Cantor, músico e compositor Alan Yared gira a roda da vida. Feliz aniversário, brother!

Eu, Alan Yared e Black Sabbá – 16/02/2015 – Foto: Fernando França

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Uma dessas pessoas é o Alan Yared. Ele gira a roda da vida neste décimo sétimo dia de fevereiro e lhe rendo homenagem, pois além de artista talentoso, é uma brother gente fina!

Cantor e compositor, Alan Yared é macapaense, e a arte sempre esteve presente em sua vida. Aos 10 anos já se apresentava em programas de calouro, foi um dos primeiros roqueiros a entender o estilo como um movimento.

Nos anos 80, Alan é foi um dos precursores do movimento de rock na capital amapaense com a banda Ura, na década seguinte, integrou a banda Flor de Laranjeira. Depois iniciou a carreira de compositor no ano 2000, em 2004, realizou uma turnê pelo Estado com o show Tributo a Legião Urbana. Em 2005 integrou o grupo Imã e ganhou o festival “Sescanta”, promovido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc/AP).

O cara também se apresentou no festival autoral “O Grito do Rock em 2006 e lançou o CD single “Sai fora Tio Sam”, a música foi executada em rádios de São Paulo (SP) e Belém (PA). Após completar 35 anos de carreira profissional e 50 de idade, Alan Yared lançou três singles que fazem parte do álbum Avenida Fab, uma coletânea de doze canções autorais e em parcerias.

Eu e Yared, em um encontro no início de 2024

Conheço Yared desde moleque e fiz amizade com ele há muito tempo. Alan é também um cara dedicado à família, pois pelo que sei, é bom pai, irmão e filho. Enfim, gosto do Alan. É um cara que curte o meu trabalho e é recíproco. Sem falar que toda vez que nos encontramos é festa.

Yared, que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa garra, sabedoria, coragem e talento em tudo que te propões a fazer. Que a Força sempre esteja contigo. Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. E que tua vida seja longa, repleta de momentos porretas. Parabéns pelo seu dia, Alan. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Arquiteta Silvana Sena gira a roda da vida. Feliz aniversário, prima querida!

Silvana, eu e Bruna

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste décimo sexto dia de fevereiro, minha muito querida prima, Silvana Sena, gira a roda da vida e lhe rendo homenagens.

Silvana é arquiteta, empresária, fazendeira, já trampou com decoração de festas, entre outras coisas (ela é virada pra trabalhar). Remista convicta, festeira, eterna motorista da rodada e viajante do mundo, essa mulher é minha amiga desde que me entendo por gente. É uma querida com quem dividi muitos momentos porretas de nossas vidas e alimentam minha memória afetiva.

Mas o melhor papel que Silvaninha realiza é de mãe do talentoso Felipe, esposa do caralísticamente gente fina, Adriano e filha dedicada da tia Sanzinha. Ah, ela conta com a ajuda essencial da nossa amiga Cila para essas funções. Todas essas pessoas são do meu coração.

Com Silvaninha, minha prima linda e querida.

Já disse e repito: Silvana é uma daquelas pessoas que posso passar meses sem ver, mas sei que posso contar com ela. Coisas de amor de primo, meio irmão. A gente sempre se deu bem demais. Tenho certeza que nosso amor e “consideramento” é recíproco. Sim, somos amigos a vida toda e isso é raro. Também já disse que ela fica chateada por minha ausência em festejos e reuniões em sua casa, mas ela sabe que o gordo aqui é estranho.

Também volto a dizer que Silvana zerou o jogo da vida. Ela tem uma bela família e é feliz. Além disso, tira onda com o tempo, pois segue tão linda quando quando tinha 20 e poucos anos. Além disso, é sempre gentil, sorridente, bem humorada, prestativa e, sobretudo, uma pessoa do bem. Ah, é é politizada do jeito certo, pois assim como eu, ela é contra o nosso perverso mandatário nacional (sim, é preciso dizer isso sempre que temos oportunidade).

Com Silvana e Adriano, vivi muita coisa bacana e inesquecível aqui em Macapá e em Belém (anos 90). Meu saudoso pai os tinha como irmãos. Eu da mesma forma.

Silvaninha, tenho orgulho de ser seu primo e amigo. Tenho sorte de tua existência orbitar a minha e de ter o mesmo sangue que você. Tu sabes, você está sempre aqui dentro deste meu coração transloucado. Que teu novo ciclo seja ainda mais iluminado, produtivo e que tudo que caiba no teu querer se concretize. Que teu novo ciclo seja ainda mais porreta. Que tu tenhas sempre saúde pra trabalhar, viajar, amar os seus e que ainda partilhemos vários momentos lindos com nossa família. Todo o amor dessa vida pra ti. Meus parabéns pelo teu dia. Feliz aniversário!

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar” – Machado de Assis.

Elton Tavares

Uma crônica baseada em baseados reais – Crônica de Ronaldo Rodrigues

GinoflexForever

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Mais uma história verídica quase ficção do meu amigossauro Ginoflex Vinil.

Tocou o celular, eu atendi:

– Alô.
– Fala, Ronaldo!
– Fala, Gino. Qual é o papo?
– Tá rolando uma festinha aí na tua casa?
– Não é bem uma festa, só uns amigos reunidos. Fizemos aquela coleta básica e compramos umas latinhas.
– Eu posso ir praí?
– É… Pode! Mas olha lá, hein! Tu vais trazer algum amigo contigo?
– Vou. O senhor sabe que eu sempre levo alguém.
– Mas quantos tu vais trazer?
– Calma, Gabiru! Relaxa! Vou levar dois.
– Dois? Tá legal. Pode vir.

