Sebrae e Governo apresentam Pavilhão de Bioeconomia do Startup20

A superintendente do Sebrae, Alcilene Cavalcante, a diretora técnica, Suelem Amoras, e a equipe da Unidade de Soluções Inovadoras (Unic), acompanhados da equipe do Governo do Estado (GEA) e da Associação Brasileira de Startups (ABStartup) apresentaram, na sede do Sebrae, nesta terça-feira (20), às 16h, o Pavilhão da Bioeconomia, aos expositores de produtos, serviços e startups do Amapá que participarão do Startup20. O evento acontece no período de 23 a 26 de fevereiro, na sede do Sebrae, com a presença de delegações de 19 países dos cinco continentes.

“A partir de sexta-feira, o Amapá irá sediar o encontro de Startups do G20. Vamos receber aproximadamente 400 representantes de diversos cantos do mundo, empresas nacionais, internacionais, autoridades com influência global e nacional, que estarão participando de debates sobre startup, inteligência artificial, ecossistemas e tecnologia”, declarou a superintendente Alcilene Cavalcante.

Pavilhão

Os expositores receberam informações sobre o evento e tiveram acesso a orientações para uso dos espaços. No Pavilhão, haverá 93 estandes para startups, empresas certificadas pelo Selo Amapá, empreendedores do ramo de artesanatos, empresas de manejo florestal e batedeiras de açaí.

Na ocasião, os expositores realizaram visita técnica à estrutura do Pavilhão de Bioeconomia instalada na sede do Sebrae. Entre os expositores, está Mapige Gemaque, grupo que reúne 18 artesãos que vão apresentar produções indígenas e quilombolas dos municípios de Oiapoque, Macapá e Mazagão.

BactoLac

A empresa BactoLac será uma das expositoras no evento, o empreendimento surgiu com a proposta de isolar e desenvolver probióticos a partir de microrganismos autóctones que promovem a melhoria da imunidade, da resistência contra patógenos, melhor absorção de nutrientes e redução da taxa de conversão alimentar na produção de peixes nativos como o tambaqui. O CEO da BactoLac, Antônio Carlos Freitas, relata as expectativas sobre o evento.

“Esse evento traz uma grande visibilidade para o estado do Amapá, para a Amazônia e principalmente para as startups amapaenses. A BactoLac vai estar com um estande em parceria com o Sebrae e a ABStartup. Nosso objetivo é demonstrar o que estamos produzindo de tecnologia para novos investidores, e destacar a tecnologia de ponta desenvolvida na região norte do Brasil”, contou o CEO Antônio Carlos Freitas.

AmazTrace

A AmazTrace é uma AgTech que fornece todo o espectro de ferramentas e soluções para permitir que cadeias de suprimentos completas rastreiem produtos, com o objetivo de agregar valor nas produções da Amazônia, por meio da garantia de certificação de origem rastreável. O CEO da AmazTrace, Victor Monteiro, destaca o evento como uma grande oportunidade para a empresa e para o setor de inovação sustentável no Amapá.

“É um evento de grande importância pois oportuniza visibilidade a todas as empresas do norte e mostra que conseguimos fazer tecnologia de forma sustentável, com bioeconomia e com valor agregado. A nossa expectativa é alavancar a empresa, através das oportunidades de investimento internacional e tornar a AmazTrace uma startup referência tanto no estado do Amapá quanto no aspecto global”, contou o CEO Victor Monteiro.

Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae no Amapá

Lei Paulo Gustavo: editais do Governo do Amapá têm audiodescrição e tradução em Libras

Os editais da Lei Paulo Gustavo, lançados pelo Governo do Amapá, têm versão traduzida para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e descrição em áudio, em uma iniciativa que garante acessibilidade ao público. As inscrições do certame estão abertas até 8 de março, via internet.

Confira o passo a passo para se inscrever

As versões em Libras e em áudio estão disponíveis na área de acesso aos candidatos dos editais Maré Cheia e Latitude Zero. Os processos são para seleção de quase 1,2 mil propostas voltadas ao setor cultural envolvendo produções, premiações, qualificações, entre outros. As seleções tiveram retificação publicadas no início deste ano.

Os editais preveem ações de bonificação para candidatos com deficiência, sejam eles integrantes de equipes técnicas ou o público atendido com os resultados de atividades como mostras, feiras, cineclubes, entre outros. A acessibilidade também deve ser prevista nos projetos submetidos às seleções.

“Quem participar, precisa incluir esses recursos nos seus projetos, como a adaptação em salas de cinema e espaços culturais, inclusão de tradução em Libras, audiodescrição, braile e outras”, explica o coordenador de Desenvolvimento Cultural da Secretaria de Cultura do Amapá, Paulo Rocha.

Os recursos de inclusão social também devem ser previstos nos projetos submetidos através de ações afirmativas como atividades em escolas públicas, comunidades, projetos sociais, entre outros, que atendam territórios em vulnerabilidade social.

Para o presidente da Associação de Deficientes Físicos do Amapá (ADFAP), Joelson Rogério, os editais trazem mais oportunidade para quem busca acessar os recursos da legislação.

“É uma vitória muito grande. Sempre foi difícil a participação de pessoas com deficiência em editais de incentivo à cultura. Vemos em outros estados a participação constante em atividades culturais, vemos isso nos eventos no Amapá; com a LPG, a gente quer levar para a sociedade que temos capacidade e competência para participar desses editais e concorrer com mais facilidade através da acessibilidade que está sendo garantida”, reforça Joelson.

