FESTA DO DIVINO EM MAZAGÃO – Por Fernando Canto

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Por Fernando Canto

A vila de Mazagão Velho, distante cerca de 60 quilômetros de Macapá, é um dos lugares mais pródigos de manifestações culturais do Amapá. Traz uma tradição de 17 festas anuais somente no ciclo santoral. Uma das mais expressivas é a do Divino Espírito Santo, que ocorre com intensidade nos dias 23 e 24 de agosto com diversos quadros durante a sua programação.

Começa no dia 16 de agosto com a trasladação da imagem do santo (na realidade é uma coroa de prata ornada de fitas e flores) para a vila do Carvão. Dia 22 retorna a Mazagão Velho e no dia 23, às 20h00 inicia com uma folia, realizada dentro da igreja e que depois se desloca para a casa dos festeiros, com os foliões cantando nas ruas. Depois disso o Marabaixo é praticado a noite toda.

Mas é no dia 24 que a festa atinge o seu clímax. Bem cedo explodem os fogos e os rojões da alvorada, acorfesta1dando a cidade e os japiins que fazem seus ninhos em frente à igreja de Nossa Senhora da Assunção. Às 07h00 é rezada a missa com a igreja lotada de fiéis e no seu término é procedida a “Coroação da Imperatriz”. É feito um ritual com cântico próprio na presença do padre que faz a coroação de uma criança escolhida para a função no ano anterior. Ela fica sentada numa grande cadeira, trajando um vestido branco ricamente ornado. Em seguida todos saem da igreja para organizar um cortejo onde mais onze crianças, também vestidas de branco, percorrem até o centro comunitário. A “Imperatriz”, juntamente com a “Trinchante”, espécie de Dama de Honra que segura a coroa da “Imperatriz”, e a “Pega-na-capa”, que segura o seu manto, são colocadas em um quadrado formado por quatro meninas que a conduzem sob o cerco de quatro varetas pintadas de tinta dourada, de aproximadamente 1,20m. Por isso são denominadas “Varas-douradas”. À frente da “Imperatriz” mais quatro meninas conduzem cada uma um bolo, enfeitado com pombas brancas. São as chamadas “Paga-fogaças” Um pouco adiante delas vai outra menina chamada “Alferes Bandeira” carregando a bandeira branca do Divino Espírito Santo, acompfesta11anhada de um porta-estandarte adulto, que leva uma grande bandeira vermelha com o símbolo do Espírito Santo. O séquito, formado pelas foliãs, os organizadores da festa e pelo povo, passa pelas ruas até o centro comunitário, onde será feito o sorteio das festeiras para o próximo ano. É uma espécie de competição que tem torcida e muita animação. Todas as famílias querem que suas filhas sejam algumas das figuras, sendo, porém, a “Imperatriz” a mais esperada e desejada.

Enquanto ocorre o sorteio é servido o chocolate com pão ou com beiju cica (feito de mandioca e trigo). O chocolate é produzido na comunidade após a semente do cacau ficar vários dias no sol, ser torrado e pilado. Depois é ralado e escoado com ovo batido e açúcar. Em seguida é feito o leilão dos donativos arrecadados junto à comunidade e o cortejo volta para a igreja e se desfaz.

images (1) (1)Só depois do meio-dia é que começa a tradição do Marabaixo de rua, quando os participantes tocam as caixas de madeira e couro e entoam cantos seculares pelas casas que adentram com o consentimento prévio dos proprietários e festeiros. Nessas casas são distribuídas as bebidas e as comidas, principalmente o caldo e a “gengibirra”, bebida típica que vai conduzida em um tonel sobre um carro de mão e fartamente distribuída aos que acompanham o Marabaixo. Às 18h00 é feita a “Derrubada do Mastro” em frente ao centro comunitário, e assim se encerra a festa do Divino Espírito Santo de Mazagão Velho.

Esta descrição que faço aqui tem por objetivo instigar estudantes universitários e os futuros pesquisadores da cultura a olharem Mazagão Velho como um manancial para estudos nessa área. Seria bem interessante que ao lado da realização desses estudos houvesse também a divulgação do material coletado e, sobretudo a “devolução” das imagens à comunidade, que sempre colabora com os pesquisadores, mas reclama, com junta razão, que nunca ninguém mostra fotos ou filmes, ou ainda os resultados práticos das pesquisas.