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Desliguei o celular e me reuni aos três amigos que conversavam e bebiam no pátio de casa, lá no bairro do Trem. Fiquei um pouco apreensivo porque eu sabia que o Ginoflex costumava SE convidar para as reuniões de farra e aproveitava para convidar muita gente. Eu estava pensando nisso quando o Ginoflex apareceu dentro de um carro com mais cinco pessoas. Ao lado, parou outro carro, este com seis pessoas dentro.

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Ginoflex e Ronaldo Rodrigues

O Ginoflex, com aquele jeito todo à vontade, foi logo me apresentando a galera. Na discreta, chamei o Ginoflex para o lado:

– Porra, Gino! Eu falei que não era uma farra grande e tu disseste que só ia trazer dois amigos!
– Calma, Gabiru! Eu falei que ia trazer dois! Dois carros!

Eu compreendi e sorri com mais uma do Gino. Já ia me recolher ao meu canto quando ele, abrindo um pacote de uma erva (que eu não vou dizer aqui), falou com a cara mais sem-vergonha deste meio do mundo:

– Mas eu trouxe outras coisas também, Gabiru!

Aí demos início ao ritual de boas-vindas. Se é que me entendem.

A Banda Paralela no universo do folião amapaense – Crônica de Elton Tavares

Foto: Elton Tavares

Crônica de Elton Tavares

Na última terça (13), o tradicional desfile do bloco “A Banda” foi adiada em Macapá, por conta de chuvas intensas que atingiram a cidade desde a madrugada e por boa parte do dia. A Prefeitura de Macapá decretou situação de emergência no município e muita gente ficou desabrigada ou prejudicada de alguma forma por conta da tempestade.

Em decisão conjunta com órgãos de governo e do município, a coordenação do maior bloco de sujos do norte reagendou o desfile da Banda, para o dia 3 de março de 2024.

Foto: Elton Tavares

Como A Banda é do Povo e o poder público está na assistência das pessoas e segurança da população, muita gente foi para as ruas na terça-feira gorda sim. Eu estava entre as centenas de pessoas que fizeram uma espécie de bloco paralelo, na contramão da ordem do Gabinete da Tristeza de São Pedro, que arriou toda aquela chuvarada desnecessária aqui no meio do mundo.

Mesmo com o adiamento do evento decretado, centenas de foliões estiveram presentes na Rua Cândido Mendes. Eu entre eles. Pois a fome e sede de Carnaval, foi saciada no churrasco de alguns amigos, que tinham se reunido para ver A Banda passar, “cantando coisas de amor”.

Foto: Elton Tavares

Sim, uma porrada de gente fantasiada ou com abadás aproveitaram a bateria da Império da Zona Norte e caixas de som que embalavam o festejo na casa em que os caras se confraternizavam e lá se esbaldaram.

A justificativa, embora nobre em sua essência, não foi atendida pelos amantes do Carnaval. Claro que ninguém ficou feliz com o problema das pessoas atingidas com as chuvas torrenciais, mas o Estado, Prefeitura e demais autoridades cuidaram da situação.

Foto: Elton Tavares

Afinal, era a semana mais esperada do ano, um período de liberdade e celebração onde as tradições se sobrepõem até mesmo às preocupações mais pragmáticas. Ir contra isso era como tentar segurar o ímpeto das ondas com as mãos nuas.

“A Banda paralela” não deixou a desejar em nada a irreverência e alegria contagiante de seus foliões sujos de purpurina. Os tambores continuaram a ecoar pelas ruas, os carros de som improvisados surgiram em cada esquina e as manifestações da quadra momesca encontraram espaços para florescer na Rua Cândido Mendes, em frente ao Teatro das Bacabeiras e no Mercado Central de Macapá.

Tradição foi difícil ir contra. Uma boa parte da população ganhou as ruas e curtiu cada batucada, cada carro de som e cada manifestação da quadra momesca que rolou. Afinal, a chuva não apagou o fogo sagrado do Carnaval. Para mim, foi a expressão mais genuína da alma de um povo que encontra na festa uma forma de reinventar e de afirmar sua identidade cultural diante de qualquer tempestade que possa surgir.

Eu e Kledson Mamed, o Jesus que operou o milagre da Banda Paralela

“...A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira…” – A Felicidade – (Vinícius de Moraes).

Kledson Mamed gira a roda da vida. Feliz aniversário, amigo!! – @mamedmcp

Eu e Mamed, durante uma cobertura jornalística em 2023

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Também costumo dizer que o jornalismo me deu grandes amigos. Alguns inimigos também, mas faz parte. Neste décimo dia de fevereiro, Kledson Mamed gira a roda da vida e deixo aqui registrado que dou muito valor nesse cara, que chega aos 45 anos (tens durado, Lelis).

Kledson é meu colega de trabalho na Secretaria de Comunicação do Tribunal de Justiça do Amapá. Não lembro ao certo a época que conheci o Mamed, mas de certo faz mais de uma década. Em um ano de trampo juntos, o cara que era somente um conhecido, se tornou um amigo querido.

Mamed e amigos da Secom TJAP

Kledson é talentoso editor de imagens, bom fotógrafo e repórter cinematográfico. Um excelente profissional e um cara trabalhador. Também é fervoroso flamenguista, pirata da batucada, sócio remido do Bar Cajueirinho, apreciador de música amapaense e rock and roll e amigo fiel aos seus brothers.

Kledson é aquele tipo de pessoa que está sempre pronto para ajudar, para dar um conselho sincero ou até mesmo uma bronca quando necessário. Mamed é uma figura com autenticidade, gente boa demais, batalhador e parceiro.

Com o Mamed, em uma das nossas divertidas reuniões etílicas

Esse mano tem nome e cara de árabe, bruto, é sincero e às vezes até sem noção, mas com grande coração, bom humor, sacadas hilárias e totalmente sem limites. Ah, ele também é filho, pai e irmão dedicado e amoroso, do seu jeito, à bruta.

