Vai, 2017. Que 2018 seja o melhor ano de nossas vidas!

Esse ano foi de muito trabalho, experiências, descobrimento e evolução. 2017 teve muito perrengue, morei sozinho por um tempo, me livrei de coisas que não valiam à pena, cobri eventos de todo tipo, fiz novos amigos, trabalhei com muita gente legal nos dois novos trampos que arrumei ao longo da jornada. Recebi e dei muito amor à minha família, viajei e assisti a shows de rock, o que é sempre emocionante e divertido. É, rolaram altas reviravoltas, reencontros e bençãos.

Enfim, foi um ano cheio de momentos maravilhosos. Claro que, em alguns momentos, precisei me reinventar e até fazer o jogo do contente, pois assim como Poliana, tentei tirar sempre o melhor das adversidades que pintaram. Bebi muito. Amei, trabalhei muito, viajei. Vi shows de rock, escrevi muito e fotografei.

Como o amanhã não nos pertence e ninguém que conheço saca de futurologia, a única coisa que peço pra mim e para todos que amo é saúde, para que possamos escrever mais alguns capítulos da história de nossas vidas, sempre com respeito pelas pessoas e amor pelos nossos.

2018 está na porta! Que nele tenhamos muito boa vontade, forças positivas, disposição e autoconfiança para corrermos atrás de tudo o que desejamos alcançar. Tenho certeza de que muita alegria nos espera no ano vindouro. Pelo menos a esperança nisso não é pouca.

Viverei 2018 como se fosse o último ano de minha vida, podem apostar (sempre faço isso). O ano novo promete. Que ele se cumpra então, que seja mágico/fabuloso e sem muitas aporrinhações. E quando fraquejarmos, que ainda haja amor e força para recomeçar.

A todos os que fazem parte da minha vida e aos leitores do De Rocha, desejo um ano novo transbordante de amor e paz. Na hora em que os fogos explodirem no céu e o Ano Novo chegar, desejo que vocês estejam felizes, com boa comida, boa bebida e pessoas que amam.

Boas energias, muita saúde e prosperidade. Desejo tudo de melhor pra todos nós!

Feliz 2018!

Elton Tavares

Adeus ano velho, feliz ano novo – Crônica de Ronaldo Rodrigues

Crônica de Ronaldo Rodrigues

Quando criança, eu ficava encafifado com o fato de um ano demorar tão pouco. Só um ano… Passa um ano e o ano já está velho, troca-se por outro ano novinho em folha, que estará velho daqui a um ano. Depois de adulto (supondo remotamente que eu seja adulto), continuo com esse grilo na cuca (usei esta gíria só pra mostrar que já sou bem velho, apesar de nem tanto adulto).

Outra coisa é aquela música: “adeus, ano velho / feliz ano novo / que tudo se realize / no ano que vai nascer / muito dinheiro no bolso / saúde pra dar e vender”. Essa parte é que me deixa intrigado, achando que o ser humano, até nesses momentos mais sentimentais, continua sendo mesquinho. Se o cara já vai ficar o ano que começa com “muito dinheiro no bolso”, por que ele precisa vender alguma coisa (“saúde pra dar e vender”)? Égua, nããão! Mais ganancioso logo!

Pois bem, meu velho 2017. Ainda ontem, menino, brincavas no meu quintal. Lá pelos idos de junho, já eras um adolescente, não muito diferente da maioria dos nossos adolescentes. E agora, em dezembro, estás te despedindo de nós e nós de ti. Muita gente está dizendo que não foste um ano legal. Mas quantas dessas pessoas te trataram de forma legal? Eu sou partidário da ideia de que o ano não é bom nem ruim, as pessoas fazem do ano algo bom ou ruim. Em suma: o ano não tem culpa de nada. Mas vamos mudar o rumo dessa prosa porque já começa a parecer autoajuda.

Lá vai o ano dobrando a esquina pra nunca mais voltar. Dou tchauzinho a ele por achar a palavra adeus muito definitiva. Agradeço pelo que consegui fazer de bom no ano que se vai. Agradeço por ter passado por ele e ele por mim sem que tenha ocorrido um naufrágio de maior escala. Os furacões que vieram foram de magnitude suportável. Os vendavais não me fizeram cair da corda bamba. As atitudes grosseiras que vi o ano todo não serão, para mim, o retrato de 2017. Não vou execrar o ano por conta das pessoas execráveis que o marcaram negativamente. Eu penso que certas pessoas já estão condenadas. Condenadas a ser o que são, a pensar do jeito que pensam.

Adeus, 2017, meu velho! Chega aí, 2018! Vamos dar as mãos e brincar de infância, que permeia de alegria nossa estrada sob o sol, nossa caminhada sob as estrelas, trajetória abençoada pela chuva que cai na linha do Equador e segue com o rio Amazonas inundando de vida a vida deste planeta. Vamos em frente, galera! Feliz infinito!