Macapá recebe primeira edição de mostra de arte espírita

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Por Jessica Alves

No período de 5 a 7 de setembro, ocorre em Macapá a primeira edição da Mostra Abrarte Norte de Arte Espírita, que vai apresentar trabalhos de grupos e artistas da doutrina espírita nos seguimentos da poesia, teatro, música, dança e audiovisual. Os interessados podem se inscrever até o dia 9 de agosto, no site do evento.

A programação ocorrerá na Federação Espírita do Amapá (Faeap). De acordo com a coordenação, a mostra tem o objetivo de proporcionar um intercâmbio e troca de experiência entre artistas e grupos espíritas de arte na capital. O evento terá a participação de convidados do Paraná, Minas Gerais e Ceará.

Segundo a federação, além de apresentações artísticas, a Mostra vai oferecer palestras, atividades práticas, evangelização e mesa redonda. No primeiro dia, a programação terá apresentações para o público externo no Teatro das Bacabeiras, localizado no Centro da cidade.

A mostra é um evento regional promovido pela Associação Brasileira de Artistas Espíritas e tem o apoio do Movimento Espírita do Amapá (MovEsp) e o grupo espírita Missionários de Luz.

Fonte: G1 Amapá

I Mostra Abrarte Norte de Arte Espírita

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A I Mostra Abrarte Norte de Arte Espírita é um evento regional promovido pela Associação Brasileira de Artistas Espíritas que tem por objetivo abrir espaço para grupos e artistas espíritas apresentarem seus trabalhos, promover oficinas de aprofundamento técnico e doutrinário, além de proporcionar um intercâmbio e trocas de experiência entre artistas e grupos espíritas de arte.

A inscrição para a I Mostra Abrarte Norte de Arte Espírita se dará da seguinte forma:

a) Inscrição individual de todos os participantes do evento; e

b) Inscrição para apresentação artística solo ou em grupo, realizada pelo coordenador ou responsável pelo grupo

A inscrição individual poderá ser feita a partir de 1 de junho a 9 de agosto de 2015, através do site http://arteespirita.com.br/mostraabrarte

Fonte: Blog do Calandrini

Mazagão Velho: Tudo pronto para o ponto alto da Festa de São Tiago

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Foto: Márcia do Carmo

Os preparativos para o ponto alto da festa de são Tiago, que ocorre nesta sexta, 24, estão bem adiantados.

A prefeitura de Mazagão já realizou a limpeza da vila de Mazagão Velho com serviços de capina e reforma do balneário com a recuperação das barracas e tablado de madeira que dá acesso ao rio.

A praça de alimentação já está funcionando, e os artesãos e vendedores ambulantes estão alojados em barracas num espaço para os empreendedores. E o palco para os shows, já foi montado, assim como o altar para missa campal, que acontece nesta sexta-feira, 24 de julho.

Os moradores estão envolvidos na preparação da cidade, pintando as suas casas, limpando os quintais para receber os visitantes.

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Foto: Gabriel Penha

As roupas dos personagens que vão participar da encenação da batalha entre mouros e cristãos estão sendo confeccionadas num atelier que funciona no ponto de cultura Raízes do Marabaixo.

As máscaras, para o tradicional baile já estão prontas. As formas são feitas de barro e toda a base com jornais e revista coladas com goma de tapioca. As máscaras são produzidas há mais de vinte anos na casa de seu Elizá que conta com a ajuda dos filhos e da esposa.

As comemorações de São Tiago iniciaram no dia 16 de julho. E todos os dias, ao meio dia, as crianças da vila e adolescentes participam da dança do Ruminê. Neste horário eles visitam as casas dos personagens que vão representar são Tiago, são Jorge, e o menino Calderinha, para fazer a dança da vitória da batalha em que os cristãos venceram os mouros.

Fonte: Diário do Amapá.