Em resumo, o aniversariante é um doido varrido porreta pra caralho. Mamed, mano velho, “tu saaaabes…” Que teu novo ciclo seja ainda mais feliz, produtivo, iluminado e paid’égua. Que tenhas sempre saúde e grana. Que tudo que couber no teu conceito de sucesso se realize. Que a Força sempre esteja contigo. Parabéns pelo teu dia e feliz aniversário!

Elton Tavares

No trabalho, a gente finge ser normal – Crônica de Elton Tavares sobre encontro com velhos amigos, em ambiente profissional

Com Werlen, Cris e Anderson, em 2023, na última vez que eu tinha encontrado com os três juntos pessoalmente.

Sempre digo que aprendi a ter amigos longevos, pois sou sortudo por ter bons companheiros há muito tempo. Hoje encontrei velhos e queridos deste grupo de pessoas. A controada foi com o advogado Anderson Favacho e os assessores jurídicos Werlen Leão e Cris Lozich. Apesar dos três serem Doutores operadores do Direito, são irreverentes e divertidos. É sempre bacana revê-los, mesmo de forma rápidola.

Cris e Werlen, que, aliás, são casados e estão juntos desde a época que os conheci, lá por 1998, sempre foram tranquilos, mas festeiros e parceiros de momentos memoráveis. Já o Anderson, da malucada e porralouquice dos anos 90, assim como eu, e era chamado de “Gordo Loco”. Imaginem as merdas que já fiz com esse brother (risos).

Conheço essa galera há mais de 30 anos.

É como se durante aquele breve encontro, o tempo se dobrasse, e por alguns instantes, os quarentões vissem uns nos outros, os jovens embriagados pela bebida barata, música e saudosa euforia da juventude.

Muitas das histórias com meus velhos amigos são recheadas de momentos sensacionais e memoráveis. Porém, alguns episódios são totalmente impublicáveis e hilários. Como diz o escritor Fernando Canto: “de um tempo que fomos para sermos o que somos”. É isso mesmo.

Ah, a ironia é a “normalidade careta cotidiana”, nada peculiar, dessa nossa turma no trampo. Chega a ser engraçado. Quatro pessoas que o Rock and Roll fluí em suas veias, mas vestidos como cândidos profissionais, com vestimenta meio social, com postura convencional. Aliás, que é o certo, pois todos somos responsáveis com o que paga nossas divertidas vidas.

Dos quatro, sou o único que não tem filhos. Mas meus outros três velhos amigos sabem igualmente navegar entre os mundos dos normais e o nosso universo Rock and Roll.

Encontro porreta hoje com Cris, Werlen e Anderson. Velhos amigos!!

Mesmo assim, na conversa, soltamos pérolas da boa malandragem e boemia. Sem sair da ética, claro. Conversamos, rimos, prometemos um encontro etílico para logo que possível e seguimos.

Em resumo, Werlen, Cris e Anderson são pais, filhos e amigos amorosos. Uma galera gente boa demais. Com eles, mantenho uma relação de amizade e respeito, mesmo a gente com pouco contato. Mas os encontros são sempre bons. Amizade é um bem precioso, fato. E no trabalho, a gente finge ser normal. É isso!

Elton Tavares

‘Uma festa pulsante e do povo’, reforça poeta e escritor sobre Carnaval do Amapá

Das batalhas de confete na Praça do Barão, na década de 1960, aos desfiles das escolas de samba, o carnaval amapaense se mistura no imaginário e na história do Amapá nos últimos 80 anos. A festa também está presente na memória do poeta, escritor, professor e compositor Fernando Canto, que trouxe a folia para sua obra. Este ano, com apoio do Governo do Amapá, o Carnaval 2024 promete alegria e memórias relembradas na Avenida Ivaldo Veras.

Para o poeta e folião, o momento na avenida se traduz como manifestação genuína de um povo que constrói o Carnaval. Fernando Canto explica que a festa é viva e que pode ser aproveitada por qualquer um que queira se juntar a ela.

“O carnaval é pulsante, é uma coisa do povo, é inalienável, aliás, tudo é dele, toda a arte advém do povo, porque ninguém sabe exatamente como as coisas surgem ou momento que se modificam. Essa festa também é um lugar de paixões, de desfilar, de mostrar cada um à sua própria vaidade, mas sempre no sentido da festa, daquilo que é importante para todos nós, sem a pretensão de ter aquela seriedade dos outros tipos desfiles, como procissões ou Sete de Setembro”, reforça Fernando Canto.

Como amante da escrita e do samba, Fernando Canto não teve como escapar da vontade de compor sambas-enredo, emplacando dezenas de letras para diferentes agremiações do estado, como a Boêmios do Laguinho, a escola do coração dele, Piratas Estilizados e Piratas da Batucada.

Foi, curiosamente, a escola Piratas da Batucada, uma das principais rivais do Boêmios, a protagonista de uma divertida história de composição de sambas do poeta. Em 1986, Canto compôs um samba-enredo para ser disputado na agremiação, e conseguiu alcançar o segundo lugar no concurso. Porém, dias depois, um amigo matemático acabou percebendo que a conta das notas estava errada e que o compositor havia sido prejudicado. Após contestar o resultado, o samba dele foi cantado na Avenida FAB naquele ano.

Em 1987, os dirigentes da escola encomendaram um novo samba para o escritor, sobre o enredo “Biroba – o maquinista da alegria”. Ele concordou, mas, com o passar do tempo, acabou esquecendo do pedido. Chegando mais perto do desfile, um dos diretores do Piratão foi até a casa de Fernando pedindo o samba, que acabou tendo que solicitar um tempo a mais para produção da letra.

“Nunca havia escrito um samba-enredo em apenas trinta minutos, mas no final das contas ele foi para o desfile e foi o samba que embalou o primeiro título da história do Piratas da Batucada, em um ano em que foi contada a trajetória de uma figura histórica do bairro do Trem, o Biroba”, conta o escritor.