Os certames também trazem manuais e canais de atendimento para a retirada de dúvidas e orientações sobre o processo. Ao todo, a Lei Paulo Gustavo destina mais de R$ 22,6 milhões em recursos para o segmento no Amapá, com foco no atendimento de territórios culturais distintos.

Texto: Rafaela Bittencourt e Cristiane Nascimento
Foto: Israel Cardoso/GEA e Divulgação/Internet
Secretaria de Estado da Comunicação

Deus segundo Spinoza (muito bom)

Deus segundo Spinoza (muito bom)

“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
 
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
 
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.


 
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
 
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria.
 
Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.


 
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho… Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
 
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
 
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz… Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio.


 
Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
 
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez?
 
Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade?
 
Que tipo de Deus pode fazer isso?


 
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
 
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti.
 
A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
 
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
 
Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.


 
Eu te fiz absolutamente livre.
 
Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
 
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho.
 
Vive como se não o houvesse.
 
Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir.
 
Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não.


 
Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste… Do que mais gostaste? O que aprendeste?
 
Pára de crer em mim – crer é supor, adivinhar, imaginar.
 
Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti.
 
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
 
Pára de louvar-me!
 
Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.
 
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
 
Te sentes olhado, surpreendido?… Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
 
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim.
 
A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas.


 
Para que precisas de mais milagres?
 
Para que tantas explicações?
 
Não me procures fora!
 
Não me acharás.
 
Procura-me dentro… aí é que estou, batendo em ti”.


 
*Baruch Spinoza (ditas em pleno Século XVII. Continuam verdadeiras e atuais até a data de hoje).

Ariano Suassuna, escritor brasileiro falecido em 2014, em um vídeo que encontrei no Canal Brasil, reproduz de outra forma o que Spinoza disse. Ele discorre sobre Deus, o sentido da vida e declama a poesia de Lenadro de barros.

Se eu conversasse com Deus
Iria lhe perguntar:
Por que é que sofremos tanto
Quando viemos pra cá?
Que dívida é essa
Que a gente tem que morrer pra pagar?

Perguntaria também
Como é que ele é feito
Que não dorme, que não come
E assim vive satisfeito.
Por que foi que ele não fez
A gente do mesmo jeito?

Por que existem uns felizes
E outros que sofrem tanto?
Nascemos do mesmo jeito,
Moramos no mesmo canto.
Quem foi temperar o choro
E acabou salgando o pranto?

Lenadro de barros

 

Definitivamente, o meu Deus, é o de Spinoza (Elton Tavares).

Fontes: Divulgando Ascensão , Canal Brasil e Canal Curta.

 

 

 

 

 

 

 

Governo do Amapá entrega kits de alimentos para mais de 90 famílias atingidas pelas fortes chuvas em Macapá

O Governo do Estado iniciou na quarta-feira (14), a entrega de kits de alimentos para 97 famílias dos bairros Nova Esperança e Muca, na Zona Sul de Macapá. A ação faz parte de uma força-tarefa para garantir suporte à população atingida pelas fortes chuvas na capital amapaense.

Os kits são compostos por itens da alimentação básica, como leite, feijão e arroz. Também são entregues kits dormitórios, de higiene pessoal e dignidade menstrual, além de colchões. As ações de auxílio são coordenadas pela Secretaria de Estado de Assistência Social.

“São pessoas que estão em casas de parentes, pois tiveram suas casas inundadas e que perderam eletrodomésticos ou móveis. Com isso, estão sendo feitos estudos sociais dessas famílias, encaminhando para outras políticas públicas, como habitação e saúde. Essas ações se estenderão até que todos os moradores recebam o auxílio assistencial”, pontuou a secretária de Assistência Social, Aline Gurgel.

A dona de casa Olinda Lobato, de 72 anos, mora no bairro do Muca há mais de seis anos. Ela afirma que foi a primeira vez em que enfrentou a situação.

“Toda minha casa ficou alagada, passando a altura do joelho. Perdi coisas, como roupas e eletrodomésticos. O kit que o Governo do Estado nos entrega vem em uma boa hora e vai durar mais de dois meses. Agora minha luta é para recuperar essas coisinhas que perdi e lutei para ter com muito esforço e dedicação”, afirmou a moradora.

Morada do bairro Nova Esperança há três anos, a dona de casa Rosana Gonçalves, de 43 anos, vive com o filho de seis anos. Ela relata que teve a residência invadida pela água.

“Minha casa nunca esteve pior nesses anos todos que moro aqui. Muitos insetos apareceram no meio da água e fiquei preocupada pela possibilidade do meu filho adoecer. Essa foi a pior chuva que já enfrentamos pois nunca tinha alagado minha casa. Só não testei os eletrodomésticos pois temos medo de pegar choque, porque tudo molhou”, detalha Rosana.

Acolhimento às famílias

Desde sábado, 10, o Governo do Amapá trabalha no auxílio às famílias macapaenses atingidas por fenômenos naturais. Em um primeiro momento, o suporte foi garantido aos moradores da orla do Aturiá, que tiveram casas danificadas pela força do Rio Amazonas. Na terça-feira, 13, a força-tarefa foi intensificada diante das fortes chuvas que afetaram diversos pontos pela cidade.

Diversos órgãos estaduais atuam para dar suporte às pessoas afetadas pelos alagamentos. Atualmente, a Escola Estadual Reinaldo Damasceno, na Zona Sul de Macapá, acolhe cerca de 100 famílias, que recebem suporte com colchões, alimentos e cuidados de saúde.

