Poema de agora: ADEUS – Obdias Araújo (para Fernando Canto)

Obdias Araújo e Fernando Canto. Escritores e queridos amigos meus. Foto: Facebook do Canto.

ADEUS

Quando a morte chegar eu estarei à porta principal
À sua espera tendo em uma das mãos o bocal
De meu trombone polonês armado em dó
Que foi presente do Maestro Tenente Clodomiro Martins
E ninguém toca nele. Conversaremos por alguns minutos.

Ela a morte me narrará interessantes fatos de sua longa viagem
E eu lhe falarei depois do medo que tenho de não suportar
A falta dos amigos e a ausência dos carinhos da mulher amada.
À minha mão esquerda o retrato de minha mãe e uma lágrima
Cuidadosamente retirada de seu olhar de Santa.

Assobiarei baixinho Bolero de Maurice Ravel
E bordarei no centro do meu peito
Um Sinal-da-Cruz imaginário.

Obdias Araújo (para Fernando Canto)

Ifap não retornará às atividades presenciais em agosto

Em um cenário normal, os últimos dias do mês de julho, tradicionalmente, marcam o final das férias escolares do meio do ano e o início da preparação de estudantes, professores e corpo técnico-administrativo das escolas para a volta às aulas, que acontece em agosto.

Em 2020, no entanto, essa não será a rotina dos quase 5 mil alunos presenciais das 6 unidades do Instituto Federal do Amapá (Ifap). Em função da pandemia da Covid-19 e baseado em uma ampla pesquisa realizada entre sua comunidade, que alcançou quase duas mil pessoas, o Ifap não retomará em agosto com atividades presenciais de ensino.

Com a paralisação das aulas e do expediente administrativo desde o dia 16 de março, o Ifap criou o Comitê de Crise e Enfrentamento à Covid-19 com a responsabilidade de planejar, gerenciar e executar as ações da instituição relacionadas à pandemia. A mais recente ação foi a elaboração do “Programa Retorno Seguro”, que é um conjunto de estudos que visa orientar às ações de retomada das atividades presenciais pela instituição.

A primeira ação do Programa Retorno Seguro foi a realização de uma pesquisa que alcançou quase 2 mil pessoas da comunidade escolar, entre estudantes, seus familiares, servidores e funcionários terceirizados. Essa pesquisa, feita remotamente, coletou, entre 24 de junho e 1º de julho, respostas para 26 perguntas relacionadas às diversas áreas de atuação da instituição e suas ações atuais e futuras considerando o atual cenário de crise mundial da saúde pública.

A análise dos dados mostrou que o maior percentual dos respondentes declara que ainda não se sente seguro o suficiente para voltar às atividades presenciais em agosto, como podemos perceber no gráfico abaixo.

A gestão da instituição já oficializou, por recomendação do Comitê de Crise e Enfrentamento à Covid-19, que não haverá retorno às atividades no referido mês. A decisão será encaminhada ao Conselho Superior do Ifap para deliberação. Discute-se ainda a possibilidade de iniciar a retomada das aulas apenas para os alunos concluintes, desde que sejam atendidos, dentre outros pré-requisitos: 50% dos leitos hospitalares do estado destinados ao tratamento da Covid-19 livres e uma redução sustentada de casos no período de, pelo menos, 30 dias consecutivos. Apenas se atendidas essas duas condições, a instituição iniciará os procedimentos para o retorno gradual suas atividades presenciais.

De acordo com a reitora Marialva Almeida, “é importante destacarmos que ainda que o cenário estadual apresente as condições de leitos disponíveis em 50% do número total e curva decrescente do número de casos durante 30 dias, nosso retorno não será imediato. Ele acontecerá em etapas e entre cada etapa dessas haverá um período de 30 dias, o que nos permitirá avaliar o cenário continuamente e agir com segurança, seja para avançar nas fases do retorno ou seja para recuar se for necessário. Nós queremos voltar às nossas atividades sim, mas não a qualquer custo. Nossa comunidade mostrou claramente na pesquisa que realizamos que está em sintonia com este pensamento. Nós não estamos agindo unilateralmente, estamos em um processo de diálogo permanente com nossos alunos, servidores e com nossa comunidade externa”.

A pesquisa também coletou sugestões e demandas da comunidade nas diversas áreas de atuação do Ifap. Todas essas informações foram reunidas e somadas às medidas que já vinham sendo implementadas pela instituição e podem ser consultadas em detalhes e por temas clicando no link abaixo:

Acesse a página completa do programa: http://ifap.edu.br/component/content/article?id=1244

Departamento de Informação, Comunicação e Eventos – Deice
Instituto Federal do Amapá (Ifap)
E-mail: [email protected]

Poema de agora: Elementos – Ori Fonseca

Elementos

A palavra feito onda,
Indo e vindo em sal e água,
Gotejada, redondilha,
Filha minha emancipada.
Meu incesto, minha amada,
A-pegada em minha trilha,
Pote meu cheio de mágoa
Convulsão que cresce e tomba.