História no Boêmios do Laguinho

A Boêmios do Laguinho, com 70 anos de existência – mesma idade de Canto –, é a grande paixão do folião, que coleciona sambas e momentos inesquecíveis. A agremiação fica localizada na mesma rua onde o compositor cresceu e foi nela que ele foi eleito Mestre da Nação, título dado às figuras históricas da escola e que é carregado com orgulho.

Além disso, Canto também já foi presidente da escola e uma vez homenageado pela “Nação Negra”, em 2012, juntamente com o compositor Osmar Júnior, com o enredo “Laguinho África minha, cantos e revoadas de dois poetas geniais”. Uma das grandes emoções vividas por ele na avenida, que também ocorreu outras vezes, com a Unidos do Buritizal e Piratas Estilizados.

“Foi uma alegria muito forte, nossa obra foi colocada na avenida, foi cantada pelas pessoas, mas, sobretudo, fica a marca de quem fez alguma coisa para arte, e isso me revigora. Estava ali eu e a obra que eu escrevi, que eu fiz, que eu musiquei, isso nos traz uma felicidade imensa”, disse o escritor.

Carnaval e poesia

Desde o tempo das batalhas de confete às festas das marchinhas de Carnaval que viveu na cidade, lá pelos anos 1960, Fernando Canto aproximou cada vez mais a sua obra da expressão cultural, ora inspirando seus textos, ora seus textos inspirando o próprio Carnaval.

O escritor sempre manteve a irreverência e a fantasia dessa época tão rica, na terra do bloco A Banda e de diversos outros de rua, como pode ser visto no conto “Super-Heróis no Carnaval”, do livro “O Centauro e as Amazonas”, publicado por ele em 2021.

“(…) Eduardo Luís, o Mãos de Tesoura, que acabara de terminar seu relacionamento com a Supermoça, olhava, deprimido, aquela cena enquanto a Mulher Maravilha dançava com o Homem de Areia a marchinha ‘A Jardineira’, mais bêbada que um trem descarrilhado”.

Carnaval 2024

Em dezembro, o Governo do Amapá fez o repasse de R$ 4,5 milhões para o Carnaval 2024. Os eventos carnavalescos fortalecem a cultura, o turismo e a economia, gerando emprego e renda para profissionais como costureiras, estilistas e aderecistas.

O investimento, fruto de articulação do senador Davi Alcolumbre, foi entregue diretamente às 10 agremiações em uma parcela única, por meio da Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá (Liesap).

Texto: Luan Rodrigues
Foto: Albenir Sousa/GEA
Secretaria de Estado da Comunicação

Meus parabéns, Macapá! (homenagem à minha cidade e seus 266 anos) #Macapa266Anos

Foto: Richard Ribeiro

Hoje nossa cidade completa 266 anos, repleta de belas histórias e alguns fatos tristes. Macapá, cheia de riqueza natural e tantas curiosidades, a cidade do “Meio do Mundo”. A única capital brasileira cortada pela linha do Equador e às margens do rio Amazonas. São aproximadamente 500 mil habitantes distribuídos em 59 bairros.

Minha família é pioneira na cidade. Aqui nasci e me criei. É onde trabalho e vivo bem, graças a Deus. Aqui escrevo, literalmente (como vocês têm acompanhado), minha história. Sou grato por todas as oportunidades que me foram dadas nesta terra abençoada.

O nome Macapá é de origem tupi, como uma variação de “macapaba” e quer dizer lugar de muitas bacabas, uma palmeira nativa da região, a bacabeira. Antes de ter o nome de Macapá, o primeiro nome concedido oficialmente às terras da cidade foi Adelantado de Nueva Andaluzia, em 1544, por Carlos V de Espanha, numa concessão a Francisco de Orellana, navegador espanhol que esteve na região.

Foto: Governo do Amapá

Macapá tem gente que amo, gente que me respeita, que me tem apreço. Este é o meu lugar, minha terra amada. Gosto de viajar, mas amo sempre voltar pra cá. Minha cidade alimenta minha produção jornalística/contista/cronista. Há mais de uma década, escrevo sobre lugares, pessoas e fatos dessa cidade maravilhosa. Tento mostrar o lado bom de nossa cidade. Sua Cultura em todas as vertentes. E vos digo: apenas comecei!

Sei que a capital do Amapá possui muitos problemas sociais, políticos, estruturais, mas graças a Deus, as coisas mudam para melhor. Somos um povo acolhedor, as pessoas que vieram de outros lugares sabem disso, por mais que muitos digam que não estão felizes por isto ou aquilo, mas quase ninguém vai embora.

Torço para que muitos se orgulhem, como eu, de ser macapaense. O som do batuque do meu coração toca a caixa de Marabaixo em minha alma. Amo ser da “esquina do rio mais belo com linha do equador”. Estamos no meio do planeta e este é o nosso lugar no mundo.

“Oh, São José da Beira-Mar proteger meu Macapá”. Parabéns, jovem cidade, pelos teus 266 anos. Viva Macapá!

Fale de sua aldeia e estará falando do mundo” – Leon Tolstói.

Elton Tavares

 

 

Cidade Lançante – Crônica de Fernando Canto – @fernando__canto #Macapa266Anos

Foto: Floriano Lima

Por Fernando Canto

Esta baía é uma grande gamela de líquidas contorções, ondas que bailam sob a música do vento.

Esta baía não guarda mais o sangue inglês do comandante Roger Frey que pereceu sob a espada implacável do capitão Ayres Chichorro a 14 de julho de 1632, um dia claro, aliás, de verão amazônico, quando o sol derretia naus e o piche dos tombadilhos. Nem o sol, nem o vento, nem o oceano lá adiante cogitavam que naquela mesma data, dali a 157 anos o povo francês tomaria a Bastilha.

