Ciclo do Marabaixo: Louvor à Santíssima Trindade continua neste domingo

A programação do Ciclo do Marabaixo no bairro Santa Rita, antiga Favela, continua neste final de semana com o início do novenário de louvor à Santíssima Trindade, o ritual do corte da murta e o Marabaixo da Murta. Iniciado na semana santa em quatro barracões de Macapá, o Ciclo encerra dia 3 de junho, seguindo a tradição de homenagear a Santíssima e o Divino Espírito Santo. No barracão da dona Gertrudes Saturnino, familiares e associados da Associação Cultural Berço do Marabaixo e Herdeiros da Tradição se preparam para receber visitantes e devotos.

Na Favela a devoção é para a Santíssima Trindade, as cores azul e branca enfeitam o barracão da tradicional família de Gertrudes Saturnino. Os familiares e devotos participaram de todos os rituais anteriores, rodas de marabaixo e corte dos mastros, e se organizam para o final de semana, que inicia com as ladainhas, corte da murta, que são ramos de árvores usados para enfeitar o mastro e para espantar mal-olhado, e o 4º marabaixo, da Murta da Santíssima, que dura 12 horas, até que os mastros são erguidos no amanhecer de segunda-feira.

Após o mastro ser levantado, no próximo domingo 27, tem programação durante todo o dia, e inicia com a celebração da missa na igreja da Santíssima Trindade, seguida de café da manhã e o Almoço dos Inocentes, continuando a tradição da promessa feita por Gertrudes Saturnino para que sua filha Natalina, falecida em 2017, engravidasse. Há mais de 60 anos é servido um almoço especial para 12 crianças que representam os apóstolos, e para os convidados, e durante a tarde são feitas brincadeiras e sorteios para as crianças.

“Estamos no meio do Ciclo do Marabaixo na Favela e os rituais são intensos pela nossa devoção à Santíssima Trindade. Estamos de portas abertas para quem quiser dançar, conhecer, aprender e rezar. Nossa tradição é rica e linda, com muitas flores, alegria e fé, e como nossos antepassados fazemos a distribuição de gengibirra e caldo para aumentar a resistência, e cantamos nossos ladrões pra ninguém ficar parado ao som das caixas”, falou Valdinete Costa, da coordenação da Associação.

No barracão da Gertrudes Saturnino incorporaram ao costume secular a educação ambiental, e criaram alternativas de resgate da memória. A educação ambiental é trabalhada durante todo o ciclo, com ações de conscientização, e neste ano, em parceria com o grupo de teatro Os Desclassificáveis, a biblioteca está sendo reativada e inauguram o museu Natalina Costa, com roupas tradicionais, adereços e outros elementos da cultura do marabaixo.

A Santíssima Trindade é louvada nos dois barracões da Favela, das pioneiras Gertrudes e Dica Congó, e nos dois do Laguinho, da Tia Biló e do Mestre Pavão. No barracão da Gertrudes Saturnino os anfitriões recebem o público e as comunidades de Ajudante (Mazagão), União Folclórica de Campina Grande, Herdeiros do Marabaixo (Campina Grande), Marabaixo da Gungá (Mazagão), e Filhos de São Tomé do Alto Pirativa (Santana).

Serviço:

20 de maio

17h – Marabaixo do Mastro até o amanhecer de 21, quando o mastro é levantado às 7h.

Mariléia Maciel
Assessoria de Comunicação

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