Programação da Festa de São Tiago 2015 em Mazagão, no AP

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Foto: Gabriel Penha

Por Gabriel Penha

Já foi divulgada a programação da Festa de São Tiago 2015, que completa 238 anos, em 2015. A festividade, que acontece de 16 a 28 de julho, é realizada pela comunidade de Mazagão Velho – distrito do município de Mazagão que fica a cerca de 70 quilômetros de Macapá – através da Associação Cultural da Festa de São Tiago (ACFST), com apoio do governo estadual e da prefeitura.

Para a realização da festividade deste ano, estão previstos recursos de mais de R$ 600 mil, que serão repassados em um convênio entre a Secretaria de Estado da Cultura e a Prefeitura Municipal de Mazagão. O projeto foi entregue à Secult no início de junho.

A tradição foi trazida da África, no século 18, pelas primeiras famílias que colonizaram a região. É um evento religioso e cultural que mistura sincretismo religioso, cavalhada e teatro a céu aberto. O ponto alto é nos dias 24 e 25 de julho, com a encenação teatral, dividida na entrega dos presentes e baile de máscaras, no primeiro dia, e missa campal, círio e representação da guerra entre mouros e cristãos no segundo dia – desde 2012, feriado estadual.

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Foto: Márcia do Carmo

Transladação para Macapá

Nos dias 13, 14 e 15 de julho a comitiva de festeiros percorre a sede do município, Mazagão Novo e Macapá, onde visita residências e órgãos públicos. O grupo só retorna a Mazagão Velho no dia 16, para a primeira alvorada que marca a abertura da festa.

“É uma forma de divulgar a festividade, para os que ainda não conhecem, bem como reforçar o convite, para que as pessoas compareçam a Mazagão Velho e prestigiem nosso maior evento anual”, explica o presidente da Associação Cultural da Festa de São Tiago, Elton Tiago Jacarandá Barreto.

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Só para crianças

Nos dias 27 e 28 de julho, as crianças têm uma “festa particular” só para elas. Nesses dois dias repetem os rituais feitos anteriormente pelos adultos. Um dia, elas assumirão a tarefa de manter viva a tradição.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO 2015:

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Foto: Márcia do Carmo

17/07 – (sexta-feira):
18h30 – Novena
20h – Arraial a cargo da Fazenda Rancho Fundo, Pousada dona Sinhá, Pousada São Jorge, Pousada São Tiago, Distribuidora Brasileirinho, Comercial Mazagão, Hotel São Tiago, Posto São Tiago, Grupo SOS de Mazagão Velho, Peres Material de Construção.
18/07 – (sábado):
18h30 – Novena
20h – Cavalaria de São Tiago; Panificadora Joana Salete; Fazenda Jaguaruana; Vila Maranhense; Amapá Rações.
00h – Baile dançante

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19/07 – (domingo):
13h – Show artístico no Balneário.
18h30 – Novena
20h – Arraial a cargo da Comissão do Divino Espirito Santo; Raízes do Marabaixo Infantil e Adulto; Comissão de N. Sra da Piedade; Grupo Flores do Marabaixo e Trans São Tiago.
0h – Festa

20/07 – (segunda-feira):
18h30 – Novena
20h – Escolas Municipais: Vó Olga; Raimunda Pureza; Branca de Neve; Otávio Afonso; Joana Aires; Domingos Valente. Escola Estaduais: Antônia Silva Santos; Piquiazal; Leandro Plácido; Dâmaso de Jesus; Fagundes Varela; Dom Pedro I; Dr Murilo Braga; escola Família do Carvão.
0h – Baile Dançante

21/07 – (terça-feira):
18h30 – Novena
20h – Arraial a Cargo dos Funcionários Públicos Municipais, Estaduais e Federais.
00h – Baile Dançante

22/07 – (quarta-feira):
18h30 – Novena
20h – Arraial a cargo do Governo do Estado do Amapá.
20h – Apresentações culturais na Praça de São Tiago.
0h – Baile Dançante

23/07 – (quinta-feira):
18h30 – Novena
20h – Arraial a cargo da Prefeitura Municipal de Mazagão, Câmara de Vereadores e Rádio Nova Mazagão.
20h – Apresentações culturais na Praça de São Tiago.
0h – Baile Dançante e Show Artístico.

