Baiano e os novos caetanos – Por @giandanton

Por Gian Danton

Baiano e os novos caetanos era um quadro de humor do programa Chico City que satirizava a tropicália. Composta por Chico Anysio (Baiano) e por Arnaud Rodrigues (Paulinho Boca de Profeta), a dupla fez muito sucesso, o que levou ao lançamento do disco Vô bate pra tu, em 1974. O disco era não só uma sátira, mas também uma homenagem a Caetano Veloso e Gilberto Gil, que na época haviam sido exilados pela ditadura militar.

A música de maior sucesso do disco (Vô bate pá tu) fala justamente da delação de artistas no período. Além disso, havia até mesmo crítica ao milagre econômico, como em O urubu tá com raiva do boi.

A parte humorística fica por conta principalmente dos comentários ácidos e non-sense de Chico Anysio, que lembram as falas de Caetano e Gil.

Na música Cidadão da Mata, Chico fecha com o discurso, cheio de humor e de duplo sentido: “Amo, amo a mata! Porque nela não há preços. Amo o verde que me envolve… o verde sincero que me diz que a esperança, não é a ultima que morre. Quem morre por último é o herói. E o herói, é o cabra que não teve tempo de correr…”.

Em O urubu tá com raiva do boi, ele diz: “O norte, a morte, a falta de sorte… Eu tô vivo, tá sabendo? Vivo sem norte, vivo sem sorte, eu vivo… Eu vivo, Paulinho. Aí a gente encontra um cabra na rua e pergunta: ‘Tudo bem?’

E ele diz pá gente: ‘Tudo bem!’ Não é um barato, Paulinho? É um barato…”. Uma fala ao mesmo tempo humorística, profunda e non-sense.

Apesar de ser uma sátira, o disco ficou tão bom que fez enorme sucesso e levou seus autores a uma turnê pelo Brasil. Explica-se: além da humor e das letras engajadas, havia os ótimos arranjos musicais. De certa forma, pode-se dizer que Baiano e os novos caetanos era tão bom que pode ser incluído entre o melhor da tropicália.

Meu comentário: tenho 43 anos e lembro bem disso. Inclusive, minha tia Maria Penha tinha esse disco. Muito porreta!

Ouça aqui o disco completo:

Fonte: Ideias Jeca-Tatu

Doutor Eurico, ame ou odeie mas respeite – Por Marcelo Guido – @Guidohardcore

Por Marcelo Guido

“A mão do Eurico”, documentário que estreou na Globo play conta causos aventuras e desventuras de um dos maiores vascaínos que já pisaram na terra. Truculento, bonachão, bravateiro, competente, amado por muitos e odiado por vários, serie documental que estreitou no ultimo dia 13, conta parte da vida de Eurico Ângelo Miranda, para muito o Dr. Eurico.

No Vasco desde os anos 70, como diretor de patrimônio, leal a suas convicções e antes de tudo sempre em prol a favor dos interesses do Vasco. Vasco e Eurico eram umas simbioses comuns, simplesmente um representava o outro.

Durante os anos 80, sua linhagem começa a dar o ar de voz dentro da colina histórica, seu primeiro grande feito, a volta do craque Roberto Dinamite, que depois de um período apagado na Espanha, mais diretamente no Barcelona volta para o Brasil, para o Vasco e arrebenta um Corinthians de Sócrates em um Maracanã lotado.

Os bastidores de tal epopeia de volta do craque, coloca uma possível contratação pelo rival, aliais um pré contrato já assinado e rasgado pelas mãos de Eurico, enquanto a possibilidade do maior ídolo vascaíno ir parar na Gávea , para ele era algo impensável.

Inventou com bravatas e provocações, o “clássico dos milhões”, Vasco x Flamengo, ou vice versa era só um clássico local, onde não se tinha nenhuma expressão nacional e hoje em dia discutimos, paramos o Brasil para assistir, sem duvidas esse mais um grande legado dele.

