Procurador-geral de Justiça do MP-AP participa de posse do novo desembargador do Tjap

O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Amapá (MP-AP), Márcio Augusto Alves, participou nesta segunda-feira (3), no Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), da posse do novo desembargador, o magistrado Eduardo Freire Contreras. O nome do juiz de direito de entrância final foi aprovado em Sessão do Pleno Administrativo pelo critério de antiguidade. O membro da Corte efetivado hoje ocupa a vaga deixada com a aposentadoria do desembargador César Augusto Souza Pereira.

O presidente do Tjap, desembargador Carlos Tork, deu boas vindas e parabenizou o magistrado Eduardo Contreras. Na sequência, informou aos demais desembargadores que o designará para assumir a coordenação das Varas de Família do Estado do Amapá. “Será uma honra e um prazer trabalhar com você, o novo desembargador. Desejo saúde, paz e muito sucesso em sua jornada. Muitas felicidades, tenho certeza que nos abrilhantará com muito sucesso”, frisou o presidente do Tjap.

O PGJ do MP-AP desejou sucesso ao novo desembargador e falou sobre o desafio que o membro da Corte terá no cargo.

“Sobre suas mãos estarão os destinos de muitas famílias, de muitos servidores públicos, conflitos sociais, mas, também estarão sobre suas mãos as ações que definirão os processos de combate à corrupção em nosso Estado. Vossa excelência tem jeito de ser um homem prudente e conciliador. Em todos os setores precisamos estar atentos às crises, mas, também precisamos agir com sapiência. O risco de descontrole e agravamento das consequências é muito grande. Espero que Deus lhe abençoe e que vossa excelência seja abraçada pelo sentimento de fé, a mesma que move o MP-AP na promoção de políticas públicas que refletem diretamente na vida do cidadão e nos serviços do nosso Amapá”, pontuou o PGJ.

Sobre o novo desembargador

Com 27 anos de magistratura, trajetória iniciada em 5 de outubro de 1991 no Poder Judiciário do Amapá, o juiz Eduardo Contreras integrou quórum da Corte em várias ocasiões, como juiz convocado nas turmas do Pleno Judicial, Câmara Única e Secção Única.

Após falar um pouco sobre sua trajetória como magistrado, o novo desembargador agradeceu aos presentes por prestigiarem sua posse e reafirmou seu compromisso para com a Justiça do Amapá e do Brasil.

“Este é um reconhecimento sobre uma vida trabalhando na Justiça. O mais difícil mesmo é nos sentirmos impotentes, antes os ataques que passamos a sofrer por parte de alguns meios formadores de opiniões. E por que passamos a sofrer esses ataques? A resposta está na atuação da Justiça, que juntamente com o MP-AP e órgãos policias passou a atingir pessoas, empresas e instituições que se julgavam acima da Justiça. Continuaremos o nosso trabalho como sempre foi feito ao longo dessa jornada, com responsabilidade, empenho e respeitando as leis do Brasil”, ressaltou o desembargador Eduardo Contreras.

A posse contou com a presença de outros membros do MP-AP, como o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Administrativos e Institucionais da instituição, Nicolau Crispino, o ouvidor da entidade, procurador de Justiça Jayme Henrique Ferreira, a secretária-geral do órgão ministerial, promotora de Justiça Ivana Cei, e o promotor de Justiça Afonso Pereira. Além de mandatários e representantes de todas as esferas de poder do Amapá, imprensa e sociedade civil organizada.

SERVIÇO:

Elton Tavares
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amapá
Contato: (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

TRE do Amapá julga o primeiro DRAP e indefere candidaturas do PT ao cargo de deputados estaduais

Foto: Manoel Raimundo Fonseca

Seguindo parecer do Ministério Público Eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), julgou e indeferiu por unanimidade, na sessão ordinária desta terça-feira (28), os pedidos de registro do Partido dos Trabalhadores (PT), com vistas à eleição proporcional para o cargo de Deputado Estadual nas Eleições 2018 no Estado do Amapá.

Sob a relatoria do Juiz Carlos Canezin, o pleno julgou não atendidas as exigências do Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) apresentado pelo Partido dos Trabalhadores– PT.

Outra irregularidade da legenda é a ausência da prestação de contas na Justiça Eleitoral. E se persistindo assim, todos os candidatos do partido serão impedidos por lei de participar do pleito.