24/07 – (sexta-feira):
04h – Alvorada Festiva
13h – Show artístico no Balneário.
16h – Entrega dos Presentes.
18h30 – Novena.
21h30 – Baile de Máscaras.

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Foto: Gabriel Penha

25/07 – (Sábado)
7h – Saída do Arauto convidando as figuras para o círio.
7h30 – Missa solene em frente à capela de São Tiago.
8h30 – Início do círio.
11h – Dança do vominê nas residências locais.
12h – Passagem do bobo velho.
13h – Show artístico no Balneário.
14h – Saída do arauto anunciando o início da batalha, com os seguintes episódios:
•Descoberta do Atalaia
•Morte do Atalaia
•Armadilha (Emboscada feita pelos cristãos)
•Captura e venda das crianças cristãs e partilha do dinheiro
•Troca do corpo do Atalaia pela bandeira moura
•Batalha entre mouros e cristãos, tomada do
estandarte mouro e batalha final
•Vominê (dança da vitória dos cristãos)
20h – Recírio.
20h30 – Ladainha e show pirotécnico.
22h – Baile Dançante e Show Artístico.

26/07 – (domingo):
8h – Salve rainha em louvor a Santa Ana (procissão).
9h – Baile da melhor idade.
13h – Show artístico no Balneário.
22h – Baile dançante com música ao vivo.

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Foto: Gabriel Penha

27/07 – (segunda-feira):
5h – Alvorada festiva e início da festa de
São Tiago das crianças.
16h – Entrega dos presentes.
19h – Transladação do Santo e a novena.
21h – Baile de Máscaras.

28/07 – (terça-feira):
7h30 – Missa com o Círio.
11h – Visitas nas residências locais.
12h – Passagem do bobo velho.
16h – Batalha das Crianças.
20h – Recírio.
22h – Baile dançante.

Fonte: G1 Amapá

O DISCURSO DISCRIMINADOR DO MARABAIXO – Por Fernando Canto

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Foto: Elton Tavares

Diante de mais um fato etnocêntrico de um delegado que ameaçou parar as festas do Marabaixo, publico este texto conclamando todos os amapaenses a defender nossa cultura ancestral (F.C.)

O DISCURSO DISCRIMINADOR DO MARABAIXO (*)

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Foto: Gabriel Penha

Texto de Fernando Canto Para o amigo Herialdo Monteiro

Não é de hoje que o Marabaixo é discriminado. Aliás, as manifestações culturais de origem africana sempre foram vistas como ilegais ao longo da história do Brasil. Do samba à religião, seus promotores foram vítimas de denúncias que os boletins de ocorrências policiais e os processos judiciais relatam como vadiagem, prática de falsa medicina, curandeirismo e charlatanismo, entre outras acusações, muitas vezes com prisões e invasões de terreiros.

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Foto: Márcia do Carmo

Essa discriminação ocorreu – e ainda ocorre – em contextos históricos e sociais diferenciados, e veio produzida por instituições que tinham o objetivo de combater o que lhes fosse ameaçador ou que achassem associadas às práticas diabólicas, ao crime e à contravenção.

No caso do Marabaixo, há anos venho relatando episódios de confronto entre a igreja católica (e seus prepostos eclesiásticos e seculares), e os agentes populares do sagrado, estes que, por serem afrodescendentes, mestiços e principalmente por serem pobres, foram e são discriminados, visto o ranço estereotipado de que são “gente ignorante” e supersticiosa.

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Foto: Márcia do Carmo

É do século XIX a influência do evolucionismo que tomava como modelo de religião “superior” o monoteísmo cristão e via as religiões de transe como formas “primitivas“ ou “atrasadas” de culto. Para Vagner Gonçalves da Silva (Revista Grandes Religiões nº 6), nesse tempo “religião” opunha-se a “magia” da mesma forma que as igrejas (instituições organizadas de religião) opunham-se às “seitas” (dissidências não institucionalizadas ou organizadas de culto).

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Foto: Márcia do Carmo

É do século XIX também os primeiros escritos sobre o marabaixo. Em um deles um anônimo articulista o ataca, dizendo-se aliviado porque “afinal desaparece o o infernal folguedo, a dança diabola do Mar-Abaixo”.

