A conjugação do verbo cantar na voz de Deize Pinheiro – Por @RitaTorrinha e @PedroStkls1

“Quero compartilhar todas as partes, as fatias, os momentos com cada pessoa que quer ser contagiada de sonho. Hoje estou onde eu sempre quis estar: no lugar da música, no corpo de cada nota (…). Tenho feito do coração o meu maior guia”. (Deize Pinheiro)

Este pensamento está publicado na fanpage de Deize Pinheiro, e demonstra bem a determinação desta cantora amapaense de perseguir o sonho de levar sua música para onde puder e viver dessa profissão. “Os desafios são muitos, mas não vou desistir. Sou formada em jornalismo, mas larguei tudo para me dedicar 100% à música”, conta.

Deize enveredou profissionalmente na carreira musical há pouco tempo, somente três anos, mas sua habilidade vocal, com técnica e personalidade, vem ganhando notoriedade dentro e fora do estado. A afinação e timbre a permitem alcançar tons marcantes em estilos musicais que passeiam pelo blues, jazz, black e sons mais tradicionais, como MPB e samba de raiz, proporcionando levadas originais com uma delicadeza embriagante. Há quem pergunte se ela come algodão, ao se referirem a suavidade de sua voz. E a moça tem apenas 26 anos.

Nesse caminho, ela deu início a uma maratona em busca de conhecimento, produções e articulações para a gravação do primeiro CD de sua carreira: o Capim Rosa Chá. Paralelamente, vem ganhando cada vez mais espaço no cenário da música, dentro e fora do Amapá. Oiapoque, Guiana Francesa, São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro são alguns das cidades por onde ela vai cumprir agenda de shows até maio deste ano. Deize Pinheiro conjuga o verbo cantar agradecendo o passado, plantando no presente, para cultivar um futuro promissor.

Rita Torrinha

CD Autoral

Capim Rosa Chá é um álbum 100% autoral, com composições de Deize Pinheiro e em parceria com o poeta Pedro Stkls (Poetas Azuis) e os músicos Paulo Júnior e André Pinheiro. Um trabalho com textura, cores e sonoridade que passeia pelo blues, jazz, bossa, xote, samba, música popular brasileira. Trabalho novo e inovador, pensado e concebido por talentosos jovens artistas, como Deize, da nova safra cultural amapaense.

Poesia musical: Capim Rosa Chá é a cor que nasce entre o sol e o mar, é a cor que o sol faz quando se esconde embaixo do mar. Capim é cheio, Rosa é alegria, Chá é doçura. Capim Rosa Chá é cor. É a cor que diante da água azul salgada fez morada nos olhos da menina maria-sem-vergonha que girava na ciranda.

Capim Rosa Chá é mandinga, é sambinha, é festa, é terreiro é sorriso de flor de naña (flor que nasceu do coração do escorpião). Capim Rosa Chá é poesia que não acaba, é aquilo que fica quando os pés se enchem de areia, é um ninho de passarinho bem na cabeça da menina, é um vento que sacode as folhas, é um quintal onde se acende uma fogueira, é um céu riscado de noite.

Capim Rosa Chá é a conjugação da cor. Eu capim. Tu rosa. Ele chá. Nós capim rosa chá. Capim Rosa Chá é uma reza antiga sobre o amor, sobre a cor que se faz quando o sol e o mar se tocam e brincam de fazer aventuras. É poesia pra mais de metros. É a cor feita pela fúria da beleza.

Pedro Stkls

*Fotos: Sérgio Silva e Márcia do Carmo. 

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