Em outra frente, o Governo do Estado presta apoio à Prefeitura de Macapá nas ações de limpeza e desobstrução de canais.

No caso de chuvas intensas, fique atento:

Evite permanecer em praças e em ambientes arborizados durante, ou logo após ventos fortes e chuva;
Evite estacionar veículos embaixo de árvores, especialmente as de grande porte, que oferecem maior risco;
Se observar alguma árvore que esteja aparentemente tombando, ou com uma inclinação acentuada, com galhos secos ou quebrados, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros;
Nunca tente cortar ou retirar a árvore por conta própria, pois podem haver cabos de energia em meio a vegetação, com risco de choque elétrico.
A população pode solicitar ajuda nos seguintes números:

193 – Corpo de Bombeiros
190 – Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes)

Texto: Crystofher Andrade
Foto: Crystofher Andrade e Albenir Souza/GEA
Secretaria de Estado da Comunicação

Vai ter Bloco do Pororoca na segunda de Carnaval

Nesta segunda-feira de carnaval, dia 12 de fevereiro, tem a segunda edição do Bloco do Pororoca, o bloco concentra mas não sai. A festa acontece na avenida José Antônio Siqueira, entre as ruas Eliezer Levy e Odilardo Silva, Coração do bairro Laguinho.

O modelo do bloco segue aquele de reunir a família e amigos pra brincar o carnaval de rua, com tranquilidade e segurança. O Bloco do Pororoca surgiu a partir de uma reunião de amigos no bar Baré, localizado em frente a residência do “seu Pororoca”.

A homenagem vem pra fortalecer e reconhecer os serviços prestados ao Estado pelo patriarca da família Cardoso, o seu Edmir Cardoso, um apaixonado por futebol, é botafoguense e Paysandu e no carnaval, tem o DNA Alaranjado. Ele é pai de dois ex-presidentes de Piratas Estilizados e por muitos anos “emprestou”sua casa para confecção de fantasias para a escola de samba mais querida do Laguinho.

O Bloco do Pororoca chega pra substituir o saudoso “Bloco da Segunda” que também acontecia na José Antônio Siqueira e reunia a nata do carnaval, pra matar a ressaca dos dias de desfiles das escolas de Samba.

Para esse ano a coordenação do Bloco do Pororoca contratou uma banda que vai animar o dia todo, cantando marchinhas de carnaval, Axé e sambas de enredo, ao vivo. Vai ter vendas de bebidas e comidinhas, e já está disponível para compra o abadá promocional do bloco, detalhes que garantem organização e respeito aos convidados.

Encha seu coração de paz, amor e alegria e vá se divertir no Bloco do Pororoca, na segunda-feira de carnaval.

Tica Lemos – Jornalista
Assessoria de comunicação

Conheça a cartilha e canais de atendimento da Lei Paulo Gustavo, no Amapá

O Governo do Estado lançou, no final de dezembro, os editais da Lei Paulo Gustavo (LPG) no Amapá. Com inscrições até o dia 22 de fevereiro, os investimentos somam mais de R$ 22,6 milhões e contemplam cerca de 1,2 mil iniciativas culturais com fomentos e premiações. Para os interessados que ainda estão com dúvidas sobre o processo, há ferramentas que auxiliam em respostas e informações. Conheça a cartilha e os canais de atendimento da Lei Paulo Gustavo.

Cartilha LPG Amapá

A cartilha da Lei Paulo Gustavo é um documento desenvolvido com as principais informações de realização do projeto no Amapá. Nela, é possível encontrar resumos, valores destinados, distribuição dos setores culturais, quantidades de projetos contemplados e informações sobre a LPG.

BAIXE A CARTILHA DA LPG

Canais de Atendimento

Com a finalidade de auxiliar produtores de cultura a se inscreverem nos editais, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) disponibiliza canais de atendimento exclusivos para a Lei Paulo Gustavo.

E-mail: [email protected]
WhatsApp: (96) 98415-1691

Prazo estendido

Após retificação, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) ampliou o período de submissão de propostas. O edital Latitude Zero destina R$ 15,1 milhões para alcance de 334 projetos, enquanto o edital Maré Cheia distribuirá R$ 5,6 milhões para setores diversos, contemplando até 835 agentes culturais em todos os 16 municípios.

Saiba como se inscrever na LPG

A ampliação do prazo foi possível após ação conjunta de secretários e gestores municipais e estaduais de Cultura, que redigiram uma solicitação ao Ministério da Cultura durante o Encontro Nacional de Gestores da área. A solicitação foi acolhida pela Câmara e pelo Senado Federal.

“O Governo do Amapá inicia as aplicações da LPG no Amapá com uma expectativa de fomentar a cultura local em territórios diversos, alcançando o fazedor de cultura na aldeia, quilombo e área rural, que é a principal proposta dessa legislação”, reforça a secretária da Cultura, Clicia Vieira Di Miceli.

Inclusão e valorização

Os editais Latitude Zero e Maré Cheia garantem políticas afirmativas e inclusivas com promoção de acessibilidade, sendo 20% de vagas para cotas étnicas-raciais, 10% de vagas para indígenas, além de considerar a excepcionalidade dos contextos dos territórios culturais do Amapá, como áreas ribeirinhas, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais, além das atingidas por situações climáticas.