Com a sentença proferida pela Justiça Eleitoral, o diretório do partido está com registro suspenso no Amapá

O partido tem três dias para recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e enquanto isso o TRE-AP continua os julgamentos individuais, embora estejam – em caso de deferimento – condicionados a uma eventual reversão que indeferiu o DRAP da legenda.

Entenda

O partido foi intimado para se manifestar sobre situação jurídica irregular da legenda na circunscrição, em razão do julgamento de contas como não prestadas. A agremiação limitou-se a requerer concessão de prazo de cinco dias para sanar a irregularidade. O que não ocorreu.

O Ministério Público Eleitoral também propôs Ação de Impugnação de Registro de Candidatura, sob alegação de que entre os delegados que subscreveram o DRAP (Veslei Guimarães e Cleia Borges), somente esta última possui registro no Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias – SGIP.

O voto

“VOTO pelo indeferimento do pedido de registro do PARTIDO DOS TRABALHADORES nas eleições proporcionais de 2018 ao cargo de deputado . Além disso, VOTO pelo indeferimento da tutela inibitória de urgência estadual no Amapá requerida pelo Ministério Público Eleitoral”, diz um trecho do voto do juiz relator Carlos Canezin.

A sessão foi presidida pela desembargadora Sueli Pini. Presentes os Juízes Hilton Pires, Carlos Canezin (Relator), Rogério Funfas e Léo Furtado, e a Procuradora Regional Eleitoral, Dra. Nathália Mariel.

ASCOM TRE-AP

Mercúrio em Virgem – Por Mayara La-Rocque

Por Mayara La-Rocque

Já te disse que a noite é prenha e que só a lua transborda. Certa vez escrevi isso, lá atrás, talvez eu tivesse a idade de meu irmão ou um pouco mais. Acontece que esses ares me voltam à cabeça, os daquela época – hoje a de meu irmão e dos amigos dele. Era um tempo em que eu escrevia pelas paredes do quarto e me arranhava em pensamento pelas ruas. As ruas desta mesma noite. Já te disse que ela é prenha e a lua continua a transbordar. Tudo ainda me cresce e apesar das luzes cheias de gentes que ofuscam, dos sinos que tocam, dos festejos que comemoram datas imprecisas – ninguém mais se lembra da história, quando foi que tudo começou, se era mesmo um deus que nascia ou deuses que morriam, mas vejo que foi desde então – os calendários estão atônitos, os noticiários se repetem na frente das igrejas, das praças, no homem que trucidou a mulher que chamou de sua, no corpo dessa mulher de pele e vias-lácteas violadas.

Contudo, tem algo ali entre a curva das mangueiras e a beira do céu quase a alcançar Mercúrio por cima de minha cabeça e que traz por entre as esquinas a queda de uma estrela, o tempo dilatado das ruínas. Não sei bem o que é, mas me afronta a memória como ostra viva, se assemelha a algo que talvez eu tenha lido ainda hoje – não bem em verbo ou carne ressequida, mas tinha gosto de vida, era fresco como orvalho entranhando as narinas; muito menos era palavra o que li, mas sim, o que eu vi tomou corpo e forma dos reencontros que tenho tido entre leitura e solidão.

Tudo isso já te disse. Então, tu preponderas e até refutas, indignado, pra quê tanta solidão? E eu te digo que dela o mundo está vazio, pois que é sempre muita gente sozinha em tumulto, muita fala ao mesmo tempo aglomerada, muita boca lotada de secura, muitos olhares perdidos por todos os lados a procurar, uma procura que desvia a procurar, procurar, procurar o quê? Sem solidão, ninguém sabe.

Mas eu dizia que as ruas ainda vivem nos meus passos. É quase sempre onde me faço ou descubro um pensamento, um caminho ruminando em algum lugar que ainda não conheço. Eu sei, todo mundo carrega tristezas, mas me pergunto – ora, veja, quem! – quem, realmente se dá conta por si e sabe de sua tristeza? Está bem, está certo, acho que, no fundo, todos sabem. E apesar das luzes tremendo o barulho que sibila, esse embaçado que carregamos frente aos olhos – e que dói até nas costas, meu Deus, eu sei que dói – apesar desse a-pesar, existe uma noite que é prenha. Está fermentando lá embaixo enquanto vivemos aqui na superfície: eu tenho fome, preciso, comer, minha garganta está seca, tenho sede. O que é a sede? Tu perguntas. Agora! Diz, tu tens sede exatamente do quê? Não sabes. Não sei. Tenho. Temos. Quero, e sabemos, queremos sempre mais. Toda-via, Deus meu, tem vida debaixo da terra e sei que tu ainda podes observar, ela percorre o giro da lua – decapitando as dormências e nos acordando na entrada dos olhos os zincos, as pratas e os metais e também as pérolas ativas do sonho que de heras vem se formando por debaixo dos oceanos feito anzóis em suspensão; é enquanto olhamos a crista das ondas do mar que pescamos: a noite é sombra que reflete o brilho, movimento que vai parar nos olhos; a fundo, da ponta dos cílios também tem um oceano querendo jorrar.