De uma figura ríspida, com um indefectível charuto nas mãos, tratava o Vasco como seu reino. Isso prejudicou muito o time, de certo. Durante muito tempo o Vasco foi um espécie de vilão do futebol nacional, mas isso não apaga os infindáveis esquadrões que o mesmo montou e fez a alegria de muitos, inclusive esse que escreve.

Eurico é antes de tudo uma figura acima do bem e do mal, que pelo Vasco desafiou de governadores de estado, senadores e ate o maior traficante de drogas do mundo na época . Ganhou muito, perdeu outro bocado, mas sem duvida alguma deixou um legado de amor para com uma instituição centenária . No qual ajudou a levantar muitas vezes. Dentre seus erros e acertos o saldo é positivo.

O Vasco que Eurico sonhou, era imbatível dentro e fora de campo, e quem não quer isso para seu time. Quem olha o futebol com amor, sem duvidas queria uma figura dessas do seu lado.

De invasões de campo, a chapéu no maior rival para retirada de um craque, da invenção da Copa do Brasil ao desafio de peitar o maior conglomerado de comunicações da América Latina. De sua maior conquista, de ser o primeiro Presidente Brasileiro nato da historia do Clube de Regatas Vasco da Gama.

Eurico partiu no dia 12 de março de 2019. Em seu leito de morte disse “Ninguém amou mais o Vasco que eu”.

E agora de certo, ao lado de muitos grandes vascaínos que já se foram, entoa como sempre entoou o “CASACA”.

E como já disse Fidel, a história também o absolverá .

Vale a pena conferir a serie. 

Sesc Amapá recebe espetáculo do DF sobre violência contra a mulher em segunda etapa do Palco Giratório

O Palco Giratório é o maior projeto de circulação das artes cênicas no país e este ano tem rodado com 15 espetáculos de circo, dança e teatro. As apresentações refletem demandas de nosso tempo histórico, como as cenas negras, o teatro realizado por mulheres, a contínua reinvenção da tradição, o anseio por espaços de partilha com públicos de variados gêneros, faixas etárias e classes sociais entre muitas outras temáticas.

Em Macapá, a primeira etapa do Palco Giratório aconteceu em maio com o espetáculo “Clássico de Palhaços”, do Grupo Vagão (PI). Em setembro, recebe o monólogo teatral “Senhora P”, interpretado pela atriz e diretora Adriana Lodi. Vindo de Brasília, o espetáculo dialoga sobre violências contra mulheres e discute os múltiplos abusos cometidos em ambientes públicos e privados. A personagem é uma professora confrontada com um turbilhão de interrogatórios, memórias e anseios de outros futuros possíveis.

A apresentação acontece nesta quinta-feira (21), no Salão de Eventos do Sesc Araxá. Após a peça, Adriana Lodi participa de uma roda de conversa, com o público interessado nas artes cênicas, para falar sobre a construção do espetáculo e o trabalho com teatro.

O custo para a entrada no evento é 1kg de alimento não perecível, que será doado às instituições assistenciais cadastradas no programa Mesa Brasil. Para realizar a troca do ingresso, basta se dirigir ao Setor de Cultura do Sesc Araxá, de 8h às 12h e de 14h às 18h ou hoje mesmo.

Senhora P – Primeiro monólogo da atriz, diretora e professora de teatro Adriana Lodi, parte de um exercício autobiograficcional em diálogo com artistas e pensadoras do tema. Transita pelos espaços de intimidade extrema, a função pública da profissão docente e a rigidez das macroestruturas sociais que lançam a atriz/personagem numa busca por encontrar formas de agir contra os processos de subordinação, adestramento e domesticação impostas pelo patriarcado capitalístico colonial.