Na margem esquerda deste rio imensurável uma floresta úmida abrigava uns seres esquisitos, cabeludos e cheios de penas coloridas que os portugueses conheciam por Tucuju, Tikuju, Tecoju ou Tecoyen. Segundo ensina a mestra Dominique esse era um povo de origem Aruaque, ocupante da Costa Sul do Amapá que se tornou aliado dos holandeses, dos franceses e dos irlandeses. Por isso foi atacado impiedosamente por uma expedição do desbravador Pedro Teixeira no ano da graça de 1624. Sua história, no contexto da nossa, dá conta que após a façanha do capitão português esse povo procurou abrigo no Cabo do Norte, mas foi reduzido pelos jesuítas a uma missão no baixo Araguari e pelos capuchinhos no baixo Jari. É provável que um pequeno grupo tenha sobrevivido ao sul do município de Mazagão até o início do século XIX. Desse pequenino grupo restaram apenas as cinzas do tempo e um soluço quase imperceptível que morre a cada segundo na agonia de todos os silêncios.

Foto: Max Renê

Esta baía guarda estranhos segredos: uns são contados em língua morta, quando o hálito da madrugada sopra depois que a lua assim determina. Esses são de difícil entendimento. Os outros pairam nos escaninhos dos tabocais ou na boca das pirararas. Dificilmente serão contados.

O estuário deste rio dadivoso acelera a corrente de 2,5 quilômetros por hora para jogar no oceano cerca de 220 mil metros cúbicos de água por segundo. O inacreditável é que apenas o desaguar de 24 horas daria para abastecer de água potável uma cidade superpovoada como São Paulo por quase 30 anos. Números são números, diria o matemático. Nessa foz está a redenção de nossa terra, diz o sonhador sem perder sua utopia. Do barro e dos detritos aluviais se faz a vida. E ela está ali dentro das águas à espera da sustentação das mãos trabalhadoras.

Foto: Juvenal Canto

Esta baía não se faz só de águas e barcos deslizando ao sabor das ondas. Ela abriga uma pequena joia nascida sobre a várzea dos aturiás, velada há dois séculos por uma fortaleza plantada em cima de falésias.

Macapá, velho pomar das macabas, carrega dentro de si a similitude de um éden tropical das narrativas dos antigos viajantes, até por ser banhada por tantos líquidos e cheiros advindos diariamente pela chuva refrescante e pela espuma das lançantes marés.

Foto: Floriano Lima

Macaba, Maca-paba:gordura, óleo, seiva do fruto da palmeira, vida e princípio desta terra, posto que a sombra traz a ternura e contrasta com o benefício da luz que se espraia por glebas de esperança.

Antiga terra da maleita e da febre terçã. Terra do “já teve” já não és. Mas alguns homens ainda jogam em teu traçado xadrez e, silenciosos, manipulam segredos e conspiram contra ti, a degradar-te e degredando teus verdadeiros sonhos e tua vocação para o abrigar da vida que se espera. Mesmo assim a felicidade bem insiste em se hospedar em ti.

Foto: Juvenal Canto

Embora batizada com nome de santo – especialíssimo no panteão católico – teus habitantes não ficam isentos dos perigos: pés se torcem ou se fraturam todos os dias nos buracos das ruas outrora bem cuidadas.

Agora eu fico aqui me perguntando: por que quando te fundaram ergueram um pelourinho? – “Símbolo das franquias municipais”, dirão os doutos e sisudos professores. Ora, quantos homens não castigaram seus escravos até à morte após a partida do governador Francisco, porque estes aproveitaram para fugir durante a solenidade.

Foto: Manoel Raimundo Fonseca

Um tralhoto viu e contou ao Mucuim que diz-que o Ouvidor-Geral e Corregedor Paschoal de Abranches Madeira Fernando tomou um porre de excelente vinho do Porto ofertado a ele nesse dia pelo plenipotenciário capitão-general Mendonça Furtado, que daqui zarpou para o rio Negro para demarcar as fronteiras do reino, a mando de Pombal. Foi um dia de festa aquele 04 de fevereiro de 1758, porque nasceu naquele instante a vila de São José de Macapá.

E ela cresceu e se fez linda e amada, pois os caruanas das águas vez por outra rondam em espirais por aí, passeando em livros abertos, nos teclados dos computadores, pelas portas e pelos filtros dos aparelhos de ar condicionado, nos protegendo das agruras naturais e das decisões de homens isentos do compromisso de te amar.

Parabéns, Macapá!

* Texto escrito em 2001.

Minha mais que maravilhosa mãe, Maria Lúcia, gira a roda da vida pela 70ª vez. Feliz aniversário, amor!

Maria Lúcia, minha mais que maravilhosa mãe, gira a roda da vida pela 70ª vez (com rostinho e astral de quem vive a eterna juventude) neste terceiro dia de fevereiro. Sempre escrevo textos de felicitações para meus afetos, mas para mamãe é sempre mais difícil, pois a maior responsabilidade está sempre nos nossos maiores amores… mas vamos lá. Afinal, nunca fui de economizar em declarações de amor.

Mamãe é um exemplo de perseverança, obstinação e amor que moldou sua jornada. Agradeço sempre a Deus a sorte e honra de ser seu filho. Para mim e Emerson, meu irmão, Lucinha sempre deu tudo que há de melhor nela. É difícil contar toda essa história em um só texto de aniversário.

Mamãe também é vó coruja e amorosa da pequena Maitê, esposa parceira do Enilton, amiga fiel e de quem tem a sorte de ter sua amizade.

Orientadora educacional e professora aposentada, mamãe trabalhou muito, desde bem novinha, para vencer na vida. Ela conseguiu e batalhou muito para dar o melhor para seus filhos, sua mãe e seus irmãos.

Essa senhora de 70 fevereiros, carrega o peso da vida com a graça de quem aprendeu a dançar com o tempo. Maria Lúcia desafiou o destino e esculpiu seu próprio caminho.

