigo precisar. Mas isso, somente nesta jornada, pois com toda a certeza, a gente se ama de outras vindas aqui.

Falando em outras vidas, a Rita é uma dessas pessoas iluminadas. Além de boa filha (para a mãe e para o pai, pois cuidou sozinha dele, que nos deixou há poucos meses, por muito tempo), ela coordena grupos de trabalho na União Espírita do Pará, ajuda uma porrada de gente.

Arquiteta apaixonada por gatos, boa gastronomia e Rock and Roll, ela é também minha confidente, conselheira e parceira. Pois mesmo ela morando há mais de 20 anos em Belém do Pará, “…Longe, longe, longe, aqui ao lado, nada nos separa”. Sim, eu  a amo e sou correspondido. Sempre foi assim e sempre será.

A Rita sempre me apoiou em tudo, mesmo distante. Com ela, vivi coisas totalmente impublicáveis, dos tempos que éramos doideira. A broda já segurou algumas de minhas barras mais pesadas. Enfim, trata-se de uma amiga de quem sempre sinto saudades do convívio e que está o tempo todo na minha memória afetiva e no meu coração.

Em 2019, Rita passou alguns dias em Macapá. Deu pra matar um pouquinho das saudades. A pandemia não permitiu que nos víssemos de uns meses para cá. Mas logo que eu pisar em Belém, vou matar essa falta que ela me faz e que a gente ameniza via internet.

Rita, querida amiga, tu és muito importante, perto ou longe. Agradeço sempre o fato da tua existência orbitar a minha e vice-versa. Estás sempre em meu coração, mana.

Neste teu dia,  o dezoito de setembro seja especial. Que sejas mais feliz hoje e sempre. Que tenhas sempre saúde, sucesso e sabedoria junto aos teus amores. Que tudo que caiba no teu conceito de felicidade se realize. Te amo (gosto de dizer isso muitas vezes para as pessoas que amo, de fato)., minha irmã!

Parabéns pelo teu dia e feliz aniversário!!

Elton Tavares

É 18 de setembro e Márcia do Carmo gira a roda da vida. Feliz aniversário, Marcinha! – @carmomarcia

Ser jornalista fez com que eu conhecesse pessoas realmente fantásticas ao longo destes anos de trajetória. E tive a sorte de trabalhar com vários dos melhores profissionais do Amapá. Além de competentes, alguns se mostraram ser pessoas extremamente porretas. É o caso da fotógrafa Márcia do Carmo, que gira a roda da vida hoje.

Marcinha é uma filha zelosa, tia amorosa, amiga prestativa, melhor fotógrafa com quem já trabalhei, fotojornalista de olhar aguçado, cineasta, publicitária, empresária, trabalhadora e batalhadora, além de muito querida amiga deste editor.

Super competente, braba e intrépida, Marcinha é uma pessoa pequena, mas de um talento imenso e um coração gigante. Uma mulher honesta e de caráter, coisa que não podemos dizer de muitos. Ela é uma figura do bem e uma das grandes amigas que fiz nessa profissão.

Minha amizade com Márcia do Carmo foi forjada debaixo de sol e chuva, durante anos de trampo. Já contei aqui e repito que: com ela já fiz viagens malucas em que cobrimos diversos tipos de pautas e em condições adversas. Nós caminhamos na lama, dividimos comida e cervejas pelas estradas e bares do Amapá. Dormimos em carros, barcos e hotéis de qualidade duvidosa. E acreditem, isso são lembranças lindas.

A gente se respeita, se gosta e se ajuda. Sei que posso contar a Marcinha, pois ela já deu provas disso diversas vezes. Essa “retrateira” boçal mora no coração deste gordo e acredito ser recíproco.

Do Carmo, tu sabes o quanto te admiro e respeito. Que tu sigas com saúde sempre e congelando momentos com esse teu feitiço fotográfico. Que a gente ria e beba muito juntos nessa vida, por pelo menos mais uns 51 anos. Tu és foda, considerada e amada.

Obrigado por tudo.  Parabéns pelo teu dia e feliz aniversário!

Elton Tavares

Nota Pesar da Secult/AP

Tia Biló – Foto: Márcia do Carmo

O sábado amanheceu triste com a notícia do falecimento de Benedita Guilherma Ramos, a Tia Biló, ocorrido na madrugada deste dia 18. Grande entusiasta e representante da cultura amapaense, Tia Biló, era matriarca da Família Ramos e única filha viva de Mestre Julião Ramos, fundador do Marabaixo do bairro do Laguinho.

Com a paixão pelo ritmo no DNA, Tia Biló deu inicio em 1988 a Associação Folclórica Raimundo Ladislau, que segue até hoje encantando e perpetuando nossa principal e mais forte expressão cultural. Em maio de 2021, recebeu o prêmio “Mestre da Cultura”, como reconhecimento da Secult/AP por meio da Lei Aldir Blanc.

Filha do Mestre Julião Ramos e Januária Ramos, Tia Biló era a caçula de sete filhos, e assumiu a responsabilidade de repassar aos seus filhos, netos e bisnetos o cuidar com amor e carinho dessa herança ancestral.

Símbolo da resistência da mulher negra, Tia Biló parte aos 96 anos, mas deixa um enorme legado para todo o povo amapaense.

Nesse momento de tristeza, nos solidarizamos com amigos e familiares e agradecemos por tudo que ela fez pela nossa cultura.