Também está previsto nos editais, que os projetos a serem contemplados devem contar com medidas de acessibilidade física, afirmativas e comunicacionais, assim como a promoção da inclusão para pessoas com deficiência, mecanismos de protagonismo e participação por adaptações no campo da cultura.

Para garantir o fiel cumprimento da lei, as ações relacionadas serão realizadas pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult) com a participação do Conselho Estadual de Políticas Culturais do Amapá e da Comissão Especial de Incentivo à Cultura.

Lei Paulo Gustavo

Regulamentada em 11 de maio de 2023, a lei foi criada para apoiar fazedores de cultura, diante das dificuldades causadas pela pandemia do novo coronavírus. Ela prevê o repasse de R$ 3,8 bilhões para estados, municípios e o Distrito Federal investirem em ações culturais. O nome homenageia o ator e humorista Paulo Gustavo, vítima da Covid-19.

Texto: Eduardo Belfort
Foto: Arquivo/GEA
Secretaria de Estado da Comunicação

Carnaval, o Espelho Invertido – Por Fernando Canto

Por Fernando Canto

O brasileiro faz festa para tudo, sempre arranja um motivo para comemorar. Mas é no carnaval que ele festeja a si próprio, pois quando isso acontece emerge claramente a velha ideia de que a festa representa uma memória e uma comunicação expressa por mensagem, no dizer do antropólogo Carlos Brandão. E se nos festejamos estamos cerimonialmente separando aquilo que deve ser esquecido (o silêncio não-festejado do cotidiano) e aquilo que deve ser resgatado. Quando nos festejamos somos convocados à evidência, para sermos lembrados por algo ou alguém, o que significa darmos sentido à vida, através de ritual na brevidade de um momento especial em que somos anunciados com ênfase. Aí nos tornamos símbolos, porque a sociedade festeja alguém que transitou de uma posição a outra ou migrou de trabalho ou de seu espaço de vida para outro.

Quando alguém, independentemente da mídia, tem seus quinze minutos de fama, pode estar solenizando uma passagem ou comemorando sua própria memória. A festa quer ser a memória viva dos seres humanos. A cada ano eles renovam essa catarse ao brincarem com os sentidos e os sentimentos, e então inventam situações onde a cultura nacional evidencia uma permanente vocação de investir no exagero, na critica e até na caricatura. Ali a oculta e difícil realidade surge epifanicamente revelando o que os indivíduos querem, fantasiados ou não, sóbrios ou loucos, juntos ou conflitantes, mas festejando o que são com suas angústias e significados.

No carnaval os atores sociais saem da rotina e forçam ao ritual da transgressão, saindo de si mesmos no breve ofício de inverter o que são. Alguns estudiosos como Da Matta e o próprio Brandão chamam isso de espelho invertido do que é socialmente esperado: pobres se vestem de príncipes, os nobres de índios, os homens de mulheres, as mulheres viram fadas e os bandidos querem ser heróis. Condutas se ultrapassam e se comemoram no ritual de si mesmo no carnaval.

Mas não é o objetivo deste artigo fazer uma análise mais acurada do carnaval. Ele, o carnaval, vai muito além do seu significado sociológico. E como cultura, qualquer mecanismo inerente a ele traz uma dimensão que nos permite o mais profundo pensar ou o maior desprezo, ou mesmo valorizar a velha ”preguiça” ancestral indígena que dá depois da farra.

Fernando Canto, o folião boemista.

Todos sabem que o carnaval, enquanto evento tem vários conceitos e facetas. O significado de sua origem se perde nas trevas do tempo. Escritores autorizados dizem que ele surgiu nas orgias pagânicas do Egito e da Grécia, ou nas bacanais de Roma, realizadas em dezembro. Ele seria, então, apenas a reprodução em sentido mais moderado das festas lupercais, saturnais e bacanais que a história registra com abundância de informações. Não parece haver dúvidas, segundo Jorge de Lima, que o carnaval, assim como o teatro, nasceu da religião. Do italiano carne vale, é o tempo em que se tira o uso da carne, pois o carnaval é propriamente a noite antes da quarta-feira de Cinzas.

Carnaval do Amapá nos anos 60. Foto: blog Porta Retrato.

Para alguns é apenas uma caricatura que se faz da realidade e das pessoas, mostrando seus defeitos de forma burlesca, com imitação cômica. A meu ver, entre tantas hipóteses do que pode ser o carnaval, fico com esta que é completamente inusitada. Certa vez ao tocar um antigo samba-enredo de uma escola do Rio, num banquinho em frente à casa de meus pais, no Laguinho, iniciei a música no cavaquinho e cantarolei: “O carnaval é a maior…” Quando fui bruscamente interrompido pelo vizinho e amigo Nonato Bufu, que completou: “…caligrafia”, no lugar de “caricatura”. Rimos na hora, mas hoje eu entendo que também nós somos responsáveis em escrever a mão a história do nosso carnaval, inclusive com as alegrias e dores que porventura se fizeram presentes em nossas vidas.

*Texto publicado originalmente no Jornal do Dia, em 2006. Está no meu livro “Adoradores do Sol”.

É Carnaval, é a doce ilusão, é promessa de vida no meu coração – (Crônica de Elton Tavares sobre a maior festa cultural brasileira)

Essa semana começa mais um Carnaval, a maior festa popular do Brasil. Amo a quadra carnavalesca, particularmente os festejos de rua. A “festa da carne” é paixão e amor, só entende quem sente. Para aqueles que acham tudo uma grande besteira, azar o de vocês, pois não sabem curtir a maior festa cultural brasileira.