Palco Giratório – reconhecido no cenário cultural brasileiro como um importante projeto de difusão e intercâmbio das Artes Cênicas, intensifica a formação de plateias a partir da circulação de espetáculos dos mais variados gêneros desde 1998. Além de apresentações para todas as faixas etárias, uma vasta programação de oficinas, festivais, mesas-redondas e palestras é realizada com a participação ativa da comunidade, artistas locais e convidados, promovendo uma troca de experiências enriquecedoras, divulgando o trabalho de profissionais de todo o país e gerando emprego para os inúmeros trabalhadores que atuam no circuito. Os espetáculos selecionados pela curadoria coletiva com técnicos do Sesc de diversas regiões do país têm como características a mistura de sotaques, as diferentes expressões artísticas e modos de criação.

SERVIÇO:

Palco Giratório – Senhora P (DF)
DATA: 21 de setembro HORA: 19h30
LOCAL: Salão de Eventos do Sesc Araxá
INGRESSOS: 1kg de alimento

CONTATOS:
Haynan Araújo – coordenador de comunicação e marketing
Valdeí Balieiro- assessor de comunicação Fecomércio AP
Telefone: 3241-4440, ramal 235
WhatsApp: (96) 99146-8469
E-mail: [email protected]
Central de Atendimento
Telefone: 3241-4440, ramal 204
WhatsApp: (96) 99152-5961

Hoje é o Dia Mundial de Star Wars – Que a Força esteja conosco! #MayThe4thBeWithYou

Hoje, 4 de maio, é o Dia mundial de Star Wars! A data foi escolhida devido a um trocadilho com a célebre expressão “May the Force be with you”. May (maio) the Fourth (dia 4) be with you.

A primeira alusão ao termo “May the 4th” aconteceu em maio de 1979 quando o partido conservador parabenizou a eleição de Margaret Thatcher como a primeira mulher ministra da Inglaterra, com um anúncio no jornal The London Evening News que dizia: “May the Fourth Be with You, Maggie. Congratulations.”

Durante uma entrevista em 2005, para o canal N24 de notícias da TV alemã, pediram ao criador de Star Wars, George Lucas, que ele falasse a famosa frase “Que a Força esteja com você.”

O intérprete simultaneamente interpretou a frase em alemão como Am 4. Mai sind wir bei Ihnen (“We shall be with you on May 4”, em português, “Vamos estar com você em 4 de maio”). Isso foi captado pela TV Total e foi ao ar em 18 de maio de 2005. [Wikipédia]

Em 2011, a primeira celebração organizada do Dia de Star Wars aconteceu em Toronto, Ontário, Canadá no Cinema Subterrâneo de Toronto.

As festividades incluíram um Game Show de Trivia sobre a Trilogia Original; um concurso de fantasias com os júri composto por celebridades; e a exibição em tela grande dos melhores filmes, mash-ups, paródias, e remixes da web. A segunda edição anual aconteceu na sexta-feira, 4 maio de 2012.

De fato, é uma data em que a Força está presente nos fãs de Star Wars. Neste dia costuma-se rever os filmes, falar as frases mais famosas dos personagens, ou cantarolar Imperial March.

Coisas simples, mas que fazem o 4 de maio uma data memorável para todos os fãs, pois são mais de 40 anos de fascínio pela série de filmes fantásticos. Eu sempre fui fascinado pelo fictício universo dessa saga. E que a Força esteja conosco!

Elton Tavares

Do Amapá, Mestre Ivamar integra elenco da novela Amor Perfeito

Fotos: Reprodução/TV GLOBO

Do Amapá para as telinhas: Mestre Ivamar, um grande fazedor de cultura no estado, ativista de coletivos e movimentos negros, amazônidas e artísticos, está integrando o elenco da nova novela das 18h da TV Globo, ‘Amor Perfeito’.

A trama de Duca Rachid, Julio Fischer e Elísio Lopes Jr. vai ao ar em 20 de março, próxima segunda-feira.

Fotos: Reprodução/TV GLOBO

Mestre Ivamar vive Popô, um concièrge de hotel, que gosta de mostrar que conhece todas as personalidades que lá se hospedam. É um “griô romântico” que viveu uma história de amor intensa com Olívia (personagem de Analu Prestes), mas depois não se envolve com mais ninguém, até conhecer um novo amor quando menos espera.