Evandro Milhomem
Secretário de Cultura do Amapá

Grande, Tia Biló! – Por Clécio Luís

Foto: Gabriel Flores

O toque de caixa de Marabaixo silenciou no Laguinho e no Amapá, mas os tambores rufaram e ecoaram no céu nesta madrugada, para dar passagem a Tia Biló, o símbolo da nossa resistência cultural, do nosso marabaixo que nos deixou hoje, aos 96 anos anos. Benedita Guilherma Ramos, faleceu neste sábado, 18.

A história de vida da Tia Biló é daquelas para admirar e inspirar tantas gerações de mulheres e homens que aqui vivem.

Benedita Ramos deixa uma história de luta pela preservação da cultura do Batuque e do Marabaixo.

Durante quase um século ela repassou e demonstrou toda a importância que o Marabaixo tem seja no fortalecimento cultural, no crescimento social, histórico e político para todos nós do Amapá.

Foto: Gabriel Flores

Tia Biló, muito Obrigado pelos ensinamentos e por nos repassar o seu amor através do som, da dança, do batuque e da magia de cada Ciclo do Marabaixo que nos encanta e engrandece a cada rodar de saia.

Filha do mestre Julião Ramos, membro da academia de Batuque e Marabaixo, a matriarca da Família Ramos, assumiu a responsabilidade de repassar aos seus filhos, netos e bisnetos todo o amor às raízes e memória das manifestações culturais de nossa terra.

Neste momento de dor, me solidarizo com os familiares e amigos, em especial, a amiga Laura Ramos, filha de Tia Biló.

Que Deus a receba em nova morada. Descanse em paz, grande Tia Biló.

Clécio Luís
Geógrafo, professor, ex-prefeito de Macapá militante da Cultura do Amapá.

Se ainda estivesse por aqui, papai faria 71 anos hoje (Para jamais esquecermos do Zé Penha)

Meu irmão e papai, em 1996.

No dia de hoje (17), se meu saudoso pai estivesse entre nós, faria 71 anos. Antes eu dizia “se estivesse vivo”, mas ele está, dentro de nós, por isso, ainda é seu aniversário. É difícil definir um modelo de vida, acredito que cada um vive da forma que lhe é aprazível. José Penha Tavares viveu tudo de forma intensa e foi um homem muito feliz. Eu sigo seu exemplo e sou muito feliz.

O mais legal é que ele nunca fez mal a ninguém, sempre tratou as pessoas com respeito e foi muito amoroso com os seus. Meu irmão costuma dizer que ele nos ensinou o segredo da vida: “ser gente boa” (apesar de alguns gatos pingados não comungarem desta opinião sobre mim).

Eu, papai e Clara (sua namorada), em 1997.

Quando o bicho pega, falo com ele. Uma espécie de monólogo, mas juro que sinto conforto em lhe contar meus raros problemas. Acredito que papai escuta e, de alguma forma, me ajuda. Devaneio? Não senhores e senhoras, é que aquele cara foi um grande pai, ah se foi. Portanto, deve mexer os pauzinhos lá por cima.

Ele partiu em 1998, faz e fará sempre falta. Sinto saudade todos os dias e penso nele sempre. Nosso amor vem das vidas passadas, atravessou esta e com certeza a próxima. Gostaria de lhe dar um abraço hoje, desejar feliz aniversário e tomar muitas cervas com o Penhão, como costumávamos fazer.

Nós e o Zé Penha, em dezembro de 1997, no último natal dele conosco.

Republico este texto para o Zé Penha jamais ser esquecido. Não por mim, pelo meu irmão ou os irmãos dele, que nunca o esquecemos, mas sim pela legião de amigos que ele fez durante sua breve jornada por aqui. Faço minhas as palavras do poema Filtro Solar: “dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez”. Saudade, Penhão. Feliz aniversário, papai!

Elton Tavares

Parabéns ao Elton Tavares – um irmão de coração para toda a vida – Por Bernadeth Farias (@BernadethFarias)

Por Bernadeth Farias

14 de setembro de 2021 é dia de celebrar a vida de um ser humano que, de amigo, se tornou um irmão de coração. Elton Tavares é o nome dele. O filho da Dona Maria Lúcia e do seu Zé Penha, irmão do Emerson, neto da inesquecível Perolina Penha – a Peró –, tio da fofa Maitê e cunhado da lindeza da Andresa é um irmão que a vida me deu há 10 anos. E foi por acaso e tão natural esse encontro de amizade que se tornou amor para sempre.

Sempre tinha um “oi”, “olá”, “tudo bem”, nas pautas da vida, mas foi na lateral do Teatro das Bacabeiras (durante a cobertura de um evento de Posse) que a gente conversou pela primeira vez por quase uma hora de tempo. E aí surgia a nossa amizade.

E, ao longo dessa década de amizade e convívio, vivemos muitas histórias para contar, a exemplo de: “sou rycaaaaaaa”, “meu cabelo tá fedendo com essa fumaça da calabresa”, “tem fruta nesse sushi”, “eu não vou pegar táxi”, “Índio coloca uma cadeira pra bolsa da Berna”, “o que acontece em Cuiabá fica em Cuiabá”, e por aí vai (algumas rendem crônicas – quem sabe um dia escrevo, kkkkkkkkk).

Meu irmão Elton, a amizade, amor, carinho, cuidado e respeito que tens por mim são valiosos demais, e recíprocos.

Sua generosidade, amor pela família e amigos, dedicação no trabalho, a intensidade com que vive a vida, me fazem te admirar muito. No dia de hoje, e em todos da tua vida, eu te desejo sempre saúde, amor, sucesso e prosperidade. Conte comigo para tudo. Te amo, irmão!
Berna!

*Bernadeth Farias é jornalista, assessora de comunicação e poeta. E grande amiga/irmã de vida deste editor.