A palavra feito vento
Indo e vindo em som e ar,
Ventilada em caos e verso,
Berço meu de tudo e nada.
Meu esquife por morada,
Recitada em praga e terço,
Tempestade em alto lar,
Furacão de assombramento.

A palavra feito chama
Indo e vindo em gás e fogo,
Calcinada em melodia,
Dia a dia emoldurada.
Minha tela rabiscada,
Castigada na poesia,
Luz do Sol em que me afogo,
Combustão que a mim reclama.

A palavra feito poeira
Indo e vindo em grãos de terra,
Enterrada na sentença,
Crença ateia em luz sagrada.
Minha música cansada,
Entoada com voz tensa,
Solo meu de amor e guerra,
Rotação de sonho e areia.

Ori Fonseca

Eu literarizo, tu literarizas… – Por Lulih Rojanski

Sem meias palavras: eu não quero nem saber do dia do escritor, dia da poesia, dia do poeta, dia do raio que o parta. Dia disso ou daquilo nada me dizem. Eu vivo a literatura com tudo o que ela arrasta consigo: poesia e prosa carregadas de amor, de sangue, de magia, de tesão, de realidade, de ilusão, de invenção… E vivo de um modo que já não posso dizer que da literatura minha vida possa vir a ser dissociável. São e sempre serão uma coisa só. “Escrevo para poder criar um mundo no qual eu possa viver”* e leio para ter a possibilidade de viver em outros mundos já criados. Portanto, não me perguntem onde estou ou porque sumi. Estou por aí, com a cara em algum livro. Ou escrevendo qualquer coisa que nem sempre se aproveita. Ainda agora, estava a assistir ao último voo de um flamingo, debruçada no derradeiro barranco de um país engolido pela ambição de outrem, segundo Mia Couto. Daqui a pouco poderei me perder nos labirintos de Clarice, de Calvino, de Garcia Márquez, ainda que varra a casa, que lave a louça, que dobre a roupa, que prepare café. Não é possível me encontrar em outro lugar. Sinto muito se você precisa de mim para algo, se requer minha presença, se acredita que realmente estou presente quando estou lá. Não me convide, pois não irei. Se eu for, estarei lhe enganando. Meus gatos são testemunhas, pois, no fim das contas, estão sempre comigo, onde quer que eu esteja de alma. De corpo, não garanto a presença dos gatos.

Sou dominada pela criação, a ponto de dar a algumas línguas adestradas a oportunidade de dizer que literarizo minha vida. Pouco me importa também. Não reclamo pelo domínio da literatura. Au contraire. Sou apaixonada pelo coronel Aureliano Buendia, e não se passa um dia em minha vida em que eu não lhe dedique um fundo suspiro. Ando por sua casa em Macondo, assim como percorro carreiros poeirentos e terras sonâmbulas em Moçambique, onde Mia Couto esconde seres estranhos e onde minha noite habita. Vivo apequenada pela tristeza das vidas de Saramago e engrandecida por transformar meu namorado em príncipe todas as vezes em que o beijo. Não posso explicar isto de um modo engenhoso: minha vida e a literatura são a mesma coisa.

Escritores Lulih Rojanski e Fernando Canto durante o lançamento do livro Pérolas ao Sol – crônicas – em2017

Ano após ano, estão aí os poetas se agrupando em panelas que grudam no fundo, explodindo o peito a céu aberto, berrando que existem, experimentando chapéus anacrônicos de escritores do passado, chamando Pessoa para uma mesa de bar, às vezes enfiando um punhal de gelo no peito de Maiakovski, quando lhe atribuem um poema que não escreveu. Não condeno ninguém. Mas prefiro berrar sozinha em todos os outros dias do ano. No fundo, ou nem tão ao fundo, estão todos tão enredados nas teias invencíveis da literatura quanto eu. Sofrem da mesma desordem. Quem vai saber?

Lulih Rojanski – Escritora. 

Bioparque da Amazônia reabre com restrições

Nesta sexta-feira, 24, as portas do Bioparque da Amazônia abriram para o público com medidas de segurança e saúde em decorrência da pandemia, com limite de visitantes, túnel de higienização, aferição de temperatura, uso obrigatório de máscaras, agendamento das visitas e horário reduzido.