Macapá já teve bons carnavais de clube. Na época, os foliões compravam temporadas (as mesas eram “bancas”) carnavalescas, bons tempos. Cresci no meio de gente alegre: meus pais, tios e os amigos deles. Todos “pulavam” nos bailes carnavalescos mais disputados da cidade. Eram realizados no Trem Desportivo Clube ou no extinto Círculo Militar (esse mais elitizado). Ainda adolescente participei de muitas dessas festas memoráveis.

Eu, Rei Momo

Esse ano, desfilarei mais uma vez pela minha amada Piratas da Batucada, como faço desde 1990. O lance é curtir o Carnaval, a emoção e a alegria que ele proporciona. Afinal, “todo mundo bebe, mas ninguém dorme no ponto”. Mentira, muitos passam sim, mas a gente gosta assim mesmo.

Não tenho ziriguidum, não toco surdo de repique, tamborim ou bumbo, tudo pra não atravessar o samba. Também não sou pierrô e nem palhaço, mas já fui Rei Momo e serei sempre pirata da batucada.

Eu, no Piratas da Batucada, em 2015 (como faço desde 1990) – Foto: Abinoan Santiago

Sim, sempre fui um folião fervoroso, pois não nasci em fevereiro, mas o Carnaval tá no meu coração. E nem me venham com o lance de ser “pão e circo”, pois isso é argumento furado de quem não entende que essa é a maior festa popular do Brasil. Cheio de memória, arte, homenagens, é muito mais que uma disputa de agremiações em uma grande passeata festiva. Ou “um bando de bêbados nas ruas”, como dizem os desavisados (ou burros mesmo).

O Carnaval é inspiração, vibração, talento, organização, imaginação, arte, luz, cores, alegria, magia e amor. Fala de nossos costumes, história e tradições. Um contagiante evento de luz, cor e muita alegria. Sem falar na importância que possui para a economia, pois faz o dinheiro circular e beneficia toda a cadeia produtiva, comércio formal e informal.

No ensaio aberto do Piratas da Batucada, com a Bruna Cereja, minha namorada – Fevereiro de 2024

Tô louco desfilar na minha amada escola de samba Piratas da Batucada e andar todo o percurso d’A Banda, a louca marcha alegre. Sim, também estarei no Piratão e naquela multidão de máscaras coloridas. Vamos botar pra quebrar nas ruas de Macapá. Como diz a velha marchinha do remador: “Se a canoa não virar, olê, olê, olá, eu chego lá”.

Enfim, o Carnaval é festa que contempla as tradições e a história afro-cultural brasileira e nos dá a falsa sensação de liberdade, música, suor e alegria. Como diz o samba: “É Carnaval, é a doce ilusão, é promessa de vida no meu coração”. O que resta é esperar a cor que virá depois do cinza. E ela virá (se Deus quiser). Afinal, a festa da carne é isso: ludicidade, beleza e esperança. Tenham todos um ótimo Carnaval!

Elton Tavares – jornalista, escritor e folião. 

Música de agora: Toneladas de Desejo – Timbalada

Toneladas de Desejo – Timbalada

Grite se quiser gritar
Tá melada de dendê
No cachinho dessa timbalada
Puxa que é teu

No passinho dessa timbalada
Minha princesa

Venho aqui para mostrar
Toneladas de desejo
Do xerém dessa timbalada
Nunca se esqueça

Pro caminho dessa timbalada
Puxa Tête

Viver , valer
O som nos levar
De parangolé pra lá
Vem dizer me que amar é
Hum, hum , hum

Vem ver, valer
O som nos levar
De parangolé pra lá
Vem dizer que a amar é
Uôu, uôu

Leva, leva, leva
Leva a levada do timbal, au, au

Fique se quiser ficar
Tô gostando de saber
Que passeio no teu sorriso
Você me vê

Que tolice é o destino
Sem girar bem

Tens os lábios de favo
Por favor, ainda não sei
Cada noite é um vestido
Que o dia tem

Quando o dia tira o vestido
O sono vem

E hoje, hei
Tô feliz é de lhe ver, hei
Com dinheiro ou sem dinheiro, hei
Eu me viro em fevereiro

E hoje hei
Tô feliz é de lhe ver, hei
Com dinheiro ou sem dinheiro, hei
Fevereiro eu sou
Fevereiro eu vou

Leva, leva, leva leva a levada do timbal

Governador Clécio Luís apresenta Plano Operacional de Segurança para o Carnaval; serão mais de 2,4 mil agentes envolvidos

O governador do Amapá, Clécio Luís, junto com representantes das Forças de Segurança do Estado, apresentou na quinta-feira, 8, o Plano Operacional da Segurança Pública para o Carnaval 2024. Serão mais de 2,4 mil agentes atuando para garantir a tranquilidade da população nos eventos carnavalescos em todo o estado. A apresentação aconteceu no Sambódromo de Macapá.

Para as maiores programações na região metropolitana de Macapá, como os desfiles das escolas de samba, A Banda, e o Carnaval de Santana, o plano conta com policiamento a pé, motorizado, aéreo e de trânsito, com barreiras em locais estratégicos e atuação da Operação Lei Seca.