Ivamar ainda divide a trama com Mariana Ximenes, Thiago Lacerda, Tonico Pereira, Paulo Betti, Zezé Polessa e Camila Queiroz, além de outros nomes da dramaturgia brasileira.

Fonte: Diário do Amapá

“About Time” (“Questão de Tempo”) – Resenha desse filme sensacional!

Ontem, assisti novamente ao filme “About Time” (“Questão de Tempo”). Um misto de romance, comédia e drama que me fez rir e me emocionar (deu aquele suor nos olhos). Com história fantástica, roteiro sensacional, viagens temporais e trilha agradável, o filme me lembrou várias experiências tão pessoais ao mesmo tempo. O longa possui 2h03, mas você nem vê a hora passar, de tão leve e legal que é a película. Ah, a primeira vez que vi esse filmaço foi em 2016.

A trama começa com Tim Lake (Domhnall Gleeson), que, ao completar 21 anos, seu pai (Bill Nighy) revela que os homens de sua família possuem o poder de viajar no tempo. Basta ir para um local escuro e pensar na época e no lugar aonde deseja regressar.

Desajeitado, Tim leva toco de uma amiga de sua irmã (Lydia Wilson), a engraçada e louca varrida Kit Kat e decide mudar pra Londres (ele morava numa cidadezinha da Inglaterra). Na capital inglesa, começa a advogar e conhece Mary (Rachel McAdams). O cara se apaixona perdidamente pela linda e espirituosa, que é fã de literatura.

O enredo não foca na viagem do tempo, muito menos é uma comédia romântica água-com-açúcar. E longe de um dramão lacrimejante (mas confesso que os ninjas cortadores de cebola ficaram perto de mim em alguns momentos).

Assim como nos também ótimos filmes “Donnie Darko” e “Efeito Borboleta”, Tim descobre que viajar no tempo e alterar o que já aconteceu pode provocar consequências inesperadas.

Com roteiro e direção de Richard Curtis (tenho mania de ir atrás dos responsáveis por filmes legais), “Questão de Tempo”, de 2013, é sensacional. O diretor é o mesmo de “Um lugar chamado Notting Hill”, “Simplesmente amor” e “O Diário de Bridget Jones”. Belo currículo, não?

O enredo muito bem construído é surpreendente e nos faz refletir sobre relação paternal, atenção com as pessoas que nos cercam e amor aos que nos são caros. É uma história lindona, tocante e repleta de lições de vida.

“Nenhuma viagem no tempo faz alguém amar você”. É com essa frase que Tim, o protagonista, sintetiza o filme. “Questão de Tempo” te desperta para o óbvio: viver sem se preocupar com coisas supérfluas e sim com aqueles que amamos. Decididamente, um filme poético, inspirador e que, apesar do suor nos olhos, te deixa feliz.

Assista ao trailer de Questão de Tempo:

Elton Tavares

“The Sinner” – Resenha de Marcelo Guido.

Por Marcelo Guido

Impressões positivas sobre uma série que te convida a investigar a razão do crime, não o culpado.

A série policial investigativa é produzida desde 2017, e está com quatro temporadas disponíveis na Netflix, nela o espectador é convidado a encarar o dia-dia do detetive investigador Harry Ambrose, papel que caiu como uma luva para o veterano Bill Pulman.

Os crimes são realmente brutais e aparentemente cometidos sem razão alguma por pessoas comuns, ou seja, a trama não corre para saber quem é o assassino e sim o por quê.

Dramas intrigantes da vida particular de Ambrose, são um destaque a parte em cada temporada da trama, sendo que o importante é a técnica desenvolvida para solucionar as questões.

“The Sinner”, consegue prender o espectador por misturar vários elementos como psicologia, filosofia, abandono , crise de meia idade além de claro um crime hediondo.