“O Bioparque reabre com muitas novidades, tem a parede de escalada, trilha aérea e o passeio caboclo, que é um passeio de canoa, uma boa opção saudável e segura para as famílias. Mas, é claro, nesse primeiro momento começaremos devagar, seguindo todo o protocolo de higiene e medidas de segurança contra o Coronavírus. Logo na entrada, o visitante passará por um túnel de higienização individual, em seguida aferição de temperatura e higienização das mãos. Tudo isso para receber da melhor maneira possível todos os visitantes”, disse o prefeito Clécio.

O Bioparque funcionará de quinta a domingo, das 9h às 17h. O número de visitantes permitidos será de 700 pessoas por dia (350 pela manhã e 350 pela tarde). Será obrigatório o uso de máscara em adultos e crianças (entrada somente para crianças acima de 5 anos) e as atividades em grupos que não sejam da mesma família deverão ser autorizadas previamente pela direção, mediante solicitação por meio de ofício, que deverá ser entregue na portaria.

“Para a segurança dos visitantes, a Prefeitura de Macapá instalou um túnel de higienização na entrada do Bioparque, onde cada pessoa passará por uma pulverização individual antes da visitação. Também foram instalados 6 totens com álcool em gel e 6 pias com sabão em todo o circuito do parque. Estamos seguindo todo o protocolo de higiene e cuidados para receber a todos com segurança e proteção”, declarou o diretor-presidente do Bioparque, Richard Madureira.

Para a segurança e conforto dos visitantes, a direção solicita que levam água (em suas garrafinhas) e álcool em gel, para uso individual de cada pessoa, e devem manter distanciamento entre as pessoas. Os passaportes para qualquer atividade de aventura são vendidos exclusivamente na bilheteria e a pulseira colocada pelo próprio visitante, sem contato com as recepcionistas. Parta as entradas com gratuidades, deverá ser apresentado documento comprobatório e fazer a visita por agendamento também. Para realizar books fotográficos, deve ser feita a solicitação para autorização da direção e também por agendamento.

Nova atração

O Circuito de Aventura estará funcionando no horário normal do parque, com cinco atividades: escalada, trilha suspensa, arborismo, tirolesa e passeio caboclo. O visitante pode comprar o combo para todo o circuito ou pode comprar separado cada atividade. Para participar tem que ter mais de 5 anos, peso limite de 110 quilos, não ter problemas cardíacos, pressão alta, é proibido para grávidas.

Valores

Entrada Única: R$ 10,00

Meia-entrada: R$5,0

Gratuidade: de 0 a 5 idade / usurários assegurados por lei

Circuito de Aventura

Parede de escalada: R$ 20,00

Trilha suspensa: R$20,00

Tirolesa: R$ 20,00

Passeio Caboclo: R$ 10,00

Arborismo: R$20,00

Combos:

Parede de escalada + trilha suspensa + tirolesa: R$ 50,00

Trilha suspensa + tirolesa: R$ 35,00

Circuito completo (passeio caboclo + trilha suspensa + arborismo + tirolesa + passeio caboclo): R$ 80,00

Para informações e agendamento: (96) 98801 9938.

Serviço

Horário: 9h às 17h
Ingresso: R$ 10
Quando: Quinta à domingo
Contato agendamento: (96) 98801-9938

Secretaria de Comunicação de Macapá
Kelly Pantoja
Assessora de comunicação
Fotos: Max Renê

Prefeito Clécio Luís e sindicatos de bares e restaurantes reforçam medidas de protocolo de segurança em estabelecimentos de Macapá

Com o intuito de reforçar o novo protocolo de segurança em bares, restaurantes e afins, o prefeito de Macapá, Clécio Luís, participou na tarde desta quinta-feira, 23, de uma Live realizada em conjunto com a Prefeitura de Macapá, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Amapá (Abrasel) e Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Amapá (Sindbar). Desde o último dia 16, por meio de Decreto Municipal n° 2.602/2020, todos os restaurantes e bares foram autorizados a atender na modalidade presencial em Macapá.

Segundo o prefeito de Macapá, o protocolo em questão, que foi produzido e pensando também pela Abrasel e Sindbar, se cumprido, proporciona a segurança para que todos que utilizarão aquele ambiente precisam. “Estamos avançando e, prova disso, são nossos bons indicadores que apontam isso. Não queremos retroceder, temos que ter cautela para que não seja jogado fora tudo que conseguimos até agora. Por isso é tão importante o debate e seguir o protocolo de segurança em bares e restaurantes de Macapá”, salientou.