No momento em que estou indo para casa, lembro que tenho que comprar pão, também o café e outras embalagens, os ditos descartáveis, os resíduos manufaturados do supermercado, e os resíduos humanos seguem comigo, penso na minha vida adulta e nos meus projetos inacabados. Sinto fome. Continuo a especular, é sempre tudo mera especulação: quando chegar em casa, preparo algo para comer e é exatamente aí que, de repente, é como se tudo que estivesse na boca do estômago em estado de latência, ruminando, fervilhando, chegasse até o limiar da goela e, ao ser mastigado, voltasse a ser engolido e fosse para o lugar de onde veio. Saciada a fome da superfície, tudo se esquece, e volta a dormir no âmago do sonho.

*Mayara La-Rocque é paraense, educadora, escritora. Publicou a plaquete literária “Uma luminária pensa no céu”, pela Editora Escriba, em 2017. (além de velha amiga minha e colaboradora deste site).

Torneio Interdistrital: conheça os representantes do distrito do Coração

A Coordenadoria Municipal de Esporte e Lazer (Comel) definiu no domingo, 26, mais 4 representantes do 42º Torneio de Futebol Interdistrital de Macapá. Desta vez, os jogos da seletiva definiram no naipe feminino a equipe campeã da Lagoa de Fora e vice-campeã o time do Coração. No masculino, a equipe do Piamarta foi campeão e São José do Matapi vice.

Os quatro representantes foram premiados. A disputa faz parte das etapas eliminatórias, que ocorrem nos distritos para definir os representantes, sendo duas equipes masculinas e duas femininas para as etapas finais. A grande final está prevista para outubro.

Esta edição do 42º Interdistrital reúne 203 times, árbitros e uma estimativa total de 5.075 pessoas envolvidas. A próxima seletiva será nos dias 1º e 2 de setembro, em Carapanatuba. Ao todo, disputam as vagas 12 times masculinos e 7 femininos.

Cássia Lima
Assessora de comunicação/Comel
Contatos: 98104-9355/ 99200-8657

Parada do Orgulho LGBT reúne cerca de 50 mil pessoas

Segundo os organizadores do evento, mais de 50 mil pessoas se uniram e coloriram a orla de Macapá para celebrar o amor, a diversidade, a resistência e a luta na 18ª Parada do Orgulho LGBT. Para comemorar a maior idade, este ano o tema escolhido foi Resistir, Conquistar, Avançar: com elas, por elas e para elas.

Com as cores do arco-íris, que representam a diversidade do amor, a festa, que também é sinônimo de luta, contou com cinco trios elétricos, segurança da Guarda Municipal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e CTMac, além de serviços da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

“Só tenho a agradecer a comissão organizadora, parceiros e, principalmente, ao público que compareceu. Momento de dar visibilidade a uma população que, infelizmente, aparece em notas em que foram vítimas de crime ou com teor LGBTfóbico. Momento de apresentar à sociedade pessoas que, apesar das lutas cotidianas, não deixam de sorrir e se divertir, e querem um mundo melhor com mais respeito e amor ao próximo”, declarou a madrinha da Parada, Jackeline Brandão.

A estudante Nara Fernandes, 24 anos, disse que é um momento de mostrar que a sociedade tem que respeitar a todos e todas. “Viemos aqui para festejar o amor e lutar contra todo tipo de preconceito. Merecemos respeito, não somos anormais, somos iguais a todos”, frisou.

O prefeito Clécio Luís também foi mostrar seu apoio à causa LGBT participando da festa. “O Município tem um Departamento de Orientação da Diversidade Sexual com a primeira técnica trans [Suzane D. Blue], além do Decreto Municipal de usar em repartições públicas o Decreto do Nome Social”, lembrou.