Resenha do livro MAMA GUGA (texto sensacional do amigo Yurgel Caldas)

CANTO, Fernando. Mama Guga: contos da Amazônia. Belém: Paka-Tatu, 2017.

Fernando Canto (1954 – Óbidos, Pará) é um dos autores mais importantes da história literária do Amapá, tendo se destacado por seus livros de contos (O Bálsamo e outros contos insanos) e crônicas (EquinoCio: textuário do meio do mundo). Com formação em Sociologia, o autor defendeu recentemente sua tese de doutoramento, na Universidade Federal do Ceará, tendo a Fortaleza de São José de Macapá como objeto de pesquisa. Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Amapá (Unifap), Fernando Canto consegue extrair da cidade de Macapá e da própria Fortaleza elementos que lhe servem tanto de investigação intelectual quanto de inspiração ficcional para uma obra literária que se vincula à tradição fantástica presente nas Letras da Amazônia e da América Latina. No final das contas, Fernando Canto nos apresenta um espaço de uma “Realidad Maravillosa”, para falar como Alejo Carpentier no seu prefácio a El reino de este mundo, recuperando sua temporada no Haiti.

É assim este Mama Guga: contos da Amazônia, que sai editado pela paraense Paka-Tatu, com 26 contos inéditos, com exceção de “Tsunami”, “O quarto de recordações” e “O retrato azul”. O veio fantástico da escrita de Fernando Canto provoca a experiência do estranhamento no leitor – seguindo a boa e velha orientação de Todorov – em boa parte dos contos de Mama Guga, mas também dialoga com o cenário político amapaense (na projeção de uma realidade futura, em “O sanitarista”), com o contexto da ditadura militar no Brasil (“Mama Guga”) e com os conflitos de terra na Amazônia (“Natanael na janela”, conto que encerra melancolicamente o livro).

Um lugar de importância nos contos da coletânea é a orla de Macapá, a famosa “frente da cidade”, também conhecida como Beira-Rio da única capital brasileira banhada pelo Amazonas (“A cidade encantada sob a pedra”, “Tsunami”, “O sanitarista”). Quando os acontecimentos não ocorrem predominantemente na orla, ao menos ela é citada pelo narrador ou personagem como ponto de referência (“A pulseira de Das Dores e seus vizinhos vulturinos”, “Dias iguais”, “Cornucópia de desejos”). Mas o espaço que prevalece nas narrativas dessa coletânea é mesmo a Amazônia fluvial com sua geografia líquida que evoca tanto o mundo social e de trabalho do seu povo (“Mama Guga”, “Estrelas da tarde”, “De volta à casa de praia”) quanto o encantamento de acontecimentos estranhos, que revelam a linha fantástica na escrita ficcional de Fernando Canto (“Anjo viajante”, “As mulheres-peixe do meu garimpo”).

E mesmo quando o rio não conduz a trama, ele deixa seu rastro aquático na memória da personagem-narradora de “O retrato azul” – o conto de pegada psicológica – ou ainda o movimento do rio em um circuito de redemoinho pode indicar a passagem (ou o retorno) de um tempo espiralado, como em “O quarto das recordações” – narrativa memorialista – e “Olhos do cacique/Olhos de Daniel”. Com exceção de “A convenção”, todos os contos de Mama Guga têm uma referência à agua e seus elementos simbólicos. Ressalve-se também o conto “A hora da danação”, em que pulsa a veia irônica e crítica do autor na revisão de velhas formas de se fazer política no Brasil e no próprio Estado do Amapá, em tempos de operação Lava-Jato e grandes escândalos políticos envolvendo empresas públicas e privadas na manutenção do poder a todo e qualquer custo, sempre pago pelo trabalhador brasileiro, claro.

O narrador negro de “A cidade encantada sob a pedra” – misto de antropólogo e historiador – relata as origens da cultura no Amapá. Na passagem “[…] atraídos por um estranho chamamento […]”, temos uma alegoria do elemento fantástico que funda não somente a Amazônia, mas sua literatura ficcional e fundamenta os contos desse livro. O conto revela o espaço de acontecimentos únicos e mitológicos, capazes de fazer enlouquecer tanto o narrador quanto os seus personagens, que muitas vezes entram em êxtase ou, no mínimo, em estado de delírio ao experimentarem a atualização dessas histórias fantásticas que giram em torno de uma visão dúbia sobre a Amazônia: Eldorado e/ou Inferno Verde. Mas sempre revelando a condição ficcional, não fictícia, da Amazônia, aportada na literatura que se constrói por mulheres e homens inseridos na história e na sociedade. Assim termina o conto em que seu narrador oferece uma explicação ao leitor sobre a origem da própria narrativa explicada pelos versos de Marabaixo: “Cantamos nossos ‘ladrões’ para contar nossa história e não deixar arrefecer nossa razão de viver neste mundo desafiador” (p. 16).