Olavo Almeida, diretor do Sindbar, destacou que é fundamental que os clientes observem os bares e restaurantes que estão trabalhando dentro da conformidade das medidas estabelecidas. “Precisamos implantar a cultura da máscara e de demais medidas para combater a Covid-19, para não termos um retrocesso. Por isso, é sempre importante debater de forma educativa estas medidas para a segurança de quem consome e de quem produz. O cliente deve estar atento aos locais que estão seguindo o protocolo para valorizar os que trabalham com a legalidade”, explicou.

O especialista em Mercado de Alimentos e Bebidas, Sandro Bello, ensejou que o mercado de alimentos em Macapá deu grande passo em se reinventar com a modalidade delivery, e é preciso a ajuda da população para que a próxima etapa permaneça funcionando. “Demos passos importantes para chegar neste momento que estamos vivendo: o de poder, de forma presencial, consumir os alimentos no local. Mas, para isso, o consumidor deve seguir as medidas e cobrar do dono do estabelecimento o cumprimento de todo o protocolo”.

Segundo Yukio Nagano, presidente da Abrasel, a ajuda de empresários e colaboração da população é necessária para avançar e combater o momento vivido. “Com este protocolo, queremos ajudar os restaurantes e empresários a manter os próprios negócios, mas também queremos resguardar vidas. Então, pedimos aos empresários que cuidem dos clientes que frequentam aquele estabelecimento. Essa é uma luta conjunta para que possamos superar este momento difícil e, pouco a pouco, conseguir alavancar e ir em frente para que consigamos ultrapassar este momento”, explanou.

“Se todos cumprirem estas etapas, conseguiremos avançar outras etapas mais à frente. Devemos lembrar que também dependemos dos indicadores epidemiológicos, pois a pandemia ainda não acabou. Com a ajuda dos donos de bares, funcionários e conscientização da população, conseguiremos ir em frente nesta luta, que é a guerra contra o vírus”, finalizou o prefeito Clécio Luís.

Protocolo de segurança em bares e restaurantes de Macapá

Segundo o Decreto Municipal n° 2.602/2020, todos os restaurantes, bares, lanchonetes e estabelecimentos do setor de alimentação de forma presencial devem seguir medidas delimitadas no decreto, que são:

– Reduzir o número de pessoas no local em no máximo 50% da capacidade habitual;

– Manter espaçamento de 1 metro entre cadeiras e 2 metros entre mesas;

– Manter os banheiros higienizados no mínimo a cada 2 horas;

– Manter ambiente da cozinha e salão bem ventilados;

– Higienizar após cada uso as superfícies de toque, como cadeiras, mesas e bancadas preferencialmente com álcool 70%;

– Incentivar a entrega em domicílio (delivery) para evitar o fluxo de pessoas no estabelecimento, reduzindo a rotatividade de clientes;

– Evitar a concentração de grupos com mais de 6 pessoas em uma só mesa;

– Máquinas de cartão devem ser envelopadas com filme plástico e higienizadas com o álcool em gel 70% após cada uso;

– Em caso o estabelecimento forneça serviço self-service, disponibilizar álcool 70%;

– Exigir do cliente que mantenha a utilização da máscara enquanto estiver se servindo em bandejas de alimentos.

Secretaria de Comunicação de Macapá
Clauriana Costa
Assessora de comunicação

Assim seria – Crônica de @marcelobiz

 

Crônica de Marcelo Biz

Hoje seria teu aniversário. Eu te ligaria para dar felicitações e dizer o que está óbvio no meu olhar: que te amo.

No final do dia, como em todas as tardes, eu correria para abrir a porta para atender ao teu chamado tão peculiar. E você daria aquele sorriso que te deixava com os olhos quase fechados; aquele sorriso que me desmoronava – e me desmoronaria hoje definitivamente. Tomaríamos cerveja e faríamos o que mais me extasiava: Conversar por horas e horas até o momento da cama.

Com tristeza parei gradualmente de ler teu horóscopo a fim de saber como seria teu dia; o meu, nunca li. Teus cantores favoritos, não os ouço mais, e a camisa da qual arrancaste os botões no momento de volúpia deixou de existir. Há alguns anos eu jamais imaginaria que, em relação a nós dois, tudo seria futuro do pretérito.

Prisioneiros da Incerteza IV – Crônica de Evandro Luiz

Crônica de Evandro Luiz

As notícias vinham de uma província do outro lado da terra. E o mundo foi pego de surpresa. Pessoas eram infectadas por um vírus; e em um período entre três a sete dias, elas morriam. A praga se alastrava tão rapidamente que quebrou o sistema de saúde da cidade. Não havia leitos, não sabiam qual a vacina que poderiam tomar para conter o avanço desta doença.