Ele afirma que “será uma felicidade, uma ventura, uma medida salutar aos órgãos acústicos se tal troamento não soar mais…”. Na sua narrativa preconceituosa vai mais além ao dizer que “Graças ao Divino Espírito-Santo, symbolo de nossa santa religião, que só exige a prática de bôas acções, não ouviremos os silvos das víboras que dansam ao som medonho dos gritos dos maracajás (…), que é suficiente a provocar doudice a qualquer indivíduo”. Assevera adiante “Que o Mar-Abaixo é indecente, é o foco das misérias, o centro da libertinagem, a causa segura da prostituição”. E finaliza conclamando “Que os paes de famílias, não devem consentir as suas filhas e esposas frequentarem tão inconveniente e assustador espetáculo dessa dansa, oriunda dos Cafres”. (Jornal Pinsonia, 25 de junho de 1898)

Discursos de difamação do Marabaixo como este e a posição em favor de sua extinção ocorreram seguidamente. O próprio padre Júlio Maria de Lombaerd quebrou a coroa de prata do Espírito Santo que estava na igreja de São José e mandou entregar os pedaços aos festeiros. O povo se revoltou e só não invadiu a casa padre para matá-lo graças à intervenção do intendente Teodoro Mendes.

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Foto: Márcia do Carmo

Com a chegada do PIME – Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras – em Macapá (1948) o Marabaixo sofreu um período de queda, mas suportado com tenacidade por Julião Ramos, que não o deixou morrer. Tiraram-lhe inclusive a fita da irmandade do Sagrado Coração de Jesus, da qual era sócio fiel.

Nesse período os padres diziam que o Marabaixo era macumba, que era coisa ruim, e combatiam seus hábitos e crenças, tidos como hediondos e pecaminosos, do mesmo jeito que seus antecessores o fizeram no tempo da catequização dos índios. Mas o bispo dessa época, D. Aristides Piróvano, considerava Mestre Julião “um amigo” (Ver Canto, Fernando in “A Água Benta e o Diabo”. Fundecap, 1998)

O preconceito dos padres italianos com o Marabaixo tem apoio num lastimável “achismo”. Os participantes são católicos e creem nos santos do catolicismo, tanto que a festa é dedicada ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade e não a entidades e voduns como pensam. Nem ao menos há sincretismo nele.

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Colheita da Murta Foto: Fernando Canto: Arquivo pessoal

E se assim fosse? Qual o problema? Antes de emitirem um julgamento subjetivo sobre um fato cultural é preciso conhecê-lo. É preciso ter ética. Ora, sabe-se que todos os sistemas religiosos baseiam-se em categorias do pensamento mágico. Uma missa ”comporta uma série de atos simbólicos ou operações mágicas” (Vagner Silva op. cit.). Observem-se as bênçãos, a transubstanciação da hóstia em corpo de Cristo, por exemplo. Um ritual de umbanda comporta a mesma coisa. O Marabaixo tem rituais próprios, ainda que um tanto diferentes. Por isso e apesar do preconceito ainda sobrevive. Valei-nos, Santo Negro Benedito!

(*) Do livro “Adoradores do Sol – Novo Textuário do Meio do Mundo”. Scortecci, São Paulo, 2010

Fonte: O Canto da Amazônia

Hoje é Domingo do Senhor, na Favela é dia de derrubar os mastros da Santíssima Trindade

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Domingo do Senhor é 7 de junho, e na Favela, atual bairro Santa Rita, os mastros da Santíssima Trindade serão derrubados, cumprindo o calendário do Ciclo do Marabaixo. É dia de transformar a fé em louvor, vestir a saia florida, a calça branca, colocar a flor no cabelo, e dançar na roda de marabaixo da casa da matriarca Natalina Costa, que abre as portas a partir das 16h.

Neste dia, historicamente nos bairros Favela e Laguinho, os devotos e apreciadores da cultura do marabaixo se reúnem para a derrubada dos mastros, retirada das bandeiras e escolha dos festeiros do próximo ano. É o encerramento dos festejos que inicia na Semana Santa e segue com as rodadas de marabaixo, retirada dos mastros no Curiaú, novenas, missa, levantar dos mastros e bailes. Neste ano, o ciclo não encerra nesta data, e sim no Dia Estadual do Marabaixo, 16 de junho.