Mama Guga: contos da Amazônia deve ser leitura obrigatória para quem não conhece a cultura amapaense e amazônica, mas também para quem a conhece de raspão ou mesmo a fundo, para um exercício de (re)conhecimento do espaço e dos dramas da narrativa do autor.

Yurgel Caldas é professor de Literatura da Unifap e do Mestrado em Desenvolvimento Regional na mesma instituição.

Cerveja, cigarro e campanha eleitoral

Hoje experimentamos um modelo de campanha eleitoral curta, com 35 dias de TV e rádio, isso gera a sensação de que os concorrentes na eleição tem menos tempo para se mostrar e que priva os que menos têm informação sobre o cenário político e pautas de interesse público. Ambas as conclusões estão corretas.

Daí deriva a necessidade de uma boa e maior publicidade eleitoral, cuja dificuldade maior seria captar a atenção dos que não seguem cotidianamente a política. Principalmente porque a campanha mais curta, ao mesmo tempo que gera eleitor com menos informação, o faz sentir-se mais feliz, pois veem os candidatos se atacando por menos tempo.

Meu colega de ABRADEP Fernando Neisser destaca, de maneira bem interessante, que os modelos extremos da publicidade eleitoral podem ser denominados de modelo cerveja e modelo cigarro, explico.

O modelo de propaganda cerveja sugere que o produto tem que ser exposto o tempo todo, com grandes gastos de mídia, a fim de evitar que novas marcas de cerveja entrem no mercado, ou seja, é um tempo de propaganda longo, onde o candidato tem que se manter por muito tempo na tela e nas ondas do rádio, nem sempre conseguindo preenche-los somente com informação útil ao eleitor.

Já a propaganda de cigarro é altamente regulada, quase proibida, para compensar os danos que o produto faz à sociedade. Assim, as marcas que estão aí, que se consolidaram quando a propaganda era totalmente liberada, tem a vantagem de que seus concorrentes não têm muitas opções de se mostrarem e disputarem o mercado. É a quase ausência de propaganda para o novo candidato.

Claro, hoje temos a pré-campanha e ela assume, portanto, peculiar importância para o novo candidato e, em especial, para o eleitor, pois o público que consome a cerveja e o cigarro não deixará de votar, o mercado está aí. Vamos ao bar conversar da pré-campanha?

Por Vladimir Belmino de Almeida, membro fundador da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, membro da Academia Amapaense Maçônica de Letras e da Academia Amapaense de Letras Jurídicas

Hoje – Crônica de Fernando Canto

Crônica de Fernando Canto

Hoje eu larguei a bengala de lado. Depois da queda não quero adquirir o vício do apoio para que ele vire permanente.

Assim como o jogador pendura as chuteiras, eu vou guardar a bengala para o esforço necessário da velhice se um dia dela vier a precisar.

Hoje eu larguei o meu terceiro pé, mais que um enigma esfíngico. Largo meu entendimento seguro pelas estradas que ando, sob o desespero mortal de um ser monstruoso que se jogou do precipício quando eu me dispus a enfrentar meu destino e, vejam, o meu passado, viajando por águas de diversas cores e volumes, de sabores e profundezas.

Larguei, sim, um objeto de angústia e lassidão e o pendurei num cabide atrás da porta, como um cigano que tem teto e não se vale mais das noites estreladas para sonhar e amar.

A bengala deixará de me apoiar para que eu, já calcinado pelo tempo, ache no fulcro da terra e no calor da vida a solidariedade e o amor pulsante da humanidade. Assim, esse instrumento que nasceu da madeira torneada, e que me deu segurança no caminho também me tornou digno de olhar para trás.

Com isso deixarei diluir em mim antigos sentimentos calcificados no coração e anzolarei em gestos bruscos, de ruptura, os mais diversos símbolos que a própria academia não conseguiu interpretar no empirismo de seus laboratórios e dos seus paradigmas positivistas.

É um objeto muito útil a bengala. Sua curva da extremidade recebe a mão para sustentar o apoio do andar do pé deficiente pelos caminhos sinuosos e empedrados da cidade.

Ah, um olhar seguro não cabe mais nos olhos. Até a baixa luminosidade do anoitecer e o intenso brilho do nascer do sol remetem ao uso extremo do objeto que deixei de lado.

Mas hoje eu aposentei minha bengala. Dela não mais quero dependência ou vício. Por onde andei com ela cavei no chão pequenos buracos nos quais semeei sementes de perdão, após cansadas viagens.

Depois, por cima desses rios de minha terra, eu a inverti definitivamente em minha vida para transformá-la em âncora.