A caminhada fez o percurso de toda orla de Macapá, que encerrou na Praça Zagury, onde a programação continuou com várias atrações, como Alexia Leblok, Negro de Nós, Minni Boxx Lunar, Drag Quenn Samira Catuaba, Michele Matcoth, Banda Pinducos, Banda Jessica Wani e Suellem Braga, com participação do Dj. Maycon.

Lilian Monteiro
Assessora de comunicação/Semast
Contato: 99903-5888

Exposição “Minha Aldeia” reúne fotografias inspiradas no cotidiano amapaense

Com fotos de paisagens, cartões-postais e até mesmo de trabalhadores à beira do Rio Amazonas, o fotógrafo Floriano Lima reúne 27 imagens que retratam o cotidiano amapaense na exposição “Minha Aldeia”. A mostra ficará aberta ao público de 27 de agosto a 20 de setembro, na unidade Centro do Serviço Social do Comércio (Sesc), em Macapá.

O fotógrafo define não existir um tema específico na exposição, condição que deu a ele liberdade para retratar desde as fotos mais “clichês”, até imagens comuns do dia a dia.

“Sempre gostei de fotografar nossos cartões postais porque eles são muito bonitos e únicos. Então, por mais ‘batidas’ que pareçam, eles fazem parte da proposta da exposição”, adiantou.

Dormir na rede, trabalhar com embarcações ou até mesmo o céu no fim de tarde são inspirações para o fotógrafo, que diz buscar evidenciar as belezas escondidas na simplicidade.

Todas as imagens foram feitas entre 2016 até este ano. Elas compõem fases da profissão de Floriano Lima, de 56 anos, que iniciou a fazer “clicks” aos 17.

“Essas fotos são recentes e fazem parte da minha carreira profissional. Apesar de fotografar desde a adolescência, quando ganhei minha primeira câmera fotográfica, trabalho profissionalmente na área há cerca de 5 anos”, contou.

A vernissage da exposição acontece no dia 24 de agosto, às 19h público poderá prestigiar a mostra de segunda a sexta-feira, no horário das 9h às 11h e das 15 às 17h.

Serviço:

Exposição fotográfica “Minha Aldeia”
Data: vernissage 24 de agosto; visitações de 27 de agosto a 20 de setembro
Hora: abertura 19h; visitações das 9h às 11h e das 15h às 17h
Local: Sesc Centro
Entrada: gratuita

Fonte: Folha PA

O DITADO – Conto de Luiz Jorge Ferreira

Conto de Luiz Jorge Ferreira

Minha tia morreu jovem aos oitenta anos de um parto prematuro. Minha mãe morreu velha aos 16. Eu sobrevivi até hoje. Sobrevivi, porque Deus adoeceu e não viu que eu me escondia debaixo deste assoalho de tábuas podres onde eu moro. Eu e meus três cavalos: Açaí, Bacaba e Tucumã. São três belos cavalos garanhões, fogosos e brabos.

As proximidades do outono, Bacaba pariu um potro albino que eu chamei de Tucuxi. Uma anciã, que jogava búzios, disse-me que ele era filho de boto. Um velho Saci Pererê, que vinha lavar a ferida da perna no córrego, onde lavo os meus cavalos, disse-me ser ele filho de seu próprio pai. Um índio da tribo dos Tumucumaque, que eu conheci salgando peixe-boi no Porto de Santana, disse que ele era fruto dos sêmens trazidos pelas correntes marinhas, oriundos das noitadas dos marinheiros de Ulisses, que o engravidara assim como acontecera com Helena. O fato é que me afeiçoei tremendamente ao potro Tucuxi e ele a mim. Com a chegada do desmatamento e a transformação da floresta em pastagens, Tucuxi começou a se afastar e procurar ser aceito pelos bandos de cavalos que pastavam do outro lado do córrego, agora um rio de águas amareladas.

O clima começou a mudar e as noites foram ficando mais longas. O córrego onde eu lavava Açaí, Bacaba e Tucumã salgou-se. Um mateiro, cego de um olho, disse que isso tinha sido feito por um índio que salgava peixe-boi. O soldado, que patrulhava a fronteira entre o Amapá e a Guiana Inglesa, disse que foi o azougue. E um regatão, vendedor de perfume francês de duas cores e chita colorida transparente, disse que foi o Tsunami em Macacoari.