Não tenha medo de se aventurar em “maratonar” a série, como uma verdadeira antologia ela é carregada em laços bem amarrados que não deixam nem um capitulo sem o sentido necessário, é assistir o primeiro e querer ir até o fim.

O nome foi escolhido para homenagear o romance da autora alemã Petra Hammesfahr, que serviu de base para a primeira temporada, que de tão bem sucedida deu aval para a continuidade.

São 32 capítulos, 4 casos marcantes e muita adrenalina envolvida, sem dúvida um dos maiores dramas policiais disponíveis.

Vai valer muito a pena conferir.

*Marcelo Guido é Jornalista, pai da Lanna e do Bento e maridão da Bia.

“Metal Lords” – Resenha de Marcelo Guido

Resenha de Marcelo Guido

Impressões positivas sobre um filme que trata de exclusão, adolescência, derrotas, vitórias e Heavy Metal.

A trama segue em torno de dois garotos excluídos que juntos nutrem uma paixão ou melhor um verdadeiro amor pelo Heavy Metal. Juntos os caras montam uma banda, no qual pretendem ganhar a grande “Batalha das Bandas” do colégio.

No meio termo, conhecem uma menina que toca violoncelo, da mais improvável mistura acaba saindo algo muito bom, e a banda vai pra frente não sem antes dar muito pano pra manga.

Sinceramente não gostava tanto de um filme a esmo a algum tempo, trilha sonora incrível, e participações de ouro em mais ou menos uma hora e meio de película (hummmm).

Ou seja, não demora muito pra ficar chato e não é muito curto para não ter pé nem cabeça.

“Metal Lords” é sem dúvidas um filme adolescente escrito pelos mesmos caras de “Game Of Trones”, com a produção do Tom Morelo, para adolescentes velhos como eu e muitos de vocês possam realmente viajar sem culpa.

Recomendo para todos que gostam de som do bom e histórias sensacionais.

Fica a dica, está disponível na NetFlix.

Agora é com vocês.

Das boas surpresas que o fluir traz – Crônica de Telma Miranda – @telmamiranda

Crônica de Telma Miranda

Não lutar contra a própria natureza e a dos outros é o melhor que podemos fazer. Não significa que devemos estacionar na zona de conforto. Jamais! Isso nem saudável é, mas fazer cobranças exacerbadas, querer ir além e além e além, competir consigo mesmo e ser seu próprio algoz não nos torna nem melhores e nem super-heróis, então o segredo é, em primeiro lugar, conhecer a si mesmo.

Quando nós nos conhecemos de verdade, sabemos nossos potenciais, limites, fraquezas, e assim podemos estabelecer metas factíveis e caminhar (ou correr!) até elas, e até mesmo nos superar a cada dia.

Quando mais nova, 84 anos atrás, eu achava que deveria fazer tudo logo, avocava responsabilidades alheias, achava que poderia dar conta de tudo e quando não dava me sentia o retrato do fracasso, a personificação da incompetência, uma total incapaz. Não que isso tenha mudado muito, pois continuo workaholic confessa, mas aprendi com o tempo a pegar mais leve comigo mesma e a me perdoar.

Ao contrário de querer morrer como antes, hoje eu paro, penso em toda cadeia de acontecimentos, verifico o que dependia de mim e o que não dependia, mas principalmente, o que a situação está querendo me ensinar. Claro que esse processo não foi do dia pra noite e sofri muito até aprender que não preciso dar conta de tudo, não sou infalível, que preciso saber esperar o tempo das pessoas e dos processos.

Essa forma de pensar me ajuda diariamente a levar uma vida mais leve. Continuo a maria-das-listas, anoto tudo, avalio minha produtividade, desempenho, mas mesmo que a minha linda cabeça não pare um minuto sequer e não esvazie, sigo me impondo momentos meus, de ócio, pra pensar e falar bobagem, relaxar e me permitir exercer o egoísmo.