Esta mulher, bruta e amorosa ao mesmo tempo, carrega em si a dualidade que permeia a condição humana. Sua teimosia é como um escudo que a protegeu nas batalhas diárias, enquanto sua obstinação foi a chama que a impulsionou a ultrapassar limites. E em meio a tudo isso, seu coração, fiel e vencedor, pulsou com o ritmo da dedicação incansável.

Difícil contabilizar tudo que ela já fez por mim e pelo meu irmão. Aliás, muito mais por mim, seu filho mais velho. A nossa “Lucinha” é uma mulher espetacular e admirável. Ela personifica os amores que tem e realmente faz valer seus dias por cada um de nós.

Mamãe é íntegra, honesta, inteligente, batalhadora e decente. Lucinha sempre foi a luz do meu caminho e o amor que sempre zelou por mim. Ah, ela tem a reza mais forte que conheço e quando tenho problemas, peço suas orações. Sempre sinto que sua oração e bênção são mágicas poderosas e me protegem.

Dela, herdamos atitude e firmeza. Eu e Emerson talvez não fôssemos trabalhadores e todo o resto de coisas legais que nos tornamos, se não fosse por conta da Lucinha. Ela é meu anjo da guarda, minha conselheira e benzedeira, inteligente e sábia. Além de melhor cozinheira do mundo. Ela sempre foi e sempre será minha melhor amiga. Se tem uma coisa de que me orgulho nessa vida, é de ser seu filho.

Em resumo, completa 70 anos neste terceiro dia de fevereiro, minha amiga para todas as horas e a pessoa que mais fez por mim durante meus 47 verões. Mamãe sempre foi meu farol na tempestade, sempre me guiou com sua luz pelo labirinto da existência.

Mãe, que Deus continue a lhe dar saúde. Que os anos se dobrem à sua frente e que tua vida seja longa. Que a senhora siga com essa sabedoria, sexto sentido e alegria (e brabezas) que lhe são peculiares, pois a jornada é seguramente mais porreta porque tenho o seu amor. Nossas existências se cruzaram nesta e espero que assim seja nas próximas vidas. Te amo, Lucinha. Feliz aniversário!

Elton Tavares e Emerson Tavares (pois como irmão mais velho, posso falar pelo Merson).

TOIA DULCE (homenagem à , Primeira Mãe-de-Santo do Amapá) – Crônica de Fernando Canto

Por Fernando Canto

Macapá, a cidade mais fortificada ao norte do Brasil, fora um burgo intransponível para o novo, com suas mazelas de facas que cortavam as águas do Amazonas.

E o novo se escondia entre a liberdade de falar com estranhos deuses e a rebentar com a força das marés os impedimentos e os muros da hegemonia dominante do catolicismo.

Um dia houve a permissão para o estabelecimento da matriz africana sob o sol causticante do equador, e eles, os orixás, vieram tímidos se instalar sob a guarda da pálida lua que nasce bela no continente africano para romper com seu clarão indescritível o estuário do rio.

Foi então que a alma, a intangível alma dos determinados, encarnou a pele ancestral do mundo para transformá-lo em referência de luta e esperança a todos que sabiam, mas não podiam reverenciar suas raízes.

Foi então que Toia Dulce, a princesa da tradição, encarnou definitivamente o novo, quebrando o antes inacessível muro social e religioso, que aos poucos foi desmoronando, mesmo contra as reações dos poderosos.

Foi então que a história protagonizou a mão de Toia Dulce para direcioná-la aos caminhos do bem, do amor e da caridade, em constante luta contra o preconceito e a discriminação sofrida pela família, até o reconhecimento de alguns pela sua prática religiosa, depois tão solicitada.

Essa mesma mão que curava com suas ervas e unguentos a dor dos pobres, das crianças e dos desesperados, fulgurava na sua humildade pelas manhãs macapaenses, nem sempre descansando, mas pensando na melhoria do mundo, no embalo de uma cadeira, no pátio de sua casa no velho bairro da Favela.

Tia Dulce, Mãe Dulce, Toia Dulce, era, sim, a mesma mulher transfigurada de humildade e detentora do orgulho de ser negra, benzedeira e curandeira, e ser humano de aura mística mais esplendorosa.

Toia Dulce se foi rompendo silêncios, quebrando medos e construindo e deixando segredos e novas formas de lutar contra o medo. Deixou palavras aladas, cânticos e amores pelas memórias e pelos corações dos que com ela aprenderam a sonhar e a lutar. Deixou em curso o descascar da fruta e o renovar da pele contra as máscaras invisíveis da vida.

Eu lembro. Eu a vi ali, tantas vezes no dia dois de fevereiro, com seu bailado e seu canto a banhar com água benta os que precisavam mudar suas vidas. Eu vi. Eu lembro. O seu sorriso doce como as águas do Amazonas que levam neste instante nossas oferendas a essa princesa que reinou e nos deixou o tesouro de sons e amores, onde não cabem sombras, apenas luzes para sempre. Saravá!

(*) Homenagem à dona Dulce Moreira, Primeira Mãe-de-Santo do Amapá

NOTA. Toia= Termo feminino derivado de Toi, que significa Pai na tradição Jêje maranhense. No Pará trata-se de um termo anteposto ao nome de uma entidade para indicar sua ascendência nobre.

*Republicado por hoje o Dia de Iemanjá.  

Professora e cantora Rebecca Braga gira a roda da vida. Feliz aniversário, Bel! (@rebeccabraga)

Eu, Sofia, Bruna e Bem – 2023

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Também sempre me gabo que tenho muitos amigos longevos. Esses companheiros (brothers) de vida com quem mantenho uma relação de amizade e respeito, mesmo a gente com pouco contato. Neste trigésimo primeiro dia de janeiro, uma dessas pessoas gira a roda da vida. Trata-se da Rebecca Braga, a “Bel”.