O fato é que com a transformação da água doce em água salgada, Açaí, Bacaba e Tucumã envelheceram, perderam os dentes, os pêlos, racharam as patas e encolheram as pernas traseiras. Em vez de relinchar apenas miavam. Tucuxi parecia uma canoa. Ficava flutuando como uma toiça branca pela extensão do córrego, agora um pequeno rio-mar.

Toda à noite de lua cheia, eu saia um pouco debaixo do jirau de tábuas podres e olhava para o firmamento. Como não via os olhos de Deus procurando-me, ia ao rio e lavava-me sob a intensa dor provocada pelo sal das águas na minha carne avermelhada e nas feridas aberta nos meus pés. Eu já estava criando cascos. Descobri olhando os rastros que eu deixava na lama da margem. Em mim, também, nasciam asas. Isto eu descobri pela grande quantidade de penas no rio. Estava translúcido, de pele muito alva, resultado do enorme tempo que vivia debaixo do jirau de tábuas podres. Escondido dos olhos de Deus.

Tucuxi ficava horas comigo. Eram dois albinos tomando banho despreocupadamente. Talvez pai e filho. Talvez anjos caídos. Talvez cavalos. Deus quando me encontrou morreu. Fiquei órfão. A lavadeira que batia as roupas esfarrapadas de encontro às pedras porosas do rio, disse para eu rezar. A bota que expelia óvulos debaixo da folha do mururé, para que o sol os fecundasse, disse para eu beber Andiroba. A brisa que acariciava o dorso das Cobras e Poraquês deu-me de costas. A prostituta, que se dependura na beirada dos barcos para vender-se em poucos minutos, ficou com pena de mim e deu-me um Curumim que, hoje, é: – Quem escreve o que falo.

Prova da Olimpíada Brasileira de Química ocorre neste sábado (25)

A coordenação do projeto de extensão “Olimpíadas de Química”, vinculado ao Programa de Inclusão, Acesso e Permanência (Piap) da Universidade Federal do Amapá (Unifap), divulgou a relação com os alunos de instituições de ensino das redes pública e privada de Macapá (AP) e Santana (AP) que estão aptos a participarem da Olimpíada Brasileira de Química 2018. A prova ocorre neste sábado, 25, das 14h às 18h, na sala 1 do Bloco K, situado no campus universitário Marco Zero do Equador, em Macapá (AP).

A Olimpíada Brasileira de Química (OBQuímica) existe desde 1986 e é um evento de cunho competitivo para estudantes do ensino médio e tecnológico. Os primeiros colocados nesta competição têm seus nomes inseridos na galeria de honra do troféu da Olimpíada Brasileira de Química. Os dez estudantes de maior destaque nesta olimpíada são convocados para participar do Curso de Aprofundamento e Excelência em Química, ministrado por professores do curso de pós-graduação em Química de uma das universidades participantes, de onde se escolherá a equipe que representará o Brasil na Olimpíada Internacional de Química e na Olimpíada Ibero-americana de Química.

Já o projeto de extensão da Unifap “Olimpíadas de Química” tem como objetivos: despertar o interesse dos estudantes pelo estudo da Química; formar continuamente acadêmicos de Licenciatura em Química da Universidade; estimular o ensino, a pesquisa e outras atividades profissionais na área; incentivar, por meio do ensino de Química, o entrosamento entre a Instituição e as escolas de nível médio do estado.

Saiba mais sobre a Olimpíada Brasileira de Química aqui. Neste site, você encontra mais informações sobre a Olimpíada Amapaense de Química.

Serviço

Olimpíada Brasileira de Química 2018.
Prova dia 25 de agosto de 2018, das 14h às 18h, na sala 1 do Bloco K, situado no campus universitário Marco Zero do Equador (Rod. Juscelino Kubitschek, km 02, bairro Jardim Marco Zero, Macapá-AP). Relação com os nomes dos alunos do ensino médio aptos a participarem da olimpíada está disponível no site da Unifap. Informações: 3312-1752 / 3312-1757 / [email protected].

