Conquista: Núbia Quilombola assume Seafro com o apoio dos movimentos e lideranças afro

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A nova secretária de Políticas Afrodescendentes do Amapá, a pedagoga Núbia de Souza, conhecida nos movimentos negros e sociais com o nome adicional Quilombola, assume amanhã, 26, a responsabilidade de priorizar as lutas das entidades na pauta do Governo do Estado. Considerada uma conquista dos lutadores sociais, ela é nome de consenso entre os representantes e membros dos movimentos, de quem terá apoio para trabalhar as políticas raciais e regionalizar os debates que ocorrem em nível nacional, como a violência contra a mulher negra, anemia falciforme, discriminação racial, entre outras.

Núbia Quilombola nasceu em Macapá tem raízes na Lagoa dos Índios, de onde veio seu pai, Paulo de Assis; no Bailique, terra natal de sua mãe, Raimunda Nonato, e na Pedreira, onde nasceram e moram parentes e amigos. Há mais de 20 anos trabalha com as comunidades negras urbanas e rurais, lidera o movimento quilombola e está à frente da secretaria da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), que coordena o processo de certificação de áreas quilombolas.

“Atualmente 78% da população que mora no Amapá descende de negros, nascido ou não aqui, e as políticas da Seafro serão voltadas para todos e irá abranger diversas áreas, da cultura, com as festas tradicionais, à religiosidade e acesso à política universitária. O respeito será para todos, vamos resgatar a memória dos negros, valorizar nossa ancestralidade e também cuidar da saúde e educação”, reforça Núbia Souza.

Ela explica que o trabalho alinhado com as políticas do Governo Federal irá continuar nas comunidades urbanas e rurais, e as entidades focadas nas lutas de negros serão fortalecida. “Conseguimos certificar como quilombo, 35 comunidades, e temos ainda cerca de 150 em processo de reconhecimento, isso não irá parar. Temos o compromisso de recuperar terras e o orgulho de cada indivíduo negro, de se assumir como tal”. Outro compromisso assumido pela nova secretária, é a retomada do programa Amapá Afro, criando em 2010, que trabalha todas as áreas necessárias, como saúde e educação.

Mariléia Maciel – Jornalista

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