O mais engraçado disso tudo é que agora, anciã e em processo de transformar as experiências em sabedoria para futuramente achar minha caverna e com meu cajado oferecer conselhos, consigo enxergar nitidamente que as coisas acontecem como tem que acontecer, que as pessoas são como são e que cabe unicamente a mim extrair o melhor das minhas vivências, e exercendo este “aceite” diário o viver flui e acredite, me surpreende todos os dias. Tente!

* Telma Miranda é advogada, fã de literatura, música e amiga deste editor.

“Anastácia Livre”: Linn da Quebrada e Big Brother Brasil

Por Fernanda Fonseca

“Se a gente não discute o amor e ele não sai desse terreno do ‘intocável’ (…) não percebemos porque alguns corpos são mais amados que outros (…) corpos gordos, negros, trans, de pessoas com deficiência, a gente nem pensa nessas pessoas quando pensamos em amor”. Essa fala foi dita em um dos reality shows mais assistidos da América Latina e por uma travesti preta.

Lina, ou mais conhecida pelo público como Linn da Quebrada, entrou na casa mais vigiada do Brasil há 6 semanas e nesse curto período dentro do reality já fez história. Sim o programa ainda tá longe de acabar, mas a presença de Lina é tão marcante que parece que ela já está há anos na minha televisão, conversando com os outros confinados como se estivesse falando comigo e com o Brasil inteiro.

Lina é a segunda pessoa trans a participar do programa. A primeira foi Ariadna, em 2011, que também foi a primeira eliminada da sua edição. Na época, Ariadna foi vítima de constante transfobia, principalmente por parte da mídia que a acusava de “esconder” sua transexualidade. Recentemente, Ariadna desabafou em sua conta do Twitter sobre se sentir acuada com os ataques e ofensas que sofreu nesse período: “Quando alguém falar: Ariadna foi eliminada porque escondeu que era trans… olha o que faziam comigo na época! Apenas uma das milhares de capas de jornais que eu era humilhada…”.

Onze anos depois, Linn da Quebrada entra no BBB22 estampando em sua blusa a figura emblemática de Anastácia, mulher negra escravizada cujo rosto preenche os livros de história até hoje. Mas o que chamou atenção foi que a Anastácia que ilustrava a camisa de Lina estava livre, sem a mordaça que simbolizou por anos o legado cruel da escravidão no Brasil. Coincidentemente, na mesma semana tive que ler um texto para uma aula de comunicação e gênero na faculdade e, novamente, lá estava ele: o rosto de Anastácia, mas dessa vez com o instrumento que a silenciou por anos de sua vida. O livro era Memórias da Plantação, da escritora Grada Kilomba, e entre os vários temas da obra, o capítulo inicial intitulado “A Máscara: Colonialismo, Memória, Trauma e Descolonização” traz esse instrumento – a máscara usada por Anastácia – como “o símbolo das políticas coloniais e de medidas brancas sádicas para silenciar a voz do sujeito negro durante a escravização”:

“Oficialmente, a máscara era usada pelos senhores brancos para evitar que africanas/os escravizadas/os comessem cana-de-açucar ou cacau enquanto trabalhavam nas plantações, mas sua principal função era implementar um senso de mudez e de medo, visto que a boca era um lugar de silenciamento e de tortura. Neste sentido, a máscara representa o colonialismo como um todo. Ela simboliza políticas sádicas de conquista e dominação e seus regimes brutais de silenciamento […].”

“O que poderia o sujeito negro dizer se ela ou ele não tivesse sua boca tapada?” e “O que o sujeito branco teria de ouvir?” são alguns dos questionamentos que guiam a análise da escritora nessa primeira parte do livro. Invocando a figura da máscara de Anastácia, Kilomba reflete sobre esse medo apreensivo de que se o sujeito escravizado falar, o colonizador terá que ouvir. Ou seja, seria forçado a encarar as verdades que o tirariam de sua posição confortável de ser o único permitido a criar uma narrativa.