A infectologista italiana Giovana Ferraz estava no povoado para participar de um encontro com a comunidade científica. Eles iam discutir sobre o aquecimento global. Mas por causa da (epidemia) ou pandemia, o governo da pequena província decidiu cancelar todos os eventos públicos.

Image credits: Dreamstime

A universidade Tuasung famosa pela sua tradição e que teve entre os seus alunos o atual primeiro ministro do país, seria o palco das discussões. Com a decisão do governo, a médica, no hotel começou a fazer as malas. Foi surpreendida por um militar, que a informou que ela não poderia deixar o país. Até quando? perguntou Giovana Ferraz. Ele respondeu: Eu não tenho autorização para dar a senhora essa informação.

A médica foi até o serviço de migração e ficou sabendo que todo estrangeiro teria que passar por uma quarentena que deveria durar de 15 a 20 dias. Ela foi ao consulado italiano e lá encontrou outros patrícios também querendo sair da pequena província. Além de agravar e aprofundar uma crise, o governo italiano emitiu nota informando que todos aqueles que estivessem fora do país teriam que cumprir quarentena. O país europeu não queria ser apontado como o responsável pela proliferação do vírus no velho continente. E a cada dia a situação piorava. As manifestações se tornavam comuns.

Em uma delas, Giovana Ferraz foi presa. Acusada de espionagem, se passando por uma palestrante, foi para um presídio feminino de segurança máxima. A cela onde ficou media em torno de 7 por 21 metros quadrados. Ela dividia esse espaço com mais outras 16 pessoas. Não havia privacidade nem na hora das necessidades mais íntimas. Banho de sol, sessões de espancamento e comida (se é que aquilo pode ser chamada de comida) que parecia uma papa sem nenhum gosto, faziam parte do cardápio de todos os dias.

PHOTOGRAPH: TIM PLATT/GETTY IMAGES

Como todo preso, Ferraz, tinha na cabeça, como iria fugir da prisão. Um certo dia, no período da noite, Giovana começou a gritar; ela dizia ter fortes dores no estomago. Foi medicada e ficou em observação na enfermaria. A italiana viu naquele momento a oportunidade de fugir. Mas foi pega de surpresa por uma enfermeira chinesa que disse estar esperando o momento certo para fugir. Ela disse ainda que havia uma outra pessoa que também planejava não ficar o resto da vida ali. Era o jornalista italiano Francesco Barbieri.

Depois de um longo período observando saída e entrada de uma ambulância da penitenciária, o ponto vulnerável era às sextas-feiras à noite, depois da janta. Os guardas bebiam e fazendo o que mais gostavam: torturar os presos. Assim, eles deixavam alguns pontos do presidio vulneráveis. A enfermeira Wang Zhu sabia onde ficavam os remédios controlados destinados aos pacientes mais violentos.

Em uma sexta feira chuvosa, Zhu dissolveu mais de 50 comprimidos no café e mandou distribuir para a guarnição de plantão. Quando a maioria dos guardas de segurança estavam sobre o efeito do sossega leão, os três empreenderam a fuga.

O jornalista disse que já conhecia a “Rota da Seda” que era bastante usada e, por ela ter várias ramificações de saída da província, isso dificultaria a perseguição a eles. O objetivo era chegar a uma área portuária.

Depois de atravessarem mangais e florestas encontraram uma pequena aldeia. Wang Zhu conversou com o líder da comunidade e ficou acordado que a permanência deles ali seria rápida. Os três foram alimentados, receberam roupas e cortaram os cabelos. Depois de uma negociação com o capitão de um cargueiro, ficou acertado que eles fariam parte da tripulação.

No dia 12 de outubro o cargueiro Tsan Tsan deixava o porto de Ganzu da província e partia para o continente europeu. Foram setenta dias em alto mar. Quando avistaram a milhares de distância pequenas luzes, não se contiveram. Choro e risos vieram à tona. A liberdade já não estava tão longe assim.

Mas de manhã eles foram acordados com barulho de sirene. A guarda costeira informou que o cargueiro não podia atracar no porto. A embarcação vinha de um lugar onde o vírus tinha matado muita gente. E era muito provável que alguém da tripulação tivesse sido contaminado. Eles teriam que se retirar e irem para outro porto. Várias tentativas para atracar o barco foram negadas.

Quem olhava de longe via o barco parado no meio do oceano. Dizem os navegantes, que de vez em quando aparece de noite totalmente no escuro um navio cargueiro nessa rota.

Nove anos sem Amy Winehouse

No vigésimo terceiro dia de julho de 2011, morreu Amy  Winehouse. Hoje é aniversário da morte (estranho estes termos juntos) da fantástica cantora de carreira breve, recheada de grandes sucessos e algumas polêmicas.