As estratégias envolvem o uso de aparatos tecnológicos, como drones, câmeras para monitoramento de pessoas usando tornozeleiras eletrônicas e videomonitoramento com reconhecimento facial. A expectativa é que cerca de 500 mil pessoas participem dos eventos carnavalescos no Amapá, de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

“Nós estamos apresentando para a população todo o nosso aparato para que tenhamos um carnaval seguro. Está organizado o planejamento estratégico da segurança, que utiliza drones, câmeras de reconhecimento facial, um destacamento de viaturas e pessoal para garantir a segurança dos brincantes que irão participar dos maiores eventos de carnaval na Região Metropolitana de Macapá, além das festas carnavalescas em outros municípios do estado”, reforçou Clécio Luís.

Folia segura

Entre as estratégias definidas pela Sejusp, haverá o chamado ‘policiamento velado’, com os agentes dos setores de Inteligência das polícias infiltrados entre a população para evitar eventuais ocorrências e identificar possíveis criminosos.

Ainda dentro do esquema de segurança, as Delegacias de Polícia Civil garantem reforço nas escalas, principalmente nas especializadas e nas equipes de perícia. A população também terá assegurado os atendimentos de primeiros socorros e pré-hospitalares.

Em municípios como Mazagão, Porto Grande, Laranjal do Jari, Vitória de Jari e Calçoene, que apresentam atrações com grande quantitativo de brincantes, a atenção da Segurança Pública foi redobrada.

Todo o planejamento conta com efetivos da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Científica, além do Corpo de Bombeiros (CBM), Grupo Tático Aéreo (GTA) e Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).

Policiamento preventivo e ostensivo

O esquema de segurança para o período carnavalesco não irá interferir no policiamento preventivo e ostensivo, já feito normalmente nas cidades do Amapá, garantiu o secretário de Segurança Pública, José Neto. A Sejusp ressalta, ainda, que os militares envolvidos no Plano Operacional estarão trabalhando com escala remunerada extraordinária, assegurada pelo Governo do Estado.

“Mais de 500 mil pessoas devem participar dos eventos carnavalescos no Amapá. Por exemplo, em cada dia de desfiles no Sambódromo, esperamos mais de 50 mil foliões. Tudo foi pensado para garantir o bom divertimento, com segurança para a população e suas famílias. Nossa meta é proporcionar um carnaval de paz para nosso estado”, assegurou o gestor.

Corpo de Bombeiros

O efetivo militar do Corpo de Bombeiros irá atuar com 390 militares, com atendimento e pré-hospitalar garantindo os primeiros socorros às pessoas que, por ventura, passem mal durante os eventos.

O efetivo também irá atuar com observadores de risco durante os eventos, ou seja, profissionais treinados para vigiarem áreas e materiais com potencial risco de incêndio, explosão, choques elétricos.

Os profissionais estarão dispostos a indicar as rotas de saída e as ações necessárias para a população deixar em segurança os locais que possam oferecer algum perigo.

Polícia Militar

A Polícia Militar irá atuar com 1.357 policiais, com apoio de 110 viaturas, incluindo a Unidade Móvel de Monitoramento, policiamento a pé e motorizado, com ações preventivas e ostensivas.
Além disso, os batalhões continuarão atendendo eventuais ocorrências registradas pelo Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes), através do 190.

Polícia Civil

As Centrais de Flagrantes da Polícia Civil terão um reforço no efetivo que irá dar melhor fluxo para registros de boletins de ocorrência e lavratura de flagrante de crimes de menor potencial ofensivo. O aporte contará com mais de 150 policiais civis.

GTA

O Grupo Tático Aéreo estará com 16 profissionais operando no policiamento aéreo e terrestre, com três viaturas, incluindo o helicóptero e mais dois carros.

A ação do GTA se concentra em monitorar possíveis aglomerações atípicas entre a multidão dando suporte para as equipes do policiamento a pé, além de atuar preventiva e ostensivamente em apoio às outras forças de segurança.

Trânsito seguro

Para os eventos carnavalescos, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) contará com mais de 70 profissionais, além do apoio dos batalhões de Policiamento de Trânsito (BPTran) e Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE).

As equipes irão montar barreiras e operações com o objetivo de orientar condutores destacando a importância do cumprimento das normas de trânsito. O trabalho também terá atuação repressiva, com a atuação da Operação Lei Seca, com o intuito de evitar infrações e coibir os crimes de trânsito.

Texto: Marcelle Corrêa
Foto: Netto Lacerda/GEA, Erich Macias/GEA, Maksuel Martins/GEA, Gabriel Maciel/GEA e Fabiano Menezes/Detran
Secretaria de Estado da Comunicação

Música de agora: Tropicália – Caetano Veloso


Tropicália – Caetano Veloso

Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz

Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento
No planalto central do país

Viva a Bossa, sa, sa
Viva a Palhoça, ça, ça, ça, ça
Viva a Bossa, sa, sa
Viva a Palhoça, ça, ça, ça, ça

O monumento
É de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde
Atrás da verde mata
O luar do sertão

O monumento não tem porta
A entrada é uma rua antiga
Estreita e torta
E no joelho uma criança
Sorridente, feia e morta
Estende a mão

Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta

No pátio interno há uma piscina
Com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina
E faróis

Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E no jardim os urubus passeiam
A tarde inteira entre os girassóis

Viva Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
Viva Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia

No pulso esquerdo o bang-bang
Em suas veias corre
Muito pouco sangue
Mas seu coração
Balança um samba de tamborim

Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores
Ele põe os olhos grandes
Sobre mim

Viva Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
Viva Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma

Domingo é o fino-da-bossa
Segunda-feira está na fossa
Terça-feira vai à roça
Porém

O monumento é bem moderno
Não disse nada do modelo
Do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno
Meu bem

Que tudo mais vá pro inferno
Meu bem

Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da
Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da

Meus parabéns, Macapá! (homenagem à minha cidade e seus 266 anos) #Macapa266Anos

Foto: Richard Ribeiro

Hoje nossa cidade completa 266 anos, repleta de belas histórias e alguns fatos tristes. Macapá, cheia de riqueza natural e tantas curiosidades, a cidade do “Meio do Mundo”. A única capital brasileira cortada pela linha do Equador e às margens do rio Amazonas. São aproximadamente 500 mil habitantes distribuídos em 59 bairros.