Durante toda a minha leitura pensava em Lina e em sua presença avassaladora dentro do programa. Quando Grada discorre sobre a importância da fala que obriga os outros a encarar verdades desconfortáveis, essa ideia pode ser estendida para todos os grupos minoritários que sofreram e sofrem com o silenciamento até os dias de hoje. Quando Lina entra em um dos reality shows mais assistidos da América Latina e constantemente reafirma suas vivências enquanto travesti e negra, ela se coloca nesse lugar de sujeito que fala e que merece ser ouvida.

Agora, completado um mês do BBB22, Lina é uma das pessoas que mais se comunica dentro da casa. Desde depoimentos no ao vivo, explicando para todo o Brasil o uso correto dos seus pronomes, até conversas com amigas sobre amor e rejeição, Lina falou e continua falando. E entre erros e acertos, Linn da Quebrada se humaniza quando fala, e acaba humanizando todos a sua volta também.

E agora fica o questionamento: quem são as pessoas que nos acostumamos a ouvir quando o assunto é amor? E amizade? E autoestima?

Chega de monólogos com as mesmas perspectivas de quem, ao longo da história, sempre teve o privilégio de ser ouvido.

*Fernanda Fonseca é amapaense e acadêmica da Jornalismo na UnB.
Fonte: Site EscreviElas.

Cabeleira e Berenice

Diálogo do filme Cidade de Deus:

CABELEIRA: Alô Berenice. É o seguinte, vou te mandar uma letra invocada agora. Pô mina… já viu falar em amor à primeira vista?
BERENICE: Malandro não ama, malandro só sente desejo.
CABELEIRA: Assim não dá prá conversar…
BERENICE: Malandro não conversa, malandro desenrola uma idéia.
CABELEIRA: Pô! Tudo que eu falo, tu mete a foice!
BERENICE: Malandro não fala, malandro manda uma letra!
CABELEIRA: Vou parar de gastar meu português contigo que tá f***.
BERENICE: Malandro não para, malandro dá um tempo.
CABELEIRA: Falar de amor contigo é barra pesada.
BERENICE: Que amor que nada. Tu tá é de sete-um!
CABELEIRA: É que o otário aqui te ama.

*Contribuição do amigo jornalista Renivaldo Costa.

Rodrigo Rodrigues foi aquele amigo que se tornou amigo sem nunca nos ter conhecido – Via @EspacoAberto

Há pessoas que nem sabem que a gente existe; e nem nós, que elas existem.

Mas somos íntimas delas; como elas nos são íntimas.

Assim somos em relação aos artistas que admiramos, aos escritores que gostamos mais, enfim, funciona dessa forma com qualquer personalidade pública com quem travamos sempre contato e a quem admiramos.

Assim era este repórter com Rodrigo Rodrigues.

Tomei um choque enorme, hoje à tarde, quando soube da morte dele.

E o choque foi dez vezes maior por saber que a Covid-19 ceifou-lhe a vida aos 45 anos de idade.

Vivo grudado em programas de esporte. Só não assisto a todos porque o dia tem 24 horas – mas ainda haverei de espichá-lo, pra não perder nenhum.

Dos que mais gosto – e como tantos torcedores, aliás – está o Troca de Passes, no SporTV.

E a melhor fase desse programa, sem dúvida alguma, foi sob a batuta do Rodrigo.

Ele não era bem-humorado porque queria sê-lo, mas porque era naturalmente bem-humorado.

O Troca, com o Rodrigo à frente, ficou muito mais leve, relaxado, solto, maneiro. Como o próprio apresentador.

O programa ficou, parece, muito mais íntimo do telespectador.

Como apresentador, Rodrigo Rodrigues parece que nem estava no ar, mas numa mesa de bar, discutindo futebol com amigos. Numa boa, como se diz.

É uma pena que um jornalista como esse tenha sido arrancado da vida tão cedo e de forma tão brutal.

