Comunidade quilombola mantém tradição da Festividade de São Sebastião, no Amapá

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Por Paula Monteiro

Louvor, batuque e marabaixo reúnem centenas de famílias quilombolas que vivem na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Curiaú (distante oito quilômetros da capital), no Amapá. A magia que ultrapassa gerações na tradicional Festividade de São Sebastião, dura mais de 30 anos. Este ano, o evento será realizado no período de 12 a 20 de janeiro com direito a queima de fogos, corrida de cavalo, missa, baile dançante e muito mais.

O ponto ‘alto’ da festa acontece durante a missa, no dia 20, data dedicada ao santo. A homenagem é realizada em uma pequena capela, construída na própria comunidade, na Igreja de Santo Antônio. Após a missa, será oferecido um café da manhã, seguido de almoço e baile social que ultrapassará a noite, e vai até às 2h.

O embalo da festa ficará por conta da musicalidade do batuque e marabaixo; que quer dizer “mar abaixo” com referência aos escravos que chegavam ao Amapá nos navios negreiros da África. A manifestação cultural será apresentada por diversos grupos do Curiaú, entre eles o ‘Raízes do Bolão’. O grupo é composto por oito pessoas que vivem nas comunidades quilombolas e que realizam atividades para valorizar e perpetuar a expressão cultural através de gerações. Eles também participaram do projeto nacional ‘Sonora Brasilmarabaixo’, o qual realiza intercâmbio cultural com grupos tradicionais de música popular de diferentes regiões do País.

A festa é construída com fé e fidelidade às raízes. A crença no santo – que também é padroeiro da comunidade – e o esforço para que a festividade siga através das gerações, funcionam como pequenos tijolos, erguidos a cada ano. A união dos moradores torna possível a manifestação cultural e religiosa, que fica sob a responsabilidade de famílias diferentes a cada edição.

Em 2015, a Festividade de São Sebastião, ficará aos cuidados da família Tomé dos Santos e Valdeci da Silva. O “Seu Tomé” é pai de Lindalva dos Santos – coordenadora do evento – e o “Seu Vadeci”, padrinho da jovem. Ela aprendeu sobre a tradição aos sete anos de idade, e hoje, aos 33, luta para que a manifestação siga em frente com a mesma importância e valorização de quando iniciou. “Eu conheci a festividade graças a minha avó e tias, que me levaram para participar quando ainda era criança. A minha luta agora é envolver mais os jovens para que a tradição permaneça sempre”, disse.

Confira a programação

Dia 12 de janeiro marabaixo1
– Haverá abertura das festividades com queima de fogos às 6h

De 12 a 16 de janeiro
– Haverá ladainha às 19h

Dia 16
– Almoço às 12h
– Jantar às 18h
– Marabaixo e Batuque até as 6h dia 17

Dia 17
– Almoço às 12h
– Corrida de cavalo às 16h
– Jantar às 18h
– Continuação do Baile Dançante até o dia seguinte, dia 18

Dia 18
– Domingueira até às 2h

Dia 19
– Descanso

Dia 20
-Missa em louvor a São Sebastião
– Café da manhã às 10h
– Almoço às 13h
– Baile social de 14h às 2h

Fonte: Portal Amazônia

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