Assessoria de comunicação

Em ação movida pelo MP-AP contra o Estado, Justiça determina depósito de recursos para compra de medicamentos contra o câncer

Resultado de Ação Civil Pública movida pela Promotoria de Defesa da Saúde do Ministério Público do Amapá (MP-AP), a juíza Alaíde Maria de Paula, titular da 4ª Vara Cível e de Fazenda Pública da Comarca de Macapá, determinou, durante audiência realizada nesta segunda-feira (20), que o Governo do Estado faça o depósito judicial de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para compra de medicamentos destinados aos pacientes em tratamento contra o câncer na Unidade de Oncologia (UNACON).

O valor a ser depositado foi dividido em duas parcelas, sendo a primeira marcada para a próxima quinta-feira, dia 23. A titular da 2ª Promotoria da Saúde, promotora de Justiça Fábia Nilci, relembrou que a ação é de 2010 e segue sem um desfecho. “Essa ação diz respeito à regularização do fornecimento de medicamentos para a Clínica Oncológica. Esse processo foi sentenciado em 2010, com decisão transitada em julgado. Iniciamos um procedimento de execução dessa decisão, mas desde 2004 os acordos não vêm sendo cumpridos pelo Estado”, declarou.

O MP-AP, dente outros pedidos, requereu o bloqueio nas contas do GEA no valor de R$5 milhões. Na audiência realizada no dia 27 de julho de 2017 a Promotoria apresentou em juízo a lista de medicamentos em falta na farmácia da UNACON. O valor global foi calculado com base na última compra feita pelo GEA para abastecer a unidade durante um ano.

“O desabastecimento contínuo e frequente dos medicamentos quimioterápicos leva como consequência a uma interrupção no tratamento oncológico, causando prejuízo de forma decisiva no prognóstico e no resultado desses tratamentos, podendo ocasionar a piora dos pacientes ou até o óbito”, reforçou Fábia Nilci.

A magistrada não determinou o bloqueio das contas, mas exigiu que o secretário de Estado da Saúde, Gastão Calandrini, se comprometesse com os depósitos dos valores acordados e nos prazos estipulados pelas partes. No caso de não cumprimento do acordo, as contas do Estado serão bloqueadas.

“Não é demais frisar que há mais de um ano o Estado afirma ter iniciado o processo licitatório para a compra dos medicamentos oncológicos, sem que tenha finalizado até o presente momento”, destacou a juíza Alaíde.

A decisão também determinou prazo de 45 dias para que a Secretaria de Saúde do Estado conclua o processo licitatório, a fim de garantir o fornecimento regular dos medicamentos.

SERVIÇO:

Ana Girlene
Assessoria de Comunicação do MP-AP
Contato (96) 3198-1616
E-mail: [email protected]

Sábado é dia D de vacinação contra o sarampo e a poliomielite

Acontecerá neste sábado, 18, o Dia de Mobilização Nacional para a imunização contra o sarampo e a poliomielite. Em Macapá, a prefeitura disponibilizará a vacina em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), das 8h às 17h. Público-alvo: crianças de um ano a menores de cinco anos de idade.

Mais de 10 mil crianças já foram vacinadas, desde que a campanha iniciou. Para vacinar, pais ou responsáveis devem levar a caderneta de vacinação. O dia D é a oportunidade para que os pais que não têm tempo de ir à unidade durante a semana imunizem seus filhos.

Serviço:

Data: 18/08 (sábado)
Hora: 9h
Local para entrevistas: UBS Congós
Endereço: Rua Benedito Lino do Carmo, nº 340, Congós
Sugestão de entrevistados: Eldren Lage, secretário municipal de Saúde; Jorsette Cantuária, coordenadora de Imunização de Macapá

Jamile Moreira
Assessora de comunicação/Semsa
Contato: 99135-6508

Luau Samaúma: segunda temporada iniciará dia 31 de agosto

O prefeito Clécio Luís reuniu-se com o procurador-geral do Ministério Público do Estado do Amapá, Márcio Augusto Alves, para começar os preparativos da segunda temporada do Luau Samaúma 2018, que iniciará dia 31 de agosto. Participaram da reunião secretários municipais ligados à realização do evento, como Cultura, Turismo e Comunicação, além da Polícia Militar e servidores do MP/AP.

“O Ministério Público vem reunindo-se com os movimentos sociais. Nesses encontros, surgiu um clamor: de que eles tivessem um espaço para expor suas manifestações artísticas. Então, a ideia é que no primeiro luau essas pessoas tenham espaço. Assim como no ano passado, teremos espaço para o samba, o jazz e vários outros ritmos musicais”, explicou o procurador-geral Márcio Augusto, enfatizando que a intenção é contemplar também o hip-hop e o rap.