A festa é aberta para quem quiser participar do festejo, com marabaixo até meia-noite. O endereço do Barracão da Tia Gertrudes é av: Duque de Caxias, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes.

Mariléia Maciel

98 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima

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Crianças de Fátima.

Há exatos 98 anos, em 13 de maio de 1917, Lúcia de Jesus dos Santos (10 anos), Francisco Marto (9 anos), Jacinta Marto (7 anos), três crianças portuguesas, viram aparições de Nossa Senhora de Fátima, na Cova da Iria, Vila Nova de Ourém, em Portugal.

Segundo as crianças, foram três aparições. Nos encontros, a santa revelou segredos a eles, que foram denominados “Os pastorinhos de Fátima”. Isso foi mantido em segredo até 1937, daí para frente é só ler um pouco de história religiosa para saber mais do assunto.

Todas as informações sobre as aparições estão no endereço: Aveluz

Os católicos fervorosos acreditam na história e os descrentes dizem que é mitologia católica (mas que eu não duvido).

Ciclo do Marabaixo: Sábado do Mastro tem programação no Curiaú e Favela com conscientização ambiental

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O Marabaixo da Favela continua neste final de semana cumprindo o calendário do Ciclo, e os integrantes da Associação Berço das Tradições Amapamara2enses, seguem para as matas do Curiaú onde o mastro será retirado. A derrubada do tronco acontece no dia 9, o chamado Sábado do Mastro, a partir das 9h, e na volta, a comunidade se prepara para mais uma rodada marabaixo no barracão da Tia Gertrudes.

Retirar os mastros é uma tradição secular que se repete durante o Ciclo do Marabaixo. As quatro comunidades do Laguinho e Favela, que festejam o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade, entram na mata tocando caixas e dançando para retirar os trocos que serão levados para as casas onde acontecem os festejos, e erguidos após a rodada de marabaixo do Domingo do Mastro, ápice do louvor à Santíssima Trindade. Neste ano será dia 24 de maio.mara21

No bairro Santa Rita, antiga Favela, os festejos são em honra à Santíssima Trindade, que é um dos Mistérios da crença cristã, que acredita em um só Deus, formada pelo Pai, Filho e Espírito Santo. Simbolizada por uma coroa que tem em cima uma pomba, as cores azul e branca predominam na casa de Natalina Costa, filha de Gertrudes Saturnino, pioneira do marabaixo da Favela. É no Barracão da Tia Gertrudes, uma das primeiras moradias do bairro, que acontecem os festejos, desde a década de 40.

Conscientização ambiental

Na Favela a tradição sofreu adaptações em função da urbanização do bairro e da conscientização ambiental, trabalhamara211da com as gerações mais jovens. O costume de retirar dois mastros, onde são penduradas as bandeiras da Santíssima Trindade, foi alterado, e hoje, apenas um mastro é derrubado, o outro é de acrílico. Em substituição ao ato de derrubar dois troncos, a comunidade traz do Curiaú, mudas de árvores nativas, que as crianças são incentivadas a plantar no bairro.

Serviço:
Retirada do Mastro: A partir das 9h, no Curiaú
Rodada de Marabaixo: Das 18h à meia-noite, no Barracão da Tia Gertrudes

Mariléia Maciel/Assessoria de Comunicação
Fotos: Márcia do Carmo

Espetáculo Musical “O Cristo”

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A mesma qualidade do festival de dança talentos agora em um espetáculo Musical, não tenho dúvidas de que será inesquecível.

DIA 31 DE MARÇO
MUSICAL O CRISTO
NO TEATRO DAS BACABEIRAS
INGRESSOS ANTECIPADOS
20,00(Inteira) 10,00 (Meia)
VENDA NA LOJA ENCONTRO GOSPEL.
NÃO TEM COMO FICAR DE FORA, VAI SER LINDO.
Maiores Informações: (96) 9 8135-3292/ 9 9207-8328/9 9172-0652

Fonte:Blog do Calandrini

Igreja Matriz de São José de Macapá recebe obras de recuperação

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Por Paula Monteiro

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Igreja por dentro – Foto: Ewerton França

A degradação por conta da ação do tempo na Igreja Matriz de São José de Macapá será revertida. Por anos, o patrimônio histórico do século XVIII sofreu desgaste e a estrutura física estava comprometida. Há duas semanas, a Prefeitura de Macapá começou o trabalho de manutenção para garantir o bom funcionamento da paróquia. As obras não têm prazo para serem concluídas.