A cantora nasceu no dia 14 de setembro de 1983 e tornou-se uma das maiores vozes do soul e jazz nos anos 2000. Em 2003, Amy lançou seu primeiro disco, “Frank“. Em 2006, foi a vez do álbum “Back to Black” bater recordes no mundo todo. No ano seguinte, o álbum recebeu cinco troféus durante a 50ª edição do Grammy e tornou-se o disco mais vendido de 2007.

A artista foi eleita por 2 anos consecutivos (2006 e 2007) como uma das “Mais Populares”, da NME. Foi escolhida a “heroína suprema” dos britânicos, pela “Sky News”, em 2008. No mesmo ano, foi incluída na lista “Personalidades Mais Influentes da Música”, do “The Evening Standard”. Entre seus grandes sucessos musicais, vale lembrar de “Rehab”, “Stronger Than Me”, “Valerie”, “You Know I’m No Good”, “In My Bed” entre outros.

Infelizmente, Amy não soube lidar com sucesso repentino e a fama estrondosa. O vício em álcool e drogas passou a prejudicar sua carreira e sua vida pessoal. A cantora já vinha demonstrando que não estava bem em alguns shows que não conseguia terminar ou que passava mal no palco.

Ela foi encontrada morta em sua casa, em Londres, pelo segurança, após a ingestão excessiva de álcool e drogas. A cantora tinha 27 anos.

Winehouse é um símbolo de rebeldia, talento extremo e loucura. Que ela tenha encontrado a paz. Este post é uma pequena homenagem a ela. Obrigado, Amy !

Mais informações neste doc sobre a sensacional cantora: 

Programação virtual da Secult: Ao Vivo Lá Em Casa segue nesta quinta-feira, 23

Nesta quinta-feira (23), o projeto Ao Vivo Lá Em Casa, da Secretaria de Cultura do Amapá (Secult/AP), continua com atrações de música, dança, literatura musical e artes visuais. A programação de estende até o domingo (26), com apresentações de artistas locais selecionados pela chamada pública. Com um repertório gratuito e variado, contemplando também os segmentos de capoeira, hip-hop e teatro, as transmissões ocorrerão pelas redes sociais da pasta de cultura do Estado, iniciando todos os dias às 18h.

Desde o dia 10 de julho, o Governo do Estado do Amapá (GEA), por meio da Secult/AP, vem abrilhantando as semanas com shows musicais, recitais poéticos, espetáculos, performances, exposições, exibições, contação de histórias, demonstrações técnicas, entre outras. Inteiramente virtual e acessível à toda a população amapaense, o projeto também dá visibilidade às produções dos artistas locais pela internet, possibilitando que pessoas de outras regiões ou países conheçam um pouco da nossa cultura tucuju.

Ontem (23), ocorreram as apresentações de teatro com Vanderlei Pereira e Adalton Guedes; dança com Matheus Pereira; e música de Wendel da Conceição, Kleber Luiz e Lívia Carla.

Programação:

23 de julho (quinta-feira)

18h – Márcia Samea (Artes Visuais) / 18h20 – Aroldo Pedrosa (Literatura Musical) / 18h40 – Mateus Lemos (Dança) / 19h – Peterson Andrade (Dança) / 19h20 – Janete Silva (Música) / 19h40 – DJ 008 (Música).

24 de julho (sexta-feira)

18h – Juliane Bastos (Teatro) / 18h20 – Luciana Avelar (Capoeira) / 18h40 – Crisomar Nascimento (Música) / 19h – Almir Tavares (Música) / 19h20 – Augusto Máximo (Música) / 19h40 – Adail Jr. (Música).

25 de julho (sábado)

18h – Daniel de Rocha (Teatro) / 18h20 – Jorge Altura (Artes Visuais) / 18h40 – Tiago Machado (Hip-Hop) / 19h – Rosa Amaral (Música) / 19h20 – Neudo Produções (Música) / 19h40 – Bebeto Nandes (Música).

26 de julho (domingo)

18h – Iran de Souza (Literatura) / 18h20 – Marcos Boss (Dança) / 18h40 – Aricélio Chagas (Capoeira) / 19h10 – Alex de Jesus (Música) / 19h40 – Tonny Miranda (Música) / 20h00 – Paulo Carvalho (Música).

Covid-19: Prefeitura de Macapá registra 509 consultas nas unidades de referência nesta quarta-feira, 22

As UBS’s Lélio Silva, Marabaixo, Álvaro Corrêa, Unidade Básica Santa Inês, que são referência no atendimento de casos suspeitos de Covid-19 em Macapá, registraram nesta quarta-feira, 22 de julho, 509 atendimentos de consultas a pacientes com sintomas da síndrome respiratória. Em 24 horas, foram prescritas 435 receitas e a realizados 169 testes rápidos.