Conheci a Rebecca nos “tempos de violência e rock n’ roll” da Macapá dos anos 90. Na época, a gente a gente não tinha noção ou planos. Foram tantas doideiras, amanhecidas, diversão, cercadas de boca e tudo ao mesmo tempo.

Filha mais velha do Braga e Filomena, mãe da linda Sofia, esposa do Giancarlo, cantora, compositora, instrumentista, ativista cultural, feminista atuante, cronista, professora de inglês e membro do Duo Musical Malabarista Flor, além de viajante do mundo, Rebecca Braga é uma figura única, diferente e especial.

Já escrevi alguns textos de aniversário para a Rebecca. E muito escrevi sobre suas apresentações em Macapá, que eu sempre tentava comparecer. Às vezes, até resenhava sobre seus shows. Aliás, sempre foram cheios de boas energias e alegria. A “Bel”, como a chamo, sempre foi artista em sua essência.

Com olhar crítico do mundo, Bel é artista e agente cultural. Com personalidade forte, Rebecca é inteligente, safa, malandra, tem atitude e caráter inabalável. Tenho orgulho dela. Foi assim que ela criou a Sofi, que se tornou uma moça linda e sabidona.

Rebecca sempre esteve dentro da cena. Podia ser cover, autoral, ganhando ou cantando de graça. Ela sempre correu atrás, puxou a fila, fez acontecer. Ela nunca parou. Foi servidora pública, deu aula, mas a música sempre transbordou de dentro dela. Aí ela se apaixonou pelo professor universitário Giancarlo Frabetti e foi ser feliz em Belém (PA).

Hoje em dia, Rebecca, que reside em Belém, trabalha na organização “Grupo Mais Unidos”, que implementa os Programas Access Amazon e Access Pantanal, patrocinado pela Embaixada dos Estados Unidos.

Ela atua como professora e Consultora Pedagógica nesses programas. Eles ofertam bolsas de estudo de Língua Inglesa para pessoas da Amazônia Legal e do Pantanal, especialmente pessoas indígenas.

Já disse e repito: Rebecca é talentosona, sábia, dramática, amiga, sarcástica, sensível, depressiva, efusiva, nostálgica, questionadora, perspicaz, defensora e porta voz dos malucos.

Em certos momentos, é invejavelmente politicamente incorreta, pois é capaz de atos transloucados e das mais nobres atitudes, entre outras tantas coisas.

Com Rebecca, em 2023

Não lembro quando eu e Bel nos tornamos irmãos. Tá, a gente brigou muito e ficamos putaços um com o outro em vários momentos, mas eu e Rebecca Braga nos amamos. Já vivemos muitas vidas nesta vida e sabemos que, mesmo distantes, um mora no coração do outro.

Rebecca, “tu saaaaabes, Patinhas…”.Por tudo dito/escrito acima, Bel, desejo que teu novo ciclo seja ainda mais paid’égua. Que sigas com essa garra, coragem e alegria. Que a Força sempre esteja contigo. Que tenhas sempre saúde (muita saúde) e sucesso em sua jornada. Que tudo o que idealizas como felicidade se concretize e que tua vida seja longa. Parabéns pelo teu dia. Feliz aniversário!

Elton Tavares

Jornalista Bernadeth Farias gira a roda da vida. Feliz aniversário, minha irmã!

Com a Berna, em trampo no interior do Amapá

Sempre digo aqui que gosto de parabenizar neste site as pessoas por quem nutro amor ou amizade. Afinal, sou melhor com letras do que com declarações faladas. Acredito que manifestações públicas de afeto são importantes. Neste trigésimo primeiro dia de janeiro, Bernadeth Farias gira a roda da vida.

Fiz muitos amigos no jornalismo (alguns inimigos também, confesso), mas tenho um grupo de afetos entre eles que é só amor. E melhor, amor recíproco. A Berna está entre essas pessoas especiais e valorosas, por quem brigo se preciso, há quase mais de uma década. Pois amo demais essa mulher incrível e por isso lhe rendo homenagens.

Com a Berna, em cobertura jornalística em Macapá

Berna é, há muitos anos, chefe da comunicação do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP). Não à toa, conduz jornalistas, publicitários, designers, fotógrafos e cinegrafistas competentes, pois o grupo é moldado de acordo com seu padrão de qualidade. Há quase um ano, tenho a sorte e honra de integrar sua equipe.

Admiro isso, pois a Berna se garante. Aliás, em várias frentes dentro do jornalismo. Seja como produtora, apresentadora, repórter, redatora, radialista ou fotógrafa. Sempre digo que ela é a melhor entre nós, assessores de comunicação. Tanto pela postura quanto trato, dentro e fora do ambiente de trabalho para com a imprensa do Amapá e Brasil.

Com a Berna, em trampo no interior do Amapá

Com a mesma competência e talento, Bernadeth desempenha os papéis de mãe amorosa do Joab, filha dedicada da dona Maria, irmã prestativa, esposa apaixonada pelo Job e amiga para todas as horas. Eu que o diga, pois ela é para mim uma espécie de conselheira-confidente-irmã.

Aliás, de acordo com o Tratado sobre Gratidão de São Tomás de Aquino, existem três níveis de gratidão: superficial, intermediário e profundo. O primeiro pelo o reconhecimento. O segundo do agradecimento, do dar graças a alguém por aquilo que esse alguém fez por nós. E o terceiro e mais poderoso é o do vínculo, é o nível do sentirmos vinculados e comprometidos com essas pessoas.

Minha gratidão com a Berna é no terceiro nível, pois poucos sabem tudo que ela já fez por mim e serei grato sempre.