Hoje tem Missa dos Quilombos no Encontro dos Tambores

Hoje tem a celebração mais linda que conheço, para marcar a luta dos negros por liberdade, justiça e contra o preconceito, que ainda hoje sofrem, apesar das muitas conquistas. É dia da gente se abraçar, dançar, festejar, cantar no Laguinho. Dia em que os católicos e adeptos de religiões africanas confraternizam pregando paz e a união entre os povos e nações.

Estou feliz, amo 20 de novembro, e agradeço aos negros que só nós dão orgulho.

Missa dos Quilombos

A Missa dos Quilombos e a apresentação das comunidades dançando marabaixo, zimba, batuque e sairé são os pontos fortes de concentração de famílias e grupos afrodescendente. A Missa é a celebração religiosa onde os cultos afros e católico são celebrados juntos, com cantos e rituais das duas religiões. Padre, pais e mães de santo, imagens e bandeiras fazem parte do ritual que acontece no Anfiteatro do CCNA. E durante quatro dias, 55 comunidades que preservam suas tradição fazem suas apresentações, confraternizam e dançam juntos na roda.

PROGRAMAÇÃO

19h – Missa dos Quilombos
22h – Show Internacional
23h – Roda de Marabaixo e Batuque
Local: CCNA

Mariléia Maciel

Papo firme de William Bonner – @realwbonner

Algumas pessoas se imaginam no direito de agredir adultos que tomaram decisões sobre as vidas deles. O simples fato de o bem-estar dessas pessoas ser tão afetado pelos caminhos que os outros escolheram pra si é um indicativo de que elas precisam de ajuda. Seja psicológica, seja psiquiátrica, seja espiritual. Isso não é saudável. Saudável é viver a própria vida. Aproveitá-la como uma benção. Essas pessoas cheias de ódio e agressividade insultam e opinam sobre algo que não diz respeito a elas de forma nenhuma. O pior é que elas têm na cabeça uma interpretação amalucada daquilo que teria levado os outros a tomar as decisões que tomaram pra suas próprias vidas.

É uma fantasia elaborada com base em preconceitos, fofocas, equívocos, invenções, inveja, sonhos frustrados. E isso não faz sentido nenhum. No espaço de comentários de uma foto de paisagem, essas pessoas expõem seus preconceitos, seus recalques, sua desinformação de uma forma deprimente. E palpitam sobre as vidas de outras pessoas de maneira absurda. Às vezes, até criminosa, em tom de ameaça. Um sujeito saudável e feliz consigo mesmo não faz isso. Pessoas que agem dessa maneira talvez se ajudassem muito se olhassem atentamente pra elas mesmas e identificassem suas próprias frustrações. Viveriam a vida delas, em vez de tentarem viver vidas de outros.

Saudável é trilhar o caminho pavimentado pelo respeito aos outros. Respeito às decisões que outras pessoas tomam sobre as vidas delas. Respeito ao direito que todo mundo tem de buscar a própria felicidade. Que só se completa quando também é encontrada por quem você ama, ou admira, ou simplesmente respeita. Todos com quem você construiu laços pra vida. Você só consegue a felicidade plena se essas pessoas também estiverem felizes. E, quando isso acontece, é mágico. Os sorrisos espontâneos se multiplicam, tudo ganha leveza e luz.

Os insultadores intrometidos não enxergam isso. São cegos pra felicidade dos outros porque não enxergam o quanto eles próprios são infelizes. Mas o porquê dessa infelicidade toda só eles podem encontrar. Que tenham boa sorte.

William Bonner – jornalista, publicitário, apresentador e escritor. É editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão.

FLAMENGUINHO ESPORTE CLUBE E AS CANELAS TUÍRAS – Crônica de Fernando Canto

Crônica de Fernando Canto

Claro que um clube que não forma base não pode se desenvolver. Não era bem esse o caso do Flamenguinho que nem filiado era à matriz lá no Rio de Janeiro. Nascido no bairro do Laguinho sob a coordenação do empresário José Lima, um maranhense que no fim da década de 60 organizou o time, o Flamenguinho era formado por garotos bons de bola na sua maioria oriundos do Morro do Sapo, ali da Rua São José e arredores.

Um time apaixonado pelo Mengão que realizou dezenas de partidas sem perder para qualquer rival da cidade ou do interior. Um plantel – grupo de atletas selecionados – como diziam os locutores esportivos, feito por uma seleção de moleques que só queria mesmo era “bater bola” fosse aonde fosse: na piçarra solta, no campo de terra dura, na grama ou na lama. Em qualquer lugar lá íamos nós jogar com a camiseta hering branca, onde o escudo do time estava cuidadosamente pintado no peito em serigrafia, calção preto e… descalços.