A UBS Lélio Silva contabilizou 162 pacientes consultados e a entrega de 173 kits de medicamentos. A unidade Álvaro Corrêa, na zona norte, atendeu 165 pessoas, dos quais 136 receberam a prescrição para o início do tratamento e saíram do local com kits de medicamentos.

Na UBS Marabaixo, foram atendidos 55 pacientes; e na unidade Santa Inês, 127 pessoas procuraram assistência médica com sintomas da síndrome gripal. Em todas as unidades de referência, pacientes com prescrição para o início do tratamento receberam kits de medicamentos. Nesta quarta foram entregues à população 1.890 comprimidos de azitromicina e 1.512 de ivermectina.

Secretaria de Comunicação de Macapá
Karla Marques
Assessora de comunicação

Sucesso, Marcelo de Sá!

Com Marcelo de Sá, durante visita dele ao meu trampo, em 2019.

No final de junho passado, o prefeito interino de Oiapoque, Erlis Karipunas, nomeou o guia de turismo e tecnólogo em gestão ambiental, Marcelo de Sá Gomes, para o cargo de secretário adjunto de Meio Ambiente daquele Município. O novo titular da pasta na cidade transfronteiriça ao extremo norte do Amapá é um defensor do meio ambiente, humanista, militante cultural e da causa ambiental. Ou seja, profissional experiente na área.

Turistas durante viagem à Floresta Nacional do Amapá — Foto: Marcelo Sá/Arquivo Pessoal

Marcelo é articulado, inteligente e sempre aberto ao diálogo; um trabalhador e batalhador do turismo amapaense, ainda que com todas as dificuldades. Ele está sempre antenado com o que acontece neste setor.

Mesmo sendo nascido e criado em Macapá, Marcelo conhece todo o Estado. Em Oiapoque, desde o Parque Nacional Amazônico da Guiana Francesa, a foz do rio Oiapoque, Saint George e Camopi.

Marcelo chega na nova função com destreza, credibilidade, trajetória respeitada e muita vontade de trabalhar. Sá é um velho e querido amigo. Sou conhecedor do seu amor pelo Amapá, por sua riqueza natural, tradições e cultura. Sempre que posso, divulgo seus projetos e informes.

Sobre Marcelo de Sá

Marcelo de Sá possui história na militância ambiental, é estudante do Curso Técnico em Guia de Turismo Regional Pará, Brasil e América do Sul, no Senac Pará

Área de atuação: Turismo, Gestão Ambiental e Cultura Popular. É técnico em Turismo, Gestão do Meio Ambiente e em Pesca e Aquicultura . Cursou Gestão Ambiental na Faculdade de Macapá /FAMA.

É colaborador da Universidade Federal do Amapá (Unifap) na área de pesquisa em Políticas Territoriais para o Desenvolvimento do Ecoturismo e da Valorização Ambiental na Fronteira Franco-Brasileira e do Observatório das Fronteiras do Platô das Guianas (OBFRON). Palestrou em seminários na área do Meio Ambiente e Turismo no Amapá e fora do Estado.

É membro do Sindicato de Guias de Turismo do Amapá e guarda-parque voluntário na Área de Proteção Ambiental da Fazendinha. Integra como voluntário a ong Instituto Sea Shepherd Brasil (ISSB)/ Guardiões do Mar:

Participou do Conselho consultivos das Unidades de Conservação Federais do do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), representando o Sindicato de Guias de Turismo do Estado do Amapá. Esse colegioado trata de questões relacionadas ao Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e Floresta Nacional do Amapá

Também é associado a Rede Brasileira de Jardins Botânicos. Ativista do Fórum de Acompanhamento dos Conflitos Agrários e Desenvolvimento do Amapá (FACADE).

Além de coordenador de Meio ambiente e turismo da Associação Amapaense de Folclore e Cultura Popular (AAFCP) e membro fundador da Associação Brasileira de Guarda-Parques. Entre mais uma porrada de coisas contidas em seu extenso currículo, que o habilitou para o novo desafio profissional.

Sucesso, Marcelo. Continue pisando forte por esses campos, mano velho!

Elton Tavares

*Mais sobre Marcelo AQUI .

Biblioteca Barca das Letras envia livros para comunidades ribeirinhas: serão beneficiadas crianças que vivem em Itaubal, Macapá e Afuá

Desde 2008 a Barca das Letras circula por comunidades do interior da Amazônia e do sertão nordestino incentivando a leitura com crianças que vivem em comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas. Em cada ação lúdica, os voluntários da biblioteca apresentam a leitura para a criançada de forma lúdica, com muita alegria e afeto. E, sempre ao final, distribuem livros e gibis para que levem para suas casas. Mas, com o surgimento do coronavírus, a Biblioteca teve que interromper sua circulação para não colocar em risco a vida das crianças e dos voluntários.