A programação, que ocorrerá nas sextas-feiras de lua cheia, repetirá a fórmula aprovada pelo público. O Luau Samaúma é considerado um dos eventos mais importantes do calendário cultural de Macapá. A concepção do Luau visa a ocupação de logradouros públicos, garantindo e preservando esses espaços, além de oferecer à comunidade o acesso direto à cultura e ao entretenimento.

Clécio Luís destacou que foi muito boa a experiência em realizar o Luau juntamente com o Ministério Público. “Tenho certeza de que essa segunda edição será muito melhor, porque estamos mais experientes. A prefeitura tem uma política de ocupar os espaços públicos. Isso vem sendo feito no complexo do Jandiá, onde está sendo ocupado com esportes aquáticos, e o mesmo tem sido feito na Praça Jaci Barata. E na Praça da Samaúma temos a mesma experiência positiva, onde as famílias participam das atividades”, explicou.

Adryany Magalhães
Assessora de comunicação/PMM
Fotos: Max Renê

Estudo de avaliação do “leite” da castanha-do-brasil é apresentado no Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos


A Embrapa Amapá participa do XXVI Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CBCTA), evento realizado em Belém (PA) no período de 13 a 16 de agosto, com a apresentação de um e-poster intitulado “Avaliação tecnológica da obtenção do extrato fluido da amêndoa da castanha-do-brasil”. O estudo faz parte das atividades realizadas no Laboratório de Alimentos e Biotecnologia deste centro de pesquisas, e teve como objetivo avaliar a elaboração do extrato fluido – ou “leite” – da castanha-do-brasil, por meio de processos simples e de baixo custo para comunidades produtoras amazônicas, agregando valor à cadeia produtiva da castanha-do-brasil.

O e-poster foi apresentado no Congresso pela pesquisadora Valeria Saldanha Bezerra e pelo analista Leandro Fernandes Damasceno. Eles são autores do trabalho junto com Willyan Lucas Guilhermino da Silva, Walter Paixão Sousa e Fábio Rodrigues de Oliveira. Com relação à pesquisa, viabilizada com recursos do Programa Primeiros Projetos (PPP) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amapá (Fapeap), os resultados apontam que o tratamento com NaOH 2% propiciou um rendimento de amêndoa despeliculada significativamente maior do que o processo manual, com um menor gasto visível de água necessária (não medida) para retirada da película pelo tratamento químico. O texto do e-poster acrescenta ainda que “o rendimento de extrato fluido ou “leite” de castanha foi superior estatisticamente quando a película da amêndoa foi retirada manualmente, podendo ser explicada pela maior hidratação devido ao maior tempo de exposição em água corrente”. As conclusões são de que a despeliculação química (NaOH 2%) de amêndoas de castanha-do-brasil desonera o processo em relação ao tempo, sem prejuízo à coloração do extrato fluido (”leite”), perceptíveis ao consumidor; e a despeliculação manual alcança um rendimento considerável, mas onera o processamento pelo tempo gasto na operação, sem prejuízo à coloração do extrato fluido (”leite”), perceptíveis ao consumidor.

O CBCTA é um evento tradicional da área de alimentos, promovido a cada dois anos pela Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos (SBCTA). É voltado para pesquisadores, gestores, professores, inspetores e profissionais de organizações que atuam na área de análise e avaliação da qualidade dos alimentos. Desde a sua criação em 1988, o CBCTA reúne os principais representantes da área que atuam diretamente nos órgãos governamentais e nas indústrias, além de pesquisadores, professores e estudantes de graduação e pós-graduação. Nesta edição, ocorre pela primeira vez na Região Norte, reunindo os participantes no Hangar Centro de Convenções, em Belém (PA).

 

O tema do XXVI CBCTA é “O Uso Consciente da Biodiversidade: Perspectivas para o Avanço da Ciência e Tecnologia de Alimentos”. A programação consta de palestras, minicursos, sessão de e-posteres, degustação e debates onde serão discutidos os principais aspectos que visam a utilização plena da biodiversidade através de processos e tecnologias limpas e com baixo impacto ambiental com o intuito de desenvolver inovação e sustentabilidade na produção de alimentos seguros e de qualidade. O enfoque prioritário do evento, este ano, é parceria entre a indústria de alimentos e a área acadêmica e de pesquisa, com o intuito de estreitar os laços em prol da inovação e sustentabilidade na obtenção de alimentos seguros e de qualidade.