Da minha parte lembro que joguei no time titular na posição meia-direita. Tinha um futebol razoável, mas ao ponto de barrar uns e outros que depois viriam se tornar grandes jogadores aqui em outros estados. O primeiro time do Flamenguinho realizou invicto, 56 partidas, graças ao talento de atletas como Zé Wilson Jucá, Bolinha e Vevé, de uma zaga em que estavam João Cabral, Careca, Jonas e Chico. No gol o titular era o Quincas Semblano e o Lulu era o reserva. Havia o Valdenor, o Marinho Louro, O Nardo Tupinambá, o Carlos e o Nazaré. Mais o Eugênio, o Raimundo “Barriga Mole” e o Agostinho (Mimim) Tupinambá. O Jorge Cabral era o assistente técnico e o Jorge “Gainete” era o treinador. Ah, o nosso mascote era o Iran, filho do treinador.

Ainda hoje há quem conteste bravamente os resultados da performance do time. Inclusive o Norberto Tavares, meu amigo, que estudou comigo no GM e depois jogou em clubes semi-profissionais como o Amapá e o São José. Mas isso é coisa do passado. Não vou discutir uma ou duas partidas que possivelmente o time perdeu. Na verdade joguei só essas partidas e venci, acho eu.

Agora vejo essas fotografias com a cara séria desses moleques atrevidos do Morro do Sapo. Meninos que tiveram trajetórias bem diferentes, mas que nunca deixaram de ser craques apesar da tragédia pessoal de alguns.

Não pertenci ao segundo time do Flamenguinho. Nessa altura tinha trocado a bola pelo violão e tocava no Grêmio Jesus de Nazaré e nas missas da juventude da igreja de São Benedito. Zé Wilson e Bolinha jogaram em grandes times locais; Everaldino, o Vevé, virou o “Índio”, atuando pelo Rio Negro de Manaus e Jonas foi um cracão do Esporte Clube Macapá. Eugênio, Chico, Marinho, Lulu, Quincas, Mimim, Nardo, Barriga Mole, Careca e Nazaré viraram funcionários públicos do mesmo jeito que o Gainete, os irmãos Jucá e eu. Carlos voltou para o interior e o Vevé sumiu de vez. Valdenor também. Ah sim, o mascote virou militar.

Decorridos cerca de quarenta anos chegam esparsas e não muito boas notícias sobre aqueles adolescentes de 13, 15, 16 anos. Dizem que Bolinha, com excesso de peso, se recusa a fazer cirurgia de redução de estômago, um e outro têm doença degenerativa, coisas assim.

O fundador e mantenedor do time, seu Lima faleceu ainda jovem, não tanto quanto o zagueiro Cabral que morreu de tiro num acampamento, aos 18 anos, justamente quando servia o Exército em plena zona de conflito armado no Araguaia, sul do Pará.

Na foto que tenho ninguém sorri. Calculo que é por causa do sol do meio do dia derramado sobre o capim seco do velho campo do América, onde um dia tivemos nossas vitórias e cansamos nossos pés em busca de um futuro cheio de glórias que se avistavam além da poeira do campo. E certamente multiplicamos nossos sonhos para mais longe ainda da pose estática da fotografia. Uma foto que “historiadores oficiais” esquecerão, mas que nós nos lembraremos rindo na nossa solidão, quando a voz materna nos mandava tomar banho, á tardinha, para lavarmos bem nossas canelas “tuíras” e cheias de cicatrizes.

* Fotos surrupiadas do magnífico blog Porta Retrato, do jornalista João Lázaro.

Família de escultor protesta contra anúncio de troca da imagem de São José na Pedra do Guindaste

Foto: Márcia do Carmo

Em depoimentos, gravado e escrito, divulgados nas redes sociais, a partir do Facebook, a família do artesão Antonio Pereira da Costa, o Português, protesta contra o anúncio de troca da imagem de São José na Pedra do Guindaste, esculpida e instalada no local por ele. No depoimento escrito por uma das netas do artista plástico, Elaine Costa, a família pede respeito à cultura do Amapá e reconhecimento à dedicação que o artesão dedicou ao estado:

“Muito triste tirarem a Estátua que meu avô Antonio Pereira da Costa o Português deu de presente à cidade de Macapá e às pessoas… (Nós) estamos toda a família, profundamente consternados, pois ela custou o suor, o amor, horas de cuidados em tornar a imagem tão linda para nos proteger. Não importa a posição da estátua, o que importa foi o gesto de honestidade de tanto amor pelo Estado do Amapá que o nosso avô fez, pois ela não custou nenhum centavo aos cofres públicos”.

Prossegue o depoimento: “O nosso avô foi um grande escultor sendo reconhecido em Portugal por suas ilustres e grandiosas obras inclusive essa estátua de São José na frente da cidade de Macapá, e foi primeiro arquiteto da cidade de Macapá, da história do Amapá; isso é uma crueldade trocar essa imagem por outra totalmente sem as mínimas memórias… histórias e cuidados com seu povo do Amapá; isso é acabar com a memória do Amapá”.