Minha família é pioneira na cidade. Aqui nasci e me criei. É onde trabalho e vivo bem, graças a Deus. Aqui escrevo, literalmente (como vocês têm acompanhado), minha história. Sou grato por todas as oportunidades que me foram dadas nesta terra abençoada.

O nome Macapá é de origem tupi, como uma variação de “macapaba” e quer dizer lugar de muitas bacabas, uma palmeira nativa da região, a bacabeira. Antes de ter o nome de Macapá, o primeiro nome concedido oficialmente às terras da cidade foi Adelantado de Nueva Andaluzia, em 1544, por Carlos V de Espanha, numa concessão a Francisco de Orellana, navegador espanhol que esteve na região.

Foto: Governo do Amapá

Macapá tem gente que amo, gente que me respeita, que me tem apreço. Este é o meu lugar, minha terra amada. Gosto de viajar, mas amo sempre voltar pra cá. Minha cidade alimenta minha produção jornalística/contista/cronista. Há mais de uma década, escrevo sobre lugares, pessoas e fatos dessa cidade maravilhosa. Tento mostrar o lado bom de nossa cidade. Sua Cultura em todas as vertentes. E vos digo: apenas comecei!

Sei que a capital do Amapá possui muitos problemas sociais, políticos, estruturais, mas graças a Deus, as coisas mudam para melhor. Somos um povo acolhedor, as pessoas que vieram de outros lugares sabem disso, por mais que muitos digam que não estão felizes por isto ou aquilo, mas quase ninguém vai embora.

Torço para que muitos se orgulhem, como eu, de ser macapaense. O som do batuque do meu coração toca a caixa de Marabaixo em minha alma. Amo ser da “esquina do rio mais belo com linha do equador”. Estamos no meio do planeta e este é o nosso lugar no mundo.

“Oh, São José da Beira-Mar proteger meu Macapá”. Parabéns, jovem cidade, pelos teus 266 anos. Viva Macapá!

Fale de sua aldeia e estará falando do mundo” – Leon Tolstói.

Elton Tavares

 

 

Cidade Lançante – Crônica de Fernando Canto – @fernando__canto #Macapa266Anos

Foto: Floriano Lima

Por Fernando Canto

Esta baía é uma grande gamela de líquidas contorções, ondas que bailam sob a música do vento.

Esta baía não guarda mais o sangue inglês do comandante Roger Frey que pereceu sob a espada implacável do capitão Ayres Chichorro a 14 de julho de 1632, um dia claro, aliás, de verão amazônico, quando o sol derretia naus e o piche dos tombadilhos. Nem o sol, nem o vento, nem o oceano lá adiante cogitavam que naquela mesma data, dali a 157 anos o povo francês tomaria a Bastilha.

Na margem esquerda deste rio imensurável uma floresta úmida abrigava uns seres esquisitos, cabeludos e cheios de penas coloridas que os portugueses conheciam por Tucuju, Tikuju, Tecoju ou Tecoyen. Segundo ensina a mestra Dominique esse era um povo de origem Aruaque, ocupante da Costa Sul do Amapá que se tornou aliado dos holandeses, dos franceses e dos irlandeses. Por isso foi atacado impiedosamente por uma expedição do desbravador Pedro Teixeira no ano da graça de 1624. Sua história, no contexto da nossa, dá conta que após a façanha do capitão português esse povo procurou abrigo no Cabo do Norte, mas foi reduzido pelos jesuítas a uma missão no baixo Araguari e pelos capuchinhos no baixo Jari. É provável que um pequeno grupo tenha sobrevivido ao sul do município de Mazagão até o início do século XIX. Desse pequenino grupo restaram apenas as cinzas do tempo e um soluço quase imperceptível que morre a cada segundo na agonia de todos os silêncios.

Foto: Max Renê

Esta baía guarda estranhos segredos: uns são contados em língua morta, quando o hálito da madrugada sopra depois que a lua assim determina. Esses são de difícil entendimento. Os outros pairam nos escaninhos dos tabocais ou na boca das pirararas. Dificilmente serão contados.

O estuário deste rio dadivoso acelera a corrente de 2,5 quilômetros por hora para jogar no oceano cerca de 220 mil metros cúbicos de água por segundo. O inacreditável é que apenas o desaguar de 24 horas daria para abastecer de água potável uma cidade superpovoada como São Paulo por quase 30 anos. Números são números, diria o matemático. Nessa foz está a redenção de nossa terra, diz o sonhador sem perder sua utopia. Do barro e dos detritos aluviais se faz a vida. E ela está ali dentro das águas à espera da sustentação das mãos trabalhadoras.

Foto: Juvenal Canto

Esta baía não se faz só de águas e barcos deslizando ao sabor das ondas. Ela abriga uma pequena joia nascida sobre a várzea dos aturiás, velada há dois séculos por uma fortaleza plantada em cima de falésias.