Se não fosse muita coisa linda para uma só pessoa, Berna também é poeta, cozinheira, cinéfila, leitora compulsiva, viajante, maior devoradora de camarão no bafo e pipoca que conheço, modelo (estreou nos desfiles em 2019), além de campeã amapaense da categoria “consumo de água mineral” em bares de Macapá (a gente vai para o boteco, enche a cara de cerveja e ela bebe fácil umas 10 garrafinhas de água).

Em resumo, Berna é uma pessoa linda por dentro e por fora, pois possui caráter inabalável, inteligência acima da média e nobres atitudes, qualidades que fazem dela um ser humano admirável.

Berna com os amigos Veridiano, Ivaldo, Alcilene, Bruna e Elton

Com ela, aprendo sempre. E a Berna me melhora não somente como profissional, mas como pessoa. Dizer que ela é PHoda é redundante.

Sou grato pela existência da Bernadeth orbitar a minha e vice-versa. Berna, tu sabes, estás sempre aqui dentro do meu coração. Todo o amor dessa vida pra ti. Saúde e sucesso sempre. Meus parabéns pelo teu dia, querida amiga/irmã. Que essa data se repita, no mínimo, por mais 50 anos. Te amo! Feliz aniversário!

Com a Berna hoje, 31 de janeiro de 2024

Elton Tavares

Prazer, sou Bernadeth!

Bernadeth Farias

Será que consigo resumir quase 50 anos em duas laudas? Vamos lá!

Cheguei ao mundo em um dia de muita chuva: era uma sexta-feira do dia 31 de janeiro de 1975. Amo quando a Mamãe me conta a história do dia do meu nascimento. Papai saiu de casa ainda na madrugada debaixo de uma chuva intensa (em Santana) para ir em busca de um táxi que a levasse para maternidade, em Macapá (já nasci trazendo esse BO para eles, kkkkkkkkkk).

Sou a 8ª de uma família de 10 filhos (Manoel, Mário, José, João, Benedito, Jacira, Jacirema, Jacirene, Benedita e Bernadeth), e a caçula das 5 mulheres. Recebi o nome de Bernadeth (uma escolha do Papai Benedito) em homenagem à Santa Francesa Bernadette Soubirous (talvez isso explique meu interesse desde pequena por estudar a língua francesa, rsrsrsrs).

Nasci com uma enfermidade na pele que a única forma de aliviar as feridas era tomar benzetacil todos os meses. Imagine uma criança recebendo aquela agulhada. Até hoje tenho trauma dessa injeção.

Mas, como eu não era uma criança boba nem nada, eu me alimentei até os 6 anos do mais poderoso alimento do mundo: o leite materno. E aí passei a ter o que chamam de “saúde de ferro”.

Mamãe conta que aos seis anos, quando ia me deixar na Escolhinha, eu puxava o peito dela pra fora pra mamar antes de eu entrar na sala.

Dos 6 aos 14 anos nunca adoeci, não gripava, nada de febres, dores. Aliás, eu era uma moleca “atentada”. Jogava bola na rua, pulava amarelinha, brincava de elástico, tomava banho na chuva, pira esconde, quebrei a cabeça dos meninos na escola, era encrenqueira (nada de levar desaforo pra casa). Mas, também era muito estudiosa (Papai não aceitava que a gente tirasse menos de 10 nas provas), extremamente religiosa (fui catequista) e trabalhadora (gostava de cozinhar, limpar casa e a Mamãe lavava e passava roupa pra fora e eu ia com a trouxa na cabeça deixar a roupa na casa das clientes da Mamãe. Tinha tanto equilíbrio que nem segurava a trouxa na cabeça). Hoje pra eu me manter no salto, tem horas que dá uma desequilibrada (kkkkkkkk)

Aos 15 anos, arrumei meu primeiro emprego como aprendiz. Daí não parei mais. Aos 18 anos saí de casa para morar, pasmem, sozinha.

E a partir daí iniciava a vida adulta: trabalho, faculdade, boletos, amores, desilusões, conquistas, alegrias, e por aí vai.

Até os 30 anos foram muitas adversidades e realizações: o sonho de ser mãe veio (o nascimento do meu amado filho JOAB), a compra da casa própria (financiada em 20 anos, claro kkkkk), a compra do carro próprio (um celta 2 portas, rsrsrs), e a dedicação e o amor ao trabalho que sempre sonhei.

Mas, nessa idade a gente ainda busca mais né? Então, pedi demissão da televisão (por onde trabalhei por 16 anos) para ir em busca de novos desafios. E os desafios vieram, as novas conquistas chegaram. E, com a maturidade, veio o encontro com o que chamo de AMOR desta e de todas as outras vidas: meu anjo JOB. (E com ele espero em Deus envelhecer)

Já até a chegada dos 40 anos foram muitos sonhos alcançados, mas as conquistas vieram também com renúncias pessoais. Então, as 24 horas do dia eram “insuficientes” para tantas responsabilidades, compromissos e demandas. E, mesmo com sinais do corpo e da mente, não parei.

E quando digo não parar é não parar mesmo: ritmo frenético no trabalho, tentando conciliar casa, responsabilidades de mãe, mulher e filha, atividade física, viagens, estudos.

Mas, a vida é cheia de surpresas. Quase chegando aos 50 anos, a vida me disse: ei, dê uma parada, respire, seu corpo e sua mente estão te cobrando. E é assim que chego a este novo ciclo: tomando a decisão de respirar, me priorizar, mantendo a serenidade no trabalho e na vida pessoal. Minha família e meus amigos sabem o que estou falando.

Por isso, neste dia toda minha gratidão a quem segurou e segura minha mão nesta jornada (impossível listar aqui, porque graças a Deus sou rica de amor e de amigos).

A Deus toda honra e glória por me guiar e me proteger nessa caminhada de quase 5 décadas de vida! Só tenho gratidão e amor no meu coração.

Ano que vem eu “cinquentarei!”

Bernadeth Farias
31 de janeiro de 2024