No final, o apelo: “Nos ajudem a impedir que não só a pedra mas também a imagem de São José seja substituída, pois assim estaremos acabando com a memória de um povo; nos ajudem a impedir tamanha crueldade …Sou filha e me criei nesse Estado respeitem por favor a memória de um povo e da família”.

Depoimento gravado

Muito emocionada, mas bastante firme e lúcida, com a autoridade dos seus 94 anos de idade, dona Erotildes Costa Leite, filha mais velha do artista plástico pediu a união dos macapaenses e adoção de medidas judiciais pelo Ministério Público para impedir o que chama de “atentado à história de Macapá:

“Eu me chamo Erotildes Costa Leite, tenho 94 anos e sou filha mais velha artista plástico Antonio Pereira da Costa, cidadão português radicado no Brasil desde os 13 anos de idade, onde casou e constituiu família. Meu pai foi autor de dezenas de obras expostas nos estados do Pará e Amapá, entre elas a imagem de São José, que protege a cidade de Macapá.

Foi com imensa surpresa que recebi a noticia da decisão de trocar a imgaem feita por meu pai e que já está aderida ao patrimônio histórico da cidade. Esse atentado ao povo e à cultura de Macapá não pode acontecer. Os senhores governantes sequer consultaram a população quanto a uma decisão de tal repercussão. Não me digam que a estátua precisa de restauração, pois se assim o fosse após o trabalho de restauração deveria voltar ao local onde sempre esteve.

Não se pode tratar a história dessa forma. Rogo às autoridades, especialmente ao Ministério Público que adote as medidas judiciais cabíveis para impedir esse ato ilegal. E peço ao cidadão de bem que encampe essa jornada contra esse atentado à historia de Macapá. Quem não tem passado não tem futuro. Que São José nos proteja!”

Fonte: Diário do Amapá

Fernando Canto, enfim, Cidadão Amapaense.

Fernando Pimentel Canto, natural de Óbidos (PA), é macapaense em seu coração há mais de meio século. O Tucuju “pegado de galho” desde os sete anos de idade recebeu ontem (10), na Assembleia Legislativa do Amapá (Aleap), o título de Cidadão Amapaense. A honraria foi aprovada e promulgada em 2007, quando foi requerida pelo ex-deputado Paulo José, no parlamento estadual à época, mas entregue somente ontem, graças a iniciativa do deputado Pedro da Lua.

Imortal membro da Academia Amapaense de Letras (AAL), compositor, cantor, músico, jornalista, sociólogo, professor, Doutor, poeta, contador de histórias, causos e estórias, contista e cronista brilhante, apreciador e incentivador de arte, sociólogo, ícone da cultura amapaense, escritor “imparável”, boemista, marido da Sônia, amante do carnaval, biriteiro considerado, incentivador de todas as vertentes artísticas, embaixador do Laguinho, membro fundador do Grupo Pilão, flamenguista e ex-atacante do Flamenguinho (time do Laguinho dos anos 60, onde segundo ele, o Bira Burro foi seu reserva), militante cultural e servidor da Universidade Federal do Amapá, esse é o meu grande e querido amigo meu, Fernando Canto.

Sou apaixonado pela minha terra, cheguei de viagem há 41 anos, quando minha mãe teve a doçura de dar a luz a este editor, em 1976. Conheço muitas pessoas que nasceram aqui, outras que chegaram para construir seus caminhos por estas paragens e que valorizam nosso lugar. Mas Fernando Canto, o meu amigo “Barbonez”, é um cara ímpar no amor e empenho pela cultura daqui, pelas amapalidades e pelo Laguinho, onde “Nando Esquina” é o branco mais preto de lá, como diria Vinícius.

Alguns amigos, como eu, reconhecem Fernando Canto como ele é. Entre eles o poeta Obdias Araújo, que sempre diz que “Fernando Canto é o maior escritor vivo do Amapá” e jornalista Renivaldo Costa, que já escreveu “Fernando Canto é nosso maior poeta!”, concordo plenamente com ambos.

Já li várias crônicas históricas escritas por ele, que abordam o Marabaixo, a música, o jornalismo, artistas locais e personagens que ajudaram a construir a memória do nosso lugar. Já escutei canções cantadas e escritas por ele, executadas pelo grupo Pilão (que Canto integra) e por outros ícones da nossa música. Já me diverti ao som de sambas enredo e marchinhas de carnaval compostas pelo Fernando. Já fiquei assombrado (“sem sobra ao meio-dia em tempos de equinócio”, segundo o querido e homenageado escritor”) com tantos contos fantásticos nascidos em sua mítica mente engenhosa, sem falar na poesia que não se esgota no pensamento do cara.