É horroroso que o tenha sido em decorrência dessa doença, da qual tenho cada vez mais medo, mais horror.

Rodrigo Rodrigues é como um grande amigo que vai embora antes da hora.

Sem que tenhamos nos conhecido.

Sem que tenhamos tido a chance de ouvi-lo sequer dizer adeus e nos dizer por que motivo, afinal, estava subindo.

Mas, se subiu, que esteja nos Céus!

Fonte: Espaço Aberto.

Com teatro, poesia e música, Festival On-Line “FicaDiBubuia” encerra neste domingo (29)

Neste domingo (29), a partir das 16h30, rolará o segundo dia do Festival On-Line “FicaDiBubuia”. Promovido pela produtora Duas Telas, o festival é totalmente independente e conta com artistas voluntários, sem nenhum tipo de remuneração.

Vai ter leitura com Rose Serrão e muita poesia com Annie Carvalho, Pat Andrade e Hayan Chandra. Em seguida, o ator Mauricio Maciel traz uma pitada de teatro. Daí pra frente, a música corre solta, com Marcia Fonseca, Rodrigo Brito, Jordanna, Mayara Braga, Zé Miguel, Ariel Moura, Pinducos, Sandra Lima, Nana e Alex, Sabrina Zahara, o sensacional Manoel Cordeiro e, pra finalizar, o espetacular Rafa Estefans. Vai ser lindo. De novo!

A programação, iniciada na última quinta-feira (26), contou com apresentações de dezenas de artistas locais de diversas vertentes. A ideia é quebrar a sensação de distância gerada pelo isolamento comunitário por conta da prevenção ao coronavírus (Covid-19), e promover cultura por meio da internet, além de manter vivo o espírito criativo dos artistas locais.

O Festival Cultural On Line será transmitido pelo perfil da Duas Telas na rede social @duastelasproducoesap, onde rolarão shows musicais e performances em formato pocket. Qualquer pessoa poderá acompanhar as programações e interagir com o evento e artistas.

Trata-se de uma alternativa de entretenimento na quarentena. Uma maneira de estarmos juntos, conectados em uma corrente de empatia.

Sobre a expressão “dibubuia”

A expressão Bubuia vem do nosso “caboclês”, virou gíria popular, e é uma forma gentil de pedir: fica de boa, fica tranquilo, fica aí parado. É desse jeito jeito que pedimos a todos que fiquem em casa para segurança dos mais vulneráveis…

Então é isso. Vamos combater essa batalha com o melhor que podemos dar, com nosso amor pela cultura e pela responsabilidade de doar o que temos de mais precioso em nosso fazer diário: Nossa produção artística! POR FAVOR FICA EM CASA! #FicaDiBubuia … Não fica mufino! Espia nossa programação! #producao #arte #bubuia #musica #literatura #poesia #artista #amazonia #norte #corona #quarentena #amapa #macapa

Sobe o som e solta o corpo. Fica DiBubuia!

Patrícia Andrade e Elton Tavares

Jornalistas amapaenses participam do Programa Caldeirão do Huck neste sábado (6) – Boa sorte, Camila Ramos e @cellenunes !

O Amapá estará no palco do Programa Caldeirão do Huck neste sábado (6), representado pelas jornalistas Marcelle Nunes e Camila Ramos, idealizadoras do projeto Bem Tucuju, um site de notícias que só conta histórias de boas iniciativas do nosso Amapá e de pessoas que todos os dias fazem o bem fluir em nossa terra.

As amapaenses vão participar do quadro The Wall, um jogo de sorte liderado por Luciano Huck contra uma parede de perguntas.

As jornalistas vão contar com a torcida de todos! Todos ligados no Caldeirão desse sábado!

Meu comentário: gente, adoro a Camila Ramos, ela é broda. Mas a Marcelle é minha irmã de vida. Vou torcer demais por elas. Vamos juntos. Como diz o bordão: “haja coração!.