Macapá, velho pomar das macabas, carrega dentro de si a similitude de um éden tropical das narrativas dos antigos viajantes, até por ser banhada por tantos líquidos e cheiros advindos diariamente pela chuva refrescante e pela espuma das lançantes marés.

Foto: Floriano Lima

Macaba, Maca-paba:gordura, óleo, seiva do fruto da palmeira, vida e princípio desta terra, posto que a sombra traz a ternura e contrasta com o benefício da luz que se espraia por glebas de esperança.

Antiga terra da maleita e da febre terçã. Terra do “já teve” já não és. Mas alguns homens ainda jogam em teu traçado xadrez e, silenciosos, manipulam segredos e conspiram contra ti, a degradar-te e degredando teus verdadeiros sonhos e tua vocação para o abrigar da vida que se espera. Mesmo assim a felicidade bem insiste em se hospedar em ti.

Foto: Juvenal Canto

Embora batizada com nome de santo – especialíssimo no panteão católico – teus habitantes não ficam isentos dos perigos: pés se torcem ou se fraturam todos os dias nos buracos das ruas outrora bem cuidadas.

Agora eu fico aqui me perguntando: por que quando te fundaram ergueram um pelourinho? – “Símbolo das franquias municipais”, dirão os doutos e sisudos professores. Ora, quantos homens não castigaram seus escravos até à morte após a partida do governador Francisco, porque estes aproveitaram para fugir durante a solenidade.

Foto: Manoel Raimundo Fonseca

Um tralhoto viu e contou ao Mucuim que diz-que o Ouvidor-Geral e Corregedor Paschoal de Abranches Madeira Fernando tomou um porre de excelente vinho do Porto ofertado a ele nesse dia pelo plenipotenciário capitão-general Mendonça Furtado, que daqui zarpou para o rio Negro para demarcar as fronteiras do reino, a mando de Pombal. Foi um dia de festa aquele 04 de fevereiro de 1758, porque nasceu naquele instante a vila de São José de Macapá.

E ela cresceu e se fez linda e amada, pois os caruanas das águas vez por outra rondam em espirais por aí, passeando em livros abertos, nos teclados dos computadores, pelas portas e pelos filtros dos aparelhos de ar condicionado, nos protegendo das agruras naturais e das decisões de homens isentos do compromisso de te amar.

Parabéns, Macapá!

* Texto escrito em 2001.

Semana do Quadrinho Nacional Amapá encerra neste sábado (3)

Este é o segundo ano em que o Coletivo AP Quadrinhos, atuante no estado há mais de dez anos, realiza a Semana do Quadrinho Nacional.

 

O evento iniciado no sábado, dia 27/01, no Baluarte Cultural (Av. Duque de Caxias, 142-A – Centro), com venda de quadrinhos do grupo, desenhaço interativo e apresentações musicais, encerra neste sábado (3). Ao longo da semana, ocorreram oficinas de desenho e roteiro, palestras e rodas de conversa com importantes artistas locais.

As palestras e as rodas de conversa foram gratuitas, cobrado somente o valor de R$ 10,00 por inscrição. Do dia 30/01 a 02/02 o evento foi realizado no Centro Profissionalizante de Artes Cândido Portinari (Av. Cônego Domingos Maltês, 1976 – Santa Rita).

O encerramento do evento será no dia 03/02, sábado, no Villa Nova Shopping, com uma feira de quadrinistas amapaenses onde será possível conhecer e adquirir os seus trabalhos.

A Semana do Quadrinho Nacional é organizada em alusão ao Dia do Quadrinho Nacional, 30/01, data escolhida para relembrar o lançamento, em 1869, de “As Aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte”, de Angelo Agostini, reconhecido como a primeira história em quadrinhos brasileiras e uma das primeiras do mundo.

A semana do Quadrinho Nacional Amapá se liga a eventos similares que ocorrem país afora e mostram a força dos quadrinhos no Brasil.

Semana do Quadrinho Nacional
De 27/01 a 03/02 de 2024

Abertura
Sábado 27/01
Local: Baluarte Cultural
Hora: a partir das 19h
• Desenhaço
• Venda de coleção de fanzines
• Apresentação musical: Rael e Sereia Caranguejo


Terça 30/01
Local: Cândido Portinari
Hora: 10h
• Oficina de Gian Danton: Roteiro Para Quadrinhos. Inscrição: R$10,00
Hora: 11h
• Palestra de Israel Guedes: Vivendo de Quadrinhos/Desenhos. Gratuito.

Quarta 31/01
Local: Cândido Portinari
Hora 10h
• Oficina de Kaic/Adriano (público infantil):
Laboratório de Criação Pokémon. Inscrição: R$10,00

Quinta 01/02
Local: Cândido Portinari
Hora: 9h
• Oficina de Will Cruz: Fundamentos do Desenho. Inscrição: R$10,00

Hora: 10h
• Oficina de Nat Muniz: Produção de Fanzine. Inscrição: R$10,00

Sexta 02/02
Local: Cândido Portinari
Hora: 15h
• Oficina de Kaic/Adriano (público infantil): Laboratório de Criação Pokémon. Inscrição: R$10,00
Hora: 16h30
Roda de conversa com Ronaldo Rony:
A Produção Alternativa de História em Quadrinhos. Gratuito.

Encerramento


Sábado 03/02
Local: Villa Nova Shopping
Hora: a partir das 10h
• Artist Alley / Feira com os artistas

Assessoria de comunicação