Ao todo, Fernando Canto possui 17 obras publicadas. O escritor é estudioso e observador do seu mundo. Ou seja, do nosso mundo. Além de ser contista, poeta e cronista brilhante, também é um detalhista da memória, comportamento e cenários do Amapá. O cara é genial mesmo e este Estado lhe deve muito, pois é impossível contabilizar a contribuição dele para o desenvolvimento da nossa cultura.

O Amapá precisa preservar, reconhecer e homenagear seus grandes nomes em todas as áreas de atuação. Já disse várias vezes e repetirei quantas forem necessário, Fernando Canto é um dos meus heróis nesse lance de escrever e muito me honra ser seu amigo.

Enfim, toda homenagem para Fernando Canto ainda é pouco. Para mim, símbolo de inspiração (e piração), coerência, bom senso, e amizade. Congratulações, “Barbonez”!

Fale de sua aldeia e estará falando do mundo” – Leon Tolstói.

Elton Tavares

Fernando Canto lança seu livro “Mama Guga – Contos da Amazônia”, em Macapá

Doutor Fernando Canto e seu Mama Guga.

O sociólogo, poeta, compositor e escritor Fernando Canto lançará, neste domingo (5), na Praça Floriano Peixoto, o seu livro de contos: Mama Guga. O lançamento faz parte da programação Arte na Praça, em comemoração ao Dia da Cultura. A obra já foi lançada em maio em Belém (PA) na XXI Feira Panamazônica do Livro e em agosto, no município de Oiapoque (AP).

O livro traz 26 contos do tipo fantástico, alguns dos quais já publicados em sites ancorados na capital amapaense. “Mama Guga”, o conto que dá título ao livro, é uma história de ação, de amor e de situações inauditas do auge da ditadura militar, com sequestro, tortura, aventuras e misticismo que ocorrem no litoral do Brasil, na conhecida e tortuosa rota do contrabando com o Platô das Guianas.

Este é o quarto livro de contos de Fernando Canto, autor eclético, que já incursionou em diversos gêneros literários. Como poeta e ficcionista, Canto ganhou inúmeras premiações e é bastante conhecido na região amazônica.

Fernando Canto é um contista e cronista brilhante. Genial mesmo. Ele é um dos meus heróis nesse lance de escrever e muito me honra ser seu amigo. Já tive o prazer de ler o “Mama Guga – Contos da Amazônia”, que me foi presenteado pelo autor da obra e recomendo, pois o livro é muito porreta!

Sucesso ao Doutor Fernando!

Elton Tavares

Uma Crônica Otimista (Ou a distopia de uma distopia) – Por Jaci Rocha

Crônica de Jaci Rocha

Fazia tempo que não o via. O ”artista da fome” da minha cidade, como sempre ‘faminto’, caricato e mudo, com sua guitarra interior arranhando a paisagem, para receber aplausos da platéia, que aplaude como quem joga moedas ao chão, por piedade. Por piedade, aplaudo.

Foi talentoso e todo mundo enxerga nele ‘um figura’ com quem se parecia: Ele mesmo, quando tinha um nome. A maioria ao redor não olha de frente para seu rosto, observo. É quase respeitoso o gesto. E constrangedor, de ver a transmutação do artista.

Aos poucos, na sua própria cela interna, ele deixa de ser pessoa e vira apenas o espetáculo, o show. Não é mais. Deixou de ser, apagou seu nome de si, com a borracha do vício. Não é um maluco a se divertir e rir de nós, com nossos horários e rituais de socialização. Não se trata disso. Ele resiste de morrer enquanto desiste de viver.

Ultrapassou a linha. Foi além da margem e caiu no precipício.

Do vício de ser um espetáculo. Do vício da tristeza. Do vício no vício.

…mas, quase por instinto, reescrevo esta história em minha cabeça.

Ele levanta de dentro de si, sai da cela, olha todo mundo e diz: vou bem ali, fumar um

cigarro. Volta com a coluna reta. E novamente torna a ter alguma expressividade no olhar. Tem uma noite memorável com as pessoas ao redor, que chama de ‘amigas’. Fala que vai investigar gente ‘importante’ e fazer e acontecer com um pessoal aí. Volto a sentir antipatia por seu trabalho – sim, pois não se sente antipatia por espectros. Só desperta antipatia quem exerce a arte de “se ser”.

Ele sai de cena para uma matéria super secreta, que tempos depois, vai ajudar a desmanchar uma incrível rede de corrupção no Estado. A partir daí, não o veremos mais. Mas boatos espalharão que virou espião ou correspondente secreto e investigativo de uma emissora de televisão intergaláctica.

Academia Amapaense de Letras empossa 12 novos imortais

Foto: Dulcivânia Freitas

A Academia Amapaense de Letras (AAL) empossou, na noite desta sexta-feira (27), no Centro de Convenções João Batista de Azevedo Picanço, mais 12 membros. Agora a AAL possui 22 acadêmicos imortais.