Fique por dentro do CBCTA: http://cbcta2018.com.br

Dulcivânia Freitas, Jornalista DRT/PB 1063-96
Núcleo de Comunicação Organizacional
Embrapa Amapá
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Macapá/AP

CAMALEÕES URBANOS – Crônica de Fernando Canto

Crônica de Fernando Canto

Por morar próximo a mata da Infraero minha casa vive cheia de passarinhos e abelhas em busca de alimento e água. Vez por outra uns sapos dão as caras. Mas um dia desses apareceu um camaleão que ficou hospedado mais de três dias entre o jardim e um açaizeiro, vindo, talvez, por um terreno baldio atrás do meu quintal.

O bicho parecia um dinossauro saído de um filme de Spilberg, com seu andar imponente. De repente corria rápido, fugindo ao olhar curioso dos habitantes da casa. Ficou dias no alto do açaizeiro, contemplado até pelas visitas que o admiravam sem incomodá-lo, ali, impressionantemente imóvel, olhando o tempo, aventando uma possibilidade de fugir pelo muro alto ou talvez do faro esperto dos cachorros da rua. Ao meio do quarto dia sumiu. Mas não sei se sobreviveu, pois a sua cauda de cerca de um metro e meio estava com a ponta quebrada e assim mesmo ele reagia aos que chegavam muito próximo para lhe fotografar, abanando-a com violência para se defender.

O interessante é que veio logo à memória um “ladrão” de Marabaixo muito cantado e antigo, cujos versos dizem:

“Eu vim neste Marabaixo
Você não me dá alimento
Eu não sou camaleão
Que enche o papo de vento”

A estrofe do cantador-compositor mostra logo o seu protesto contra o festeiro de alguma comunidade distante da sua, que deve ter lhe oferecido comida, bebida e todas as mordomias da festa para que ele fosse cantar, e não lhe deu o essencial na hora da fome, querendo dizer que vento não enche barriga.

Mas quem é esse réptil que a televisão mostrou servindo de alimento a famílias flageladas na mais recente seca do Nordeste? Quem é esse inofensivo animal, cujos ovos, chamados “ovas de camaleoa”, são tão apreciados na dieta alimentar de pessoas aqui na Amazônia? O Aurélio nos diz que se trata de um réptil lacertílio, da família dos iguanídeos. A maioria tem uma prega mento-faríngea capaz de se encher de vento, crista serrilhada no dorso, língua curta, grossa e não protrátil. É arborícola e muda de cor e também é conhecido por papa-vento, senembi, sinimbu, tijibu, etc. Por desconhecerem a sua importância para o equilíbrio ecológico das nossas florestas, caçam-no e lhes comem a carne impiedosamente. No sentido figurado é o indivíduo que assume o caráter conveniente aos seus interesses; o indivíduo que adapta sua opinião ao interesse do momento.

E neste justo momento que vivemos um processo de transição política é que surgem, sem dúvida, bandos de camaleões políticos infiltrados nas diversas campanhas. Oportunistas, traíras (coitado do peixe!) e cães (“coitado do melhor amigo do homem”!) subservientes, sem terem nada a contribuir, a não ser com fofocas e intrigas, enchem o papo de vento para dar a impressão que tudo sabem. Entretanto querem mesmo é a atenção dos líderes políticos para poderem viabilizar seus interesses econômicos, políticos e até familiares, posto o exemplo das oligarquias decadentes do Amapá.

Já vi esse filme. Certamente não se chamava “O Camaleão Invisível” nem era algum documentário ecológico sobre mimetismo. Era, talvez, a arte de grudar dissimuladamente em qualquer campanha política, cujos protagonistas estejam viajando na penumbra sem que disso saibam.

Então, rendo aqui minha homenagem ao camaleão visitador do meu quintal pelo seu porte aparentemente grotesco; louvo a forma crassa em que ele veio ao mundo e pelo seu grau na escala evolutiva dos animais, que desconheço. Ora, eu não o admiro apenas pelo papel que exerce no meio da floresta. Eu o tenho na memória como um extraordinário ser que, imóvel, acompanhava o sol na sua trajetória todos os dias aqui entre os perigos da cidade, sem que soubesse que homens inescrupulosos roubam-lhe o nome e suas características naturais para se darem bem na vida.