Ante às orientações da Organização Mundial de Saúde para que as pessoas continuem em casa e não promovam aglomerações, a Barca das Letras resolveu então lançar seu novo projeto para este segundo semestre de 2020: o “Barca das Letras em ação!”. O projeto prevê o envio de 3.000 livros e gibis para as comunidades, de julho a dezembro. Para tanto, a biblioteca lançou uma ‘vaquinha on line’ para arrecadar recursos para o pagamento do frete e, também, aquisição de livros. Quem quiser ajudar, pode acessar o link http://vaka.me/1191058 e contribuir com qualquer quantia.

Para Jonas Banhos, coordenador da Barca das Letras, “esta ação é necessária uma vez que as crianças não estão podendo ir à Escola e também não têm acesso à internet. Então, a chegada de livros e gibis às crianças será um grande incentivo para que elas continuem buscando o conhecimento, estimulando suas criatividades e possibilitando viajarem pelo mundo mágico da leitura.

Neste mês de julho, já estão sendo enviados os primeiros 500 livros e gibis. No Amapá, serão beneficiadas as comunidades Foz do Rio Macacoari, São Tomé do Macacoari, Escola Família Agroecológica do Macacoari, no município de Itaubal e Santo Antonio da Pedreira, em Macapá. E em Afuá(PA), a comunidade São José, às margens do Rio Maniva.

Contatos/Doações:

Jonas Banhos: (61)98355 7232 (whatsapp)
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A Racionalização de Sentimentos – Por @Cortezolli (republicado por hoje ser o Dia do Amigo)

Por Hellen Cortezolli

Tem amigos que você não consegue identificar quais das qualidades deles mais te agradam, apenas gosta da pessoa e a quer por perto.

Tem também amigos que completam o que falta em você, te apresentam outros pontos de vistas, novas possibilidades.

Quando você se apaixona por alguém, quer que este alguém aprove seus amigos e vice-versa. Já que estes últimos são a família que você escolheu. Então, partindo desse pressuposto, é possível identificar o que falta em si mesmo, o que falta neles que você consegue completar, o que os motiva a alimentar sempre essa amizade e não importa a distância ou qualquer outro artifício… Seu desejo é manter a paz entre as pessoas que ama e ponto.

Aprendi muito com os amigos que tenho… Aprendi também com os inimigos e pessoas que não eram nem uma coisa, nem outra. O que importa é que aprendi… E isso me pertence!

Então, as situações novas ou não tão novas assim, são expostas e expõem você, te testam e com base no aprendizado… se pode evoluir…

Tá. O papo parece coisa de gente convertida, só que não é… Rsrs. É outra vibe, é melhor.

Quanto a algumas pessoas, você apenas não quer desistir delas, porque alguém, em algum momento não desistiu de você. A ação se assemelha àquelas voltas que a roda do mundo completa, ou o movimento de translação da terra… Escolha a sua própria teoria e não queira tudo mastigado também.

Enfim… Te ajudou, te reergueu, com uma palavra, um gesto, uma expressão que o sacudiu, não importa como, foi útil. E, você precisa pagar, ajudando quem quer que seja. Sei lá, tudo tem um preço.

Essa viagem meio sem nexo, serviu para dizer que ontem tive vontade de bater em alguém de quem gosto, queria que a pessoa em questão acordasse, parasse de sentir pena de si mesma, ouvisse as barbaridades que disse sobre quem é… Aprendesse a se amar antes de qualquer coisa.

Então, respirei fundo: E não o fiz!

Não é do meu feitio a agressão física, prefiro a psicológica ou a verbal, duram mais… Tá, atirar coisas até rola, mas bater, não.

Lembrei do Eltão na hora… por se tratar de um amigo que nunca desistiu de mim, que nunca me abandonou quando estive no limbo. Que é minha versão masculina na “porralouquice”, mas também por equilibrar muitas vezes minha fúria infundada, com um deboche apropriado.

Amizade não se agradece, como o Ewerton França me ensinou… Mas, eu precisava muito compartilhar contigo e com quem tiver capacidade emocional e intelectual para entender, que minha família é importante, que a família que escolhi é tanto, quanto. E que sou grata às conspirações do universo por te ter como meu amigo!

Te amo!

*Hellen Cortezolli – Jornalista
**Republicado após uma conversa hoje, mais cedo, com a querida amiga.