Fundada em 21 de junho de 1953, data escolhida por conta de ser o mesmo dia do aniversário do escritor Machado de Assis, a Academia Amapaense de Letras surgiu como uma entidade civil, sem fins lucrativos e com o objetivo de promover o desenvolvimento literário, cultural, científico e artístico do Amapá. Seu primeiro presidente foi o professor de português e literatura Benedito Alves Cardoso.

A cerimônia foi conduzida pelo presidente da AAL, professor Nilson Montoril de Araújo, com o auxílio do secretário da entidade, o sociólogo e poeta (além de queridíssimo amigo nosso) Fernando Pimentel Canto. Também compuseram a mesa de honra do Silogeu, o vice-presidente, Manuel Bispo Correa; e o diretor de biblioteca, Luiz Alberto Costa, todos membros da direção da Academia Amapaense de Letras.

A belíssima solenidade marcou uma nova fase na existência do Silogeu (Casa onde se reúnem associações literárias ou científicas) do Amapá, que é a vanguarda da cultura amapaense e representa respeito e reconhecimento por aquelas que produzem e reproduzem arte e conhecimento através de manifestações literárias no Estado. Ainda durante o evento, foi anunciado um futuro edital, para mais 18 vagas nesta Academia.

Foto: Aloisio Menescal

Os novos acadêmicos imortais são:

Cadeira nº 01 – Gilberto de Paula Pinheiro (Patrono: Acylino de Leão Rodrigues e Fundador: Heitor de Azevedo Picanço; Cadeira nº 07 – Benedito Rostan Costa Martins (Patrono: Deusolina Sales Farias e Fundador: Amaury Guimarães Farias); Cadeira nº 14 – Piedade Lino Videira (Patrono: Hildemar Pimentel Maia e Fundadora : Aracy Miranda de Mont’Alverne); Cadeira nº 15 – Fernando Rodrigues dos Santos (Patrono Janary Gentil Nunes e Fundador: Estácio Vidal Picanço); Cadeira nº 20 – César Bernardo de Souza (Patrono: João Távora e Fundador: Elfredo Távora Gonçalves); Cadeira nº 25 – Alcinéa Maria Cavalcante Costa (Patrono: Mendonça Júnior e Fundador: Alcy Araújo Cavalcante); Cadeira nº 28 – Cléo Farias de Araújo (Patrono: Júlio Maria de Lombaerde e Fundador: Jorge Basile); Cadeira nº 29 – Manuel Azevedo de Souza (Patrono Paulo Euletério e Fundador: Arthur Nery Marinho); Cadeira nº 31 – Paulo Tarso Silva Barros (Patrono: Paul Ledoux e Fundador: José de Alencar Feijó Benevides); Cadeira nº 33 – Francisco Osvaldo Simões Filho (Patrono: Roque Penafort e Fundador: Hélio Guarany Penafort); Cadeira nº 38 – José Queiroz Pastana (Patrono: Vicente Portugal e Fundador : Antônio Munhoz Lopes); Cadeira nº 40 – Carlos Nilson da Costa (Patrono: Walkiria Lima e Fundador: Isnard Brandão de Lima Filho.

Foto: Aloisio Menescal

Todos os membros da instituição são importantes, pois estão no olimpo da nossa cultura e são a representação da nossa literatura, mas neste texto, parabenizamos os queridos Fernando Canto (que já era acadêmico antes de ontem) e os amigos César Bernardo, Paulo Tarso Barros, Carlos Nilson Costa, Rostan Martis e, especialmente, Alcinéa Maria Cavalcante Costa.

O Amapá precisa preservar, reconhecer e homenagear seus grandes nomes em todas as áreas de atuação. Esse é um momento de reconhecimento.

Foto: Aloisio Menescal

Quanto à Néa, em um eufemismo poético, a bem amada do tio Alcy Araújo sentou no colo e na cadeira do pai, na Academia Amapaense de Letras, como Imortal.

O momento foi de grande deleite e emoção para nós, que militamos, sonhamos e vivenciamos a cultura deste Estado, que enraíza e frutifica a identidade Amapaense, permeada pelas mais diversas manifestações artísticas.

Alcinéa, jornalista, professora, poeta da segunda geração de poetas do Amapá, integrante e uma das criadoras do movimento Poesia na Boca da Noite e da Associação literária do Amapá (Alieap), entre outras tantas coisas fantásticas que é, sentou na 25º Cadeira como Imortal.

Foto: Paulo Tarso Barros

Ontem, a Academia Amapaense de Letras ganhou no céu dos imortais a linda Estrela azul da poesia, com sua Paisagem Antiga, versos de açúcar atemporais e leveza incomparáveis.

Nós aplaudimos e também nos emocionamos, pois além do imenso talento da Alcinéa, que já atravessou o Rio Amazonas e deu a volta ao mundo, temos por ela um grande amor e admiração.

Elton Tavares e Jaci Rocha