Os serviços são de recuperação das calhas com a limpeza e impermeabilização, descupinização e manutenção do telhado, além da avaliação estrutural da igreja, realizada pelo engenheiro Archimino Sthay, especialista em estrutura tecnológica de material de construção e patologias. “Estamos fazendo essa recuperação devido a importância do patrimônio histórico. É bom frisar que não trata-se de uma reforma, mas sim de manutenção de caráter emergencial”, explicou o coordenador de obras da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura Urbana (Semob), Antônio Silva.macapá2

Em 2013, a Defesa Civil do Estado entregou um laudo técnico sobre as deficiências da estrutura da diocese ao pároco padre Lourenço Filho. O documento dava prazo de 90 dias para a elaboração do plano de recuperação do local. Na época, a Defesa Civil afirmou que os problemas encontrados na igreja não colocavam em risco a vida dos frequentadores e, por isso, não houve necessidade imediata de interdição. “Os trabalhos são realizados de acordo com as chuvas, pois o mau tempo impede alguns serviços. Somente quando fizermos a descupinização a igreja ficará interditada temporariamente para os visitantes”, finalizou Silva.

Símbolo do catolicismo

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Igreja de São José – Foto: Jorge Júnior

A Igreja Matriz de São José de Macapá é um dos símbolos mais fortes do catolicismo no Amapá e também representa o começo do povoamento da capital. A paróquia participa de festividades como o círio de Nazaré e o Círio de São José que atrai centenas de fiéis. A Igreja de São José também realizava os saudosos arraiais de São José, padroeiro da capital, que ocorriam na Praça Veiga Cabral.

O trabalho cauteloso, que visa preservar a construção bicentenária, é executado pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura Urbana (Semob), baseado nas orientações repassadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O trabalho é acompanhado por uma comissão de representantes da igreja católica, Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), Prefeitura de Macapá, Universidade Federal do Amapá (Unifap), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e instituições da sociedade civil.

Fonte: Portal Amazônia

Prefeitura trabalha para garantir preservação da igreja matriz de São José

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A Prefeitura de Macapá inicia a manutenção da igreja matriz de São José. O trabalho cauteloso, que visa preservar a construção bicentenária, está sendo executado pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura Urbana (Semob), baseado nas orientações repassadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A manutenção é um compromisso assumido pelo prefeito Clécio Luís e pelo senador Randolfe Rodrigues, junto ao bispo da Diocese de Macapá, Dom Pedro José Conti, e prevê a recuperação das calhas com a limpeza e impermeabilização, descupinização e manutenção do telhado, além da avaliação estrutural da igreja, que será realizada por um consultor de Belém/PA, contratado pela gestão municipal. O engenheiro Archimino Sthay, que é especialista em estrutura tecnológica de material de construção e patologias, já está na capital.

“Estamos determinados a cumprir a missão de preservar nossa história, pois a igreja São José é a igreja mãe. Próximo dela mora o bispo diocesano Dom Pedro José Conti, além de abrigar as festas solenes de aniversário da cidade, festividades do padroeiro do estado, São José, e da padroeira da Amazônia, Nossa Senhora de Nazaré, com o tradicional Círio. Temos de garantir que tudo isso seja preservado”, afirmou o prefeito Clécio.

O trabalho será acompanhado por uma comissão de representantes da igreja católica, Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), Prefeitura de Macapá, Universidade Federal do Amapá (Unifap), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e instituições da sociedade civil.

Igreja matriz de São José

A cidade de Macapá cresceu em torno da igreja, que começou a ser construída em 1758 e foi inaugurada em 1761, ainda quando a cidade era chamada de Vila de São José de Macapá. A igreja matriz é o prédio mais antigo da cidade e guarda relíquias, como a imagem original do padroeiro São José, feita em madeira.

Asscom Semob/PMM